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Pecados No Paraíso

Encontro Inesperado

Retornando da Rússia, sentia-me exausta. A ideia de ir beber um café na Abigail, contudo, me deu um leve ânimo para não ir diretamente para casa. George já me esperava no aeroporto junto de meus seguranças, já que, antes de partir, eu havia expressado o desejo de não esperar um segundo sequer no aeroporto.

— Se me permite dizer, senhora, a senhora parece exausta.

— Estou, George, mas consegui resolver tudo.

— Que bom. Lamento por não ter ido.

— Não foi por sua causa, não se preocupe com isso. E neste momento, só consigo pensar em tomar um café.

— Imaginei que a senhora precisaria disso, então avisei Abigail que a senhora retornaria hoje. Ela informou todas as funcionárias do café.

— Espero não ter nenhum estresse hoje. Estou cansada demais para isso.

Durante o trajeto até a cafeteria de Abigail, contei a George, com mais detalhes, sobre os acontecimentos da viagem, já que foi uma emergência e não tínhamos muitas informações sobre a situação até minha chegada.

Ao chegar à cafeteria, lembrei-me do motivo pelo qual ajudei Abigail a seguir com a ideia do negócio. A cafeteria sempre teve um charme especial, com suas prateleiras repletas de grãos de café de todas as partes do mundo e um aroma encantador que dominava o ambiente. Abigail não estava, mas ela havia avisado que uma menina, Afrodite, me atenderia, e que tinha sido bem treinada para isso. A presença de Afrodite era imediatamente notável. Com seus cabelos dourados e cacheados caindo livremente sobre os ombros e um sorriso que parecia iluminar a sala, seus olhos brilhavam com promessas de mistérios não revelados, tão azuis quanto o mar mais profundo deste mundo. Havia algo nela que me atraía de forma inexplicável, ainda assim, mantive-me distante, escondendo minhas emoções sob uma camada de indiferença.

— Boa tarde, senhora. Sou Afrodite. Estarei à sua disposição hoje, por ordens da minha gerente, Abigail.

Nesse momento, George, percebendo meu silêncio, tomou a frente para fazer o pedido, conhecendo bem a minha relutância em interagir com estranhos.

— Boa tarde. Por favor, se dirija a mim a partir de agora.

-Perfeitamente senhor, farei isso. O que gostariam de pedir?

-Um expresso e um mocaccino de canela com avelã.

— Certo, desejam algum acompanhamento? Hoje temos torta de frutas vermelhas, com uma especialidade da casa, massa feita de conhaque.

— Apenas um, por favor. E traga uma água com gás também, só para ela.

— Imediatamente. Trarei seu pedido em breve.

— Obrigado.

Assim que Afrodite se afastou para preparar o pedido, virei-me para George com uma pergunta que me queimava por dentro.

— Quem é ela? — perguntei, referindo-me a Afrodite assim que ela se afastou.

— Não sei muitos detalhes, mas lembro de Abigail mencionar que havia contratado uma nova garota, descrita como obediente, dedicada e de uma beleza inexplicável.

— Descubra tudo sobre ela. Até o fim do dia — ordenei, com uma firmeza que deixava pouco espaço para dúvidas.

George assentiu com um sorriso travesso, compreendendo a tarefa.

Enquanto esperávamos, meus olhos se fixaram em Afrodite, observando cada um de seus movimentos com uma intensidade que raramente permitia a mim mesma. O que havia nela que tanto me afetava?

Quando ela retornou, trazendo nossos pedidos com um sorriso que poderia derreter corações, um calor inesperado me invadiu, embora eu me mantivesse impassível.

Por que Afrodite, dentre todas as pessoas, havia capturado minha atenção de tal forma? Não suporto este sentimento, já o senti antes, e foi uma experiência da qual não desejo me recordar. Preciso ver meu pai imediatamente para que ele me ajude a por a cabeça no lugar.

— George, vamos.

— Mas a senhora nem tocou em seu café.

— Precisamos ir agora. Pague e deixe a gorjeta. Vamos para a casa do meu pai.

Com um suspiro resignado, questionei-me sobre a repentina aceleração em meu peito ao deixar o local.

Chegando à casa de meu pai, fui informada pelos seus seguranças de que ele havia saído para resolver alguns assuntos relacionados à exportação de armas do Paquistão, conforme eu havia pedido como favor já que estava fora.

— George, preciso de um remédio. Não estou bem; vou deitar um pouco no quarto de meu pai até ele chegar.

— Claro, vou encontrar algo que possa ajudar.

Estes sentimentos que vieram quando vi aquela menina me trouxeram recordações de um passado que eu tinha tentado esquecer. Não poderia permitir que o mesmo erro acontecesse novamente, não poderia permitir esses sentimentos de novo.

— George, mudei de ideia.

— Sobre o quê? Aqui está seu remédio.

— Sobre o que pedi mais cedo, quero saber quem ela é, imediatamente.

— Entendido, farei isso enquanto aguarda por seu pai.

Concordei, ansiando por algum repouso. Meu pai certamente demoraria, dada a complexidade de seus negócios.

Não podia ser verdade que uma breve interação havia desencadeado tamanha turbulência emocional, eu não consigo explicar ou expressar de uma forma certa, mas independentemente do que sentia, estava decidida que, desta vez, as coisas aconteceriam diferente.

Perspectivas cruzadas

O despertador soou, interrompendo um sono leve e agitado. Nesse dia, a rotina matinal era permeada por uma ansiedade incomum. Enquanto me preparava, os conselhos de Abigail ressoavam em minha mente: "Lilith é especial. Trate-a com o máximo respeito, mas mantenha distância emocional." Esse aviso parecia peculiar, considerando minha clara orientação, tudo bem, eu não me sentia cem por cento confortável, mas mesmo assim. Abigail enfatizou tanto o magnetismo de Lilith que despertou minha curiosidade antecipada.

Ao chegar na cafeteria, o ambiente familiar estava impregnado com o aroma reconfortante do café fresco. Abigail, sempre direta, reiterou suas instruções, enfatizando: "Sem flertes, independente da atração que possa sentir." Confirmei com um aceno, perplexa com a ênfase, mas me sentindo preparada para qualquer eventualidade.

A manhã transcorreu em um turbilhão de tarefas habituais. Quando Abigail anunciou que precisava resolver assuntos externos relacionados ao café e mencionou a iminente chegada de Lilith, meu coração acelerou de maneira inexplicável. Minha pausa foi surpreendentemente curta, e retornei ao salão principal, antecipando o encontro.

E então, Lilith apareceu.

Sua presença dominou o espaço, carregada de uma força invisível. Lilith transcendia a descrição feita por Abigail. Sua estatura alta, postura confiante e uma beleza atemporal me capturaram. Seus olhos escuros e avermelhados examinavam tudo com intensidade, enquanto seus cabelos negros, lisos e longos a emoldurava em mistério e poder. Ao cruzarmos olhares, senti uma mudança interna, uma conexão inexplorada, o reconhecimento silencioso entre duas almas até então desconhecidas.

Me aproximei para atendê-la, seguindo rigorosamente as orientações de Abigail, embora meu coração pulsasse erraticamente.

— Boa tarde, senhora. Sou Afrodite. Estarei à sua disposição hoje, por ordens da minha gerente, Abigail.

— Boa tarde. Por favor, se dirija a mim a partir de agora.

-Perfeitamente senhor, farei isso. O que gostariam de pedir?

-Um expresso e um mocaccino de canela com avelã.

— Certo, desejam algum acompanhamento? Hoje temos torta de frutas vermelhas, com uma especialidade da casa: massa feita de conhaque.

— Apenas um, por favor. E traga uma água com gás também, só para ela.

— Imediatamente. Trarei seu pedido em breve.

— Obrigado.

Agradeceu com um aceno, marcando um início de atendimento mais fluido do que antecipava, embora eu sentisse Lilith observando. Sua presença era magnética, capturando minha atenção frequentemente, tentando desvendar os mistérios por trás de seus olhares enigmáticos.

Quando retornei ao balcão, após atender outros clientes, percebi que Lilith havia partido. Minha colega, July, informou que um homem e uma mulher magnífica haviam deixado uma gorjeta em reconhecimento ao meu atendimento. "600 nocturnas," ela disse, refletindo sobre a generosidade inusitada. Katy, outra colega, esclareceu que Lilith era uma das benfeitoras do café, revelando a importância de sua presença.

-Isso é verdade Katy?

-Sim July, ela fez com que a gerente não fechasse o café.

-Nem imaginei...

-Acho que é por isso que ela me deu essa gorjeta então.

-Sim, mas eu nunca vi um valor tão alto, mesmo vindo dela.

-Que isso, Afrodite arranjando corações.

-Pare de bobeira July e volte a trabalhar.

-Afrodite, ela está sendo malvada comigo.

-Não faça esse bico, ela está certa. Vamos voltar.

Quando ia me virar para levar o pedido até a mesa, Katy interrompe o início de meus próximos pensamentos.

-Cuidado Afrodite, está mulher é perigosa.

-Fique tranquila, eu nem gosto de mulheres desse jeito...

-Sei, quero ver se Bia vai concordar com isso da próxima vez que visitar.

-Quando se tornaram amigas?

-Quando decidimos que vamos cuidar de você.

-Vocês estão pelas minhas costas?!

-Não fazemos nada além de cuidar de uma pessoa importante para nós, agora volte ao trabalho. E não esqueça, cuidado, tanto com ela, quanto com a gerente.

-A gerente?

-Sim, ela é boa, mas são amigas. Não podemos confiar.

-Pare de pensamentos inúteis Katy, vamos voltar a trabalhar.

Depois disso o dia seguiu, e eu trabalhei com a mente ocupada pelo breve encontro e pelo que Katy havia me falado, já que ela estava séria e não é o tipo de pessoa que fala coisas assim apenas por brincadeira.

Já ao término do turno, relatei tudo a Abigail, que logo depois me entregou meu pagamento do dia e me dispensou. Enquanto retornava para casa, refletia sobre a experiência, gratificada pela gorjeta.

Revelações e consequências

*Este capítulo contém pequenas cenas brutas e é de responsabilidade do leitor continuar*

Enquanto repousava na cama de meu pai. A tranquilidade foi interrompida pelo som de vozes familiares do lado de fora do quarto. George explicava a situação para meu pai, descrevendo rapidamente os eventos na cafeteria que nos levaram até ali. Meu pai entrou com cautela, seu rosto expressando preocupação enquanto se aproximava de mim.

-Sinto muito te acordar, filha. Como está se sentindo?

Ele perguntou, com sua voz suave e acolhedora, que ele reservava apenas para mim.

Abri os olhos lentamente, piscando contra a luz do quarto. Ainda me sentia um pouco atordoada por ter acabado de acordar e pelos sentimentos que vieram à tona depois de ver Afrodite. Mas meu pai, como sempre, estava ali...

-Pai, aqueles sentimentos voltaram à tona, _eu disse, olhando para ele com sinceridade._

-Quais?

_Ele perguntou com preocupação._

-Os sentimentos que tive quando a conheci, os primeiros sentimentos.

-Então faremos de um jeito diferente desta vez. Faremos de um jeito que nada de errado aconteça com você, minha princesa. Já que está nítido que já está interessada.

-Como? Eu confiei, a deixei entrar em minha casa da última vez, dei tudo que uma mulher poderia querer e... Deu naquele incidente. Como vou fazer diferente?

-Por enquanto, falarei com Abigail para deixar dois guardas na cafeteria. Eles irão observá-la e seguirão discretamente por alguns dias. Você, por outro lado, continue indo e relaxando como sempre fez.

-Não quero amar novamente, não desta forma, não como antes.

-Vamos tomar cuidado desta vez, mas uma filha minha sempre terá o que quer, e quem ela quer.

-Obrigada, pai.

Conversamos mais um pouco, e mencionei sobre George ter iniciado uma investigação sobre Afrodite. Meu pai assentiu com compreensão.

-Você fez bem em dar a ordem. Temos que ter cautela e descobrir quem ela é antes de agir.

-Estou prevenindo, o que deveria ter feito da última vez.

Antes que pudéssemos continuar com a conversa, George interrompeu com uma notícia.

-Senhora, perdão por intervir.

-É sobre o que mandei fazer?

-Não, é outro assunto.

-O que é tão importante, George? Lilith não está bem, está incomodando por quê?

-Peço perdão, mas senhora, conseguimos pegar o suspeito que estava tentando vender informações suas. Já o prenderam e estão à sua espera.

-Quer que eu vá, Lilith?

-Não, pai, acho que espancar alguém me ajudará a acalmar.

-Irei junto, para apoiar.

-Fale a verdade, você quer se divertir.

Sou velho, mas ainda estou em forma, _ele disse rindo._ Vamos?

-Vamos, George, nós iremos em meu carro.

-Como quiser, senhora, _ele diz se curvando ao sairmos do quarto._

Nos dirigimos ao local onde o homem estava detido. Enquanto ele estava amarrado e indefeso diante de nós, uma fúria fria tomou conta de mim.

-Quem te mandou fazer isso?

_ Perguntei com voz baixa, mas carregada de frieza._

-Não vou falar! _Ele respondeu com arrogância._

Então apenas o espanco um pouco para começar a diversão.

-Fale, ou os socos se tornarão algo mais doloroso.

-Sua desgraçada! Você acha que é fodona só por isso! Eu não vou...!

Antes que ele terminasse, meu pai o socou tão forte que ele caiu no chão. Logo em seguida, um dos seguranças entregou um alicate para ele, e daí eu já sabia o que iria acontecer.

-Chame minha filha de desgraçada mais uma vez, se você é homem.

_ meu pai disse com sua voz firme._

"Tal pai, tal filha! Ela é uma puta! Uma desgraça!" Ele gritou.

"1... 2... 3... 4... 5... _meu pai contava enquanto ele se contorcia a cada dente arrancado_ Acho que é o suficiente por enquanto. Responda o que minha filha perguntou.

-Sehola... Fo ea, senola... (Senhora... foi ela senhora...)

-Ela quem?

-Ea senola, a imã dla. (Ela senhora, a irmã dela)

-Você é um filho da puta mesmo. Responda logo, me diga o nome! Ou quer ver alguma coisa a mais sendo arrancada?

-Amaxtcia. (Anastacia)

Congelei por um breve momento, meu pai demorou um pouco para se recordar, mas assim que se lembrou, acabou com a vida daquele homem em dois segundos com um tiro perfeito em sua cabeça.

-Vamos. Limpem tudo.

-Imediatamente senhor!

-Venha, filha, vamos embora.

Segui meu pai, ao escutar sua voz de longe falando para irmos embora. Não estava em perfeito estado. Aquele dia já estava sendo ruim demais, e agora, descubro que Anastacia, a irmã de minha ex-namorada, estava atrás de mim novamente.

Aquilo já havia me ocorrido, mas nunca a encontramos, e agora cá estamos. Passarei por tudo isso de novo.

Voltando para casa, me encontrei meio perdida, mas meu pai estava ali, ao meu lado. E como sempre, ele me acalmou. Senti que ele estava tenso, mas ele apenas me deu atenção.

-Vai ficar tudo bem, pai. Relaxe. _Falei na esperança de deixá-lo menos tenso_

-Esta será a última vez. Matarei ela com minhas próprias mãos.

-Antes faremos ela sofrer.

-Faremos, igual elas fizeram com você.

-Faremos pior.

-Sempre, já que isso deixará minha pequena feliz.

-Obrigada, pai.

-Você não mudou nada desde pequena, sempre bruta e fria para os outros, mas sempre carinhosa e dengosa com seu pai. Sua mãe me mataria se estivesse aqui.

-Por que?

-Ela dizia que sua filha iria se tornar uma princesa, e não mataria ninguém. Não te criei da forma que ela queria. Mesmo sabendo que ela está orgulhosa da mulher que se tornou, ela estaria brigando comigo até hoje.

-Tenho certeza que sim. Minha mãe sabia como te colocar no lugar.

-Eu tinha medo e admiração por aquela mulher.

-Ela deveria ser uma mulher incrível.

-Sim, ela era. E Lilith, você não é diferente, mesmo ela querendo uma princesa, sua mãe era capaz de matar qualquer um que entrasse em seu caminho.

-Então não pode brigar com você pai. _Falei rindo _

-Tem razão. _respondeu ele mais relaxado, ao perceber que estava mais tranquila._

-Eu amo você papai.

"Eu amo você, minha pequena.

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