A música melódica composta apenas por instrumentos de cordas ecoa na enorme sala espelhada. O violino é o mais audível naquela melodia intensa e triste. A bailarina solitária com seu collant e saia apesar de exausta sola. Com a postura perfeita, completamente ereta se mantém nas pontas dos pés de cabeça erguida.
Ao levantar os seus braços totalmente alinhados a bailarina se movimenta igualmente a uma pluma. Como se pisasse em nuvens ela passeia por todo o salão apenas com as pontas dos pés no chão.
Graciosamente e levemente ela salta esticando suas pernas completamente. Os seus giros são rápidos em volta de seu corpo esquio. Sua expressão facial demonstra o quanto está envolvida com a música. A cada novo passo a bela jovem se supera e se eleva.
Os pés calejados latejam de tanta dor. As gotas de suor escorrem pelo seu rosto. A respiração ofegante mostra o quanto já se esgotou. Contudo, a bailarina se movimenta formosamente sem deixar nada a afetar. Ela não desiste e não cessa o seu esforço na busca de alcançar a perfeição.
- Melissa Campos!- Fala ácida a professora de ballet chamada Olga e no mesmo instante a bailarina encera o seu ensaio.
Melissa, ou simplesmente Mel, inclina o seu corpo e coloca as suas mãos em suas coxas na tentativa de controlar sua respiração ofegante. Ela olha para sua professora atentamente com um semblante de exaustão.
- Já está muito tarde....pra casa! - Diz a professora Olga com um tom de voz autoritário
Mel caminha em direção aos seus pertences e se senta no chão. A bela pega uma toalha de rosto e enxuga seu suor. Em seguida já respirando melhor pega sua garrafa de água para poder "matar" a sua sede. Sem demora retira sua sapatilha de ballet e começa a guardar suas coisas.
Sua professora a aguarda na porta do observando tudo de braços cruzados e com o pé batendo no chão. Apresada ela olha para o celular irritada. Olga é a dona da academia de Ballet. Ela que é bastante exigente espera a jovem pegar todos os seus pertences para poder se certificar que a bela finalmente saiu.
Mel retira sua saia, veste uma calça moletom e coloca um sapatinho. Ao perceber a impaciência de sua professora sem demora pega sua mochila coloca em seu ombro e sai da sala depressa.
Já é noite quando Mel sai de sua escola de dança. A jovem que não possui veículo volta para sua residência a pé. Cansada do ensaio ela decide então pegar um atalho.
A rua apesar de está movimentada por automóveis se encontra vazia no quesito pedestres. Mel mesmo com medo continua seu trajeto caminhando rápido e olhando sempre para os lados.
Melissa é uma jovem de 20 anos, sonhadora de família tradicional e rica. Desde muito pequena dança Ballet e sempre almejou se tornar uma dançarina profissional. A bela contrariando sua família se esforçou e conquistou uma bolsa de estudos na academia de dança mais renomada do país.
Seu pai, Alfredo, médico nunca quis que ela fosse uma bailarina. Ele que só tem ela de filha queria outro destino para sua "menina". Alfredo sempre brigou e instigou Melissa a seguir seus passos na medicina.
Mas a jovem com o apoio de sua avó paterna Esmeralda conseguiu driblar as falácias do pai e foi buscar a realização de seu sonho. Melissa que é órfã de mãe, possui uma madrasta chamada Eleonor. A mulher não a suporta e sempre que pode a humilha e a maltrata.
Na casa onde moram seu pai, a sua madrasta e sua avó paterna acabou se tornando um lugar onde a Melissa não chama mais de lar.
Por conta de diversas discussões a cerca de sua escolha em dançar acabou entrando em um pé de guerra com seu pai. Alfredo implacável, por ter tido seus desejos e planos frustados expulsou Melissa de casa.
Ela que não teve nenhum apoio a não ser de sua avó Esmeralda teve que sair de casa e foi dividir um apartamento em um bairro de periferia com uma mulher desconhecida.
Alfredo apesar de ter sido duro com sua filha, se arrependeu e pediu que ela voltasse para casa, mas com uma condição. Que a jovem largasse seu sonho, deixasse a dança para estudar medicina.
Melissa ignorou o pedido do pai Alfredo e continuou na busca da conquista de seu sonho. Os dias, semanas e anos se passaram e seu pai do nada deixou de entrar em contato com ela. O motivo disso, foi que Eleonor a madrasta de Melissa havia dado um filho homem que Alfredo tanto queria.
Agora esquecida pelo pai, ignorada pela madrasta para Melissa só lhe restava sua querida e amada avó Esmeralda que possui 82 anos.
Com os exaustivos estudos e ensaios a bela não conseguiu conciliar a escola e o trabalho. Secretamente, sem que Alfredo saiba, a avó Esmeralda todos os meses manda para Melissa uma mesada para ajudar em seu sustento enquanto estuda.
Pensativa em tudo que aconteceu com ela e em com sua família a bailarina caminha solitária em direção ao seu "lar". Finalmente já chegando próximo de seu apartamento Mel visualiza homens com armas em punho saindo sorridentes de um beco escuro.
A bailarina leva um susto e rapidamente se esconde atrás de carro que está estacionado na rua, bem do seu lado. A bela abaixada para não ser vista observa eles e espera eles saírem no intuito de não ser pega.
Os homens vestido de preto entram em dois veículos e saem dali em alta velocidade "cantando os pneus". Melissa ao ver a fuga dos bandidos sai de seu esconderijo.
Mel agora mais calma respira aliviada por não ter sido atacada. A jovem ainda temerosa pelo susto que teve coloca a mão no peito. Ela olha para os lados, mas apesar de não ver ninguém a sua volta percebe que ali está seguro. Ela então decide continuar sua caminhada.
Falta poucos metros para chegar em seu apartamento, mas para poder chegar ela terá que passar pelo beco escuro de onde os bandidos saíram.
Movida de uma coragem que nem ela mesmo sabe de onde tirou, Mel ergue a cabeça e ajeita a sua mochila em seu ombro. Então segue seu percusso em direção ao beco escuro.
Ao adentrar naquela passagem mal iluminada, suja e com mal odor, a bailarina olha para os lados atenta a tudo. De repente Mel escuta um barulho de metal soar e ela para se caminhar. Uma latinha de refrigerante rola e acaba passando bem na frente de Melissa que já apavorada sente seu coração acelerar.
Em seguida mais sons são ouvidos. São gemidos de alguém que sente provavelmente uma enorme dor. Apesar de seu coração estar prestes a "sair pela boca", ela com audácia dá passos em direção ao som dos gemidos escutados.
Melissa pega seu celular e liga a lanterna do aparelho. Observando tudo ao seu redor com cautela a bela se movimentando devagar faz o máximo de silêncio.
Na tentativa de saber quem pode estar ali ferido ela observa tudo sem ao menos piscar. De repente atrás de um contêiner de entulho a bailarina visualiza as pernas de um homem que usa um terno e sapatos social.
- Meu pai eterno!- Fala baixinho Mel ao ver o homem caído no chão
Melissa corre em direção ao homem. Ela coloca o celular em seu bolso e se abaixa para ver se ele está morto.
- Moço...moço....acorda moço.... - Mel diz levantando o homem com dificuldade do chão sujo e frio.
Mel se aproxima do rosto do homem que está machucado para poder saber se ele respira. A jovem bailarina ao sentir a respiração dele intensifica seu chamado e consegue acordá-lo.
- Aí...aguenta moço....eu chamar uma ambulância !- Mel diz e novamente pega seu celular do bolso.
- Não! COF! COF! Se chamar a ambulância eles vão me encontrar e vão conseguir me matar....- Diz o homem com um tom de voz fraco e com um semblante de muita dor
Melissa olha para o homem sentado no chão e percebe que ele está ensanguentado.
- Aí moço, mas você precisa de atendimento médico! - Mel fala ao ver a camisa do homem repleta de sangue
- Obrigado, mas eu estou bem! Pode ir!- Diz o homem com sua mão na barriga, onde está ferida
- Eu não posso deixar você aqui moço! Você está ferido, e pelo jeito é grave.....- Mel fala aflita e com um semblante de compaixão
- Não se preocupe comigo! Obrigado por parar e me ajudar a me sentar. Mas peço a você siga seu caminho.... Eu ficarei bem!- Diz o homem tentando amenizar sua dor
- Moço, consegue caminhar? Meu apartamento é aquele ali.... - Mel diz apontando para o seu prédio logo mais a frente
- Hã?- O homem incrédulo com tal fala e a proposta indaga surpreso
- Anda vem! Não vou deixar você aqui...Já que não quer que eu chame a ambulância, vou te levar para minha casa e lá você pode chamar alguém de sua família para te ajudar...- Mel diz se aproximando do homem
O homem olha para jovem sem acreditar no que ela falou. Ele que jamais imaginou que seria ajudado por uma desconhecida a fita como se ali encontrasse um anjo salvador.
Melissa coloca o braço do homem envolta de seu pescoço e utilizando toda a sua força o ajuda a se levantar. Apesar de ser franzina a bailarina consegue levantar ele do chão e o auxilia no caminhar.
O homem perplexo por garota bela estar a lhe ajudar apenas a observa sem questionar. Poucos passos depois os dois entram no prédio sem que o porteiro os vejam.
- Aí... Se esforça só um pouquinho mais aí.... você é muito pesado...e eu sou fraquinha....tá faltando pouco pra gente chegar....- Mel fala ofegante já cansada de seu esforço físico
O homem já tropeçando em seus próprios pés se esforça a pedido de Mel. Eles com muita dificuldade começam a subir as escadas se batendo nas paredes e lentamente pisando nos degraus com um pé de cada vez.
Eles então conseguem chegar no 3° andar onde está o apartamento de Mel. A jovem abre a porta e finalmente eles entram. O homem fraco, por ter perdido muito sangue fica com sua visão escurecida e acaba desmaiando. A bailarina não aguenta o peso dele e sem conseguir o segurar o deixa mesmo sem querer cair no chão.
- Nãooooo! - Mel fala aflita com as mãos na cabeça olhando para o desconhecido caído no chão de sua sala
Melissa mais do que aflita joga a sua mochila para longe e de joelho se joga no chão. A jovem com medo do homem ter morrido ali em seu apartamento coloca seu dedo no nariz do desconhecido para saber se ele ainda está vivo.
Ela sente a respiração dele fraca e depois fecha os olhos se sentindo aliviada. Depois de saber que ele apenas se encontra desmaiado Mel pensa no próximo passo.
A bailarina olha ao seu redor e percebe que a mulher com quem divide o apartamento não esta. Sozinha naquele momento, ela se vê sem muitas alternativas. A jovem se posiciona atrás do homem e coloca seus braços debaixo das axilas dele. Ela então utilizando toda a sua força e o arrasta até a sua cama.
- OW homem pesado, parece ter uma tonelada!- Fala Mel com a voz embargada por conta do enorme esforço que faz
Mel começa a sentir muita dor em suas costas, mas não desiste. A bela com muita dificuldade o coloca em sua cama. Com sua respiração ofegante ela retira os sapatos dele e o ajeita no centro do colchão.
A bailarina cansada solta o ar pela boca. Ela olha para o homem desacordado deitado em sua cama pensativa. A bela coloca seus fios de cabelo soltos de seu coque atrás da orelha.
Mel naquele momento se martiriza e se arrepende por não ter escutado ele, não ter chamado uma ambulância e o ter levado para seu apartamento.
- Sua vida tá boa demais né Mel ? você queria um pouco de confusão e ação.... Pois toma aí.... Se esse homem morrer aqui na sua cama você vai ser a culpada e vai ser presa pela polícia....aí Tchau ballet, tchau espetáculos, tchau sonhos e esforços... - Mel fala consigo mesmo em um tom nervoso
Melissa ainda olhando para o homem percebe que a roupa dele está bastante ensanguentada. Ela acaba temendo o pior acontecer. A bailarina passa a mão em seu rosto e o esfrega. Como não tem mais volta vai pegar o kit de primeiros socorros.
- Aí meu pai, não deixa ele morrer aqui não! .... o que eu tô fazendo? O que deu em mim? Eu procurei e encontrei sarna pra me coçar. - Mel diz consigo mesma ao colocar o kit de primeiros socorros na cama.
Melissa apesar de nunca ter ficado a sós com um homem que não fosse seu pai começa a despir o desconhecido. Ela retira o terno dele e em seguida a camisa o deixando assim somente de calça.
Mais do que nervosa por vergonha um homem "pelado" da cintura para cima. A bailarina apesar de estar desconcertada com tudo não deixa de perceber o quanto aquele homem é forte, musculoso e bonito. Mel percorre com seu olhar o peitoral definido, o braço com uma "saboneteira" de tão grande, a barriga cheia de "gominhos"..
- Foco melissa... foco! O homem tá morrendo e você aí de olho no que não deve....Vai cuidar do ferimento!- Mel se repreende em voz alta e mais que depressa abre a caixa de primeiros socorros para iniciar os cuidados.
Mel pega soro e gases para limpar o ferimento na barriga dele. Ao perceber que ali não cessa de sangrar percebe que irá ter que pontear. A bailarina não é médica, mas seu pai que é, acabou lhe ensinando muitas coisas a contra gosto dela mesma.
A bailarina corre atrás de agulha e linha e após encontrar joga álcool nos utensílios para em seguida começar a costurar.
- É, até que o desmaio caiu em uma boa hora.... não ia conseguir fazer isso com você acordado e gritando e dor...- Diz Mel costurando a barriga do homem com seus olhos fixos no ferimento
Depois de limpar, costurar e de fazer um curativo no ferimento a bailarina olha novamente para o homem e percebe ele ruborizado.
Melissa pega na testa dele e sente o quanto ele está quente. Rapidamente ela vai até a cozinha pega um copo com água e um comprimido que é anti-inflamatório, analgésico e antitérmico.
- Moço...moço.... Acorda... OW moço ajuda também...Toma esse remédio.. Acorda...- Mel fala dando tapinhas no rosto do homem e por um breve ele momento abre uma brecha de seus olhos
Mel abre a boca do homem coloca o comprimido dentro. Ela o faz engolir o medicamento e ele volta a fechar os olhos.
- 23 horas! Agora o outro comprimido só 5 da manhã !- Diz Mel consigo mesma ao olhar para as horas em seu celular.
Melissa mais uma vez olha para o homem parcialmente despido em sua cama. A jovem suspira, mas logo em seguida balança a cabeça na tentativa de afastar pensamentos ruins. Ela vai até a sua cômoda, pega uma manta limpa e o cobre.
Mel vai para o banheiro e tranca a porta. Ela se olha e visualiza sua roupa toda suja de sangue. Mais que depressa ela retira suas peças e entra debaixo do chuveiro.
Cansada e exausta a bailarina se sente um "caco de vidro quebrado e estraçalhado". Além de ter ido a seu limite no ensaio na academia de dança ainda fez um grande esforço levando desconhecido baleado para sua casa.
Mel passa um bom tempo debaixo da água gelada. Aquilo faz seus seu corpo se recompor e alivia suas dores. Ao terminar de se banhar ela sai dali vestida em um roupão.
A jovem mais uma vez fixa seus olhos no homem desacordado e o observa. O desconhecido mesmo desmaiado tem um ar misterioso eu intimidador e sedutor.
Até dormindo não se pode negar o quanto ele é extremamente bonito. A bailarina intimidada com a situação se senta na cama de sua colega e se põe a pensar. Mel roe umas unhas nervosa com medo do que pode acontecer se ele não acordar e também se ele acordar.
A bela balança sua cabeça na tentativa de afastar pensamentos nada bons e desvia seu olhar dele no intuito de não pensar mais na "besteira" que fez. Ela vai arruma a cama de sua colega de quarto, a mulher que dividi o apartamento e como ela não está, Mel deita ali no colchão dela.
- Ah! Dos dias em que a Patrícia sumiu esse caiu como um presente.... Minhas costas estão me matando, não conseguiria dormir no sofá nem que quisesse....- Diz Mel se aconchegando no travesseiro e logo caindo no sono.
A noite passa rápido e Mel ao sentir os primeiros raios solares bater em seu rosto desperta. A jovem acorda assustada e se levanta olhando para sua cama.
Ao visualizar o homem desconhecido ainda dormindo ela se dá conta de que o que viveu foi realidade e não fantasia de sua cabeça. A bailarina fecha os olhos e suspira com temor da situação em que ela mesma se colocou.
Mel olha para a mesinha de cabeceira onde há um rádio relógio. Ao ver as horas ela percebe que perdeu a hora do remédio do desconhecido. A bela se levanta para ir ao banheiro fazer sua higiene e se vestir.
Enquanto escova seus dentes a jovem escuta um barulho em seu quarto. Intrigada e nervosa pensando ser o homem que levou para casa ela aproxima o seu ouvido na porta na intensão de ouvir o que se passa do lado de fora.
Mel não sabe se o homem acordou e isso a deixa em pleno sentimento de pavor. A bela nervosa fica em um dilema interno sem saber se abre aporta ou se continua ali dentro.
- Mel sua saf@da! Sai daí que eu preciso entrar!- Diz Patrícia a mulher que com ela dividi o apartamento
- Patrícia?- Mel indaga ainda meio que desconfiada sem saber o que pode encontrar fora do banheiro
- Não a rainha morta da Inglaterra! Abre essa porta ow princesa sem reino!- Responde Patrícia irritada
Melissa que já está vestida abre a porta e sai. Patrícia que nem de longe é sua amiga a olha irritada.
- A noite foi boa com o gosto@o né?! Finalmente a santinha quebrou o lacre e deixou de ser virgem !- Fala Patrícia alto entrando no banheiro!
- Shiiiii....vai acordar ele! e não, eu não tive noite nenhuma com ele....e... e mais respeito comigo! ...- Mel repreende a fala de Patrícia. Mas tímida, diz o final da frase bem baixinho. Ela com medo do homem ter escutado Patricia se vira e olha para sua cama para ver se o mesmo acordou com a gritaria de sua colega.
- Ah! Qual é?! Ele tá na sua cama mulher!- Patrícia diz sem acreditar em Mel.
- É ele tá na minha cama, mas não é pelo motivo que está pensando.... Eu o encontrei ferido na rua e o trouxe pra cá pra cuidar dele!- Mel se explica e Patrícia dentro do banheiro com a porta aberta franzi sua testa ainda escovando os dentes.
- Como é aí a história?- Patrícia cospe o creme dental na pia e incrédula indaga
Melissa explica o que aconteceu para Patrícia que escuta tudo de boca aberta sem acreditar.
- Tá bom! OW boa samaritana... E se ele for um bandido? Um serial killer?- Patrícia faz conjecturas ao sair do banheiro e apontando para o homem que está ainda de olhos fechados deitado na cama
- Ah! É... Acho que não....ele, ele usa terno, deve ser um empresário, advogado, contador...Ah! Sei lá...- responde Mel em Pânico por dentro do mas sem transparecer o grande medo que começou a sentir depois de ouvir a hipótese de Patrícia
- Tu nem sabe o nome dele como vai saber se ele é uma pessoa boa? - Patrícia fala olhando para Mel
Patrícia solta o ar pela boca e brava vai até o terno do desconhecido que está dobrado em cima da poltrona ao lado da cama. Ela coloca a mãos nos bolsos a procura da carteira do homem. A mulher que tem 24 anos que é bastante "vivida" e destemida acaba encontrando a carteira dele.
Ao pegar ela levanta e balança mostrando para balirarina como se fosse um troféu. Patrícia com um sorriso vitorioso em seu rosto abre a carteira e de lá puxa a identidade do desconhecido.
- Henri Romano, imigrante, italiano, 30 anos e pela foto 3/4 dele .... Hum! o gatão é um pedaço de mal caminho....kkk- Patrícia diz com a carteira de identidade do homem em suas mãos e depois morde o lábio inferior
- O nome dele é Henri? - Mel indaga curiosa se aproxima e olha para o homem em sua cama. A bailarina em seguida volta o seu olhar para Patrícia que com seu sorriso malicioso apenas confirma balançando sua cabeça
Patrícia depois de olhar a identidade do homem e descobrir o nome dele volta a mexer na carteira e observa o quanto ele tem em dinheiro.
- Ei, não ! Para! não mexe mais na carteira dele....Já sabemos o nome do homem...- Mel pede para Patrícia que ignora e continua mexendo na carteira do homem
- AFF! Dá nojo .... Você é certinha demais ou burra demais! Nem tocou na carteira dele pra saber quem ele é..... Ui...cartão Black! Cédulas de dólares! Aí papai....eu vou peg ....- Patrícia fala ao ver o quanto de dinheiro Henri tem, mas antes de terminar a frase Mel mais ágil arranca a carteira de Henri das mãos de sua colega
- Você não vai pegar nada e nem mexer mais nas coisas do Henri!- Mel diz autoritária segurando firme a carteira de Henri em sua mãos
- Ui! Ficou zangadinha... Deixa de ser boba e ingênua pega pelo menos as cédulas de dinheiro como pagamento pelo o que tu tá fazendo!- Fala alto Patrícia irritada
- Não! Eu não sou ladra... E nem quero o dinheiro dele.... Deve ser por isso que feriram ele.... Provavelmente tentaram roubar e ele deve ter reagido e por isso atiraram!- Mel formula uma hipótese
- Diz a santinha virgemzinha e boa samaritana.... Ah! me poupe! Deveria aproveitar e arrancar uma grana do ricasso! Quer saber? Eu vou é pegar minhas coisas pra vazar logo daqui....- Patrícia fala caminhando em direção a sua cômoda
- Espera...você vai viajar e me deixar sozinha aqui com ele?- Mel interroga nervosa
- T.V- TE VIRA ! Tu trouxe pra cá tu então cuida! Que foi? Ficou com medo de ficar sozinha com ele? O máximo que pode acontecer é ele te c@mer.... E agora olhando bem assim pra ele... até que não seria de um todo ruim....kkkk- Patrícia fala alto sem o mínimo de pudor depois de se aproximar bastante de Henri e o olhar fixamente
- Shiiii! Fala baixo...vai acabar acordando o Henri!- Mel novamente repreende Patrícia e olha para Henri para saber se acordou
- iiii apesar do medo dele tá toda toda falando o nome do gatão belo adormecido ali... Será que temos um vencedor ? O bailarino Guto se deu mal afinal?... Vai deixar ele te pegar?- Patrícia sai de perto de Henri e volta para próximo de sua bolsa de viagem. Ela pergunta depois de colocar algumas poucas peças de roupas em sua sacola de viagem
- pra...pra onde você vai? Vai ficar quanto tempo fora?-Mel desconversa
- Me responde primeiro.... Já que não tá namorando o Guto e nem ficando com o Paulo o porteiro.... Me diz ...Gostou do boyzão ai? abriria as pernas pra ele?- Patrícia maliciosamente interroga
- Que tipo de pergunta é essa? Eu não sou dessas não e você sabe disso...AFF! Parece que só pensa em sex@!- Mel fala e cruza seus braços chateada com a colega
- Sex@ é bom e você deveria fazer...tem um monte de homem gato atrás de ti e tu esnobando.... É por isso que é assim sem sal e sem graça... Deveria relaxar e goz@r...ARG! Nem ao menos tu te toca e se masturb@, por causa disso é tão chata ! - Patrícia diz em um tom ríspido e mel se encolhe. Ela abaixa a cabeça envergonhada
-não quer responder minha pergunta então não responde ora! Vá fazer o que pretende e me deixe em paz!- Mel diz constrangida com um tom de voz baixo
- Viu...viu... É por essas e outras que tu não me desse a garganta.... até nessas horas tu é a ingênua Santina que nem xinga! Só divido meu apartamento com você porque eu preciso da grana!- Patrícia solta raivosa
- Eu não gosto de falar palavrão... Eu nem sei! - Mel diz tímida e envergonhada
- Não sabe? Rá rá rá rá! Então vamos lá... P@rra! Put@ que p@riu! ......- Patrícia começa a falar inúmeros palavrões e Mel fica de boca aberta com os olhos arregalados
- Por que tá fazendo isso ? Se não quer ser minha amiga, pelo menos me respeite... É o mínimo já que convivemos juntas aqui!- Mel diz indignada
- Não suporto patricinhas como você! Sonhadoras, cheias de não me toque... Tem tudo o que quer e quando quer! - Patrícia destila seu veneno em forma de frase
- Na verdade o que você não suporta é a sua frustração.... Eu não tenho culpa se você não conseguiu manter a sua bolsa de estudos na escola de dança e foi expulsa de lá por causa das suas farras e bebedeiras! Eu não tenho tudo o que quero na hora que quero! Eu batalho e me esforço muito para conseguir e continuar onde estou hoje! Você sabe muito bem disso e nesses 2 anos que moro aqui, você acabou conhecendo minha história! Eu não sou nem de longe patricinha.... Onde é mesmo que uma Patrícinha é expulsa de casa pelo próprio pai por querer dançar e realizar seu sonho? - Mel fala revoltada com as palavras de sua colega que sem mais argumentos Patrícia escuta tudo de cabeça baixa e calada
- Olha Mel a partir de hoje faz um grande favor pra mim?Não me dirige mais a palavra! - Patrícia solta zangada
- Será um enorme prazer!- Mel mesmo com tudo rebate olhando para Patrícia com um semblante neutro e com os braços cruzados
Mel coloca de volta a carteira de Henri no bolso do terno dele. A bailarina se aproxima da cama e senta. Ela olha para o homem que ainda está com seus olhos fechados e ajeita a manta dele. Em seguida a jovem coloca a mão na testa de Henri para saber se ainda está com febre.
Patrícia irada pega sua sacola de roupas e irritada caminha batendo os pés. A mulher sai fechando a porta com força. Mel dá um pequeno pulo com o susto do barulho da porta fechando.
- Eu me coloco em cada situação meu pai....Só eu mesmo e mais ninguém... Acho que quando morrer eu vou subir direto pro céu e sem fazer curva, só pelo fato de te conseguido aturar esse tempo todo essa daí! AFF! .... Se eu tivesse encontrado um outro lugar barato para morar eu já tinha ido embora daqui.... OW energia ruim !-Mel resmunga olhando para porta
- aí !Tomara que você não seja um serial killer! você não é não né? E se for não vai me matar não né? Eu te ajudei.... Ahh! Mais Você é muito bonito pra ser um homem ruim...E pelo que pude ver não tem tatuagem.... deve ser um homem direito ....parece ser um empresário .... Esse terno então deve valer mais que esse apartamento!- Mel fala sozinha olhando fixamente para Henri que está de olhos fechados
- Ah! Agora somos só nos dois aqui... Mais não se preocupe eu vou continuar a cuidar de você e não vou te roubar .....kkk e nem deixar ninguém te roubar...kkkk Ainda está com febre... Eu vou na farmácia rapidinho comprar o seu remédio e já volto!- Mel diz baixinho retirando os fios de cabelo da testa de Henri que ainda se encontra de olhos fechados
Mel se levanta da cama pega a sua bolsa e abre a sua carteira para saber o quanto em dinheiro ainda possui.
- Hum! Não tenho dinheiro aqui....Ah! O cartão....- Mel diz consigo mesma e em seguida pega seu celular e abre o aplicativo para visualizar o quanto tem de crédito
- Ah! Ainda tenho R$ 100 reais... Dá pra comprar o remédio e umas coisas pra mim na farmácia !- Mel diz empolgada e faz a dancinha da vitória de costas para cama onde se encontra Henri.
- Volto já Henri... bluf! Eu sou burra mesmo.... Kkkk ele nem está me escutando e eu aqui falando... Mel ele tá dormindo! Dã!- Mel diz e rir de si mesmo
Mel coloca uma poucos fios de seus cabelos que estão em seu rosto atrás da orelha e ainda sorrindo de si mesmo sai dali em direção a farmácia. No apartamento, dentro do quarto Henri abre os seus olhos verdes.
A bailarina desce as escadas tranquilamente e ao chegar na portaria cumprimenta o porteiro.
- Bom dia Paulo! - Diz Mel sorridente apesar do embate que teve com sua colega
- Bom dia Mel! Seu sorriso mais que irradia e ilumina o meu dia!- Paulo galanteador diz sorrindo de volta para Mel
- Tchau Paulo!- Mel não dá brecha e simplesmente ignora o flerte de Paulo o jovem porteiro.
- Mel! A Patrícia foi viajar? Eu vi ela saindo com uma sacola...- Paulo curioso e com segundas intenções pergunta
- Sinceramente Paulo eu não sei... daquela ali eu quero é me manter distante! - Mel responde e sai do prédio deixando Paulo com um sorriso de lábios fechados e um certo ar malicioso
- Ah! Mel, Mel....ainda vou provar do Mel!- Paulo diz consigo mesmo em um tom de voz baixo
Mel caminha em direção a farmácia que fica a duas quadras de seu prédio.
A jovem rapidamente chega e ela que já e cliente frequente bastante conhecida logo é atendida pelo farmacêutico.
- Bom dia Mel! O que deseja hoje?- Pergunta Diego o jovem farmacêutico
- Bom dia Diego eu vim comprar um comprimido que seja analgésico, antitérmico e anti-inflamatório- Mel diz e rapidamente o farmacêutico pega para a bela.
- Tá na mão! Algo mais? Não espera...eu já sei...pomada para hemorróida ....kkkk - Diego o farmacêutico sorridente
- Você me conhece tão bem....kkkk - Mel diz sorrindo e Diego entrega a pomada para a bela
- Sério, eu sou farmacêutico, mas nunca imaginei, nunca deduzi que pomada para hemorróida é bom para os pés exaustos de uma bailarina tão talentosa como você!- Diego diz com um tom de voz cortês e gentil
- Porque ela é analgésica e antiinflamatória.... Você sabe, deixa de ser modesto! Obrigada Diego, vou indo!- Mel diz e sai para pagar sua compra no caixa
Diego o farmacêutico é um dos muitos admiradores de Mel. A bailarina ingênua não percebe o quanto faz sucesso entre os homens. Por onde passa seu ar angelical, sua educação e seu sorriso cativa e Fascina.
Mel volta para o seu prédio e sem querer ter muito papo com Paulo passa rápido pela portaria. Ao entrar em seu apartamento ela logo vai até seu quarto ver como Henri está.
- Ah! Ele ainda dorme ... Tomara que se recupere logo e acorde.... Vou pegar um copo de água para dar o remédio a ele!- Mel diz consigo ao tocar na testa dele e verificar mais uma vez como está a febre
Mel deixa a sacola com o remédio na mesinha ao lado de sua cama junto com sua bolsa. Ela sai em direção a cozinha e Henri mais uma vez abre os olhos.
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