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Coração Amargurado

1

Era uma manhã de terça ensolarada, as 8 horas em ponto, a porta do escritório se abrem lentamente revelando a figura imponente de Alessandra. Os seus passos firmes ecoam pelo ambiente enquanto todos os funcionários se levantam e engolem em seco sentindo a tensão no ar. Os seus olhos recorrem o ambiente observando cada um dos rostos nervosos ao seu redor.

Com uma voz firme e autoritária ela comprimenta os funcionários, que comprimentam de volta. Eles se sentem intimidados diante da postura inabalável da patroa. Sua voz cortante e sua expressão séria são o suficiente para fazer tremer até mesmo os mais confiantes.

À medida que a patroa deixa o escritório o silêncio se prolonga e os funcionários permanecem paralisados por um momento processando a tensão e a pressão que acabaram de vivenciar.

Alessandra é a dona e fundadora da empresa "Viñedos García" , ela a levantou com muito esforço e sofrimento. Ela era uma mulher de bom coração, mas por conta de seu passado, ela não demonstrava nenhum tipo de sentimento. Seu coração era repleto de mágoa e tristeza, ela nunca demonstrava nenhum tipo de reação em nenhuma situação. As pessoas sempre estranharam o fato dela nunca se relacionar com ninguém, não tinha amizades além de Adriana, sua amiga de anos e atualmente, sua secretária.

Ela entra em sua sala e lá estava Adriana, organizando uns papéis.

Alessandra: Bom dia, Dri!

Como vai?

Adriana: Bom dia, Alê!

Estou bem e você?

Alessandra: Estou como sempre.

Adriana: Alessandra, acho que você não vai gostar muito do que eu tenho pra dizer.

Alessandra: O que aconteceu?

Adriana: Um dos funcionários quer falar com você.

Ele quer pedir conta.

Alessadra: Vai lá e diga a ele que já cheguei.

Adriana: Ok!

Alguns minutos depois...

Alessandra: Deixe-nos a sós, por favor, Adriana.

Adriana: Como quiser.

Licença.

Ela sai.

Alessandra: A Adriana me disse que você pediu conta, tem algum motivo?

Jim: Sim, muitos! E um deles é o seu mau humor.

Nada tá bom pra você, sempre reclama de tudo.

Alessandra: Sabe que se pedir demissão você perde todos os seus direitos, não é?

Jim: Sim, eu sei, mas prefiro ficar sem os meus direitos, do que ter que suportar esse seu mau humor.

Alessandra: Tudo bem, vou assinar a sua demissão, quando você pretende sair?

Jim: O mais rápido possível, no máximo em um mês, estou chegando estressado em casa desde que comecei a trabalhar aqui.

E além do mas, não estou passando necessidade pra ficar suportando suas reclamações.

Alessandra: Ok, vou assinar que você sairá no fim do mês. Se quiser reconsiderar sua decisão, tem até essa data.

Jim: Eu não vou voltar atrás nem que você me pague o dobro, tenho certeza de quem irá bater na minha porta implorando pra voltar pra essa empresa é você!

Porque sou o seu melhor funcionário.

Alessandra: E quem foi que disse que você é o meu melhor funcionário?

Seu ego? — Debocha.

Porque que eu me lembre, nunca disse isso nem a você e nem a ninguém.

Jim: Eu sou indispensável!

Alessandra: Aprenda uma coisa, nessa vida ninguém é indispensável, todos somos descartáveis.

E faz o seguinte, vou te pagar o que você receberia no final do mês, porém, hoje mesmo quero você fora da minha empresa, pegue as suas coisas e saia daqui.

Alessandra entrega o pagamento dele e ele se retira de olhos arregalados por pensar que a patroa não assinaria sua demissão.

Após alguns minutos, Adriana entra na sala com uma xícara de café pra Alessandra.

Adriana: Trouxe pra você!

Alessandra: Obrigada, preciso que você me faça um favor.

Dois na verdade.

Adriana: O que você precisa?

Alessandra: Arrume um substituto o mais rápido possível, espalhe panfletos, bote nas redes sociais ou o que precisar pra arrumar alguém.

Adriana: Ele vai sair mesmo?

Alessandra: Sim, hoje!

E Pega aquele documento que eu preciso assinar, porquê só vim pra isso.

Adriana: Hoje você vai passar a tarde com ela não é!?

Alessandra: Sim, o pai dela me liberou.

Adriana: Fico feliz por vocês, mande um beijo pra minha princesa, mas tarde eu vou pra sua casa.

Alessandra: Pode deixar.

Adriana: Vou lá buscar os papéis pra você.

Quando Adriana virou as costas, lágrimas escorreram pelo rosto de Alessandra, enquanto olhava pro quadro com a foto da sua filha, que estava em cima da mesa.

2 ( O passado de Alessandra, parte 1)

Anos antes...

Alessandra sofreu muito antes de se tornar a mulher que é hoje!

Com apenas 23 anos, o seu pai a obrigou a se casar com Alberto, filho de um grande empresário somente para virar o seu sócio.

Alessandra: Eu não o amo, pai.

Honório: Alessandra, não se trata de amor, se trata de negócios.

Ninguém se casa por amor hoje em dia.

Você acha que quando eu casei com a sua mãe, eu casei por amor?

Claro que não, eu casei a pedido do meu pai.

Alessandra: Você sempre faz questão de lembrar isso, mais entende pai, eu não quero me casar agora, e muito menos com o Alberto.

Honório: Escuta minha filha, ou você faz o que eu mandou, ou você pode esquecer que tem pai.

O pai de Alessandra já era um empresário de sucesso, ela não entendia a insistência do seu pai, mas a mando dele se casou, já que tinha medo de decepciona‐lo, ele era sua única família desde a morte da sua mãe.

Ela fazia de tudo para seu marido, mesmo não sendo apaixonada por ele. Com 2 anos de casamento, ele revelou a sua verdadeira face, chegava bêbado em casa, socando e quebrando tudo ao seu redor.

Assustada, um dia ela conversou com o pai e disse que iria pedir o divórcio, ele a proibiu e disse que ela era a culpada por ele agir assim, já que eram casados a 2 anos e ela ainda não havia dado um filho a ele.

Alessandra: Como eu vou ter um filho com um homem agressivo, como o Alberto, pai?!

Todos os dias ele chega em casa, bêbado, quebrando tudo que estiver na frente.

Só essa semana, duas empregadas pediram demissão, com medo do comportamento dele.

Honório: Os negócios estão indo mal e isso está afetando ele.

Mas, tenho certeza que com um herdeiro, tudo iria mudar.

Alessandra: E por que você acha isso?

Honório: Porque, quando sua mãe ficou grávida, eu a vi com os olhos.

Eu comecei a amá-la de verdade.

Ela ficou com aquela conversa na consciência e decidiu engravidar. Não demorou muito e ela conseguiu, fizeram um chá revelação chique e extravagante a imprensa estava presente já que a família era conhecida no país, era uma menina, Alberto ficou um pouco frustrado porque queria um menino, mas apesar de tudo ele parecia feliz.

Alessandra estava radiante. Alberto parecia ter mudado suas atitudes, ela acreditava que a gravidez realmente tinha feito bem a ele. No parto, tudo ocorreu bem, Helena nasceu saudável. Alessandra estava muito feliz com a chegada de sua filha, o amor que ela sentia pela menina era o mais puro que alguém por ter.

Como Alberto era o provedor da casa, ela não trabalhava e podia ficar com a filha, ela se recusava a contratar uma babá. Alberto era muito ocupado e não dava muita atenção pra menina e diferente dela que sempre se alegrava com qualquer aprendizado de Helena, ele não se mostrava nem um pouco emocionado.

Além disso, as únicas vezes que ele pegava a filha no colo, era em frente a imprensa, pra se mostrar um pai presente.

Certo dia, Alessandra com Helena em seus braços, decidiu fazer uma visita surpresa à empresa de seu marido, ela queria levar Helena para conhecer o local que seu pai passava a maior parte do tempo.

Ela entrou no elevador e pressionou o botão do andar onde Alberto tinha sua sala. Assim que as portas se abriram, os funcionários a olharam com um silêncio incomum pro ambiente, ela os comprimentou e seguiu em direção à sala.

Ao chegar à porta Alessandra notou que estava ligeiramente entreaberta. Seu coração começou a bater mais rápido enquanto tomava fôlego para entrar.

No entanto a alegria momentânea se dissipou quando Alessandra viu o Marido quase despido, encostado na mesa onde estava sua secretária também quase despida enquanto o beijava, estavam tão envolvidos que nem notaram a presença da mesma ali.

Alessandra sentiu uma onda de decepção misturada com raiva. Ela se aproximou deles segurando firmemente Helena em seus braços.

Alessandra: Desculpa interromper! — Disse ela com uma voz embargada tentando controlar suas emoções.

Pensei em trazer Helena para conhecer o escritório, mas, já vi que foi uma péssima ideia.

Ele ficou sem palavras por um momento antes de finalmente responder.

Alberto: Alessandra não esperava que você viesse hoje. — Fala se esquivando de Edith, sua secretária.

Ela encosta a cabeça da filha em seu ombro e põe o cobertor sobre a cabeça dela, tapando seus olhos e ouvidos.

Alessandra: Você é um desgraçado.

Alberto: Meça suas palavras comigo, Alessandra!

Alessandra: Eu era pra ter me divorciado de você a muito tempo.

Alberto: Você não é capaz de sustentar a Helena, nunca trabalhou, sempre foi filhinha de papai.

Alessandra: Sim, eu sou!

Posso nunca ter trabalhado, mas tenho estudo e sou capaz de ser o que eu quiser ser.

A Helena não merece um pai como você.

Alberto ficou furioso e deu um soco no rosto de Alessandra, fazendo ela cair no chão com sua filha no colo, que no mesmo instante começou a chorar com o susto, ele olhou pra cara da sua secretária que saiu da sala rapidamente deixando os dois ali sozinhos, a boca de Alessandra começou a escorrer sangue pela lateral, pois o anel de casamento que Alberto estava usando fez um corte um sua boca. Ele tentou pegar a menina no colo mas Alessandra a segurou com firmeza.

Alberto: Me dá a Helena. — Manda, tentando tirar a menina do colo dela.

Alessandra: Não encosta na minha filha! — O repreende.

Agora esse soco que você me deu é mais uma prova pra eu apresentar contra você no tribunal.

Alberto: Foi sem querer, no impulso, me perdoa!

Alessandra: Vai me dizer que também me traiu por impulso!?

Ou que sempre chega bêbado em casa por impulso!?

Você é podre!!! O soco que você me deu poderia ter pegado na Helena! Você nem nisso pensou, sorte sua que ela está bem.

Alberto: Eu não vou deixar você tirar ela de mim!

Alessandra: Deveria ter pensado nisso antes.

Ela deu meia-volta e saiu sem olhar pra trás, ignorando os gritos de Alberto e ainda tentando acalmar Helena. Suas emoções estavam em conflito enquanto caminhava pelo corredor até o elevador. As pessoas na rua ofereceram ajuda ao ver a menina chorando e a boca da mulher sangrando, ela recusou a ajuda, arrumou a sua filha na cadeirinha do carro e saiu dali decidida a pedir o divórcio, entretanto, antes ela passou na casa de seu pai para contar a ele tudo o que havia acontecido no escritório.

Honório: Minha filha!!!

O que aconteceu com você?

Porque a Helena está chorando? — Se desesperou ele indo em direção à Alessandra, tirando um lenço de seu blazer para limpar a boca dela.

Alessandra: Foi o Alberto, seu genro estrela. — Disse ela chorando de raiva.

Honório: Como assim o Alberto?

O que você fez pra ele te bater? — Perguntou.

Alessandra: Como assim o que eu fiz?

Mesmo vindo aqui com a boca cortada e sangrando, você defende ele?

Honório: Pra ele ter agido assim, você tem que ter feito alguma coisa.

Alessandra: Acontece que eu fui na empresa e ele estava aos beijos com a secretária, de eu chegasse mais tarde, teria dado a "sorte" de ver os dois se comendo encima da mesa.

Vou me divorciar! Isso foi a gota d'água.

Honório: Você vai o que? — Perguntou ele irônico.

Você não pode terminar, Alessandra!

Isso iria acabar com a minha sociedade com o pai dele.

Alessandra: Sinto muito, mais essa decisão já está tomada, se tem uma coisa que eu tenho é dignidade e não vou aceitar isso e muito menos pelo soco que ele me deu hoje!

Poderia ter pegado na minha filha!

Honório: Acontece que eu sou sua única família e se você terminar com ele, nessa casa você não põe mais os pés.

Alessandra: Você está me chantageando, Papai!?

Honório: Sinta isso como uma ameaça, não uma chantagem.

Alessandra: Eu não acredito que você prefere ficar do lado de um agressor do que da sua própria filha!

Pois então a partir de hoje você não tem mais filha, porque eu não vou aceitar essa situação.

Honório: E como você pretende se sustentar?

Você nunca trabalhou.

Alessandra: Eu dou um jeito. Pra Helena não vai faltar nada, porque o pai dela vai ter que pagar pensão.

E eu prefiro passar fome, do que continuar casada com um homem que eu nunca amei, e que nunca vou amar.

Ao sair da casa de seu pai, Alessandra foi ao fórum, para pedir o divórcio. Não demorou muito e o juiz marcou uma audiência para definir a separação de bens e a guarda de Helena, como Alessandra não queria voltar para sua casa e seu pai não a queria na casa dele, ela ficou morando na casa de Adriana.

Alberto não era nenhum bobo, ele sabia que por ter agredido Alessandra ele perderia a guarda da filha, foi aí que segundos antes da audiência ele resolveu subornar o juiz.

Alberto: Olá excelência, como vai? — Comprimentou ele entrando na sala de audiência, que estava completamente vazia, somente o Juiz estava ali.

J. Lisandro: Olá, sr. Ribeiro.

Ainda falta 30 minutos para começamos.

Alberto: Sim, eu estou ciente! Porém eu preciso dar uma palavra com vossa excelência antes de começarmos.

J. Lisandro: Sobre o quer falar? — Perguntou o Juiz curioso.

Alberto: Vou ser rápido e irei direto ao ponto.

Quanto o senhor quer para me dar a guarda absoluta da minha filha?

J. Lisandro: Como assim quanto eu quero!?

Você acha que vai me comprar com seu dinheiro?

Alberto: Senhor juíz, quem você quer enganar?

Todo o país sabe que o senhor é comprado por qualquer 100,00 R$, eu ainda estou sendo uma boa pessoa, estou lhe dando a oportunidade de escolher quanto quer.

J. Lisandro: Como você quer que eu te a guarda da menina?

Você agrediu a senhora García, isso já está ganho pra ela.

Alberto: Simples, a Alessandra não tem onde morar, o pai dela não quer ver ela nem pintada a ouro, e a casa onde morávamos era minha antes de casarmos.

Ela não tem onde morar e não quero minha filha passando necessidade, o senhor pode dizer que ela não tem estrutura para cuidar de uma criança se nem tem aonde morar.

J. Lisandro: Tenho que admitir que esse é um bom argumento, vamos fazer um trato, você me dá 30 Mil e terá a guarda da menina! Porém você ainda terá que dar a Alessandra os direitos legais dela.

Alberto: Tudo bem, dou pra ela o que quiser.

Porém a minha filha ficará comigo.

Ele pega o cheque no seu bolso e assina.

Alberto: Aqui está a sua recompensa.

J. Lisandro: Obrigado, foi bom fazer negócio com você Sr. Ribeiro.

Alberto então sai da sala após essa conversa e espera a audiência começar.

3 (O passado de Alessandra, parte 2)

Alessandra estava prestes a sair da casa de Adriana, sem nem imaginar que seu mundo desabaria naquela audiência.

Alessandra: Dri, a Helena já dormiu. — Falou pegando sua bolsa em cima do sofá.

Obrigada por cuidar dela.

Adriana: Por nada! Não se preocupe que ela vai ficar bem.

Boa Sorte lá.

Alessandra: Obrigada! Eu sei que deveria estar confiante, mas tenho a sensação de que algo ruim vai acontecer.

Adriana: Não se sinta assim, vai dar tudo certo.

Alessandra: Você tem razão, tchau qualquer coisa me liga. — Se despediu.

Alessandra chegou bem na hora da audiência e já foi entrando e sentando-se na sala junto com seu advogado, ela e Alberto ficaram se encarando feio durante toda a audiência.

Alessandra foi a primeira a dar seu depoimento.

Juiz: Senhora García, você jura perante a lei dizer a verdade, somente a verdade, nada além da verdade? — Perguntou o Juíz.

Alessandra: Sim! Vossa excelência.

Juiz: O que levou a senhora pedir o divórcio?

Alessandra: Já faz um tempo que estava pensando em tomar essa decisão, o Alberto chegava bêbado em casa quebrando tudo o que via na frente.

Porém, eu decidi 100% a alguns dias atrás, eu estava indo até a empresa junto com a nossa filha de 8 meses, pra poder falar com ele e quando eu cheguei ele estava aos beijos com a secretária dele e quando reclamei ele me deu um soco na boca, no qual ainda estou com a cicatriz, me fazendo cair no chão com a nossa filha no colo.

Depois que saí dali a minha bebê ainda ficou chorando pelo susto.

Juiz: Depois desse dia você é o senhor Ribeiro tiveram algum contato?

Alessandra: No dia seguinte eu passei na casa onde morávamos para pegar as minhas coisas e as coisa da minha bebê, porém me certifiquei de ir em um horário que ele não estivesse em casa.

Então a resposta é não!

Não tivemos contato.

Juiz: A senhora tem moradia própria?

Alessandra: Não, antes de me casar, morava com o meu pai.

E a casa do Alberto ele conquistou antes de nos casarmos.

Juiz: E onde você está vivendo com a menina nesses últimos dias?

Alessandra: Estamos na casa de uma amiga minha.

Juiz: A senhora está livre de perguntas por agora.

Alessandra: Com licença. —Se retirou.

O Juiz chamou Alberto em seguida.

Juiz: Sr. Ribeiro, você jura dizer a verdade, somente a verdade, nada a além da verdade?

Alberto: Sim, Vossa excelência.

Juiz: Sr. Alberto, o que você tem a declarar sobre as acusações da Sra. García?

Alberto: É lógico que ela que está mentindo!

Eu nunca seria capaz de bater em uma mulher, muito menos na frente da filha.

Alessandra: Não seja cínico, Alberto. — Ela se impõe batendo na mesa.

Essa cicatriz na minha boca não me deixa mentir.

Alberto: Você não cansa de mentir, né?

Alessandra: Eu? — Levanta exaltada.

Alberto: Você é louca, adora inventar história!

Alessandra: Vai dizer que eu inventei que você estava me traindo com a secretária.

Juiz: Basta!

Já ouvi o suficiente, faremos uma pequena pausa de 10 minutos e em breve retornamos.

Alberto sorri pra Alessandra.

Alessandra: Eu estou com medo, Emílio.

Emílio: Não se preocupe Alessandra, esse caso já está ganho à seu favor.

Alessandra: Não tenho certeza, o Alberto me olhou de um jeito muito debochado.

Emílio: Fica Calma.

Vai dar tudo certo.

Alessandra: Espero.

O juiz retorna do intervalo e recomeça de onde

Parou

Juiz: Sra. García e Sr. Ribeiro, nos do júri tomamos a nossa decisão em relação ao divórcio, separação de bens e guarda da menor: Helena García Ribeiro.

Nos autos do processo de divórcio nº XXXX, movido por Alessandra García denominada como requerente, em face de Alberto Ribeiro denominado como requerido, ambas as partes já devidamente qualificadas nos autos e considerando os termos do acordo apresentado pelas partes tem‐se a seguinte sentença:

Do Divórcio;

As partes requerentes encontram-se de acordo quanto ao divórcio manifestando livremente sua vontade de extinguir o vínculo matrimonial que os une o qual foi celebrado em 27 de Maio de 2014.

Diante da manifestação de consenso das partes fica decretado o divórcio entre os cônjuges Alessandra e Alberto com fundamento no artigo da Lei que regulamenta os procedimentos e efeitos do divórcio.

Das Custas Processuais e Honorários Advocatícios;

As custas processuais serão suportadas por ambas as partes na proporção de 50% para a requerente e 50% para o requerido.

As custos advocatícios serão suportadas de acordo com o que foi tratado individualmente.

Divisão de bens;

A requerente tem direito à metade do valor de todas as propriedades que compraram nesses últimos 4 anos de matrimônio, o valor total será abatido no valor do seu carro para que possa permanecer com ele.

Relembrando que foram 3 propriedades, Uma casa nos Estados Unidos, Um apartamento aqui em São Paulo e um Chalé.

O Valor dos carros também serão incluídos na divisão.

Sendo assim, estão oficialmente divorciados.

Alessandra: E a minha filha?

Juiz: A guarda unilateral da menina ficará com o pai.

Alessandra: O que?! — Pergunta quase sem voz.

Juíz: Sobre a Menor.

Da Guarda;

Em relação à guarda da filha, Helena García Ribeiro nascida em 06 de agosto 2018 fruto do casamento entre as partes ficou estabelecido que o requerido Alberto ficará com a guarda unilateral da menor.

A decisão pela guarda unilateral baseia-se no melhor interesse e bem-estar da criança levando em consideração os aspectos emocionais materiais e educacionais relacionados ao caso.

Fica assegurado à mãe o direito de visitas e convivência com a filha de acordo com o que for estabelecido em acordo específico a ser definido pelas partes e homologado por decisão futura sem prejuízo da possibilidade de revisão a qualquer tempo sempre visando ao melhor interesse da menor.

Em relação à pensão alimentícia devida à filha Helena, o requerido se compromete a arcar com todas as despesas relacionadas à sua subsistência incluindo alimentação, moradia educação, saúde, vestuário, lazer e demais necessidades básicas a serem estabelecidas de comum acordo entre as partes ou em caso de discordância serem determinadas judicialmente.

A requerente não terá nenhuma responsabilidade em questão a pensão por falta de condições financeira.

Lisardo, Juiz.

Emílio: Como assim, senhor juiz? — Contesta o Advogado.

Juíz: Estamos pensando no melhor para a menina.

Emílio: Então o senhor considera "melhor" uma criança ficar com um homem agressivo do que ficar com a mãe?

Juíz: Senhor Rodríguez, eu estou visando o lado de bem estar.

A senhora García não tem condições no momento, como ela mesmo disse, ela está na casa de uma amiga.

Com o senhor Ribeiro, a menina vai ter todo o conforto que precisa e que está acostumada.

Além disso, ela já está apta a casa onde vive.

Quando a senhora Alessandra estiver estrutura financeira, ela tenta recuperar a filha de volta.

O Juíz bate o martelo e se retira da sala, Alessandra se apoia na mesa e chora inconsolável.

Alberto passa olhando-a por cima do ombro.

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