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Resgatada Pelo Dono Do Morro

Capítulo Um

Capítulo Um

Ayla

Ayla Fernandes

— Tá tudo bem moça? — O senhor do bar pergunta com um semblante preocupado.

— Tá sim. — Digo virando a dose de whisky que está na minha mão e sinto minha garganta queimar.

Já passava das dez da noite e eu acabei de chegar ao único bar que tem aberto no morro esse horário.

Comprei uma garrafa de Jack Daniels e estava tomando como se fosse água. Por alguma razão, coloquei na minha mente que ficar bêbada acaba com a minha dor do dia a dia. Dei mais um gole e as dores no corpo foram sumindo, mais um gole e a tristeza foi se dissipando.

O senhorzinho do bar que pelo que ouvi seu nome é Roberto, sempre olhava para mim com curiosidade nos olhos e uma certa preocupação, não culpava o velho, eu estava com blusa de mangas cumpridas preta, calça jeans e um óculos escuro, realmente não era normal ir a um bar no Rio de Janeiro às dez da noite desta forma, mas infelizmente não podia me vestir normal.

Terminei de tomar minha garrafa e me levantei tranquilamente, felizmente meu corpo já havia se acostumado à bebida e não ficava mal tão rápido assim.

— Boa Noite menina. — O senhor falou do balcão do bar.

— Boa Noite seu Roberto. — Digo dando um tchauzinho.

Segui para fora do bar e não deixei de reparar os olhares de três homens que estavam sentados em uma mesa. Não liguei muito e voltei para minha casa.

Morava bem do ladinho do bar, então cheguei bem rápido, assim que entrei, o cheiro de maconha e bebida entrou pelo meu nariz, me fazendo suspirar chateada.

“De volta ao meu inferno constante”

Subi para o meu quarto e tranquei a porta, tirei minha roupa com cuidado e fui tomar um banho, assim que liguei o chuveiro e a água quente entrou em contato com meu corpo e acabei soltando um gemido de dor.

Terminei meu banho e fui me secar com cuidado, estendi minha toalha no box do banheiro e parei na frente do espelho.

Olhar para minha imagem desta forma era assustador, mas era minha realidade do momento. Os hematomas por todo meu corpo eram totalmente visíveis, haviam algumas queimaduras de cigarro em minhas coxas e braços, um dos meus olhos era adornado por um roxo forte, minha pele morena estava um pouco pálida e notei que estava emagrecendo muito.

Desviei meu olhar do espelho e suspirei triste, não conseguia entender como a minha vida mudou drasticamente em apenas cinco meses, era tão horrível ver que a tempos atrás eu era uma garota feliz, animada, com planos para o futuro e agora eu estava aqui, em uma cidade que eu mal conhecia, morando com meu padrasto que era um drogado e que me batia e me violentava sempre que podia.

Às vezes me pergunto o porquê de tudo isso acontecer comigo, o porquê da minha vida ter mudado tanto assim. Infelizmente nunca encontrei respostas para minhas perguntas e isso me deixa pior.

Hoje tenho 24 anos, perdi minha mãe a dois meses atrás, ela foi assassinada na nossa casa, até hoje ninguém descobriu seu verdadeiro assassino, mas eu sabia quem era, sabia tanto que morava no mesmo teto que ele.

Me deitei na cama e, como todas as noites, não consegui dormir direito, os pesadelos me atormentavam constantemente sem parar.

Pedro ( Vulgo Mamba, irmão de Sombra)

— Papo reto, seu irmão tá tirando nossa paz com esse assunto de x9. — Ctreze fala dando um gole na cerveja.

— Se tá ligado que até ele achar esse cara, ele não vai sossegar. — BN dá um trago no cigarro.

— Logo vamos achar esse vacilão e ele vai ter o que merece, aí meu irmão fica em paz. — Digo olhando para o balcão do bar do seu Roberto.

Estava tentando prestar atenção na conversa dos meninos, mas uma mulher me chamou a atenção, ela está sentada no balcão do bar, com uma garrafa de whisky, bebendo sozinha, mas isso nem é o ponto, a mina tá vestida da cabeça aos pés num calor do caralho, sem falar que ela tá de óculos escuro no meio da noite, mas que porra é essa!

Fiquei observando um tempo e não deixei de notar o olhar curioso do seu Roberto na mulher, percebi também que ela não falava muito e nem olhava para nenhum lugar, a não ser pro seu copo.

— O'Que tanto se olha caralho? — BN dá um empurrão no meu ombro.

— Foi mal cria, tava vendo aquela mina ali no balcão, toda estranha Caraí. — Digo e os meninos olham para ela.

— Se tá maluco, essa mina e treze das ideia.— Ctreze fala rindo.

Continuamos conversando e logo a mina levanta, vejo que sua garrafa está vazia, mas ela caminha tranquilamente como se nem tivesse bebido, os cara percebeu que ela tinha levantado e também ficaram olhando pra ela, até ela sumir pelo morro.

— Essa é doida de pedra. — BN diz e nós três damos risada.

Quando ia responder o seu Roberto chega perto da nossa mesa.

— Boa noite Mamba, posso falar com você um minuto ? — Ele se aproxima perguntando.

— Manda o papo seu Roberto, pode falar aqui mesmo. — Encaro ele.

— Sabe a moça que acabou de sair ? — Ele me olha meio preocupado.

— A doidona de óculos escuro, certeza que essa mina é paulista, só esses loco usa óculos de noite. — Ctreze fala e BN da risada.

— Essa mesmo meu filho, não sei, mas ela não parecia bem e notei um corte na boca dela quando ela falou comigo no balcão. — Ele diz e encaro ele, tentando entender onde ele quer chegar. — Já é a terceira vez que ela vem aqui e está do mesmo jeito, fiquei preocupado, e quando fico assim é que tem coisa.

— Já passa a visão do que se quer seu Roberto. — BN fala com a sobrancelha arqueada.

— Tenho certeza que amanhã ela vai voltar esse mesmo horário, se vocês puderem conversar com ela. — ele diz meio acanhado.

— Po Roberto, sei não em, a mina é toda estranha. — Ctreze fala.

— Cala a boca Ctreze. — Digo repreendendo ele. — Pode deixar seu Roberto, amanhã falamos com a mina.

Seu Roberto apenas agradeceu e voltou para trás do balcão, não deixei de ficar pensativo sobre o'que ele falou, realmente a garota não parecia bem, vou ver oque faço.

Terminamos de beber e logo já fomos pra casa, os meninos ficaram pelo caminho e eu fui direto pra minha goma. Assim que entrei não vi ninguém, geral já tava dormindo, fui até a cozinha e abri a geladeira pra ver se tinha algo pra comer, tava cheio de fome.

— Tava onde sua ratazana? — Levo um susto com meu irmão parado na cozinha.

— Caralho seu merda, vai matar de susto o capeta porra. — digo nervoso.

— i qual foi pô, a boneca tá assustada? — Ele diz e começa a rir.

— Vai se fude. — já perdi a paciência. — Tava no seu Roberto tomando uma com os cria.

— Trabalhar ninguém que ne, agora beber ses corre. — ele diz com a cara fechada.

— Po irmão fica de boa, nós tá cansadão, só queríamos beber uma só. — Dou uma mordida no pedaço de bolo que peguei na geladeira.

— Quero só ver a disposição de geral pra trampa amanhã nessa porra. — Ele sai bufando.

Meu irmão e chato pra caralho, só pensa em trabalho, só vejo esse viado bebendo nos bailes, fora disso e só resolvendo os b.o, nunca vi.

Terminei meu bolo e logo fui me arrumar pra dormi.

Capítulo Dois

Capítulo Dois

Ayla

Acordei com um barulho alto de alguém batendo na minha porta, me levantei rápido pois já sabia quem era.

— Abre essa porta, caralho! — Raul gritou do outro lado.

Raul era meu padrasto, ele conheceu minha mãe a um ano e meio atrás, ele no começo era um cara bom eu o considerava como um pai, pois nunca tive um, porque o meu me abandonou quando eu tinha cinco anos.

No começo era tudo maravilhoso, só que a cinco meses atrás, ele começou a beber e usar droga, as agressões contra minha mãe começaram aos poucos, nós três meses antes de ela morrer, tive que levar ela diversas vezes ao hospital, tentava fazer ela sair daquela casa, mas ela tinha medo de ele me machucar.

Naquela época não entendia ela, mas agora que estava passando pelo mesmo, entendia perfeitamente.

Fui até a porta e abri, Raul estava parado com uma carranca na cara, bufando que nem um boi, me encolhi e dei um passo para trás.

— O'Que aconteceu ? — perguntei baixo.

— Já não falei que não é pra trancar essa porta sua vagabunda do caralho. — Ele diz vindo pra cima de mim.

Sinto sua mão agarrar meu cabelo e puxar com força, ele começa a me puxar pra fora do quarto e foi me arrastando escada abaixo até a sala.

— Me solta, pelo amor de deus. — Suplico em meio às lágrimas.

— Cala boca, você é igualzinha a vadia da sua mãe, não quer saber de nada, eu tenho que ficar te bancando que nem uma puta. — Ele ergueu meu corpo e me encara nos olhos. — Cadê a porra do meu café da manhã em ?

— Desculpa….eu…acordei atrasada… — Digo em meio às lágrimas.

— Você é burra ou o'que sua piranha? Já não mandei acordar na hora, se não consegue, não dorme, mas faz o'que eu mando. — Ele me joga no chão com força.

Vou me arrastando pra cozinha e me apoio no balcão, tento levantar mas a dor no meu corpo é avassaladora. Minha tentativa falha em me apoiar para erguer meu corpo foi em vão e logo cai de novo.

Vi Raul vindo furioso em minha direção e nem tive tempo pra pensar, ele me deu um chute com tudo na barriga, me encolhi no chão e senti outro chute.

— Se você não levantar daí agora, eu te mato. — Ele me encara e logo se vira e sai.

Fico um tempo deitada com a mão envolta da minha barriga, tentando fazer a dor passar, as lágrimas que escorriam pelo meu rosto não paravam, meu corpo tremia.

Passou uns cinco minutos e tentei me levantar, foi difícil mas consegui ficar em pé me apoiando pelos armários. Fiz o café dele e quando estava terminando ele desceu. Pegou seu sanduíche e seu café e foi pra sala assistir tv, deixei tudo organizado, porque se não era mais uma surra que iria levar, assim que terminei tudo, fui praticamente me arrastando até meu quarto, tirei meu vestido que estava usando e entrei no banheiro para tentar relaxar meu corpo com a água.

Fiquei um bom tempo lá, o'que me deixou bem melhor, sai do chuveiro e me sequei, voltei pro quarto e me vesti, sentei na minha cama e peguei meu notebook.

Há um mês consegui um trabalho de home office, o'que Raul não sabia, guardei meu pagamento em uma conta que ele não podia saber e era com ele que eu saia para beber, o resto eu guardava, pois queria sumir desse lugar o mais rápido possível.

Eu fazia a tradução de alguns documentos, pois sabia falar mais duas línguas, Inglês e Espanhol, consegui o emprego fácil, trabalhava de segunda a sexta pelo menos três horas por dia.

Com o dinheiro também aproveitei e comprei alguns remédios na farmácia que tinha no morro, por sorte ela era 24 horas, então conseguia ir depois que o desgraçado saia pra trabalhar.

Fiquei no meu quarto escondida até que ouvi ele sair, olhei pra fora e já estava de noite, coloquei uma calça, uma camiseta branca e por cima uma blusinha fina de frio se não eu não ia aguentar o calor.

Saí de casa e fui direto para o Bar do seu Roberto, assim que cheguei havia poucas pessoas, me sentei no mesmo lugar de todos os dias e assim que o senhor me viu, veio até mim.

— Boa noite menina, o mesmo de sempre ? — perguntou.

— Sim, obrigado. — Digo com a cabeça baixa.

Ele vai até o fundo do bar e pega uma garrafa de whisky e um copo, volta para onde estou e abre a garrafa e me serve a primeira dose.

— Me desculpa a pergunta, mas qual é seu nome ? — Ele me encara.

— Ayla, senhor. — Digo baixo.

— Bonito nome. — Ele diz e apenas se afasta.

Seu Roberto parecia ser um homem bom e me sentia segura aqui no bar, não que alguém vá mexer comigo, eu parecia uma louca vestindo essas roupas e sem falar que ainda tô de óculos escuro porque o roxo do meu rosto ainda não saiu completamente.

Bebi mais três copos e logo senti alguém se aproximar de mim, na mesma hora meu corpo se arrepiou e senti medo.

— Boa noite, tudo bem ? — O homem perguntou.

Olhei para o lado e era um cara novo, tinha várias tatuagens e estava com uma arma pendurada nas costas.

— Boa noite, tudo sim. — Dou um gole no whisky.

Ele não disse mais nada, mas percebi que ficou me olhando como se quisesse desvendar um quebra cabeça. Ele pediu uma cerveja para seu Roberto e continuou sentado ao meu lado.

— Sou o Mamba e você ? — Ele diz.

— Ayla. — Pego a garrafa e sirvo mais uma dose.

— Você é nova aqui né ? — Ele continua me encarando.

— Sou.

— Já vi que você não é muito de conversar. — Ele dá um gole na cerveja e dá risada. — Você é aqui do rio?

Porra que cara chato, eu só queria beber meu whisky em paz e ir embora, porque ele tinha que ficar aqui comigo nesse interrogatório.

— Sou de São Paulo. — Digo virando meu rosto para ele.

— Agora entendi o óculos. — Ele diz e dá uma risada.

Revirou meus olhos e solto um suspiro, passo a mão pelo meu cabelo e noto que seu semblante mudou, quando percebo a manga da minha blusa subiu um pouco e eu estou com um roxo bem no pulso. Merda!

— Quer beber comigo e com meus amigos? — Ele pergunta.

Oi? Qual o problema desse cara, meu deus! E agora, e se eu falar não e ele atirar em mim com essa arma enorme, aí que ódio.

— Pode ser.

“ Mas eu sou uma idiota mesmo, se não morri pelas mãos do Raul, vou morrer agora. ”

Ele se levantou e foi até uma mesa que tinha dois caras sentados, olhei para trás e ainda fiquei travada pensando se ia ou não, vi ele se sentando e me chamando com a mão.

Peguei minha garrafa e meu copo e me sentei na cadeira vazia, na mesa havia dois caras, um deles era loiro de olhos azuis e também tinha tatuagens pelo corpo, ele estava sem camisa e também tinha uma arma pendurada no corpo, na verdade os três tinham. Olhei para o outro que era um moreno e parecia ser bem alto, diferente dos dois, ele não tinha quase nenhuma tatuagem e parecia ser o mais sério deles dois.

BN

Ctreze

— Pessoal, essa é a Ayla, ela vai nos acompanhar na bebedeira de hoje. — O tal Mamba fala.

Os dois ficam me analisando por um tempo e logo mudam a feição.

— Me chamo BN, satisfação. — O loiro fala.

— Eu sou o Ctreze. — O moreno me encara e abre um sorriso.

— Oi meninos. — digo baixo.

Eles começaram a conversar umas coisas estranhas e eu fiquei quieta na minha, continuei bebendo até que vi que a garrafa acabou.

Me levantei devagar sem falar nada e fui até o balcão.

— Seu Roberto, me vê outra. — Digo

— Tem certeza, minha filha? — Ele me olha com a sobrancelha arqueada.

— Sim.

Ele vai até o fundo do bar e volta com outra garrafa. Pego e volto pra mesa onde os meninos agora estão me encarando. Abri a garrafa e me sirvo uma dose.

— Querem? — Pergunto olhando para eles.

— Tu aguenta beber pra caralho em. — BN fala.

— Sou forte pra bebida. — digo dando mais um gole.

— Bota forte nisso, já tá na segunda e nem parece que tá bebendo. — Mamba fala.

— Tô achando que isso aí é guaraná em. — Ctreze fala e os meninos começam a rir.

Não aguentei e também dei risada, ergui meu copo e levei na direção deles.

— Bebe um pouco aí então. — Abro um sorriso e encaro ele.

Ele pega o copo da minha mão e noto que Mamba está encarando minhas mãos tentando achar algo ali, levo meu braço rapidamente para debaixo da mesa.

— É, não é suco não, a mina é forte mesmo. — Ctreze fala fazendo uma careta.

Dou risada e pego meu copo de volta.

— Você mora sozinha Ayla ? — Mamba pergunta.

— Moro com meu padrasto. — digo

— Nunca te vi pelo morro, chegou essa semana ? — Mais uma pergunta…

O que esse cara queria saber?

— Não, já estou aqui há quase dois meses, só não saio muito. — Pego meu copo e bebo.

— Se é vampira, Caraí? Só sai à noite. — BN fala e não consigo deixar de rir.

— Pode ser que seja isso. — Falo sorrindo.

Tudo bem que achei que ia morrer, mas fazia um tempão que não dava uma risada, estava um pouco feliz, eles três pareciam ser durões, mas eram bem engraçados.

Continuamos conversando e bebendo e notei que às vezes Mamba ficava me encarando de uma forma estranha, fiquei um pouco receosa com isso. Minha segunda garrafa acabou e vi que já era quase meia noite.

— Bom meninos, vou embora, foi um prazer beber com vocês hoje. — Digo abrindo um sorriso e me levantando.

— Se vai voltar amanhã? — Mamba pergunta.

— Creio que sim.

— Então, até amanhã, vamos te fazer companhia de novo. — Mamba fala.

— Boa Noite paulista. — BN e Ctreze dizem.

Vou até o balcão e pago minhas duas garrafas e volto pra casa, hoje eu até que senti um pouco do efeito da bebida, normalmente só bebo uma garrafa.

Fui direto pra casa e assim que cheguei tomei um banho gelado e logo dormi.

Capítulo Três

Capítulo três

William (Sombra, Dono do Morro)

Sombra - Dono do Morro

Já faz quatro anos que sou o dono do morro da Rocinha, esse cargo me foi passado após a morte do meu pai em uma invasão da polícia.

Desde então tento fazer a diferença no morro e estou conseguindo, desde que meu pai morreu trouxe diversas coisas diferentes pra cá, fiz aliados novos e fortes, já faz quase um ano sem invasão e isso é maravilhoso.

Tenho hoje 28 anos, gerencio esse morrão com meu irmão Pedro o vulgo Mamba de 25 anos, além dele tenho também meus dois braços direito, o BN e o Ctreze, que são nossos amigos a anos e confiamos neles de olhos fechados.

Eu e o Pedro moramos com nossa mãe Eloá e nossa irmã Pamela, que tem 22 anos. Graças a Deus consigo proporcionar tudo de bom para as duas.

— Irmão preciso da sua ajuda. — Pedro entra do nada na boca.

— Caralho, não bate mais não ? — encaro ele.

— Foi mal irmão. — Ele se senta na cadeira à minha frente.

— Já manda o papo que tô ocupado. — Digo dando atenção a ele.

— se lembra que fui beber com os cria a duas noites atrás né? — Ele pergunta e eu arqueio a sobrancelha e apenas confirmo. — Nesse dia vimos uma mulher no bar toda estranha, vestindo roupa de frio e óculos escuro, quando ela foi embora seu Roberto veio falar comigo pedindo pra eu conversar com ela, porque parecia que a mina não tava bem e disse também que viu um corte na boca dela.

— Tá e o'que tenho a ver com isso? — Digo apoiando os cotovelos na mesa e encarando ele.

— Ontem voltei com os meninos e ela estava lá, puxei assunto com a mesma e realmente vi o corte na boca e também um roxo no pulso dela, assim que ela percebeu que eu notei abaixou a mão rápido e escondeu. — Ele fez uma pausa e pegou um baseado que tinha no bolso. — Chamei ela pra sentar comigo e com os meninos e ela foi, em determinado momento ela foi entregar o copo pro Ctreze e de novo eu vi a marca. Não sei mais, algo me diz que essa mina está sofrendo alguma coisa.

— Porque se não chegou e já perguntou? Aí fica de enrolação e outro geral aqui sabe que agressão a mulher é morte na certa. — Digo já nervoso, odeio essas fita.

— Ela vai voltar hoje no bar, queria que você fosse comigo, pra ver a situação. — Ele dá um trago no baseado.

— Sei não irmão, tô cheio de coisa pra fazer e não tenho tempo pra historinha fiada. — Digo voltando a atenção para o notebook.

— Cara é só ir comigo e os cria no bar e falar com ela, simples, depois você volta pra casa. — Ele diz.

— Tá irmão, eu vou, agora vai trabalhar, tá chegando um carregamento no portão sul, vai receber com o BN e manda o Ctreze vir aqui. — Digo e ele apenas levanta e sai.

Mais um b.o pra eu resolver, Pedro quando coloca as coisas na cabeça, ninguém tira fácil, então é melhor eu já ir verificar logo o'que essa doida tem pra ele ficar em paz.

Passaram alguns minutos e logo Ctreze invade a minha sala.

— Vou ter que ensinar a vocês três a terem modos, porque não é possível, não sabem bater na porra da porta caralho. — Digo nervoso.

— Qual foi chefinho, fica bravo não, vim te ver e é assim que você me trata amor? — Ctreze fala com uma vozinha de mulher.

— Vai se fude, e sai com essa viadagem daqui.

— Pedro disse que tu mandou me chamar, fala ai. — Ele se senta no sofá que tem na lateral.

— Tem alguma informação do X9? — Pergunto.

Essa fita de x9 já tá tirando a minha paz, perdi a porra de uma carga a duas semanas atrás, e estava tudo certo, poucas pessoas sabiam que eu iria recebê-la, mas alguém vazou alguma informação e a carga foi pega no meio do caminho.

Quem sabia do plano era apenas eu e meu irmão, os meninos e uns quatro vapor. Mandamos investigar os quatro, porque os meninos eu sei que não eram.

— Eu já descartei dois vapor que sabiam do plano, agora estou na cola dos outros dois, mas na real algo tá me dizendo que quem tá envolvido é o Santos, aquele moleque não me passa confiança nenhuma e de uns dias pra cá vive saindo do morro, já botei um vapor atrás dele e tô esperando as informações. — Ctreze fala.

— Ótimo, agora me diz que fita é essa do meu irmão com a mina doida? — Digo e Ctreze cai na gargalhada.

— A mina realmente é doida, mas é gente boa, o Pedro tá achando que ela sofre agressão em casa, e realmente achamos isso, vi uns roxos no pulso dela e também no pescoço, mas ela esconde bem. — Ele diz e vejo que ele também se preocupa. — Hoje vamos ver ela de novo, se devia ir, ela é mó firmeza.

— Vou ver essa caminhada, se sabem onde ela mora? — pergunto.

— No beco da 12, perto do bar do seu Roberto.

— o Pedro e o BN foram receber uma carga, espera eles voltar e distribui pros pontos aqui do morro. — Digo e ele assenti. — E puxa pra mim quem mora com essa mina aí, e se o cara é conhecido nosso.

— Po ela falou que mora com o padrasto, mas não disse mais nada, ela meio que foge de qualquer assunto relacionado a ela. Só sabemos o nome dela que é Ayla. — Ele se levanta pra sair.

— Vou ir com vocês hoje pra ver essa fita. — Digo e logo ele sai da sala.

Não sei porque mais algo me diz pra ir ver o que está acontecendo, é melhor resolver logo, antes que essa mina acabe sofrendo algo pior.

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