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VINGANÇA

Prólogo

Melanie.

Niall.

Pov's Melanie Bieber'.

Flórida- Miami.

É horrível saber que Niall está vivo, era melhor que ele tivesse morrido. 

Não vou negar que me destrói, me sentir tão impotente. Minha vontade era de ir no quarto de hóspede, cuspir tudo que está entalado na minha garganta. Eu nunca vou perdoá-lo por ter causado aquele acidente. Por causa dele, eu perdi a minha bebê. 

Encaro o sapatinho rosa, com os olhos cheio de lágrimas. Acordei desde de cedo, e estou aqui sentada na cama, segurando a única coisa que restou da minha bebezinha. Me desfiz de tudo na época, para amenizar a dor. E agora todo o passado volta à tona, para me assombrar.

Soco a cama, descontando a raiva que sinto. Tenho que chorar calada, tenho que suportar esse sentimento de perda em silêncio, porque o "filhinho da mamãe " não pode ser atacado.

Levanto, colocando o roupão em volta do meu corpo. Direciono-me até o banheiro, observando a minha aparência deplorável em frente ao espelho.

Estou cheia de olhares, pareço com cara de ressaca. Quem vê, até imagina que enchi a cara. Mas não,  eu não bebi álcool na noite passada! 

Jogo a água no rosto, enquanto penso. Não posso ficar parada choramingando pelos cantos, aquele bastardo do meu marido está sem memória, eu preciso usar isso ao meu favor.

Ergo a minha cabeça, decidida agir como manda às aparências dentro desta mansão. Minha sogra é uma mulher altamente egocêntrica, ela que dá a última palavra sempre. 

O que eu preciso fazer, é convencê-la de que Niall não traz segurança e que seu estado mental pode causar um perigo a todos. Conseguindo isso, o segundo passo, é fazê-lo ser internado numa clínica psiquiátrica. 

Eu quero que ele apodreça lá, e que sua vida se transforme num inferno. 

Vou até o closet, pegando um vestido de cor preta, para pôr no corpo. Bem confiante, me maquio, usando um batom vermelho nos lábios. Estou determinada a colocar o meu plano de vingança em prática. 

Vagarosamente abro a porta do quarto vizinho, vendo o sujeito dormindo. Fecho a minha mão em punho, me corroendo por dentro. Que vontade eu tenho de acabar com ele...

Encho o copo d'água fria. Inclino para derrubar sobre o rosto do próprio, ajo, sem pouco me importar com às consequências.

 Quero provocá-lo, quero fazê-lo surtar. Quando estou a um passo de fazer isso, sou interrompida com a presença de um vira-lata...

Franzo o cenho, confusa, pois na mansão não há animais. O cão de rua começa a latir, arruinando os meus planos.

Vou pondo o animal para fora, todavia não causa efeito, já que continua latindo. É daí que Niall acorda! Fico com mais raiva, querendo saber quem enfiou esse pulguento aqui.... 

—Sai! Sai!

Tento me proteger, pelo vira-lata está querendo avançar para cima de mim. Oh meu Deus, essa coisa quer me morder.

— Amora, vem, vem!— a voz infantil da menor que está  toda suja, chama-me a atenção. 

Fito de cima abaixo, a criança de rua. Faço careta de nojo! Quem colocou essa pequena criaturinha neste lugar?

— Bebê.

Com o tom enrolado, o desmemoriado fala coisa com coisa. Reviro os olhos, por está apontando com a mão para  mendiga de rua. 

— Bebê.— novamente repete, fazendo o meu sangue esquentar. 

— Cala a boca!— mando, perdendo a paciência.— Cala a merda dessa boca!— bato na mesa, assustando-o. 

Niall tem uma crise de choro e aproveito qus está vulnerável, para descontar o que está engasgado.

— Você matou a nossa filha!  Chora, chora mais!— incentivo, amando vê-lo sofrer.

— O que é isso, Melanie?

Minha sogra entra na hora. Suspiro fundo, que merda! Interrompeu a melhor parte.

— Ele ficou nervoso com a presença desse cachorro— minto, com um tom de desdém.— Não foi, querido?— finjo, e o meu marido" pertubado" sobe a cabeça.

— É a bebê. É a bebê.— volta a repetir a frase.

— Ele cismou que essa menina é a bebê que perdemos, sogra.

— Sobre essa questão, Melanie.... acho que seria bom, que você e o meu filho superasse a perda, adotando uma criança.

— Eu não vou substituir a minha filha, por outra!— me recuso.— Não me peça isso, é demais para mim.

— Já faz sete anos, Melanie. Talvez Niall recorde das memórias, recomeçando....— ela se posiciona, detrás da pirralha.— A oportunidade está aqui. 

— Você quer que eu adote isso?— com o tom de desprezo, questiono. 

Falta a minha filha

Pov's Melanie Bieber 

Flórida- Miami.

Deus que me perdoe, mas a minha sogra enloqueceu de vez! 

Meus olhos encaram com nojo a criança em minha frente. Bufo baixinho, demonstrando a minha insatisfação. 

— Mande esse pulguento parar de me olhar assim.— brigo, cismada.

— Não fale assim da Amora!— a criança mal-educada retruca.— Ela é a minha cachorrinha.— agarra o animal de estimação, com carinho.  Rolo os olhos, entediada. 

— Não tô nem aí, eu tenho alergia a essa  coisa— invento, me encolhendo ao ouvir o latido  — Tire de perto!— grito alto.

— Amora não gostou de ti.

A garotinha sonsa soa.

— Ótimo, eu também odeie essa cadela.— dou de ombros, menosprezando-as. 

— Mas o seu marido gostou da Amora, ele até fez carinho nela.

Cita Niall, e aperto bem fundo os meus olhos, com ódio.

— Foi mesmo? Não me diga!— ironizo, cruzando os braços.— Fique sabendo que ele não é o meu marido. É apenas um doido.

— Aquela mulher disse que ele vai ser o meu pai.

– Ela mentiu para você.

Quebro as expectativas da pirralha de rua. Logo esmorece, ficando "tristinha". 

— Tu não vai ser a minha mãe? 

Rio, gargalhando alto ao zombar.

— Olhe para mim.— aponto.— Acha mesmo que eu adotaria alguém como você?

A miro de cima abaixo, humilhando-a através dos meus olhos. Caio na risada, debochando.  É nessa hora que a pestinha sente em cheio as palavras e se senta no chão, encolhendo os joelhos, com a cara de choro.

— Eu queria um lar.— ela choraminga, baixinha, ao lado do cachorro. 

— Eu não faço caridade, menina.— o meu tom duro, lhe faz me encarar com raiva.— Segue o teu rumo, teu lugar é nas ruas.

—Você uma bruxa má. Tu não têm sentimentos. 

— Talvez eu não tenha mesmo — acabo concordando.— Não nasci para ser a mocinha. Essa sou eu! 

— Ninguém deve gostar de ti.

Interrompo os meus passos, virando em direção a criança atrevida;

 — Eu não preciso do amor de ninguém, garota. Já tenho tudo! Dinheiro, reconhecimento e prestígio. O que mais falta?— despejo com toda arrogância, mantendo a pose.  

Mas no fundo, bem no fundo, há um vazio em meu coração.   

Falta a minha filha. 

— Melanie.

Engulo o choro, quando a minha sogra adentra no quarto, sem sequer bater. 

— Oi.

— Meu filho vai dormir hoje com você.

— O quê?— reajo de uma forma negativa.

Logo atrás, o vejo parado. 

— Não é apropriado um casal dormir separado. Eu prezo pela moral e os bons costumes.— suspiro fundo, ouvindo o discurso que  usa.— Na minha casa eu não permito esse tipo de coisa. Você tem que fazer o seu papel de esposa.

Levo a repreensão, ouvindo a senhora Bieber encher o meu saco. 

— Eu ainda não me sinto confortável.— olho com indiferença pro indivíduo que me encara de canto de olho.— Preciso do meu tempo.

— Não tem essa de tempo! Você tem que cuidar do seu marido.— com bem hostilidade, Esther rebate.— E da sua filha.

— Ela não é a minha filha!— rebato, com muita ignorância. 

— Enquanto você estiver nesta Mansão, Melanie, jamais grite comigo novamente. Se coloque em seu lugar.— ouço  calada.— Meu filho, a cama é ali, vá descansar. — sinaliza com o dedo. — E fofinha, a sua mamãe vai te dar banho.

 Me provoca, propositadamente. E depois a mais velha se retira, como se nada tivesse acontecido.

— Tá olhando o quê?— pergunto, para aquele que eu tanto odeio.— Dormirá no chão. Na minha cama só há espaço para uma pessoa... e essa pessoa não é você.

Disparo, friamente.

Fotografia

Pov's Melanie Bieber. 

Manhã seguinte….

7:30 AM

Pego a minha bolsa, já pronta para sair. 

– Para onde pensa que vai, Melanie?

Paro, suspirando fundo de costas para minha sogra. Viro.

— Trabalhar.

— Não seja irônica.— sou repreendida. E fecho os olhos, pelo quanto duvida de mim.— Já faz anos que você não trabalha, pra quê isso agora?

— Estou cansada de está trancafiada nessa mansão. Quero poder voltar respirar novos ares.

— Não acho apropriado.

— A senhora não tem que achar apropriado. — logo a corto, sem abaixar a cabeça.  — Quem decide o que eu faço, ou não da minha vida, sou eu.

— Já conversou com o seu marido sobre essa questão?

— Que diferença vai fazer?— rebato, com as palavras na ponta da língua— Nem lembrar de nada ele lembra.

— Você como uma mulher casada, não deve agir desse modo. 

— Devo agir como, dona Esther?— gesticulo os braços, sarcasticamente. 

— Seu papel como mulher, é cuidar do seu marido. E não o abandonar, como está fazendo.

— Eu não estou o abandonando, só vou voltar a trabalhar.

— Acho isso uma falta de respeito!— a senhora Bieber me critica. E a  encaro horrorizada.

— Sendo assim, continue achando uma falta de respeito. Porque eu estou indo.

Começo andar, ouvindo-a me ofender no fundo. 

Minha sogra tem uma mente muito machista. E quando resolvi abrir mão da minha profissão no passado, foi justamente pelo seu  posicionamento de que:” o papel da mulher é trabalhar em casa, já o do homem é de sustentar”

Fiquei tão cega pelo fato de está apaixonada pelo filho dela, que não percebi a manipulação que fui obrigada a compactuar por todos esses anos.

Mais agora será diferente... eu não vou mais obedecer ordens. 

**********.

Ao entrar no meu antigo consultório, bate aquela  nostalgia. Era aqui o cantinho que eu costumava atender os meus pacientes.  

Vou até a minha mesa e fico parada olhando pros porta-retratos. Seguro em um; foi a primeira vez que saíamos juntos. 

Niall era o típico cirurgião que arrancava suspiro das enfermeiras e das outras médicas, por seu charme e talento, ele era muito almejado. Não somente no lado pessoal, como também na parte profissional, suas mãos eram muito talentosas na sala de operação. 

Nosso amor não nasceu a primeira vista. Claro que tinha uma admiração da minha parte, mas aquela paixonite platônica nunca ia se tornar real. Era assim que eu pensava. Como um médico do poste dele, ia se interessar por uma simples generalista?

Minha especialidade sempre foi atuar em primeiros-socorros, trabalhar no caos da emergência. O que me desmotivou de não seguir exercendo, foi o acidente. Perder a minha bebezinha, foi uma perda tão grande, que me sinto culpada de não ter sido capaz de salvá-la. 

Fui egoísta um pouco e agora tocar no meu jaleco, e vê o meu nome descrito, me faz me arrepender de ter ficado tanto tempo afastada, daquilo que eu mais amo fazer.

 Pego-me mirando para o retrato que está em cima da minha mesa,  de quando eu estava na maternidade; eu tinha acabado de ter Mel. Sempre em minhas fotografias estou sorrindo, mas no decorrer dos anos, esse sorriso não existe mais.

Outro ponto que está mexendo comigo... é a volta do Niall. Eu estou tão cega com esse desejo de vingança, que estou esquecendo que esse homem, é aquele que um dia eu tanto amei.

A voz familiar ecoa, e rapidamente sobressaio do vago devaneio. Saio em disparada, encontrando a minha sogra no corredor. Esta não está sozinha, seu filho está ao seu lado, o próprio me fita surpreso ao me vê de jaleco branco.

— O que aconteceu?— pergunto, ao enxergar a criança inconsciente em cima da maca.

— O que você fez, Melanie?

— Como assim o que eu fiz?

— Eu encontrei ela desmaiada no quarto.

— Deixa eu checar.

Tiro o medidor de pressão que está em volta do meu pescoço. Ouço os batimentos cardíacos, constatando que estão fracos demais. 

— Ela está sem pulsação.— às pressas, começo empurrar a maca.— E você vem comigo.— chamo o outro, este que não entende.— Não fique aí parado, venha! 

Adentro em uma das salas de emergência, colocando-a sobre os aparelhos.

— O que eu faço? 

— Ela está tendo uma parada cardíaca.— digo, num tom afoito. — Faça esses movimentos.— explico, entregando a ele uma bomba de ar para que aperte.— O cérebro dela não pode ficar sem oxigênio.  

Niall prossegue de um modo tão lento, que aquilo me dá nos nervos

— Me der.— tomo das suas mãos, preferindo fazer.— Reage! Reage!— imploro baixinho, fazendo massagens na região do coração da menor.

Observo que não há  sinal vital, e recorro a fazer o procedimento que é usado em últimos casos.

Encaro o cachorrinho antes. E o olhar  murcho dele, me dá mais forças para reanimá-la. Esqueço o orgulho, decidida a salvar esta vida.

— Não assim, Melanie.— gelo, ao ser interrompida pelo médico cirurgião, que faz o meu coração disparar.— Do outro jeito...

O encaro, mexida. 

Será que conseguiu recuperar a memória?

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