Capítulo Um

Amélia

Amelia

Hoje seria meu último dia na movimentada cidade de Nova York, amanhã me mudaria para Itália para recomeçar, depois de um casamento fracassado que acabou enfeitando minha cabeça com dois lindos chifres, resolvi recomeçar, estava prestes a fazer 30 anos e como dizem os trinta é a idade do sucesso, então vamos lá.

Sai do meu apartamento que já estava vazio, peguei minha bolsa e fui andar pela última vez pelas ruas de Nova York, sei que sentirei saudades, mas eu estou feliz de poder conhecer um novo lugar e viver uma nova vida, infelizmente não tenho ninguém aqui, e a única pessoa que amo vai comigo que é minha amiga Kate.

Perdi meus pais cedo e não tive irmãos, e também nem conheço o restante da minha família, então sou apenas eu a anos.

— Amelia, minha querida, está ansiosa para viagem ? — Diz Anastasia.

Anastasia era a senhorinha que trabalhava no restaurante ao lado de casa, uma mulher encantadora, sempre que vinha almoçar aqui conversávamos muito.

— Sim Senhora Anastasia, vou sentir tanto sua falta e da sua comida. — Digo fazendo uma cara de triste.

— Pare com isso minha criança, tenho certeza que vai achar uma outra eu lá na Itália. — Ela diz sorridente.

— Você é única meu amor. — digo e vejo lágrimas em seus olhos.

— Vem aqui me abraçar, minha criança. — Ela diz e nós duas acabamos chorando.

Depois de um tempo resolvi ir embora e vou para casa da Kate, apenas iríamos dormir e logo de manhã viajaremos, já estava quase anoitecendo e precisava descansar.

Eu estava ansiosa, nunca havia pensado em morar em outro lugar, mas depois de tantas coisas que aconteceram, eu queria mudar, conhecer um lugar novo, trabalhar com oque eu amo.

Trabalhava como analista de marketing para grandes empresas, por sorte meu trabalho podia ser feito apenas do meu notebook, oque me deixava tranquila para ir para qualquer lugar.

Mas claro que antes entrei em contato com as empresas que eu trabalhava e comuniquei a todos minha mudança, e pela minha surpresa todos ainda quiseram trabalhar comigo, sei bem que fazia meu trabalho bem demais.

Cheguei a casa de Kate e já entrei direto, tinha a chave e praticamente morávamos uma na casa da outra. Entrei e logo vi a mesma deitada no sofá dormindo. Passei por ela e deixei minha bolsa na mesa, olhei em volta e já estava tudo vazio, fui até o quarto e havia apenas a cama e algumas roupas em cima da cômoda.

Voltei para a sala e ela ainda dormia que nem um anjinho, fui até a cozinha beber uma água e voltei para o quarto que ficaria, tomei um banho rápido e coloquei um pijama.

Me deitei na cama e pela vigésima vez fui olhar a cidade que iríamos ficar, ela era realmente linda, estava tão animada, já havia entrado em contato com algumas empresas e consegui cinco entrevistas para algumas, sei bem que poderia trabalhar de casa, mas lá eu gostaria de trabalhar fixa em uma empresa.

Por sorte também falava cinco idiomas, oque facilitava muito, tinha inglês minha língua materna, falava espanhol, francês, italiano e alemão, sem falar que estava aprendendo russo, e como tinha facilidade, já sabia muita coisa.

Sempre gostei muito de estudar e me esforcei pra sempre ser a melhor. Quando conheci Diogo, meu ex marido, deixei muitas coisas de lado pelo casamento, e acabei me perdendo por alguns anos.

Éramos felizes, eu acho, Diogo era bom pra mim no começo, mas depois que perdi três bebês ele começou a me deixar de lado, dizia que eu não prestava nem para ter filhos, depois disso apenas nos afastamos cada vez mais, então decidi retomar meus estudos e voltar a trabalhar. Quando já estava em um bom patamar por conta própria, descobri a traição dele e sinceramente não me abalei, fiquei até feliz, pedi o divórcio e abri mão de toda minha parte, não queria nada dele, apenas a minha vida.

Foi difícil pra mim depois que perdi meus filhos, só tive apoio da Kate, a família de Diogo me maltratava por isso, falava que eu não ia dar um herdeiro pra ele, e eu não servia mais pra ser sua esposa.

Foi difícil no começo, mas eu me reergui, a um mês atrás fiz uma tatuagem na costela com o nome dos meus três anjinhos. “ Angela, Julia e Beily”.

Queria sempre lembrar deles, tenho certeza que eles estarão sempre comigo.

A ansiedade nem me deixava dormir, mas depois de um longo tempo revendo minha vida até aqui, acabei pegando no sono.

Francesco

Francesco

— Sei bem que essa empresa é de fachada, mas preciso cuidar dos meus negócios aqui, não posso deixar tudo meia boca como vocês querem, por deus. — Digo furioso.

— Sabemos disso, mas sabe que os clientes tem medo de você acabar ficando meio ruins nos seus trabalhos reais. — Diz Angelo.

— Isso só pode ser piada, nem vou mais falar nada sobre isso, se quiserem meus serviços ainda que me chamem, e se não quiserem, mande todos para o inferno. — digo me levantando e indo até o pequeno bar que havia em meu escritório.

— Tudo bem Francesco, sabemos que você não vai deixar de fazer seu serviço bem, você e o melhor e dono de tudo, então não tem realmente porque se abalar. — Vitorino diz.

— Ótimo, agora vamos ao que enteressa, já marcaram a entrevista com a analista de marketing ?

— já sim, ela vai vir na quinta de manhã, parece que vai se mudar para Itália está semana. — Diz Angelo.

— E ela sabe falar nossa língua ? Sabe como são esses americanos né, não estou gostando. — Digo encarando ele.

— Conversei com ela por telefone e ela fala bem demais nossa língua, até parece italiana e outra, seu currículo é incrível, sem falar que fala cinco idiomas e está estudando o sexto, pesquisei bastante sobre ela e além de muito inteligente é linda. — ele diz abrindo um sorriso.

— Ela está vindo pra trabalhar e não pra ficar por aí sendo o lanche de vocês, se comportem. — Digo passando as mãos no cabelo. — agora porfavor, saiam da minha sala e pelo menos por um dia me deixem em paz.

— Vamos sair agora, mas voltamos mais tarde pra encher mais seu saco, sabe que adoramos né. — Diz Vitorino rindo e Angelo também.

— Saiam seus idiotas, ANDA. — digo já nervoso.

Depois de minutos de chatice, enfim paz e silêncio, só queria isso, não tinha mais paciência pra ninguém, gostava só de ficar no meu canto e pronto.

Todos tinham medo de mim, e eu gostava disso, sempre fui um homem muito fechado, fazia meu trabalho e cresci pela forma que eu era.

A mais de cem anos minha família trabalhava no ramo de assassinos de aluguel, e eu como meu pai e meu avô, assumi a empresa com meus 20 anos, e sem querer ser esnobe, mas sou o melhor no que faço, e além disso treinei os melhores, que hoje estão ao meu lado, como Angelo e Vitorino, que são assassinos cruéis, mas também Angelo e meu advogado e Vitorino meu administrador. Mesmo com o ramo que sigo, tive que criar uma empresa de fachada, então escolhi o ramo de restaurantes, sim eu amo cozinhar, e deu certo, já tenho restaurantes por toda Itália e também pela Europa toda.

Hoje estava com meus 32 anos nas costas e era o homem mais rico da Itália, sabia bem como gerenciar meus dois negócios, mas isso me custava todo meu tempo e de certa forma eu nem ligava, mas as pessoas se perguntavam quando eu iria casar novamente. E a resposta e nunca mais, já me casei uma vez e sinceramente foi a pior coisa que fiz, me casei com Vanessa uma brasileira que conheci em uma viagem quando tinha 22 anos, me apaixonei por ela, na verdade acho que me apaixonei, só sei que depois de 6 meses juntos, acabei pedindo ela em casamento e ela aceitou, estava tudo perfeito, tivemos um filho que sinceramente foi a melhor coisa desse casamento, mas depois de quatro anos, descobri diversas traições dela, inclusive uma delas foi tramar a minha morte, mas no final quem morreu foi ela. Depois disso me fechei para o amor, nunca mais vou permitir que uma mulher entre na minha vida.

Sobre meu filho, hoje ele tem 7 anos e é minha maior alegria, a minha única felicidade é direcionada a ele, quem sou com meu filho dentro de casa, nunca fui com ninguém fora.

Peguei minhas coisas e fui direto pra casa, peguei meu carro no estacionamento e passei na pizzaria favorita de Miguel, meu filho, peguei sua pizza favorita e fui para casa. Assim que abri a porta, ele veio correndo e me abraçou com carinho.

— Papai, já estava com saudades. — diz ainda me abraçando.

— Só fiquei algumas horas fora, meu amor. — digo dando um beijo em sua testa.

— Eu sei pai, mas gosto de ficar com você. — ele diz e nesse momento me olha. — Você trouxe pizza ?

— Sim, sua favorita. — Digo e ele começa a pular todo animado.

Abro um sorriso e vou com ele até a cozinha.

— Olha quem chegou, boa noite querido. — Diz Monalisa.

— Boa noite Mona, trouxe pizza, venha comer conosco. — digo e ela abre um sorriso.

Monalisa trabalhava com meus pais desde que eu era apenas um bebê, criei um amor enorme por ela, depois que perdi minha mãe quando tinha nove anos, comecei a ver ela como uma figura materna e até hoje via, ela e uma mulher incrível, cuidava de mim como um filho e sempre fui grato a ela.

— Como foi o trabalho? — ela pergunta se sentando ao meu lado.

— O mesmo de sempre, abri um novo restaurante na Rússia e estou pensando em ir pra lá final do mês, ver como estão as coisas, mas desta vez vou levar vocês para passear, oque acham? — Na mesma hora Miguel levanta e começa a pular de felicidade.

— Quero muito papai, vai ser bem divertido. — diz me abraçando.

— Eu aceito meu querido, vai ser bom. — Ela diz abrindo um enorme sorriso.

Monalisa não tinha ninguém, ficou viúva há três anos e perdeu seu único filho em um trágico acidente. Foi bem difícil pra ela naquela época, tirei um mês de férias só pra cuidar dela, depois disso ela veio morar comigo definitivamente e foi a melhor coisa.

Comemos nossa pizza e logo subi pra colocar Miguel na cama, levei ele pra tomar banho de banheira e fizemos uma verdadeira bagunça, depois coloquei seu pijama e coloquei ele pra dormir.

— Papai, quando você vai me dar uma mamãe ? — Ele pergunta tranquilamente.

Miguel sabia que a mãe havia morrido, só não contei como, mas um dia iria contar, ele merecia saber. Mas de uns tempos pra cá ele tá com essa ideia de ter outra mãe e está me deixando louco.

— Filho você já tem uma mamãe, e ela está no céu filho. — digo e ele ainda fica me encarando.

— Pai eu sei, mas posso ter outra mãe de coração, eu tenho um amigo na escola que tem uma, a mamãe dele também morreu e agora ele tem outra mamãe. — ele diz e vejo a tristeza em seus olhos. — Sabe papai a alguns dias eu sonhei que você me dava uma mamãe e ela era linda, parecia um anjo, ela tinha cabelos pretos e olhos verdes, e um sorriso lindo, espero que esse sonho se torne realidade, pois quero uma mamãe. — Ele diz e vejo seus olhos brilharem.

— Vamos dormir meu filho, já está tarde e amanhã você tem escola. — Digo dando um beijo na sua testa.

— tá bom papai, mas não terminamos nosso assunto. — ele diz e se vira para dormir.

Esse menino era uma figura, igualzinho ao pai, abri um sorriso e sai do quarto.

Fui até o meu e fiquei pensando sobre oque ele falou, esse menino era terrível. Tomei um banho rápido e coloquei apenas uma calça de moletom e me deitei, antes peguei meu celular e liguei para Vitorino.

Ligação On

— Vitorino, preciso que organize uma viagem para Rússia, vou viajar com Miguel e mona, para ver o novo restaurante, pode agendar para segunda.

— tudo bem, mas e a entrevista com a moça do marketing?

— Pode fazer você e o ngelo, se gostarem dela, pode contratar, coloque ela no escritório que era do Antônio.

— tudo bem amigo, boa noite.

— Boa noite, e obrigada.

— Tá tudo bem ? Me agradecendo assim do nada, tá bebendo ?

— vai a merda.

Ligação Off

Esses meus amigos são uns idiotas, vou dormir que ganho mais.

Capítulo Dois

Amélia

— Acorda. — Ouço uma voz me chamar e alguém me chacoalhar.

— Deus oque foi? — Levanto assustada e olho para Kate toda descabelada na minha frente.

— Estamos atrasadas, temos que estar no aeroporto em uma hora e você sabe como são as merdas destas ruas de Nova York. — Ela diz correndo pra fora do quarto.

Me levanto rápido e vou tomar um banho, logo já estou vestida, pego minha bolsa e vou pra sala, kate já me esperava impaciente.

— Vamos logo. — ela diz abrindo a porta e logo passo por ela.

Fomos para o lado de fora e pedimos um táxi, faltavam 40 minutos para nosso voo sair e como sempre as ruas de Nova york estavam lotadas, mas por algum milagre divino, o trânsito logo se dispersou e conseguimos chegar a tempo.

— Meu deus obrigada, chegamos a tempo, isso até parece um milagre. — Diz Kate, animada.

— Realmente, agora vamos, quero chegar logo. — Digo dando pulinhos.

Fomos até o balcão e fizemos tudo que tinha que fazer para embarcar, logo estávamos no avião, eu e Kate estávamos inquietas, às vezes pareciamos irmãs gêmeas, porque éramos igualzinha na personalidade, por isso nos dávamos tão bem.

— Não vejo a hora de chegar amiga, la é lindo, quero fazer vários passeios. — Ela diz se remexendo na cadeira.

— Quero começar a trabalhar logo pra depois me divertir. — Digo e ela vira os olhos.

— Não sei pra que quer trabalhar fixamente em uma empresa, você já ganha bem demais, não precisava disso. — Ela diz.

— Você parece que não me conhece, ne. — Dou risada e ela também.

— Só estou tentando ver se você desiste dessa ideia e vem se divertir comigo, e achar um italiano gostoso para nós duas. — Ela diz e vejo seus olhos brilharem.

— Ai meu deus, você e essa ideia doida. — Digo

— Já pensou se eu conheço um mafioso lindo e rico, que me banque, ele pode até me sequestrar, eu deixo. — Ela diz e se encosta na cadeira fingindo um desmaio.

— Você é realmente doida. — Digo dando uma risada alta e logo vejo pessoas nos olhando

Devem achar que somos duas doidas só pode. Mas eu nem ligava, eu amava o jeitinho da Kate, ela me fazia muito bem.

O voo foi bem tranquilo, dormi a maior parte do tempo e acordei uma hora antes de pousarem, eu e Kate comemos no avião e logo ele estava pousando, saimos e já no aeroporto estavamos encantadas com tudo. Pegamos nossa bagagem e saimos para chamar um táxi.

A duas semanas atrás já havíamos mandado todas as nossas coisas para nosso apartamento. O caminho até lá foi incrível, a cidade era realmente linda, eu e Kate estávamos encantadas com tudo.

Chegamos ao apartamento e meu deus, eu até fiquei sem fôlego, se pelas fotos já era lindo, pessoalmente era mais ainda, assim que entramos havia uma senhorinha na recepção.

— Buona notte ragazze, benvenute. ( Bom dia meninas sejam bem vindas) — Ela diz sorridente.

Parecia ser uma senhora incrível e bem amigável.

—Buonasera signora, mi chiamo Amélia, affittiamo uno degli appartamenti. ( Boa noite senhora, me chamo Amélia, alugamos um dos apartamentos) — digo sorrindo.

— Vi aspettavo ed è un piacere conoscervi, potete seguirmi e vi accompagno al vostro appartamento.

( Estava esperando por vocês, é um prazer conhece-las, vou levar vocês até o apartamento.) — Ela diz animada e começa a andar por um pequeno corredor.

Subimos uma pequena escada e logo chegamos a um corredor com algumas portas, a nossa era a última, ela nos acompanhou até lá e nos deu duas chaves.

— Mi chiamo Fiorella, sono la proprietaria dell'hotel, se hai bisogno di qualcosa puoi parlare con me. ( Me chamo Fiorella, sou a dona deste hotel, oque precisarem pode falar comigo) — Ela diz e abre um sorriso lindo.

— Grazie Fiorella, è un piacere conoscerti. ( Obrigada Fiorella, é um prazer conhecer você) — Digo animada.

— Grazie amore mio e complimenti per il posto, è incredibile. ( Obrigada meu amor, e parabéns pelo lugar é incrível) — Kate diz dando pulinhos de alegria e Fiorella da risada.

— Mettetevi comode ragazze, buonanotte. ( Fiquem a vontade meninas e boa noite) — Ela diz com um sorriso no rosto e vai embora.

Entramos no apartamento e era realmente incrível, quando vimos ele por fotos já sabíamos que era ele que iríamos morar.

Eu e Kate pareciamos duas crianças olhando uma loja enorme de doce, saímos e fomos em cada cômodo, estávamos encantadas, olhei pela janela e meu deus que vista, valeu cada centavo que investimos aqui.

— Meu deus, é perfeito amiga, eu tô até emocionada, nem acredito que estamos aqui, vivendo oque mais sonhamos. — Ela diz e vejo uma lágrima escorrer pelo seu rosto.

No mesmo momento abraço ela e começo a chorar também, eu e Kate éramos como irmãs e vivemos muitas coisas juntas e nunca abandonamos uma à outra, realizar esse sonho ao lado dela, era a melhor coisa.

— Te amo amiga, vamos aproveitar cada minuto desse sonho que estamos realizando. — Digo e dou um sorriso, olhando aquela vista maravilhosa.

— Nós parecemos duas adolescentes bobas. — Ela diz e dá risada. — Te amo amiga demais.

Ficamos abraçadas mais alguns minutos e estava perfeito aquilo.

Depois de um tempo, cada uma foi para seu quarto, tomei um banho relaxante na banheira e tomei um vinho. Tinha que dormir cedo, pois já no outro dia teria minha primeira entrevista, seria na Rose e amore , eles eram uma empresa enorme que vendia flores, era linda e fiquei feliz por me chamarem pra entrevista. Mas realmente a entrevista que mais estava ansiosa pra trabalhar era a Fiore di gennaio, uma empresa voltada a restaurantes, eles eram enormes e tinham diversos restaurantes pela Europa, com uma gastronomia incrível italiana, quando viajei para frança fui em um dos restaurantes e meu deus era magnífico.

Me levantei da banheira, me sequei rápido e organizei o banheiro, me troquei colocando uma roupa confortável para dormir e fui para cozinha encontrar Kate.

— estou com fome, vamos pedir algo? — Diz ela com uma taça de vinho na mão.

— Vamos sim, você sabe o que eu gosto, pode pedir. — Digo sorrindo.

Fui andando novamente para varanda que era linda, me sentei e peguei uma taça de vinho e fiquei dando alguns goles e olhando a vista.

Esse era meu recomeço, pela primeira vez me sentia super animada com algo novo, era meu momento, meu momento de ser feliz.

Capítulo três

Francesco

O final de semana passou voando e já era segunda, estava descendo do carro para entrar no aeroporto com meu filho e Monalisa, iríamos viajar para Rússia, para ver meu novo restaurante, eu estava animado, pois era meu primeiro no país, e parecia estar indo super bem.

Descemos do carro e enquanto esperava as bagagens meu olhar parou em uma moça que saia animada do aeroporto, ela era linda, tinha os cabelos negros e uma pele branca, seus olhos verdes eram lindos, ela sorria alegremente com uma moça ao seu lado, não sei porque, mas senti uma pontada no estômago estranha.

Sai dos meus pensamentos com meu filho me puxando.

— Papai vamos, quero chegar logo. — Ele diz e eu abro um sorriso.

— Vamos logo então. — Digo e acompanho ele e Monalisa até a entrada.

Fomos direto para a pista onde meu jatinho nos esperava, chegamos na pista e logo já estávamos dentro do jatinho, a viagem foi bem tranquila e logo estávamos no aeroporto.

Fomos para um dos hotéis que fica próximo ao restaurante, Miguel e Monalisa estavam muito animados e isso me deixava muito feliz.

Chegamos e os dois foram tomar um banho, aproveitei e também fui, a viagem foi rápida, mas foi um pouco cansativa. Assim que terminei me troquei e encontrei os dois na cozinha.

— Mona, vou sair para ir ver o restaurante, querem ir comigo? — Digo e os dois abrem um sorriso.

— Claro que queremos, já estamos até prontos. — Mona diz dando risada.

Saímos do hotel e fomos caminhando até o restaurante, e realmente estava incrível, entramos e logo nos receberam com simpatia e educação e amei isso. O garçom nos deixou na mesa e antes que saísse o chamei.

— Boa tarde, gostaria de falar com o gerente. — digo sério.

— Claro senhor, vou chamá-lo. — ele diz e abre um sorriso.

Poucos minutos um homem apareceu.

— Boa noite, como posso ajudar vocês? — Ele diz educadamente, mas vejo que está um pouco nervoso.

— Gostaria que mostrasse como está o restaurante, sou o dono. — digo e na mesma hora ele arregala os olhos.

— Senhor Francesco, que honra ter você aqui, me desculpa, mas só o reconheci agora. — Ele diz e vejo.

— Fique tranquilo, como se chama ? — pergunto e me levanto.

— Sou Andrea, prazer em conhecê-lo. — ele diz sorrindo. — Vou te mostrar o restaurante.

Seguimos pelo restaurante e passamos pela cozinha, pela administração e estava tudo impecável.

— Parabéns, estão fazendo um trabalho incrível, além disso só venho recebendo elogios sobre o restaurante, vou providenciar que seja depositado uma quantia como bonificação para todos. — Digo e ele abre um sorriso.

— Obrigada senhor, estamos apenas fazendo nosso trabalho para que todos os clientes se sintam realizados em seu restaurante. — Ele diz animado.

— Fico feliz por isso, agora vou ver se a melhor parte está boa, que é a comida. — digo sorrindo.

— Vamos lá, vou pedir para prepararem o prato do senhor e da sua família. — Ele diz.

Saímos da parte de dentro do restaurante e voltamos para a minha mesa. Fizemos os pedidos e estava incrível a comida. Fiquei extremamente feliz com tudo, estava impecável.

Saímos do restaurante e andamos mais um pouco para ver a cidade e era linda, mas sinceramente a Itália era muito mais bonita, eu amava meu país.

— A cidade é linda, eu tô amando essa viagem — diz Monalisa e vejo seus olhinhos brilharem.

A nossa viagem durou uma semana e logo já estava de volta para Itália, assim que pousamos fui pra casa me arrumar e logo estava na empresa.

— Boa tarde, Selena, como estão as coisas ? — pergunto para minha secretária que se assusta.

— Aí senhor desculpe, não vi o senhor chegando. — Ela diz com a mão no peito. — Boa tarde, e as coisas estão ótimas, senhor.

— Ótimo, daqui dez minutos pode me levar um café e trazer minha agenda do dia. — Digo e entro no escritório.

Organizei algumas coisas e me sentei na minha mesa, abri o notebook e comecei a ver alguns emails. Depois de um tempo ouço alguém bater na porta e mando entrar, Selena deixa um café em minha mesa e se afasta ficando na minha frente.

— Hoje teremos apenas uma reunião com a analista de marketing as 15h, depois o senhor tem um jantar as 20h com o senhor Enrico. — ela diz e se despede.

Então contrataram a moça que veio dos estados unidos, ela deve ser boa, mesmo Ângelo e Vitorino sendo dois babacas eram muito bom no que faziam e se contrataram ela, e porque a moça realmente é boa.

Fiquei fazendo alguns trabalhos até que dois idiotas invadem minha sala.

— Olha só quem voltou e nem nos avisou. — diz Angelo entrando e já se sentando no sofá da minha sala.

— achei que éramos amigos. — diz Vitorino fingindo uma cara triste.

— não avisei pra vocês não virem aqui me encher o saco. — digo revirando os olhos.

— Uaaal senti falta desse seu humor incrível. — Diz Angelo.

— o'que querem, queridos amigos. — digo encarando os dois.

— viemos avisar que contratamos a analista, seu nome é Amélia. — Diz Angelo sorrindo.

— Cara, ela é uma deusa, e além disso é inteligentíssima, só tá aqui há alguns dias e já fez um trabalho incrível. — Vitorino fala animado.

— já sei disso, ela marcou uma reunião hoje a tarde. — Digo revirando os olhos.

— Sim, ela nos pediu para conversar e decidimos chamar você. — Angelo diz e eu já fecho a cara.

— Se ela não me chamou, então não preciso participar. — Digo.

— Para de ser chato, precisa conhecer a moça, vai gostar das ideias dela. — diz Angelo revirando os olhos.

— Se eu for, vão me deixar em paz ? — pergunto e eles dão risada.

— Vamos, mas só por uma semana. — diz Vitorino.

— Ótimo, melhor que nada. — Digo.

Conversamos mais um pouco e logo eles foram embora, liguei pra casa pra saber se estava tudo bem e logo deu a hora da reunião. Saí da minha sala e fui direto para a sala de reuniões, quando entrei só os meninos estavam.

— Cadê a senhorita Amélia ? — Pergunto já impaciente.

— Calma, faltam cinco minutos ainda. — Diz Vitorino.

Assim que ele termina de falar a porta se abre e não acredito no que meus olhos estão vendo, era a mesma moça do aeroporto, toda sorridente. Ela entra com aquele sorriso lindo no rosto e toda elegante, seus cabelos estavam soltos e ela usava um vestido até o joelho que deixava todas as suas curvas à mostra.

— Boa tarde senhores, desculpe a demora, estava revisando alguns dados para a reunião. — Ela diz e não deixo de notar como sua voz é doce.

Ela cumprimenta os meninos e assim que me vê abre um sorriso maior ainda.

— Boa tarde senhor Francesco, é um prazer conhecer o senhor. — Ela diz e estende a mão para mim.

Pego sua mão e sinto algo estranho, e percebo que ela também, rapidamente soltamos a mão e ela fica um pouco vermelha e porra ela ficou mais linda.

— Boa tarde Senhorita Amélia, é um prazer enfim conhecê-la. — Digo retomando minha postura.

Ela vai até a frente da sala e olho para os meninos que estão me olhando com a cara mais idiota do mundo. Por deus tenho dois amigos patetas.