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Herdeiros Alencar (Anna Laura)

Prólogo

Meus pais estão comemorando vinte anos de casados e para celebrar essa data decidiram se casar no religioso, coisa que eles não eram ainda, haviam se casado apenas no civil e antes disso, eles moravam juntos.

Minha mãe se casou grávida de mim e das minhas outras duas irmãs, nós somos trigêmeas, eu fui a primeira a nascer, seguida por Anna Luíza e por último Anna Letícia. Somos conhecidas como as trigêmeas Alencar.

Meus pais são Caio e Raquel Alencar, os dois advogados do conceituado escritório de advocacia Alencar, onde meu pai é sócio/proprietário junto com meus tios, Alex e Fabrício, os irmãos dele. Os três assumiram quando meu avô Fernando decidiu se aposentar.

Meu pai é criminalista, muito implacável e muito assertivo, mal perde uma causa, já minha mãe é advogada trabalhista e é tão boa quanto meu pai.

Esses dois são meu maior exemplo de amor e superação, os dois passaram por muitas coisas e por alguns relacionamentos antes de finalmente ficarem juntos de fato, mas hoje em dia são inseparáveis e vivem trocando beijos pelos cantos da casa.

Após a cerimônia de casamento trouxe meus irmãos mais novos para casa, Anna Clara, Anna Cecília, que são gêmeas e tem dezesseis anos e também os gêmeos Davi e Noah, de dez. Meus pais só tiveram gravidezes múltiplas, pense em dois seres humanos férteis.

Enfim... Trouxe meus irmãos para casa, já que minhas gêmeas foram para a casa dos namorados e eu fiquei com a missão de trazer as crianças para casa. Tia Laila, nossa babá, vai cuidar deles e as gêmeas também podem ajudar.

Coloco Davi e Noah na cama e só saio quando eles de fato estão dormindo, eu amo esses meninos, eles são tudo para mim.

Me arrumo para ir para a casa do Jonathan, meu namorado, estamos juntos faz quatro anos, namoramos desde que tínhamos dezesseis.

Troco de roupa e dirijo até o apartamento dele.

Chegando lá, passo pela portaria, o porteiro já me conhece e subo direto.

Entro no apartamento com minha chave, já que tenho a minha, pois faz tempo que namoramos e temos planos de nos casar assim que terminarmos a faculdade.

Assim que entro ouço barulhos estranhos vindo do quarto e uma música não muito alta. Me aproximo da porta e abro devagar, pisco os olhos várias vezes para ter certeza do que estou vendo.

— Jonathan! — ele se assusta e olha para mim.

— Amor? O que faz aqui? Você falou que não ia vir.

Jonathan foi ao casamento dos meus pais comigo, participou da festa e depois veio para casa, eu disse que não iria vir com ele, pois iria cuidar dos meus irmãos, mas com eles dormiram cedo eu decidi vir.

— Eu disse que não vinha, aí aproveitou pra fazer uma festinha.

Encaro as outras três pessoas que estão no quarto, uma das mulheres a que ele estava f*dendo me olha e sorri. Tenho impressão que a conhece de algum lugar, mas isso pouco importa agora.

Jonathan está junto com duas mulheres e seu melhor amigo, Mário, os quatro estavam transando em grupo. Mário eu sabia que fazia isso, pois teve a cara de pau de convidar a Luíza para participar, minha irmã gosta muito de sexo, mas ela não curte essas coisas.

Agora Jonathan eu não fazia ideia que curtia isso, eu não vou julgar ninguém, até porque cada um faz o que quer da sua vida, mas ver meu namorado nessa situação e sem contar me traindo me deixa com muita raiva e ao mesmo tempo muito triste.

Foram quatro anos compartilhando minha vida com ele, o levei para o convívio da minha família.

— Amor...

— Amor é o c*ralho! Não me chame de amor!

— Deixa de ser careta Laurinha, vem participar também, eu vou adorar te ver aqui com a gente. — Mário diz e eu o encaro.

— Ei! Não fala assim com minha mulher Mário, a Laura é uma princesa. — ele se aproxima e tenta me tocar.

— Tire essas suas mãos sujas de mim!

— Deixa de ser boba Laura, aproveita que você tem um namorado moderno e se entrega ao prazer, abre essa relação e vem g*zar mulher! — a mulher que acho que conheço fala.

— Olha aqui minha querida, eu nem sei quem é você e na verdade nem quero saber, eu não curto esse negócio de relacionamento aberto, se você curte sinta-se à vontade, pode ficar com ele, eu não ligo e nem quero mais.

— Laura! Amor, por favor? Eu amo você, minha princesa.

— Pegue o seu amor e soque no meio do seu rabo! Acabou! — digo virando as costas para sair, mas ele impede.

— Como assim acabou Laura?

— É surdo?! ACABOU! Não me procure mais. — ele segura meu braço muito firme. — Me solta!

— Eu não vou deixar você sair daqui.

— Me solta!

— Você é minha Laura, eu não vou aceitar outro homem tocar no que é meu! Só eu toquei nesse corpo e vai continuar assim!

— Vai sonhando! Me solta!

— Não.

Trouxe meus seguranças, mas eles estão lá embaixo, meu pai é um tanto exagerado quanto nossa segurança, as vezes acho que ele exagera muito, mas ele se preocupa muito conosco.

Tanto que ele deu um colar para cada uma de nós, que tem um pequeno rastreador e também é um dispositivo de segurança, ao qual você aperta e os seguranças recebem um alerta e sua localização exata. Meu pai projetou isso junto com seu amigo Christopher Adams.

Meu pai nos fez jurar que não falaríamos sobre isso com ninguém, pois em casos extremos poderiam tirar o colar de nós e assim nós fizemos, nunca falamos com ninguém sobre isso e nesse exato momento estou apertando meu dispositivo.

— Me solta!

— Cara solta ela, sabe quem é o pai dela. — Mário diz.

— Ele não está aqui, saiu de lua de mel.

— Me solta!

— Não Laura, você vai ficar comigo.

— Me deixe sem paz e volte pro seu surubão!

Ele não tem tempo para falar mais nada, entram três homens da segurança e ele me olha furioso.

— Eles não deveriam ficar lá embaixo?

— Solte ela. — Lucas, um dos seguranças, diz apontando uma arma para ele.

— Laura... Amor, não vai.

— Vamos senhorita Laura, e você não se aproxime dela. — Lucas diz apontando a arma para ele.

Foi a cena mais constrangedora da minha vida!

Meus seguranças tiveram que entrar em um quarto com quatro pessoas nuas, sendo que uma delas é meu namorado.

— Se puder não comentar nada com o meu pai, eu agradeço, Lucas.

— Desculpe, senhorita, mas ele é meu chefe, preciso informar tudo o que acontece.

— Vocês são todos uns linguarudos! — ele sorri de lado.

Logo entra uma chamada, olho para a tela e vejo a foto do meu pai.

— Está tudo bem princesa?

— Está papai, mas o senhor deveria estar aproveitando sua lua de mel.

— Vocês são mais importantes que qualquer coisa, só não volto agora mesmo, porque não é possível, mas no primeiro porto que atracarmos, sua mãe e eu vamos pegar um avião e voltar.

— Não precisa papai, aproveitem, eu estou bem.

— Lalá somos seus pais, não precisa passar por essas coisas sozinha. — minha mãe diz.

— Eu já tenho 20 anos mamãe, sou adulta.

— E desde quando isso importa?! Eu tinha 23 anos quando seu pai sofreu um atentado, eu morava sozinha na época e sua avó morava em outro bairro, bem distante, mas veio ficar comigo e foi a melhor coisa que ela poderia ter feito por mim, estava precisando muito dela naquele momento, assim nós iremos fazer, logo chegaremos.

— É meu amor, sua mãe e eu estamos preocupados. — meu pai diz.

— Adianta eu dizer que não precisa?

— Não! — os dois respondem juntos.

— Desculpem estragar a lua de mel de vocês.

— Você não estraga nada minha princesa, você e seus irmãos são as coisas mais importantes de nossas vidas, nós amamos vocês. — meu pai diz e eu sorrio.

— Mamãe te ama muito filha, logo chegaremos, faça uma panela grande de brigadeiro e coma sem culpa, isso sempre ajuda.

— Obrigada mamãe, eu amo vocês.

— Nós também amamos princesa. — meu pai diz.

— Amamos muito. — minha mãe completa.

— Chegaremos logo princesa.

Meus pais são incríveis, os melhores do mundo, todos deveriam ter a sorte e dádiva de ter pais tão amorosos e dedicados como os meus.

Chego em casa e faço como minha mãe disse, faço uma grande panela de brigadeiro e vou ver um filme com Anna Clara e Anna Cecília, já que as minhas outras duas gêmeas estão com os namorados.

Tudo que preciso agora é do amor da minha família, pois esse sim eu sei que é verdadeiro e que nunca vão me trair e nem magoar.

Capítulo 01

*UM ANO DEPOIS*

Sou Anna Laura, tenho vinte e um anos, estudo engenharia da computação, pretendo me formar e ir trabalhar na empresa da minha tia Bella.

Levo uma vida bem reservada, foi assim desde quando era criança já que meus pais são bem conhecidos.

Meu pai é advogado criminalista, por conta disso já sofreu muitas ameaças e alguns atentados.

Minha mãe também é advogada, só que trabalhista, e é blogueira nas horas vagas, ela tem alguns milhões de seguidores nas redes sociais e também tem algumas ONGs que ajudam crianças e mulheres.

Por conta disso tudo, eles dois sempre protegeram muito a mim e aos meus irmãos, nunca permitiram que publicassem fotos nossas quando éramos crianças e já processaram algumas pessoas, por fazerem isso.

Eu sou a filha mais velha, não que isso seja grande coisa, já que eu tenho mais duas irmãs que nasceram no mesmo dia que eu, somos trigêmeas e eu sou mais velha que elas, apenas alguns minutos.

Meus pais são meu maior exemplo, o amor deles é lindo, estão juntos a mais de vinte anos e estão sempre se pegando pelos cantos, como se fossem adolescentes. Acho que a vida sexual deles é bem mais agitada que a minha.

A julgar que eu não estou tendo uma vida sexual, desde que terminei meu namoro há um ano atrás, não fiquei com mais ninguém.

Desço as escadas e encontro meus pais se pegando, sorrio da cena. Esses dois são fogo, não podem ficar perto um do outro que já estão se pegando.

— Meu Deus! Procurem um quarto, há duas crianças nessa casa. — digo me referindo a Davi e Noah, que têm onze anos. — Vocês parecem que começaram a namorar faz pouco tempo, que fogo! Eu hein. — meus pais me olham sorrindo.

— Tudo bem minha princesa? — meu pai pergunta me abraçando, ele sempre nos trata assim, não importa a idade.

— Sim papai.

— Como foi na faculdade? — minha mãe pergunta.

— Tudo bem mamãe, não vejo a hora de me formar e ir trabalhar com a tia Bella.

— Mais um ano e você termina princesa.

— É, finalmente, papai.

— Vai sair hoje? — minha mãe pergunta.

— Não mamãe, estou cansada, vou assistir um filme com os meninos, já prometi pra eles.

— Deveria sair um pouco filha, você é jovem ainda, deveria aproveitar, faça igual a Luíza, ela sabe aproveitar a vida.

— Vida pare de ficar tentando corromper nosso filha.

— Não estou corrompendo amor, mas ela é linda e jovem, tem que aproveitar a vida.

— Não ouça sua mãe princesa.

— Caio Alencar, sua filha é jovem e tem que sair e conhecer gente nova.

— Igual aquele moleque? Meu sangue ainda ferve só de pensar no que ele fez, isso não é coisa que se faça com uma mulher, ainda mais com uma filha minha. Olha bem pra sua filha Raquel, ela é linda, merece ser tratada como uma princesa. — sorrio.

É difícil até pensar em se relacionar com alguém, quando sua maior referência é um homem como meu pai. Ele sempre trás flores para minha mãe, chocolates, jóias, sempre a leva para viajar no aniversário de casamento e também no aniversário deles, que é no mesmo dia.

Com tudo isso o meu padrão para homens é muito alto.

Mas meu pai nem sempre foi assim, no começo ele a deixou por uma ex, o que a fez sofrer muito, mas depois percebeu que amava minha mãe e teve que correr atrás do prejuízo. E ainda bem que os dois se acertaram, do contrário, nem eu, ou os meus irmãos existiríamos.

— Está tudo bem papai, eu já superei, graças a Deus descobri antes de casar, as orações da minha vozinha são fortes.

— No final das contas eu tinha razão, nenhum daqueles moleques prestavam, eu te falei loirinha e você dizendo que eram bons rapazes.

— Mas eles eram sim moreno, o da Lalá também, é um rapaz muito esforçado e trabalhador, nessa parte ele é uma boa pessoa, mas na outra não. — minha mãe e tia Bella às vezes ainda me chamam pelo meu apelido de criança.

— É verdade papai, a Luíza quem terminou com o Pedro, pois ela não acredita nos homens e nem no amor, a Letícia é muito romântica e quer viver um amor como o de vocês e o Murilo não conseguiu atender as expectativas românticas dela, é impossível alguém ter um amor igual o de vocês, acho que nem os meus avós. — os dois se olham e sorriem.

— Vocês são incríveis, todos vocês meu amor e merecem ser felizes, um dia você vai encontrar alguém que valha a pena de verdade. — minha mãe diz.

— Deus me livre, mamãe, não quero ninguém, estou muito bem sozinha, antes só do que mal acompanhada.

— Isso mesmo princesa, não escute sua mãe!

— Caio Alencar! Nada de banho relaxante na banheira hoje! — minha mãe diz se afastando.

— Ei vida? Me espera loirinha, desculpa...

Nego com a cabeça e sorrio da cena, meu pai é louco pela minha mãe, na verdade ela também é louca por ele.

As gêmeas entram em casa falando sobre o dia na escola, elas estão no último ano do ensino médio, estudam em uma escola bilíngue de tempo integral, nossos pais investem pesado em nossa educação, os gêmeos vêm logo atrás delas, também estudam na mesma escola, eles estão no sexto ano do ensino fundamental.

— Oi. — digo para os quatro.

— Oi. — os quatro respondem.

— Qual filme vamos assistir Laura? — Davi pergunta.

— Não sei, decidam vocês, e vocês duas vão assistir também? — pergunto para Cecília e Clara.

— Eu vou. — Cecília diz.

— Eu também vou. — Clara diz.

— Ok, vão tomar banho que eu vou preparar uns lanchinhos para nós.

— Laura?

— Oi.

— Posso falar com você? — Clara pergunta.

— Sim, vamos até a cozinha e você me fala enquanto preparo nosso lanche.

— Tá.

— Eu acho que estou apaixonada.

— Tem certeza?

— Sim, nunca havia sentido isso por ninguém.

— E quem é o felizardo?

— Aí é que tá! Isso não pode ser.

— Como assim Clara?

— Eu não posso dizer.

— Clara...

— Eu não sei o que fazer, mas eu queria falar para alguém e queria que fosse você. — sorrio.

— Então vá em frente, conte pra esse garoto que você gosta dele.

— Eu não posso Lalá.

— Quem é Clara?

— Deixa pra lá, só tinha que dizer pra alguém.

— Ok, mas tome cuidado Clara, não quero que você se machuque.

— Tudo bem, eu vou ter cuidado.

— Amo você, Clarinha, obrigada por confiar em mim.

— Também amo você. — ela diz e me abraça. — Você é minha preferida, mas não conta pra Ceci, se não ela fica com ciúmes.

— Não vou contar. — sorrio. — Agora vai tomar banho para nós assistirmos o filme antes do jantar, sabe como nossos pais são com os horários das refeições.

— Sei.

É estranho falar sobre isso com uma das minhas pequenas, eu amo tanto meus irmãos mais novos que parece que são meus filhos e para mim eles nunca irão crescer.

Todos eles são muitos ligados a mim, pois sempre gostei de cuidar deles, quando eu tinha uns dez anos e as gêmeas seis, eu sempre ajudava a tia Laila a cuidar delas e não foi diferente com os gêmeos, sempre a ajudava a cuidar deles.

Tia Laila sempre foi quem cuidou de nós, meus pais, apesar de terem condições para contratar várias babás, nunca quiseram a casa cheia de gente, tia Laila sempre foi o suficiente e sempre tiveram a ajuda dos meus avós e das minhas tias. Minha família é incrível.

Finalizo nosso lanche e vou para a sala de TV. Nossa casa é enorme, vivemos muito bem e com muito conforto, mas meus pais sempre nos ensinaram a valorizar tudo o que temos, nunca nos deram tudo que queríamos, mas sempre nos deram o necessário para viver bem e com conforto, não temos do que reclamar.

Encontro meus seis irmãos aqui, nem sabia que minhas gêmeas haviam chegado, meus pais também estão aqui, é sempre assim, quando se fala que vai assistir filme, todos vêm.

É tão bom pertencer a essa família, não tenho porque ficar triste, eles são tudo que eu preciso para ser feliz.

Capítulo 02

Acordo para mais um dia de faculdade, ainda bem que mais um ano estarei formada, emprego garantido eu já tenho, tia Bella já me ofereceu um cargo na empresa dela.

Tia Bella trabalhou por alguns anos para o Adams, um dos mais famosos em nosso ramo. Minha tia é tão boa no que faz, que Christopher propôs para ela ser sócia dele e meu pai comprou algumas ações da empresa e deu de presente para minha tia Bella, já que Christopher queria mais tempo para se dedicar a família, ele e a esposa Melissa têm muitos filhos, igual aos meus pais, eles também têm sete.

Tia Bella mesmo tem quatro, e o tio Raul ainda quer mais, segundo ele quer bater a marca do meu pai que tem sete.

Tia Liz e tio Bernardo têm três filhos, minha família é muito grande e todos gostam de ter muitos filhos, mas eu não vou seguir esse rumo, não tenho capacidade de trabalhar e conseguir manter um ser humaninho vivo, a julgar que nem namorado eu tenho para fazer uns bebês comigo.

A verdade é que quero me formar, fazer minha carteira e filhos não estão incluídos em meus planos e nem namorados, para falar verdade.

Minhas gêmeas são totalmente diferentes de mim, Letícia é uma romântica incurável e quer viver um amor daqueles de cinema, foi por isso que terminou com o namorado, ele não atendia as expectativas dela.

Luíza está na fase de pegar e não se apegar, terminou como o namorado por não acreditar e nem querer um amor, mas acho que não é bem isso, acho que ela acredita sim no amor, mas o amor dela é impossível.

Já eu, não quero ficar com ninguém, acredito no amor, mas não sou romântica e não quero ficar com pessoas só por ficar.

Meu pai fica de cabelo em pé com Luíza, ele é muito ciumento, o que ele não tem de ciúme da minha mãe, ele tem de nós cinco.

Segundo meu pai, Luíza é a culpada por seus cabelos brancos, como se os cabelos brancos dele não fossem um charme, meu pai tem cinquenta anos, mas muito bem distribuídos, não há quem diga que ele tem essa idade, minhas colegas suspiram por ele todas as vezes que vai me deixar ou me buscar em algum lugar.

Se minha mãe sonha com isso, ele não tem ciúmes dela, mas ela tem muito ciúmes dele, já de nós ela não tem nenhum pouco, pelo contrário, ela é muito liberal.

— Bom dia Amanda. — Amanda é a nova governanta, ela ficou no lugar da Cris que se aposentou há um tempo.

— Bom dia, senhorita Laura.

— Onde está todo mundo?

— Ainda não desceram, a senhorita é a primeira.

— Entendi, bom dia Mônica. — Mônica trabalha para o meu pai, antes mesmo dele se casar com minha mãe.

Muitos dos funcionários que trabalham aqui em casa quando éramos crianças já se aposentaram. Todos eles saíram por tempo de serviço, meus pais sempre souberam escolher muito bem os funcionários, pois nunca precisaram demitir ninguém.

Tia Laila ainda ajuda com os gêmeos quando precisamos, ela começou a cuidar de mim e das minhas gêmeas, ela tinha acabado de fazer dezoito anos, trabalhava para pagar a faculdade de publicidade, mas ela acabou gostando tanto da área que decidiu investir e montar sua própria agência de babás, mas ela nunca nos deixou, temos um carinho enorme por ela.

— Fiz torta de limão. — Mônica diz, pois sabe que eu amo.

— Obrigada Môni, você é um anjo, pode colocar em um potinho para mim? Vou levar para comer na faculdade, agora vou comer só um pouco de fruta.

— Vou fazer isso.

— Obrigada Mônica. — ela assente.

Me sirvo de um pouco de frutas, Mônica já deixa tudo cortado.

Sento para comer e ouço o barulho da família buscapé descendo as escadas, sorrio do barulho que eles fazem.

— Eu caço esse moleque até no inferno! — meu pai diz.

— Papai! Ele é meu namorado, estamos juntos faz cinco meses, é natural que eu viaje com a família dele.

— Cinco meses, Cecília? Cinco meses e já quer viajar com esse moleque?

— Os pais dele vão também papai! É só um final de semana na praia.

— Você não vai Cecília! Não vou te deixar o final de semana inteiro com um moleque que certamente tem outras intenções.

— Papai a Luíza perdeu a virgindade, com quinze eu já tenho dezessete e ainda sou.

— Ei! Me deixe fora dessa confusão. — Luíza diz enquanto se serve de uma xícara de café.

Realmente Luíza perdeu com quinze anos e o cara em questão nem era namorado dela, meu pai sabe que ela perdeu com quinze, pois ela se sentiu culpada e contou para eles, mas ele nunca soube com quem foi e se ele ao menos sonhar com quem foi essa casa cai.

— É verdade! Com quem foi mesmo hein Luíza? Até hoje me pergunto.

— Papai! Isso não vem ao caso! Cecília resolva seus problemas sem envolver os outros, eu já estou indo, estou atrasada. — Luíza sai rapidamente.

As únicas que sabem do segredo dela, somos Letícia, tia Bella que acabou descobrindo por acaso e eu, nem minha mãe sabe e por mim nunca saberão, nós três temos uma ligação única e têm coisas sobre minhas irmãs que só fica entre nós, apesar de nossos pais serem muito nossos amigos e confidentes, eles sempre nos orientaram a não esconder nada deles, e na maioria das vezes têm sido assim.

Eu não tenho segredos com nenhum dos dois, a não ser os que não são meus e não posso contar para eles, mas os dois sabem tudo da minha vida, minha mãe quem me levou ao ginecologista quando decidi iniciar minha vida sexual, eu tinha dezoito anos.

Quando ela descobriu da Luíza ficou muito chateada, pois queria ter a levado para a consulta, mas isso já passou.

— Amor, ela já tem dezessete anos, sabe se cuidar. — minha mãe diz.

— Igual Luíza sabia e ficou com não sei quem?

— Luíza é apocalíptica. — minha mãe diz e nós sorrimos e meu pai fecha a cara.

— Papai, deixa ela, ela sabe o que convém e o que não convém. — digo.

— Quer ir à praia Cecília? — meu pai pergunta.

— Quero.

— Vamos todos à casa de praia esse final de semana!

— Papai! — Cecília exclama. — O senhor nunca me deixa fazer nada.

— Eu deixo meu amor, mas eu não vou com a cara daquele moleque, escute seu pai, eu sei o que digo.

— Que saco! Onde estão os gêmeos? Estamos atrasados! — ela levanta da mesa e sai levando sua mochila.

— Vocês vão ver que tenho razão! Nunca fui com a cara do namorado da Lalá e olha no que deu.

— Eu sei papai. — digo.

— E quem tinha razão no final?

— O senhor papai. Relaxa papai, olha a pressão, o senhor já tem cinquenta.

— Eu não tenho pressão alta menina! Se duvidar, sou mais saudável que você.

— Eu sei papai, mas relaxa tudo bem?

— Tá. — dou um beijo em sua bochecha e ele sorri.

— E o meu? — minha mãe pede e lhe dou um beijo também.

— Amo vocês meus velhinhos. — digo e meu pai nega com a cabeça.

— Você é muito ciumento Caio. — minha mãe diz.

— Ciumento?! Vão ver se eu não tenho razão.

— Nossa Caio! Pra quê essa cena? A menina já tem idade para viajar sem nós. — minha mãe diz.

— Suas outras filhas nunca viajaram sozinhas com os namorados! Por quê vou deixar essa ir? Digo e repito, aquele moleque não presta.

— Vá ver porquê seus filhos ainda não desceram para tomar café! Eles vão se atrasar para a escola.

— Tudo bem vida, estou indo lá. — ele beija a bochecha da minha mãe e sobe as escadas.

— Seu pai está sabendo de algo que não estamos sabendo. — minha mãe diz. — Ah moreno!

— Arranque informações dele mamãe. — digo.

— Vou fazer isso. — ela diz sorrindo e com isso já sei que meu pai vai ser "torturado".

Meus pais têm uma vida sexual bem animada, dá até inveja, dona Raquel tem quarenta e quatro e senhor Caio tem cinquenta e tem mais fogo que muitos novinhos por aí.

— Nessa casa não tínhamos segredos, exceto por esse que vocês três guardam até hoje. — minha mãe diz olhando para mim e para Letícia, que até agora não deu uma palavra, nós duas fazemos nossa melhor cara de paisagem.

— Estou indo, beijo família. — Letícia diz se levantando.

— Vocês três são terríveis! — minha mãe diz.

— Eu também já vou indo. — digo.

— Posso ir com você? — Clara pergunta. — Os gêmeos ainda vão tomar café, tenho que me organizar, tenho um seminário hoje.

— Pode sim, aproveitamos e levamos a Cecília também.

Entramos no carro e eu ligo o som, Blinding Lights de The Weeknd, começa a tocar, eu amo essa música.

— O papai não me deixa fazer nada! Se eu quiser dar eu vou dar e pronto! Mas eu não quero ainda, eu só queria viajar com meu namorado.

— Eu acho que deveria escutar o papai Ceci, eu não escutei e quebrei a cara, só fique esperta.

— Até você Lalá?

— Só fique esperta.

Estaciono o carro em frente a escola delas, elas se despedem de mim e entram, eu sigo para a faculdade.

Após uma manhã exaustiva, mas bem produtiva, saio da faculdade, antes que chegue ao estacionamento meu celular toca dentro da bolsa, é tia Bella.

— Oi tia.

— Oi princesa.

— Como está?

— Bem amor, e você?

— Bem.

— Está ocupada?

— Não, acabei de sair da faculdade, estava indo para casa.

— Pode vir aqui me ajudar na montagem de um novo computador, é um protótipo, um trabalho paralelo à empresa.

— Posso sim tia, chego ai em 20 minutos.

— Obrigada amor, não dirija muito rápido.

— Pode deixar, tia.

— Beijo, te espero.

— Beijo. — digo e encerro a chamada.

Estaciono o carro no estacionamento da empresa da minha tia, pego um crachá de visitante na recepção e entro.

Antes que alcance o elevador, sinto um líquido quente escorrer em meus seios e encaro o homem à minha frente que está em choque.

— Desculpa moça.

— É sério isso?!

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