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A Bela E A Fera Do Morro

Capitulo 1 - Rael Tavares

8 anos atrás

Promete pra mim que, se a gente se afastar tanto ao ponto de eu fingir que não conheço você. Me dá um um chocolate branco? – ela me olha seria

Por que isso? – rio pensando nisso

Porque aí eu vou saber que alguém me amou um dia – ela sorri e se levanta – vou nessa ta? – ela toca a ponta do meu nariz como sempre faz e vai embora.

 

Agora...

 

Essa lembrança foi um dia antes do meu pai se tornar o Dono do Morro, depois disso, a mãe dela tirou ela do morro, nunca mais deixou voltar.

Disse que o pai dela deixava que ela andasse com filhos de bandidos e ele perdeu totalmente a guarda. Não ouvimos mais falar dela.

Agora eu sou o que sou, não sou dono de nada aqui, mas tenho muitos privilégios. Não vou mentir e dizer que não gosto, mas eu nunca envolvi meu coração nisso.

Sobre o pai dela? Eu e meu pai cuidamos dele, nos últimos anos ele ficou muito doente e não tem como se sustentar ou se cuidar sozinho.

As pessoas tem a mania de categorizar as pessoas de favela, sim, existe gente ruim, existem pessoas más, mas, tentamos ser um meio termo dos dois.

Hoje tem uma festa na praia perto daqui, não é só com o pessoal do morro, é livre pra todo mundo que quiser ir.

Me arrumo e fico cheiroso, vai que eu tenho sorte hoje, coisa que eu sempre tenho na verdade.

Esqueci de falar, meu nome é Rael, tenho vinte anos e de certo modo uma vida cheia de privilégios que nem todos admitiram que iam querer viver, apesar de ter algum custo, eu gosto.

Lucas:  vamos logo porr@, parece menininha – ele aparece na minha porta

Rael: mano, perfeição leva tempo – ele revira os olhos e me mostra o dedo, depois sai rindo

Não demoramos muito pra sair de casa e mais ou menos uma hora e meia depois, estamos na tal festa, aqui é cheia de gatas.

Moleque: cara ela tá aqui – ele vem com uma cerveja na mão

Rael: de quem tu tá falando mano? – o Lucas sorri

Lucas: a patricinha gata que nunca dá mole pra ninguém – eu rio

Rael: tem certeza que ela curte homens? – os dois riem

Moleque: ela não curte ninguém mano, tô falando – sorrio

Rael: mostra ela aí cara – vou andando no meio da multidão e quando a vejo, eu não escuto mais nada, vou até ela e ela sorri pra mim.

 

Luna: oi, como posso ajudar você? – ela me olha de cima a baixo, mas não tem malicia no olhar, ao contrario das amigas

Rael: tá me zoando não tá? Você realmente não sabe que eu sou? – passo a mão no cabelo, ela tá me deixando nervoso

Luna: desculpa, mas, não conheço você – ela morde o lábio e sorri  pra mim – curte a festa tá?

Saio dali e vou pro meu carro, porque eu lembrei dela hoje? Por que  apareceu do nada? Alguém tá me zoando, se não é esses filho da put@ que eu ando e algum poder maior.

Eu sei o que tenho que fazer, ela pode fingir, mas ela sabe quem eu sou, ela prometeu. Eu sei, eu mudei, mas ela sabe, eu sei que sabe.

Saio com meu carro e vou no primeiro posto de gasolina que eu acho, procuro o chocolate preferido dela e volto pra festa. Ela tá no mesmo lugar e eu paro na frente dela.

Luna: esqueceu alguma coisa? – ela sorri

Rael: nunca – pego o chocolate no meu bolso e estendo a mão pra ela, que se levanta e vem até mim sorrindo, pega o chocolate da minha mão e toca a ponta do meu nariz como ela sempre fez

Luna: não acredito que você lembrou disso – ela ri e abre a embalagem do chocolate, morde um pedaço e pega outro me olhando

Rael: eu não acredito que você fingiu mesmo que não me conhecia – ela me olha seria e coloca o chocolate na minha boca

Luna: isso não fazia mais diferença – ela da de ombros e chega mais perto de mim sussurrando – acho que seus amigos pensam que você vai se dar bem hoje a noite – ela ri e eu olho pra trás

Os dois palhaços tão cantando vitória como sempre.

Rael: são idiotas, relaxa, eu não vou inventar mentiras sobre isso – ela concorda e ia voltando pras amigas, mas eu pego a mão dela – eu preciso falar com você Luna

Luna: por que se importa tanto comigo? – ela me olha novamente e larga minha mão – olha pra você Rael, você não é mais aquele menino

Rael: tá me chamando de bandido igual a tua mãe? – ela sorri

Luna: não, tô te chamando de homem, você não vai encontrar em mim aquela menina que você conheceu – ela suspira – como pode achar que eu iria categorizar você Rael?

Rael: porque é o que todas vêem, é o que suas amigas tão olhando – ela revira os olhos

Luna: elas não conhecem o Rael por trás disso tudo aí e o problema é que eu não conheço mais também – ela parece ficar triste e baixa o olhar

Rael: e o seu pai? Você conhece? Ou esqueceu dele também? – levanto o queixo dela e ela ainda me olha triste

Luna: qual a diferença? Ele morreu faz tempo – ela da um sorrisinho sem graça – já superei isso

Rael: Luna, quem falou isso pra você? – ela olha nos meus olhos – ele não morreu, ele mora com a gente

Luna: mentira – ela tira minha mão do rosto dela

Rael: vem comigo então – estendo a mão pra ela – ou ficou covarde com a nova vida?

Vejo raiva no olhar dela, ela vai até as amigas, pega as coisas dela e pega a minha mão, não sei como eu fico em pé, tento não tremer perto dela, mas tá acontecendo alguma coisa comigo, ela acordou algo em mim que eu achei que já tinha matado a muito tempo.

Entramos no meu carro e eu dirijo de volta ao morro.

Capitulo 2 - Luna Castilhos

Eu virei uma página na minha vida há muito tempo, não tive escolha, acreditava que o meu pai morrera e a minha mãe jamais permitiu que eu mantivesse contato com ele. Fui fraca e simplesmente desisti.

Sou Luna Castilhos, tenho dezenove anos e sai do morro a oito anos, fui morar em São Paulo com a minha mãe e nunca mais pensei no Rael.

Pelo menos até agora, eu não lembrava da promessa, mas ele lembrou, quando eu o vi na minha frente, um homem, todo tatuado, lindo, só o reconheci pelo olhar, o mesmo olhar de menino que ele me dava no passado.

Resolvi que fingiria que não o reconheci, mas, ele me surpreendeu. De repente ele abre a mão pra mim e trás meu chocolate preferido da infância.

Agora estou aqui no carro dele, do lado dele e voltando pro morro dele. Eu deveria ficar com medo? Provavelmente não, apesar do corpo do Rael, eu sinto que, no fundo, ele é o mesmo garoto.

Rael: o que você tá pensando? - ele não olha pra mim, fica prestando atenção na estrada

Luna: por que ela disse que ele tinha morrido? - olho pra ele e ele sorri

Rael: por que sua mãe é uma perua fútil e preconceituosa que pegou um cara do morro e ele engravidou ela, ela não queria a boneca de porcelana com um perdido - ele ri sem graça

Luna: então pra você, eu só sou uma boneca de porcelana Rael? - ele me olha brevemente e volta sua atenção na estrada

Rael: não, pra ela você é isso, pra mim, você quer saber mesmo? - ele me olha e eu concordo - você foi a parte que tiraram de mim quando te arrancaram desse morro

Luna: a Rael, alivia esse coração vai - deito minha cabeça no ombro dele - adianta sentir raiva por isso? Eu tô aqui, não tô? - ele ri

Rael: como você não tá com medo de mim? - ele fica tenso - não tem medo que eu machuque você?

Luna: você nunca faria isso Rael - suspiro - me desculpa tá?

Rael: por? - começamos a entrar no morro e vejo os soldados abrindo espaço pro carro passar

Luna: ter escolhido o jeito mais fácil, só aceitar - me ajeito no meu lugar e ele sobe o morro, estacionando na frente da casa dele

Rael: vou pensar no seu caso, agora sou malvado - ele me dá um sorriso que me derrete, mas também não sou tão fácil

Luna: tudo bem príncipe do morro - beijo o rosto dele e saio do carro, ele logo sai

Rael: vem - ele pega a minha mão - ninguém vai se atrever a olhar pra você se estiver comigo - eu sorrio

Luna: só por que eu tô de biquíne e saia? - ele revira os olhos

Rael: eu não tinha pensado sobre isso, devia ter comprado algo pra você vestir antes - eu rio e aperto a bochecha dele

Luna: ciumento como sempre - suspiro - me dá uma roupa sua então, prometo me comportar - ele sorri e entramos na casa

Rael: você é a primeira garota que trago aqui, amanhã esse morro vai ferver - ele da uma risada sem graça

Entramos na casa e vamos direto pro quarto dele, ele para um pouco antes de entrar na porta, mas como eu sou metida, entro e em vez do quarto cheio de carrinhos, encontro um quarto lindo, organizado e com cheiro de colônia masculina.

Rael: gostou? - ele se encosta no batente da porta e eu olho ao redor do quarto até que encontro a única coisa que tem do meu tempo aqui.

Luna: você guardou mesmo isso? - mordo meus lábios segurando a empolgação, olho pra ele e ele sorri

Rael: esse dia foi legal - ele entra no quarto e fecha a porta, logo ele abre a porta do armário dele e pega uma roupa pra mim e eu vou até o banheiro do quarto.

Tomo uma ducha rápida e visto o moletom e a cueca dele, o moletom tá mais pra um vestido em mim. Quando saio do banheiro ele tá sentado na cama mexendo no celular, então eu sento ao seu lado.

Luna: o que você não tá me contando? - seguro o queixo dele e o faço olhar pra mim

Rael: o seu pai tá vivo, mas - o olhar dele muda - ele tá doente tá?

Luna: o que ele tem? - respiro fundo e vou mais perto do Rael, ele quer me mostrar algo no celular

Rael: câncer no fígado - ele me mostra uma foto do meu pai com ele, muito magro e com um olhar cansado - depois que você foi embora, ele começou a beber e meio que, abusou demais disso

Luna: então a culpa é minha? - uma lagrima cai e ele me puxa pela cintura e me deixa bem junto a ele, ele limpa meu rosto com o torço da mão

Rael: Luna, tudo é escolha, ele escolheu beber, você não obrigou ele a fazer isso, então não é culpa sua, não chora tá? - dou um sorriso de canto e concordo - dorme aqui hoje? Juro que não faço nada com você, amanhã te levo cedo pra ver ele

Luna: vou dormir na cama do príncipe de novo? - tento fazer graça e ele da uma risadinha balançando a cabeça

Rael: você não existe garota - ele levanta e tira a camiseta, ficando só de bermuda, eu me ajeito embaixo dos lençois e ele vem pra cama junto comigo

Luna: boa noite Rael - toco a ponta do nariz dele e ele sorri

Rael: boa noite - ele fecha os olhos e sussurra - vê se não foge tá?

Pra onde mais eu iria? Pela primeira vez em anos eu sinto que tô em casa. Eu vivi no luxo, no conforto, mas sempre faltou algo em mim, seria o Rael? Vejo ele adormecendo e a respiração ficando mais leve. Adormeço olhando pra ele, como pode um homem desses ainda ter uma alma de menino?

Aquele ditado que diz "nunca julgue um livro pela capa", na minha opinião, tá extremamente certo.

No fim, eu acabo cedendo ao sono também.

Capítulo 3 - A garota sai do morro mas o morro não sai da garota

Acordo com a cama vazia e a Luna falando no celular na minha varanda.

"Já sou maior de idade, você não manda mais em mim mãe, não vou fazer tudo que você quer pra sempre. Já chega" ... "a claro, o senador de m3rda amigo do Jean? Vai me vender pra ele? Eu não quero ele"... "talvez, já era bonitinho criança, você não tem noção agora"

Eu rio com essa e ela aparece na porta com a cara amarrada.

"mãe, vou nessa ... Sim, voltar pra cama e não tô sozinha" ela desliga na cara da mãe dela.

Luna: deu pra ouvir ligações pessoais agora Príncipe do Morro? - eu rio

Rael: então quer dizer que tô mais bonitinho do que antes? - ela ri

Luna: você continua o mesmo idiota - eu sorrio - mas sim, você tá bonito, mas deu uma exagerada nas tatuagens - eu rio

Rael: isso dá uma aparência de bandido gata - ela morde o lábio e me olha

Luna: por que quer parecer um se você não é? - sorrio

Rael: você sabe o que eu faço - ela fica deitada olhando pro teto

Luna: então uma garota que trabalha numa lanchonete como garçonete é uma garçonete? - imito ela e olho pro teto

Rael: enquanto trabalhar lá ela é - ela suspira

Luna: não Rael, ela é só uma garota e você é só um homem, não é o que você faz que vai definir você - eu sorrio

Rael: me conta o que você fez Luna - ela me olha - desde que você foi embora

Luna: minha mãe me levou pra São Paulo, ela casou com um cara muito importante na política - ela morde o lábio inferior e continua - então, melhores colégios, melhores roupas, vida melhor - ela levante e faz um coque no cabelo - mas ela nunca perguntou o que eu queria

Rael: e o que você queria? - fico sentado na cama enquanto ela mexe no meu quarto, como ela sempre fez

Luna: eu queria ficar com você e com o papai - ela me olha e sorri, mas então ela suspira - só que eu aceitei tudo muito fácil

Rael: e hoje de manhã? - ela ri

Luna: ontem a noite eu deveria estar num encontro com um senador - ela tira uma camiseta do meu armário e se olha na frente do espelho com ela

Rael: tá namorando? - ela me olha sorrindo

Luna: eu não sou troféu de senador Rael, nunca vou namorar aquele cara - ela revira os olhos - minha mãe que fica insistindo nisso - mas se vocês me quiserem aqui, acho que posso ficar por um tempo - ela da de ombros

Rael: fica aqui pra sempre, casa comigo talvez? - ela me olha rindo

Luna: calma aí Don Juan, eu ouvi o que aquele seu amigo disse, eu não sou sua próxima conquista - eu sorrio

Ela vai pro banheiro e escuto o barulho do chuveiro, saio do meu quarto e como sempre meu pai e o Jonas, o pai dela, estão tomando café da manhã juntos.

Jonas: como vai rapaz? - ele tosse um pouco

Gabriel(meu pai): você não sabia? Ele finalmente trouxe mulher pra casa - os dois riem e eu mando o dedo pro meu pai - olha o respeito rapaz

Sento na mesa com eles e começo a comer, os dois me olham, eu sei o que eles querem, mas a vingança é um prato que se come frio.

Luna: bom dia rapazes - ela aparece com uma das minhas roupas de adolescente

Rael: desenterrou essa não é? - ela ri

Jonas: Luna? - os olhos dele se enchem de lágrimas e ela vai até ele o abraçando

Luna: pai, eu juro que amo você, mas você é um babaca - ele ri

Jonas: também senti saudades querida - ele da um tapinha nas costas dela e ela olha pro meu pai

Luna: oi tio Biel, como vai a vida? - meu pai olha pra mim e pra ela

Gabriel: passaram a noite juntos? Jura? - ela ri

Luna: não sou lanchinho não tá? Eu já dormi com ele várias vezes tio, não pensa bobagem - ela vem até mim e me dá um tapa na cabeça - o charme do Rael não funciona em mim - ela senta do meu lado e pega meu pão

Rael: abusada - ela ri e pega meu café

Luna: tonto - eu rio

Jonas: é, vocês dois tão iguais, tapas e beijos - sorrio pra ele

Rael: só tá faltando o beijo Jonas, porque os tapas e os roubos as minhas coisas tá tendo - ela revira os olhos

Luna: deixa de ser dramático - ela então olha pro pai dela e sorri - e você? Como ousa ficar doente?

Jonas: você já me entregou pra ela bocudo? - eu rio

Rael: fez merda, agora se vira - dou de ombros

Gabriel: só aparência tá de patricinha, porque pelo jeito tá a mesma marra - ela toma um gole de café e olha pro meu pai

Rael: patricinha é a mãe, odeio que me chamem assim - ela se levanta - mas, realmente eu preciso de roupas, não tem como eu usar as roupas do Rael já que vou ficar um tempo aqui

Jonas: onde ele achou você? - sorrio

Luna: festinha na praia, e como ele me ama, soube como chamar minha atenção - me afogo com o café e os três me olham

Gabriel: o que você fez? - meu pai tá segurando a risada

Jonas: deu chocolate pra ela, não foi? - eu rio e concordo - chocolate sempre deixou ela boazinha

O café da manhã foi bom, fazia tempo que não via o Jonas tão feliz, acho que eu e ele estamos.

Eu pedi que trouxessem as roupas dela do hotel que ela estava ficando, não vou deixar essa garota sair de perto de mim tão cedo.

O Lucas tá me ligando de cinco em cinco minutos perguntando se pode vir aqui, aí como sempre, ela pegou meu celular e mandou ele vir.

Sem demora, ele aparece.

Lucas: caralh0, conseguiu a mina mesmo? - ele invade o meu quarto gritando.

Luna: o cara que fez xixi na cueca até os nove anos que não ia não é? - ela aparece na porta do banheiro e ele fica mudo por um tempo, rio da cara dele

Lucas: por que você contou isso pra ela velho? - ele parece chateado

Luna: deixa de ser idiota Lucas, a gente cresceu juntos - ela vira ele em direção a ela e fica com as mãos nos ombros dele - olha bem pra mim, quem eu sou?

Lucas: não - ele olha pra mim e eu confirmo - então ele abraça ela e não larga - cara, ele vai finalmente parar de choramingar - ouço ela rindo e reviro os olhos

Luna: me conte mais sobre isso - ela vem até mim e senta do meu lado

Rael: te meto bala, x9 tem que morrer - ela ri e tapa minha boca com a mão

Luna: protejo você Lucas - ela faz beicinho - conta pra mim

O desgraçado faz um resumo dos últimos anos, tipo uma sessão tortura que me deixa com vergonha, acho que preferia uma invasão no morro a passar por isso.

Depois do almoço, o fila comida vai embora e me deixa com a louça. A Luna me ajuda.

Luna: então, não tem nada que queira saber sobre mim? Graças a ele eu sei mais do que deveria - ela ri e eu reviro os olhos

Rael: eu vou matar ele - digo rabugento

Luna: vai nada - ela pega minha costela e eu dou um pulo, ela sabe que tenho cócegas

Rael: vou sim - tento tocar nela mas ela se esquiva e ri

Como pode oito anos depois, oito anos de história não apagarem isso? Era assim, sempre foi assim e eu quero muito que continue assim.

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