Não havia como contar essa história sem mostrar como Maya conheceu o seu ex-namorado John. Ela tinha apenas 21 anos quando o viu pela primeira vez na igreja que congregava.

Ele usava uma camiseta de cor verde-musgo e uma calça jeans-escura. A sua pele era parda, os cabelos curtos cacheados e os seus olhos negros. De estatura era mediana – mas Maya era maior do que ele, medindo 1,70.

Ao vê-la pela primeira vez apenas a cumprimentou com um simples "oi" e logo saiu do seu campo de visão, ao ser puxado por sua amiga chamada Kariny.

Maya não sentiu nada quando viu John, porquê na época ela não pensava em namorar ninguém – muito menos se apaixonar – e estava em estado de depressão – devido aos traumas da vida – vendo a sua mãe ter que fugir do marido que a tentou matar, saber que mora com a sua avó porquê preferiu não seguir embora com a sua mãe e também precisar ouvir a sua avó paterna lhe dizer todo o tempo que ela nunca seria alguém na vida por não ter um corpo bonito – devido a magreza e problemas de saúde como anorexia crônica e anemia falciforme.

Ao chegar em casa, apenas retirou a roupa que vestia – uma saia de cor preta com uma blusa de manga curta na cor vinho com o emblema da igreja.

Sua avó – Nilza – possui quatro netos, tendo Maya como a única menina da família – mas nem isso fazia com que Nilza a amasse da mesma forma que os outros netos. Apesar de ter aceitado que ela morasse na sua casa, as duas não conversavam com certa frequência e sempre que os seus amigos a visitavam, ela fazia questão de mencionar que a garota era uma preguiçosa, que apenas dormia o dia inteiro e que ninguém a iria querer por ser dessa forma.

Mas por trás daquela "garota preguiçosa" havia uma mulher com sonhos – porém que eram reprimidos pelas palavras da avó. Maya tinha o desejo de fazer faculdade de Letras na área de Espanhol para poder dar aulas particulares e quem sabe algum dia viajar para o exterior fazendo intercâmbio.

Maya tinha dificuldades para dormir – e tomava remédio controlado para regular o sono. Contudo, nem sempre fazia efeito – o que a fazia passar a noite toda acordada – que ela aproveitava para estudar, ouvir músicas variadas, assistir séries, filmes e meditar sobre a sua vida.

Mas quando Maya conheceu de verdade o John? Então, o ano foi 2019, quando ela foi convidada para estar no aniversário de Kariny, no dia 26 de março daquele ano.

Maya não queria ir – porquê não tinha intimidade de amizade com aquela menina o suficiente para comemorar aquele dia –mas ela sentiu pena da garota, porquê Kariny não tinha muitos amigos e os poucos que tinham era apenas John e Marcos — além da sua irmã e mãe chamadas Késia e Kelly.

Maya nem se lembrava mais de John – porquê o viu apenas uma vez – e quando percebeu, já havia se arrumado para aquela festa – com um vestido de cor vermelho – e deixou o cabelo solto – que era longo – mas que naquele momento ela o mantenho ondulado para ficar do modo que a mesma queria.

O local de encontro era na casa de Kariny às 20h para irem à pizzaria local no bairro de Saracuruna - Duque de Caxias. Maya chegou da residência da menina e se surpreendeu ao ver John e em seguida um velho amigo do qual fez parte da sua adolescência – Marcos. É claro que Kariny sentiu ciúmes ao saber que Maya conhecia Marcos – por ter uma queda por ele em segredo – mas ela não deixou transparecer na frente das pessoas e assim, os quatro foram caminhando até a pizzaria.

Lá, eles sentaram numa larga mesa de madeira de cor clara e, enquanto aguardavam as pizzas chegarem, ficaram conversando – Kariny com Marcos e Maya com John.

Ela então descobriu a idade dele – 27 anos – e que morava próximo dali com o seu irmão mais novo e os seus pais. Ali, Maya apaixonou-se por ele, mas não deixou transparecer. John também se mostrou interessado por ela e os dois continuaram a conversar durante todo o tempo ali.

Para ir embora, Kariny pediu que os meninos levassem Maya para casa – por ser quase 23h da noite e o bairro ser perigoso – principalmente para uma jovem andar sozinha.

Os meninos a levaram até a sua residência, mas John continuava a admirando, deixando Maya ainda mais apaixonada por ele – tadinha, mal ela sabia como ele era de verdade.

Ao chegar no local, Marcos pediu o número de Maya e John perguntou:

John: Posso anotar o seu número também? – havia mistério na sua voz e uma certa empolgação.

Maya: Sim – ela respondeu calmamente, com um sorriso nos lábios – aguardarei a sua mensagem. Tchau meninos.

Marcos/ John: Tchau.

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Alguns dias se passaram. Os dois continuaram conversando e se vendo com frequência – porquê os quatro montaram um grupo de estudos para se ajudarem para as provas do Enem.

Os estudos eram realizados na casa de Marcos e cada um era encarregado por algumas matérias – Kariny por história, geografia; John por Português; Marcos pelas matérias de cálculos e Maya por matérias estrangeiras como o inglês e o espanhol.

Ao final de cada aula, os meninos sempre as levavam nas suas casas e depois iam para as suas residências.

Faltando quatro dias para o aniversário do melhor amigo de Maya – chamado João que iria festejar o seu momento em 8 de abril – Maya foi até o centro de Duque de Caxias comprar algumas roupas e decidiu almoçar num restaurante local. Porém, a comida não lhe caiu bem e a mesma passou mal no dia seguinte.

Com isso Maya foi parar no hospital no dia 6 de abril de 2019 – tendo que tomar soro e remédios na veia por intoxicação alimentar.

Maya sentia o seu corpo fraco e pediu se teria como alguém a levar para casa – para não ter o risco dela passar mal e desmaiar na rua. Porém, as poucas amigas que ela tinham estavam trabalhando e o seu amigo também não estava disponível – o que fez ela pedir que John a buscasse naquele hospital.

A princípio, ele disse que não poderia e ela teve que praticamente insistir muito para o mesmo aceitar – ali ela já poderia ter notado que o garoto não era bom, mas a paixão a cegou naquela época.

John saiu da sua casa – que ficava há dez minutos do hospital em que ela estava – e a buscou, onde os dois ficaram conversando em frente ao local por vários minutos.

Maya: Obrigada por ter vindo – ela respondeu com um meio sorriso, ainda sentindo o seu corpo fraco – é bom ter alguém para conversar.

John: Eu vim apenas porquê me pediu porquê eu estava em casa assistindo ao jogo.

Maya: Eu sei e agradeço por ter se sacrificado por minha causa.

De repente, o celular dela toca – era a mãe de João, chamada Vanda.

Ela pega o celular e atende:

📲 Vanda: Maya! Que bom que atendeu. Você pode me ajudar hoje com os preparativos do aniversário do João?

📲 Maya: Oi Vanda, posso sim. Estou terminando de fazer algo aqui, mas já estou indo. Precisa levar algo?

📲 Vanda: Não, apenas da sua presença. Muito obrigada por ajudar na surpresa dele. O João ficará muito feliz.

📲 Vanda: Imagina, eu que fico contente em ajudar. Nos vemos daqui a pouco.

Ela desliga a chamada e pede um carro por aplicativo. John vendo isso, pergunta:

John: Já vai embora? Pensei que precisasse de ajuda para ir para casa.

Maya: Sim, mas surgiu um imprevisto e preciso ajudar a mãe do meu amigo com o aniversário dele. Se eu passar mal de novo, eu tomo a medicação que o médico passou – ela olha pelo o aplicativo e o motorista está bem perto.

John: Cancela essa corrida – ele pede e ela o olha confusa – por favor.

Maya: Está bem – ela faz o que ele lhe pede e o observa – você quer falar algo comigo?

John segura na sua mão e dá um beijo, a deixando com o coração acelerado. Em seguida, ele segura no queixo dela e a beija calmamente. Maya pisca os olhos sem acreditar que realmente aquilo aconteceu e sorrir com a atitude dele.

Depois, os dois conversam como se nada tivesse acontecido, até que ela chama novamente o carro de aplicativo e vai embora, pensando que em breve ele a pedirá em namoro – mas mal ela sabia que ali tudo iria mudar na sua vida – mas não do modo que ela imaginava.

Continua...

Maya ajudou Vanda na confecção do aniversário do seu melhor amigo, mas não conseguia parar de pensar em John – principalmente no beijo que ele a deu.

John por outro lado, foi para a sua casa e retornou a assistir aos jogos da tv, sem mencionar para ninguém o que havia acontecido entre ele e Maya na frente daquele hospital.

Horas mais tarde, ele enviou uma mensagem para ela e disse que a queria ver novamente. Sorridente, Maya respondeu:

"Maya: Tudo bem, você pode encontrar comigo na praça. Mas seria que dia?"

"John: Pode ser amanhã?"

"Maya: Sim, nos vemos lá."

Maya pensava que John queria algum compromisso sério com ela. Porém, o que ele queria era apenas viver uma aventura e sabendo que ela nutria sentimentos por ele, decidiu usá-la para satisfazer as suas próprias vontades.

No dia seguinte, os dois se viram na praça e novamente se beijaram – mesmo com pessoas ao redor os observando. A cada beijo Maya sentia-se cada vez mais apaixonada por John, mas não queria dizer nada porquê não tinha a certeza sobre as suas intenções com ela.

John: Eu preciso ir embora. - ele disse, após beijá-la mais uma vez - Tenho que assistir ao jogo na televisão e à noite ir à igreja.

Maya: Tudo bem. Você vai me ver novamente?

John: Eu te mando mensagem - ele fala calmamente - Quer que eu te leve em casa?

Maya: Não precisa, porquê eu não quero que minha avó me veja com um garoto e tenha ideias precipitadas.

John: Eu vou te levar até a esquina, para que não ande sozinha.

Maya: Tudo bem, eu agradeço. Amanhã é aniversário do meu amigo João. Ele até convidou a Kariny para ir, porquê eles também são amigos.

John: Então eu poderia ir também?

Maya: Eu não sei, eu preciso perguntar a mãe dele porquê é uma festa surpresa.

John: Você pode dizer que também sou amigo dele ou que eu e você estamos juntos.

Maya: Eu te dou a resposta mais tarde, pode ser? - ela pergunta e ele balança a cabeça positivamente - podemos ir? Não quero chegar em casa tarde.

John: Tudo bem, você que manda chefia.

***

No dia do aniversário de João, Maya levou John e o apresentou como amigo dela - mas João sabia que ali tinha mais do que uma amizade e a aconselhou:

João: Eu sei que não são apenas amigos - ele fala e ela sente a sua bochecha tomar um tom avermelhado - Ele disse que quer algum compromisso sério com você?

Maya: Não, mas ainda estamos nos conhecendo. Acredito que logo ele irá pedir.

João: Eu espero que ele te trate bem e seja fiel a você.

Maya: Também espero isso João.

***

onze dias se passaram e os dois continuaram a ficar e quando Maya pensava que John não fosse conversar a respeito de algo mais sério, o mesmo disse:

John: Sabe Maya, eu procuro uma garota para ser a minha namorada, mas tenho medo de me magoar.

Maya: Você já se magoou com alguém? - ela pergunta e ele abaixa a cabeça, triste - Você pode me contar, se quiser.

John: Eu conheci uma garota há quatro anos atrás e estávamos conversando sobre namorarmos, mas quando eu estava dentro do trem, eu senti algo muito ruim, como se ela não fosse a pessoa certa para mim e com tristeza no meu coração, eu rompi com ela. Depois, eu descobri que ela estava ficando com o meu melhor amigo.

Maya sentiu pena dele por aquela situação e continuou a conversar com ele, até o mesmo dizer:

John: Eu tenho gostado de ficar com você e queria te perguntar algo - ele segura na mão dela e fala - Você aceita orar a Deus comigo?

Maya: Você está me pedindo em namoro? - ela pergunta meio confusa.

John: Mais ou menos isso, mas primeiro vamos nos conhecer melhor.

Maya: John, eu gosto de você, mas quero um compromisso sério, sem ficar porquê eu não quero estar em pecado.

John: Eu sei, mas para namorar alguém precisamos primeiro conhecer a pessoa, não acha? – ele novamente segura na mão dela e olha nos seus olhos - eu gosto de você. Então, aceita?

Maya: Sim, eu aceito – ela sorriu e o beijou novamente.

Maya apresentou John a sua avó, tia e primos. Ele conversou com todos e disse que a respeitaria, mas não foi bem isso que aconteceu.

Conforme os meses foram se passando, ele insistia para que eles dessem um próximo passo no compromisso deles e não demorou muito para que Maya se entregasse à ele.

Dois meses se passaram e Maya viajou para a casa dos seus tios no interior do RJ e o mesmo a levou até ao ponto de ônibus, onde passava o transporte que a levaria para a Rodoviária Novo Rio.

Eles se despediram com um beijo rápido e logo ela embarcou por quase duas horas até chegar na rodoviária. Como ela já estava com a passagem comprada, ela apenas mostrou a sua identidade no guichê e pegou a passagem impressa, caminhando até a plataforma 37 para entrar no ônibus.

A viagem durou cerca de oito horas e meia – o que fez ela dormir metade do caminho. Maya chegou pela noite na cidade de Miracema para visitar os seus parentes e a sua mãe que estava ali para cuidar da sua bisavó e tia que estavam doentes.

Sua bisavó – Marie – ficou muito contente em vê-la e as duas passaram um bom tempo juntas – com a sua bisa lhe contando as histórias de quando a mesma era adolescente e sobre a infância dos seus tios.

Maya amava ouvir essas histórias e não se importava quanto tempo isso tomasse – mas o que a estava deixando intrigada era que John não estava respondendo nenhuma das suas mensagens – mas pensava ser porquê estava ocupado com algum afazer de casa ou assistindo futebol na televisão.

Maya planejava passar apenas uma semana em Miracema – porquê não estava de férias nas aulas do vestibular e por sentir saudades de John – mas os seus planos mudaram quando ela recebeu uma mensagem dele faltando quatro dias para o dia dos namorados:

📨"John: Bom dia Maya. Eu nem sei como lhe dizer isso, mas não podemos mais estar juntos. Eu sinto muito."

Maya leu a mensagem aos prantos e lhe respondeu:

📨" Maya: Por quê você está fazendo isso comigo? Eu me entreguei a você, mesmo lhe dizendo que estava cedo para termos algo mais profundo juntos."

📨"John: Não se sinta usada, mas eu percebi que não posso continuar com isso e preciso encontrar uma garota que queira as mesmas coisas que eu, que vivamos num mesmo propósito."

📨"Maya: Mas eu lhe avisava que devíamos parar com aquelas coisas, mas você dizia que ia parar, mas sempre insistia e eu não conseguia resistir."

📨" John: Sinto muito por isso e espero que possamos ser amigos."

📨" Maya: Eu não consigo ser a sua amiga John."

Ela deixou o seu celular desligado e continuou a chorar, sentindo o seu coração triste – mas o que Maya não percebeu é que aquele primeiro término já era um aviso de que os dois não dariam certo juntos, mas ela estava muito apaixonada e o aceitou de volta quando o mesmo se desculpou com ela no dia seguinte, dizendo que não conseguiria ficar sem a mesma.

Mas Maya não quis retornar para o RJ tão depressa e decidiu passar o dia dos namorados ao lado do seu amigo Lucas – mas apenas os dois conversando porquê ela ainda gostava de John e Lucas era homossexual.

Quando Maya retornou para a sua cidade natal, ela reencontrou com John, que segurou na sua mão e disse:

John: Me desculpe por ter terminado com você. Eu me precipitei.

Maya: Eu espero que não faça isso novamente porquê eu fiquei muito chateada com você, principalmente com as suas palavras.

John: Me desculpe, de verdade. A última coisa que eu queria era te magoar.

Maya: E quando eu irei conhecer a sua família?

John: Calma princesa, tudo no seu tempo. Logo eu te apresento à eles.

Maya: Está bem – ela sorrir e o abraça – Como foi os seus dias enquanto eu estive fora?

John: Normais, eu fiquei em casa todo o tempo, saia apenas para trabalhar e ir à igreja e você, se divertiu por lá?

Maya: Sim, eu visitei os meus primos, fui na roça com a minha amiga e passei um tempo ao lado da minha família.

***

Maya esperava ansiosamente para conhecer a família de John, mas o garoto sempre dizia que não se sentia pronto para dar esse próximo passo – o que fazia ela esperar esse momento chegar e precisar explicar aos seus amigos e familiares o motivo dele demorar a fazer isso.

📨" Mãe: Não é normal ele demorar tanto para te apresentar a eles."

📨"Maya: Eu sei mãe, mas ele disse que eu sou a primeira namorada oficial dele e que tem medo dos pais não aceitarem bem o namoro. Vou esperar mais um pouco e se ele não tomar uma atitude, eu pergunto novamente."

📨"Mãe: Está bem, apenas tome cuidado para ele não te magoar, filha."

📨"Maya: Tudo bem mãe. Em setembro estarei aí para o seu aniversário. "

📨"Mãe: Ainda faltam alguns dias querida, mas compre a passagem com o dinheiro que eu lhe enviar com antecedência."

📨"Maya: Está bem mãe. Depois nos falamos porquê irei estudar."

***

Setembro havia chegado e o dia de Maya viajar novamente para Miracema também. John a levou até a rodoviária dessa vez e a colocou dentro do ônibus.

John: Nos veremos em alguns dias. - ele dizia antes de beijá-la - Quando chegar me avisa.

Maya: Está bem, você também, quando chegar em casa.

Ele desceu do veículo, o ônibus deu partida e Maya viajou outra vez por oito horas, mas sentindo o seu coração apertado – como se algo fosse acontecer e ela não estava errada na sua intuição.

Mas dessa vez ela teve uma boa viagem, aproveitou os dias ao lado da sua mãe e outros membros da sua família materna e conversou com John nos dias em que esteve na cidade.

Mas quando retornou, notou que o mesmo estava diferente e pela segunda vez a magoou, dizendo que não poderiam estar mais juntos e mesmo assim Maya pensava que John fosse mudar de ideia e os dois retornariam a namorar, mas dessa vez não foi bem assim que aconteceu.

Ela poderia ter seguido a sua vida em frente sem ele, mas continuou conversando com o mesmo – abrindo brechas para que ele ficasse com ela sempre que quisesse – não percebendo que aquilo não estava lhe fazendo bem – mas Maya era ingênua demais para perceber que John apenas queria usá-la – porquê sempre se mostrava carinhoso com ela, a buscando para irem à igreja juntos, a levando para lanchar pela noite – mas também se aproveitando dos sentimentos dela por ele e fazendo ela se entregar à ele diversas vezes na esperança dele querer algo sério com ela.

Quando o mesmo se cansou daquele vai e vem, passou a conversar cada vez menos com Maya – até que se afastou de vez – por um mês inteiro.

Maya entrou em depressão – com saudades dele e sentindo-se sozinha e usada por ele. Ela tentava se distrair ouvindo louvores, cantando no karaokê e conversando com as suas amigas, mas a tristeza insistia em entrar no seu coração todas as noites – a deixando com insônia.

E quando pensou que finalmente havia deixado de gostar de John, ele a surpreendeu com uma mensagem:

" John: Olá Maya, espero que esteja bem. Peço perdão pelo o que lhe fiz passar e quero uma chance de te fazer feliz."

Maya – tomada pela mágoa – respondeu:

" Maya: E por quê eu deveria querer algo com você? Me magoou duas vezes com palavras e atitudes, me abandonou quando eu mais precisei e agora quer voltar comigo?"

"John: Por favor Maya, eu sei que eu errei e irei fazer tudo certo dessa vez, eu prometo. Eu conversei com os meus pais e eles querem te conhecer."

Maya – tomada pelas palavras que a convencera – o perdoou novamente, sem imaginar que isso faria ela tomar uma decisão precipitada sobre a sua vida.

Continua...

Maya e John retornaram a namorar pela segunda vez e como da primeira vez ele enrolou para que ela conhecesse a família dele.

Só que dessa vez Maya não ficou o questionando e viajou novamente para o interior – passando alguns dias no local ao lado da sua família materna.

A sua mãe – que já sabia que eles haviam voltado, novamente a aconselhou para ter cuidado para ele não a decepcionar novamente, mas Maya estava apaixonada e pensava que tudo fosse dar certo no relacionamento deles.

Meire: Filha, a sua avó e tia estão melhor da saúde e eu irei me mudar para Saquarema. Tenho conhecidos por lá e seria uma boa ideia você ir comigo.

Maya: Parece uma boa ideia mãe, mas eu estou namorando com o John. Como irei vê-lo?

Meire: Maya aprenda, esse rapaz já lhe magoou várias vezes e mesmo assim continua com ele?

Maya: Ele está diferente mãe e logo ele vai me apresentar aos pais dele.

Meire: Tem certeza que ele não está lhe enrolando? Vocês estão nessa desde abril e até agora nada. Mas você é que decide, você já é adulta, mas se mudar de ideia, sabe onde me encontrar.

Maya: Obrigada mãe. A senhora tem razão. Eu vou me mudar com a senhora, é melhor e se ele gostar mesmo de mim, irá tomar uma atitude.

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Maya retornou de viagem e enviou uma mensagem para John:

📨Maya: Amor, já estou em casa. Eu preciso te contar algo. A minha mãe irá se mudar para Saquarema e me chamou para morar com ela e eu aceitei. Morar com a minha avó não está sendo fácil porquê ela me humilha muito. Apenas irei esperar terminar as aulas do vestibular para ir embora.

John recebe a sua mensagem e responde de imediato:

📨John: E quanto a nós dois? Estamos namorando, lembra?

📨Maya: Eu não esqueci disso, mas estou me cansando de você sempre dizer que irei conhecer os seus pais e isso nunca acontece.

📨John: Por favor, não vá embora. Eu irei os apresentar, só tenha calma por favor.

📨Maya: Vou pensar sobre isso.

📨John: Eu posso ir aí te ver?

📨Maya: Pode, mas ainda não tomei a minha decisão.

John a visita e os dois conversam. Maya decide não se mudar para Saquarema – mesmo que já esteja cansada de morar com a sua avó – e decide dar uma última chance para John.

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Cinco meses passaram-se e finalmente John apresenta os seus pais a Maya – no mês de Maio do ano de 2020. O mundo já estava em época de pandemia, mas Maya se cuidou adequadamente para os visitar com segurança.

A mãe de John chama-se Joana e o pai dele Marcelo. Ele possui dois irmãos – um mais velho chamado José e o mais novo chamado Jonas.

John também tem dois sobrinhos – Igor e Felipe – mas não eram muito achegados à ele. Após Maya conhecer toda a família dele – pelo menos os mais próximos – ela sentiu-se mais tranquila em relação ao relacionamento deles e ambos estavam se entendendo finalmente.

A pandemia continuava no país e com isso John ficou alguns dias sem visitá-la – com medo de contrair a doença – mas os dois conversavam por mensagem.

Maya havia percebido ali que amava John, mas ele nunca tinha dito isso para ela – o que a deixou com um certo receio de se declarar dessa forma para ele.

Contudo – levada a paixão – enviou-lhe uma mensagem:

📨Maya: John, entre idas e vindas, estamos juntos há um ano e quero lhe dizer algo, eu te amo.

Ela enviou a mensagem, mas não obteve a resposta que esperava:

📨 John: Uau! fico surpreso pelas palavras, obrigado. Eu ainda não consigo dizer a alguém sobre tal sentimento, mas gosto de você Maya.

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Um mês havia se passado. Maya continuava sofrendo com a pressão psicológica da sua avó e o seu estado de depressão não estava tão bom – mas não ao ponto dela querer cometer alguma loucura. Com isso, ela conversou com a sua mãe e a mesma disse:

📲Meire: Filha, conversa com a mãe dele e pergunta se ela tem alguma casa para você morar por perto. Aí não dá para você ficar mais ou vem morar comigo em Saquarema.

📲 Maya: Eu a conheço há apenas um mês, mãe. Mas vou conversar com o John.

Ela desliga a chamada e conversa com o seu namorado. John gostava dela – mas tinha uma forma diferente de demonstrar isso. Porém, resolveu ajudá-la conversando com a sua mãe.

Mesmo a conhecendo pouco, resolveu acolhê-la e logo Maya saiu da casa da sua avó para morar na residência vazia que tinha no quintal de Júlia – esposa de José.

A casa não era nova e não tinha móveis – mas Joana lhe emprestou um fogão antigo e uma geladeira para que ela não ficasse sem nada. Também lhe deu um colchão e um ventilador pequeno.

A casa não tinha tranca na porta e para Maya dormir ela precisava deixar a porta semiaberta e confiar que o portão principal – onde Júlia morava – estava trancado. Mas Maya sentiu medo de dormir sozinha e Joana passou a dormir na nova casa de Maya para ela sentir-se mais calma.

Maya: Obrigada por dormir aqui comigo, Joana. Eu fiquei com medo porquê nunca dormi sozinha.

Joana: Está tudo bem, você é a filha que eu nunca tive e apesar de ter uma nora, ela não é tão boa como você.

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Três meses haviam se passado e a pandemia assolava o país, matando muitas pessoas. Maya não estava mais morando na casa alugada e sim com os pais de John – porquê Joana percebeu que estava muito dinheiro atoa, já que ela poderia morar com eles e gastar menos.

Com isso, Maya passou a dormir numa sala da residência de Joana – mas ela e John estavam novamente passando dos limites no relacionamento deles – o que resultou numa surpresa nada inesperada – Maya ficou grávida.

Ela começou a desconfiar quando o seu período atrasou e após fazer um teste de farmácia, viu que realmente estava grávida de John.

A jovem sentiu um misto de emoções naquele momento e logo o chamou para conversar:

Maya: Amor, precisamos conversar.

John fez uma expressão séria e perguntou preocupado:

John: O que aconteceu? Você parece tensa.

Maya: Estou grávida. Você vai ser pai – ela entrega-lhe o teste – E agora, o que iremos fazer? Você vai me abandonar?

John: É claro que não, estamos juntos nessa – ele a abraça e Maya pensa que John estava feliz com a reação, mas o mesmo não disse o que ela pensava que ele sentia – Apenas estou surpreso porquê não queria ser pai agora.

Maya: Mas aconteceu porquê nós não nos previníamos. A minha mãe vai surtar quando souber.

John: Só a sua? O meu pai vai ficar bravo comigo isso sim, mas resolveremos isso juntos, não se preocupe.

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Após alguns dias, Maya fez um exame de ultrassonografia chamada Transvaginal e ali ela descobriu que já estava com quase três meses de gestação. Com isso, ela contou aos seus familiares. A sua mãe ficou brava, mas disse que já suspeitava que isso pudesse acontecer. Já o seu pai – Luis – ficou contente de finalmente ter um neto ou neta – porquê Maya era filha única e sempre foi o seu desejo ser avô.

Joana também se alegrou, mas José ficou tão chateado que ficou um mês sem falar com o seu filho. Mesmo com as reações da família, Maya seguiu firme com a gestação, fazendo todos os exames necessários e tomando as vacinas – mas como todo ato gera uma consequência ela contraiu a Covid 19 – o que a fez passar mal por semanas até poder se recuperar totalmente.

Maya também contou as suas amigas sobre a gestação – nas quais ficaram muito contentes. Ela não era cheia de amigos, mas os poucos que tinham a apoiavam nessa nova etapa da sua vida.

John – por outro lado – ocultou do seu amigo sobre ser pai e não contou para Kariny e Marcos que namorava com Maya e muito menos a levava nos cultos com ela porquê dizia que ela não poderia sair para não ficar doente outra vez.

Maya pensava que ele fazia isso para protegê-la. Porém, não sabia o real motivo e dizia ao seu coração que tudo ficaria bem quando o bebê nascesse.

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Com cinco meses de gestação, Maya fez a ultrassonografia e descobriu que estava esperando um menino – do qual escolheu o nome de Miguel – porquê ela havia combinado com John que ele poderia opinar sobre o nome se fosse menino.

A sua família ficou contente ao saber do sexo do bebê – menos Joana que queria muito ter uma neta – mas logo se animou novamente ao assistir o vídeo do seu terceiro neto pelo celular – porquê eles haviam gravado a consulta médica.

A barriga de Maya ia crescendo cada vez mais e o seu corpo estava mais esbelto. Mas o que mais ela queria era a atenção de John – coisa da qual ele não estava dando – dizendo sempre que estava ocupado com as suas coisas – mas saía sempre com a desculpa de que ia para a igreja – mas na verdade a estava traindo com uma mulher de outro bairro.

Maya havia mudado o seu cabelo – o alisando e pintando de loiro – mas continuava longo como sempre gostou.

Os meses foram se passando e no mês de Abril do ano de 2021 Miguel nasceu no hospital de Santa Cruz da Serra – no dia 21 de abril.

Quem assistiu ao parto foi a sua sogra Joana porquê John disse que não aguentaria ver. Ela teve parto normal e quase morreu durante o parto porquê estava com muita falta de ar e não foi usado nenhum equipamento para ela poder respirar e muito menos usarem o método de parto cesariana. E para piorar, após o bebê nascer, a placenta ficou presa e os médicos tiveram que pedir para ela fazer força novamente e magearem a barriga dela – de modo que o corpo dela expulsasse o que faltava.

Com isso, Maya sentiu muita dor e precisou levar pontos porquê houve uma laceração – devido as forças necessárias.

Mas John a visitou quando ela já estava no quarto, mas não demonstrou tanto afeto e disse que não queria segurá-lo por medo de deixar cair. Maya entendeu aquilo como apenas um medo por ser algo novo para ele e novamente disse a si mesma que ele iria mudar quando fosse para casa e ele mudou – mas não da maneira que ela pensava.

Continua...