Buenos Aires, Argentina
Há dois anos,
Rosa é uma mulher muda que mora sozinha em sua casa de dois andares, ela vive de uma pensão que herdou de seu pai militar,
Filha única e de muito dinheiro, mas com uma vida humilde e simples,
Os vizinhos gostam muito dela, ela é muito especial, cuida de todos e a toda hora,
Ela recebeu a notícia de que os vizinhos da casa ao lado venderam a casa,
Ela ainda não sabe quem comprou,
Ela espera que sejam boas pessoas como seus vizinhos anteriores.
- Vou sentir saudades deles\, pensa Rosa com tristeza
Dois dias depois,
Um carro esportivo preto se aproxima lentamente da casa,
Ele estaciona na garagem da casa ao lado e duas pessoas descem,
Primeiro uma mulher morena muito bonita, elegante, de óculos escuros,
E depois um homem careca e barrigudo, que Rosa não gostou quando o viu, seu rosto frio e olhos puxados, ocultos atrás de óculos escuros, fizeram Rosa se arrepiar,
- Eu não gosto dele\, espero que sejam bons vizinhos\, mas ele tem algo...\, não sei\, talvez eu esteja errada\,
Ela fecha a cortina e continua a fazer suas tarefas domésticas,
Mas um homem a viu na janela e esse homem é Robert Choó, ele sorri maliciosamente,
- As bruxas já estão saindo\, querida
- Do que você está falando\, Ro?\, não estou vendo ninguém aqui\,
Robert sorri novamente e pensa,
- Com você já são duas bruxas\,
Bem, vou ter que comprar duas vassouras para que vocês voem para longe daqui, então ele ri de sua própria piada,
Ambos tiram suas malas,
do porta-malas do carro, sua bagagem é pequena, apenas o necessário,
Elena ficará pouco tempo aqui, ela vai pedir o divórcio.
- Ela já está cansada deste idiota\, não quer mais vê-lo\, diz a todos que ele é uma ótima pessoa e um marido dedicado\,
Mas ele é apenas um parasita, que vive à custa do meu dinheiro, ele tem suas amantes por aí, se eu as tivesse na minha frente, gostaria de perguntar a elas,
- Que estômagos elas têm para ficarem com um gordo como este?\, que não pode sustentá-las e nem mesmo dar-lhes algo bom na cama\, baaaa\, mal posso esperar para que meu advogado venha\, para resolver isso de uma vez por todas\,
Então eles entram na casa e Elena coloca suas coisas
em um quarto,
Robert olha para ela e diz,
- Guarde minhas coisas também\, vou tomar um banho e saio\,
- Guarde você\, não sou sua empregada\, diz Elena com raiva
Robert olha para ela furioso e grita,
- Se você não fizer isso\, eu vou bater em você e não me importaria se seus pais viessem e vissem os hematomas\,
- Se apresse\, porque eu não tenho o dia todo\, diz Robert com raiva
Elena se tranca em seu quarto e finge que não o ouve,
Isso deixa Robert ainda mais furioso,
Então ele sai para o jardim para não arrombar a porta do quarto dela com um chute e puxá-la pelos cabelos,
Ele começa a fumar quando vê aquela mulher, regando algumas plantas,
- Ela parece boba\, diz Robert\, até acho que ela é uma nerd\, e tem um gosto péssimo para se vestir\,
eca, que vizinha mais feia, que azar o meu, diz ele cansado, jogando a ponta do cigarro com raiva,
Nesse momento, Rosa se vira e o vê,
Robert a cumprimenta com a cabeça, mas Rosa olha para ele de cima a baixo em um gesto de desagrado, isso irrita Robert que lhe diz,
- Eu também não gosto de você\, bruxa!
- Vou às compras no supermercado\, você precisa de alguma coisa?\, diz Robert para Elena.
- Só traga comida\, nada mais.
- Ok\, diz Robert\, vou trazer alguma bebida\, com álcool.
Ao sair, ele vê aquela empregada limpando o chão em frente à sua casa.
E pensa em alguma maldade ao ver o balde com água, exatamente onde ele o colocaria.
Ele entra no carro e, ao dar ré, atropela o balde, jogando toda a água sucia na frente da casa dela, de novo.
- Hahahaha\, se eu tivesse tentado\, não teria saído tão perfeito.
- Opa\, desculpe\, diz Robert\, levando a mão ao peito.
Então ele acelera,
desaparecendo da vista de Rosa.
Um tempo depois,
Elena abre as janelas e vê Rosa limpando com uma grande vassoura.
- Ainda não entendo como existem mulheres que limpam o que já está limpo\, dá para ver que não têm nada melhor para fazer\, diz ela com desgosto.
Aquela casa deve brilhar de tanto que ela esfrega.
Rosa a vê e acena para ela.
Elena faz o mesmo e então decide se aproximar dela.
- Olá\, diz Elena\, sou sua nova vizinha.
Quando ela vai apertar a mão dela,
Rosa faz um sinal de que é muda.
Elena fica surpresa e diz espantada,
- Desculpe\, eu não sabia\, bem\, meu nome é Elena.
Você pode me ouvir?, diz Elena gesticulando com as mãos.
Rosa acena com a cabeça e gesticula que ela só é muda, mas ouve muito bem.
Elena concorda e pergunta,
- Você mora sozinha?
Rosa concorda e aponta que seu marido está chegando.
Robert estaciona o carro e desce rapidamente.
Mas Elena sente um aroma delicioso vindo da casa da moça muda.
- Oh\, isso é ensopado de carne?\, ela diz surpresa.
Rosa concorda e, sorrindo, indica que se ela quiser um pouco.
Elena junta as mãos em sinal de aceitação e, agradecendo, espera que Rosa volte.
Em seguida, ela sai de casa com uma linda travessa com um delicioso ensopado de carne e batatas.
Elena retorna feliz para casa, onde Robert já está sentado à mesa comendo um pedaço de pizza.
Mas ao ver Elena com uma travessa nas mãos, ele fica curioso e pergunta,
- O que é isso?
- Comida\, diz Elena\, e é minha\, ela leva a travessa para o quarto e vai buscar os talheres para se servir.
- Eu não sei o que é\, mas eu quero um pouco\, diz Robert com raiva.
- Não vou te dar nada\, saia daqui\, diz Elena\, trancando a porta do quarto.
- Tudo bem\, mas você vai ver quando estiver com fome de novo\, não vou te dar nada do meu\, diz ele fazendo uma careta de desgosto.
Enquanto isso, na casa de Rosa,
Rosa ouve ópera, a música é tão emocionante que ela não consegue deixar de sentir tristeza ao ouvi-la.
Lembranças de seu falecido pai vêm à sua mente.
Ele foi muito duro com ela, a treinou como um soldado, ele sentia muita dor, por ter uma filha doente, que não podia se defender se precisasse.
Por isso ele nunca a levava para passear, ele acreditava que ela poderia morrer a qualquer momento, já que ela era muito fraca e doentia.
Mas não foi assim, ela provou que, apesar de sua doença, queria viver para ajudar os outros.
- Elena, onde estão as minhas coisas?, pergunta Robert.
- Não sei, diz Elena simplesmente, talvez as tenhas arrumado noutro quarto.
Robert volta e diz-lhe sussurrando
- Eu conheço-te, bruxa, aposto que te livraste delas,
De certeza que deste a algum vagabundo, certo?,
Vais ver, vais pagar-me!, diz Robert furioso.
Elena ignora-o e coloca uns ausfones para ouvir música.
Um pouco depois...
Robert martela a porta do quarto da Elena.
Ela corre e abre-a com força,
- O que diabo estás a fazer?, grita Elena furiosa.
Quando vê Robert com um martelo a pregar a porta para que ela não a possa abrir,
- Estás a trancar-me?,
- Sim, e o quê?, ninguém me tira as minhas coisas, percebeste?,
Elena agarra o martelo e puxa-o, mas Robert empurra-a para que o largue, batendo com a cabeça na porta. Ela começa a sangrar abundantemente, está tonta, mas consegue manter-se consciente.
- Vai-te embora, quero que te vás embora, se não vou chamar a polícia,
Robert esbofeteia-a e diz,
- Vou arrancar-te a cabeça, por respondona, ninguém me trata mal, diz Robert vitimizando-se, és tu a violenta, não te esqueças,
Elena olha para ele e limpa com o braço o canto dos lábios que começou a sangrar,
- Vou fazer com que apodreças na prisão, maldito!, grita Elena impotente.
Robert ri-se e diz,
- Hahahaha, antes disso acabo contigo, miúda, e vais ver que ninguém me pode parar,
Elena fecha a porta com um estrondo na cara de Robert.
Este fica furioso e pontapeia a porta gritando,
- Vais ver, rameira maldita!, és igual à tua mãe,
Elena fecha-se à chave, enquanto pensa,
- Vou ligar ao Miguel já e que ele traga a polícia, quero ir-me daqui!,
Elena procura o seu telemóvel e não o encontra, desespera-se,
Mas não o encontra em lado nenhum do quarto.
Nesse momento, sente Robert,
- Hahahaha, o que estás à procura, bruxinha?,
Será que é por acaso um telemóvel bonito? Ohhhhh, que pena, já não o vais usar mais, partiu-se por acidente, ups, que pena?
Robert faz uma cara de coitadinho enquanto continua a rir sinistramente.
Elena passou do espanto à fúria silenciosa, e decide procurar algo com que golpear a sua cabeça, vai disposta a matá-lo se for preciso, mas ela não vai passar a noite inteira com este louco, quer ir-se embora e vai-se embora como quem se chama Elena Flores.
Algumas horas depois...
Algumas patrulhas da polícia estão à porta da casa, os vizinhos estão a alguns metros do local a observar surpreendidos, ainda não podem acreditar que haja um cadáver naquele sítio,
- Mal chegaram e já há um morto?, diz uma vizinha.
- Do que morreu?, pergunta outra.
- Covid, diz outra, é a única coisa de que as pessoas morrem ultimamente,
- Coitado, deve ter sofrido muito?, diz uma velhota muito bisbilhoteira.
Nesse momento, ficam todas de pedra ao ver dois polícias a levar Rosa algemada para uma patrulha,
- Oh, não pode ser?, diz uma delas, estão a ver o mesmo que eu?, a polícia está a levar a Rosa, mas porquê?, lamenta esta mulher intrigada.
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