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Entre Escombros E Novos Sabores

AS LUZES QUE SE APAGARAM

No silêncio gelado da véspera de Natal, Isabella, uma jovem mulher de 25 anos, encontra-se na casa de seus pais, envolvida pela magia natalina que preenche o ambiente. Seus olhos castanhos, normalmente brilhantes, hoje refletem uma tristeza profunda enquanto ela observa a decoração festiva ao seu redor.

Isabella é uma mulher de estatura média, sua pele delicadamente iluminada por luzes suaves. Seus cabelos longos e escuros caem em ondas suaves sobre os ombros, um contraste com a expressão abatida em seu rosto. Traços finos revelam uma beleza clássica, mas a desconexão com o ambiente festivo evidencia a carga emocional que carrega. Na véspera de Natal, Isabella veste um vestido de noite. O vestido é longo, fluindo suavemente até o chão, destacando a estatura graciosa de Isabella. A cor escolhida é um azul profundo, que contrasta sutilmente com os tons festivos ao redor, dando um toque de melancolia à sua presença.

O decote do vestido é moderado, adicionando uma nota de sofisticação sem ser excessivamente chamativo. O corte é clássico, enfatizando a beleza atemporal de Isabella. Detalhes delicados, como um sutil bordado ao redor da cintura, adicionam um toque de glamour, enquanto a escolha de mangas longas sugere uma tentativa de manter algum calor emocional em uma noite que se torna cada vez mais gélida.

Complementando o vestido, Isabella usa joias simples, talvez um par de brincos que capturam a luz suave da decoração natalina. Seu cabelo, solto e levemente ondulado, adiciona um toque de naturalidade à sua aparência refinada.

Rafael é um homem de 28 anos, com uma aparência que, à primeira vista, transmite confiança e elegância. Seu porte alto e físico atlético denotam uma presença imponente. Os cabelos escuros, penteados com precisão, refletem uma atenção apurada à aparência. Seus olhos, no entanto, que antes irradiavam calor, agora parecem frios e distantes, perdendo a centelha que uma vez compartilhava com Isabella. A sala ao seu redor está adornada com enfeites natalinos, mas a atmosfera calorosa é quebrada pela tensão. Seu esposo, Rafael, imerso no brilho frio da tela do celular, parece distante e alheio ao espírito natalino. A comunicação entre eles é silenciosa, uma troca de olhares carregados de frustração, enquanto a noite que deveria ser mágica se torna pesada de desilusão.

Vestindo um terno impecável, mesmo em um ambiente descontraído de Natal, Rafael segura seu celular com um apego constante, como se o dispositivo fosse uma extensão de si mesmo. As linhas de estresse começam a se tornar visíveis em seu rosto, sugerindo as pressões do mundo corporativo em que está mergulhado. Seu comportamento é marcado por uma desconexão evidente. Mesmo quando está fisicamente presente, sua mente parece estar em outro lugar, dedicada a preocupações que ele reluta em compartilhar. A frieza em seu tom de voz e a falta de interesse em interações pessoais evidenciam uma barreira emocional que cresce entre ele e Isabella.

Profissionalmente, Rafael é bem-sucedido, ostentando o título de CEO de um banco. No entanto, essa posição de destaque parece ter criado um abismo entre suas realizações profissionais e sua vida pessoal, contribuindo para a desconexão que ameaça a estabilidade do seu casamento.

Rafael é um enigma, um homem cujas máscaras e camadas revelam muito menos do que escondem.

Isabella:

(sorrindo, tentando manter o espírito festivo, se aproxima de seu esposo no sofá)

Olá, querido. Está se divertindo?

Rafael:

(com a atenção no celular, respondendo monotonamente)

Hurun.

Isabella:

(tentando engajar mais)

Olha só, minha mãe fez aquela receita de biscoitos que você gosta tanto. Quer pegar alguns?

Rafael:

(sem olhar para cima)

Talvez depois.

Isabella:

(um pouco desconfortável)

Está tudo bem, Rafael? Você parece mais distante hoje.

Rafael:

(finalmente olhando para ela, mas com desinteresse)

Apenas preocupado com algumas coisas do trabalho.

Isabella:

(com tristeza nos olhos)

Nós mal nos vemos, e quando estamos juntos, você está sempre no telefone. O que está acontecendo, Rafael?

Rafael:

(frustrado)

Isabella, por favor, não agora.

Isabella:

(mais séria, mas tentando manter a calma)

Rafael, não podemos continuar assim. Eu sinto que estamos nos afastando cada vez mais.

Rafael:

(defensivo)

Isso é drama, Isabella. Estamos apenas passando por um período difícil.

Isabella:

(determinada)

Um período difícil? Que parece durar uma eternidade. Eu preciso de mais do que isso, Rafael.

Rafael:

(impaciente)

Eu não tenho tempo para isso agora.

Isabella:

(respira fundo)

Se não podemos conversar sobre isso, então talvez precisamos repensar algumas coisas.

Rafael:

(bufando, se levanta do sofá)

Você está sendo dramática, Isabella. Eu não tenho tempo para seus dramas agora.

Isabella:

(com olhos marejados)

Você está indo embora?

Rafael:

(cabisbaixo)

Preciso de espaço. Você está me sufocando.

Isabella:

(com voz trêmula)

Espaço? Eu te sufoco agora? Aonde você vai?

Rafael:

(virando-se para sair)

Não sei, Isabella. Preciso sair daqui.

Com a partida de Rafael, a sala decorada para a festa de Natal agora parece um cenário silencioso e vazio. Isabella, envolta na tristeza da discussão e da despedida abrupta, permanece sozinha no sofá, contemplativa, enquanto os murmúrios distantes da celebração festiva ecoam ao seu redor.

Isabella se aproxima da árvore de Natal, suas luzes cintilantes lançando uma sombra suave sobre o chão. Ela toca levemente um dos enfeites, um gesto reflexivo enquanto reflete sobre a desconexão que se instalou em sua vida. As lembranças da noite feliz que ela imaginava desmoronam diante de seus olhos.

O silêncio é quebrado pelo sutil som do pai de Isabella se aproximando. Ele permanece ao lado dela, compartilhando o silêncio, uma presença sólida em meio à desolação.

Pai de Isabella:

(Suavemente)

Às vezes, as maiores tempestades levam embora o que não precisamos para que possamos apreciar o que realmente importa.

Isabella:

(Com um suspiro)

Eu só queria que tudo fosse como antes, pai. Felizes e unidos.

Pai de Isabella:

(Nodando com compreensão)

A vida nos reserva curvas inesperadas, Isabella. Às vezes, precisamos enfrentar as tempestades para encontrar a calmaria que vem depois.

Enquanto Isabella e seu pai compartilham um abraço silencioso, a atmosfera é momentaneamente quebrada pela entrada animada do irmão de Isabella. Gabriel irrompe na casa, trazendo consigo uma aura de alegria e positividade. Seus olhos brilham com entusiasmo enquanto ele se dirige à mãe, compartilhando um abraço caloroso. A casa, que antes estava envolta em uma melancolia silenciosa, parece acordar com a presença vibrante de Gabriel.

Gabriel:

(Mostrando um sorriso radiante)

Mãe, pai! Que decorações incríveis!

Ele abraça a mãe com um afeto evidente antes de se virar, chamando por sua "maninha" com uma empolgação palpável.

Gabriel:

(Chamando por Isabella)

Maninha! Como você está?

Isabella se vira, seus olhos ainda refletindo a tristeza da partida de Rafael, mas a chegada de Gabriel traz um lampejo de calor à sua expressão.

Isabella:

(Sorrindo levemente)

Estou bem, Gabriel.

Gabriel se aproxima rapidamente, seus braços se estendem para envolver Isabella em um abraço reconfortante. A energia positiva dele parece dissolver um pouco da sombra que pairava sobre a sala.

Gabriel:

(Sorrindo para Isabella)

Maninha, você não imagina o quanto senti sua falta. Este Natal vai ser incrível!

Com um espírito contagiante, Gabriel rapidamente se torna o ponto focal da casa, trazendo consigo não apenas sua presença calorosa, mas também uma série de piadas e gracinhas que provocam risadas e aliviam a tensão que pairava na cabeça de Isabella.

Gabriel:

(Com animação)

Ei, mãe, pai, eu trouxe algo para vocês! Adivinhem o que é?

Mãe de Isabella:

(Com um sorriso)

O que seria, Gabriel?

Gabriel:

(Exibindo um embrulho)

O presente da minha viagem! É uma lembrança do lugar mais incrível que já visitei. Adivinhem!

Os pais ficam curiosos, jogando-se na brincadeira de adivinhação, enquanto Gabriel continua a descrever de maneira exagerada o que pode ser o presente.

Pai de Isabella:

(Com um riso)

Um pedaço da Lua?

Gabriel:

(Rindo)

Quase lá, pai! Quase lá!

A mãe de Isabella finalmente adivinha corretamente, e Gabriel revela o presente com um gesto teatral, provocando mais risos na sala.

Gabriel:

(Triunfante)

Um abridor de garrafas! Diretamente de um lugar que juraria que tinha a Lua no cardápio!

As risadas preenchem a sala, dissipando as sombras da tristeza e criando um ambiente de descontração. Gabriel continua a compartilhar suas histórias animadas, suas piadas e gracinhas, e, aos poucos, a casa se transforma de um local melancólico em um refúgio de risos e calor humano.

A noite avança com a alegria contagiante proporcionada por Gabriel. A casa se enche de risadas, brincadeiras e o aroma delicioso das iguarias preparadas pela família. A atmosfera festiva que Isabella tanto ama começa a florescer, mas mesmo assim, sua mente está nublada pela sombra da preocupação por Rafael.

Isabella, tentando desesperadamente se envolver na diversão, sorri e participa das conversas animadas. No entanto, sua expressão, apesar de refletir alegria superficial, não consegue esconder a inquietação que se esconde em seus olhos.

A certa altura, ela decide dar um passo para trás da agitação da festa. Silenciosamente, ela se dirige a um local discreto no quintal, um refúgio longe das risadas e da música animada. Sob a luz suave das estrelas, ela retira o celular do bolso, decidida a fazer uma ligação para Rafael.

Isabella:

(Suspira enquanto digita o número de Rafael)

Vamos lá, Isabella, você pode fazer isso.

A ligação é feita, e o som da chamada ecoa na noite tranquila. Enquanto espera, Isabella olha para o céu estrelado, uma expressão de esperança e apreensão mescladas em seu rosto. Rafael, afastado do calor da casa de Isabella, encontra-se em um lugar que não deveria frequentar como homem casado. Talvez seja uma festa ou um encontro social, onde as luzes brilham intensamente, a música ressoa no ar e pessoas riem animadamente.

Em meio à atmosfera descontraída, o telefone de Rafael vibra com a chamada de Isabella. Ele retira o telefone do bolso, observa o nome dela piscando na tela e, conscientemente, decide não atender. O som da música alta e das vozes alegres fornece uma trilha sonora para a decisão silenciosa de Rafael.

Seus olhos, talvez iluminados por uma luz artificial e um tanto ofuscados pela bebida, refletem uma mistura de desconforto e escolha deliberada. Rafael está ciente do que está fazendo. Ele decide ignorar a chamada da esposa, permitindo que o telefone toque, afastando-se ainda mais da conexão que um dia compartilhou com Isabella.

Enquanto a chamada vai para a caixa postal, Rafael se perde nos ritmos festivos ao seu redor, esforçando-se para se desvencilhar das responsabilidades temporariamente.

Enquanto a festa continua em pleno vigor na sala, a mãe de Isabella e Gabriel compartilham um momento de silêncio na cozinha. A luz suave do ambiente destaca a expressão preocupada nos rostos dos dois.

Gabriel:

(Se aproximando, observando a mãe)

Mãe, cadê a Isa? Por que ela não está se divertindo com a gente?

Mãe de Isabella:

(Baixando o olhar, com pesar)

Gabriel, seu cunhado foi embora. Ele deixou Isabella aqui.

Gabriel:

(Expressão de incredulidade)

O que? Por quê?

Mãe de Isabella:

(Com um suspiro triste)

Eles tiveram uma discussão. Rafael foi embora.

Gabriel:

(Ficando visivelmente revoltado)

Ele fez o quê? Como ele pôde deixar minha irmã aqui assim?

A mãe de Isabella abaixa a cabeça, incapaz de esconder a tristeza que essa situação trouxe à sua família.

Gabriel:

(Suspirando, controlando a raiva)

Eu nunca gostei dele, mãe. Nunca confiei nesse cara.

Mãe de Isabella:

(Com um olhar cansado)

Eu sei, Gabriel. Mas, agora, precisamos pensar no que fazer por Isabella.

A cozinha, que antes testemunhou alegria e cooperação, agora se torna palco de revelações sombrias. Enquanto a festa continua além das portas, um drama familiar se desdobra, alimentando a chama da preocupação de Gabriel por sua irmã e aprofundando a desconexão entre ele e o homem que agora abandonou sua irmã na véspera de Natal.

Gabriel, ainda abalado pela notícia sobre a partida de Rafael, sai da cozinha com determinação. Ele se dirige ao jardim, seguindo a trilha de luzes suaves que iluminam a noite escura. Ao longe, ele avista Isabella, que parece perdida em seus próprios pensamentos.

A música da festa ecoa ao fundo, mas o jardim oferece um refúgio tranquilo, afastado do tumulto. Gabriel se aproxima de sua irmã com passos cautelosos, respeitando a privacidade dela.

Gabriel:

(Voz suave)

Isa...

Isabella, surpreendida pela presença de seu irmão, vira-se para encará-lo. Seus olhos, uma mistura de tristeza e surpresa, revelam a profundidade da dor que ela está enfrentando.

Isabella:

(Forçando um sorriso)

Gabriel, eu... eu não queria que você soubesse.

Gabriel:

(Com compaixão)

Eu sei, Isa. Pedi a mamãe que me contasse.

Gabriel senta-se suavemente ao lado de Isabella, deixando espaço para que ela compartilhe o que quiser.

Gabriel:

(Com gentileza)

Você não precisa passar por isso sozinha, Isa. Eu estou aqui, a mãe e o pai também, você tem sua família Isa.

Isabella olha para seu irmão, agradecida pela presença solidária. Ela tenta enxugar uma lágrima solitária que escorre de seus olhos, mas Gabriel percebe o gesto.

Gabriel:

(Tocando levemente o ombro dela)

Não precisa esconder nada de mim, maninha.

Isabella solta um suspiro pesado, permitindo-se um momento de vulnerabilidade. Ela compartilha os detalhes da discussão com Rafael, a tristeza que a envolve e a incerteza que se desenha à frente.

Isabella:

(Esboçando um sorriso triste)

Eu só queria um Natal feliz, Gabriel e meu casamento de volta.

Gabriel:

(Sorrindo com ternura)

A noite ainda não acabou, Isa. E não vamos deixar que uma pessoa estrague o espírito natalino para nós, vamos aproveite essa noite, relaxa, amanhã será outro dia.

Juntos, os dois irmãos compartilham um momento de silêncio, absorvendo a tristeza da situação, mas encontrando força na conexão que sempre compartilharam. Enquanto a festa continua ao longe, o jardim testemunha a união silenciosa de irmãos diante das adversidades.

A RENOVAÇÃO DO AMANHECER

O jardim,

agora iluminado pela luz suave, testemunha a determinação de Isabella de comemorar a data tão importante para ela. Gabriel, ciente da dor de sua irmã, se aproxima com um sorriso decidido, decidido a dissipar a sombra que paira sobre a véspera de Natal.

 Gabriel:

(Com entusiasmo)

Isa, não podemos deixar que uma

noite estrague nosso Natal. Vamos lá, levante-se!

Ele

estende a mão para Isabella, convidando-a a se juntar a ele. Isabella, tocada pela preocupação e carinho de seu irmão, aceita a oferta, levantando-se com uma expressão mais leve.

Gabriel:

(Vibrante)

Primeiro, um brinde para esquecer o

passado. O que acha?

Ele a conduz suavemente de volta para dentro da casa, onde sua família preparou uma seleção especial de bebidas.

Gabriel:

(Oferecendo um copo para Isabella)

À renovação, à família, e ao futuro

que nos aguarda.

Isabella,

tocada pelo gesto de Gabriel, sorri, eleva seu copo e faz o brinde, sentindo a

mistura de sabores dançando em seus lábios.

A casa, que anteriormente testemunhou tristeza e melancolia, agora se enche de risadas e músicas animadas. Gabriel puxa Isabella para a pista de dança improvisada na sala de estar.

 Gabriel:

(Virando-se para a família)

Vamos, pessoal! Nada como uma boa

dança para espantar as tristezas!

Os membros da família se juntam, formando um círculo ao redor de Isabella e Gabriel. A música preenche o espaço, criando uma atmosfera festiva. Isabella, envolvida pelos braços do irmão, começa a se perder na alegria do momento, deixando para trás as sombras do momento anterior.

Enquanto a família dança, ri e celebra a vida, a véspera de Natal se transforma em uma noite de renovação e amor. A magia do Natal, agora reencontrada na união familiar, envolve Isabella em uma sensação de leveza e esperança, apagando as lembranças dolorosas e permitindo que ela celebre a data que tanto ama com um

coração renovado. À medida que a meia-noite se aproxima, a família se reúne na frente da casa, olhando

para o céu estrelado. A música suave ainda ecoa na sala.

 Gabriel:

(Com um sorriso)

É hora dos fogos, pessoal. Vamos lá

para fora!

Eles se dirigem para o jardim, onde a atmosfera está impregnada de antecipação. Os membros da família encontram seus lugares, olhando para o céu como crianças ansiosas pela promessa de luz e cor. À medida

que o relógio se aproxima da meia-noite, uma sensação de magia permeia o ar. A tensão anterior é substituída pela excitação compartilhada da família.

 Isabella:

(Com um suspiro)

Obrigada, Gabriel. Por trazer a

magia de volta ao Natal.

Gabriel:

(Sorrindo)

É para isso que eu sirvo, maninha.

Família é tudo.

O céu, agora completamente escuro, começa a se iluminar com os primeiros fogos. Cores

brilhantes explodem, desenhando padrões deslumbrantes sobre a noite. A família observa maravilhada, unida pela beleza única dos fogos de artifício. Enquanto as luzes cintilam e se apagam, é como se a véspera de Natal se despedisse das sombras do passado, abrindo caminho para um novo começo.

Neste momento mágico, a família de Isabella se abraça, compartilhando o calor e a alegria. A meia-noite se torna um divisor de águas, marcando não apenas o início de um novo dia, mas também o renascimento de esperança e amor no coração de Isabella e de toda a família. A magia do Natal, perdida por um instante, retorna em sua plenitude, envolvendo todos em uma aura de celebração e renovação. O resto da noite passasse tranquila, risos, brincadeira e comilanças.

RETROSPECTIVA DO AMOR

Isabella está deitada, os pensamentos ainda permeados pelas festividades recentes e pelas emoções que acompanharam a véspera de Natal. A luz suave de um abajur destaca seu rosto tranquilo, mas seus olhos refletem uma mistura de sentimentos. Ela olha para a foto de casamento que está na mesa de cabeceira, uma imagem que captura um momento de felicidade que agora parece distante. A chama de uma vela próxima dança suavemente, projetando sombras na parede, ecoando a dança das memórias que começam a emergir.

Isabella fecha os olhos, transportando-se para o passado. Ela começa a relembrar o dia em que conheceu Rafael, a primeira troca de olhares, os primeiros risos compartilhados. Cada detalhe, desde o local do encontro até os sentimentos iniciais, ganha vida em sua mente.

A tarde de sol iluminava a pequena sorveteria onde Isabella trabalhava como atendente. O sino na porta tilintava, anunciando a chegada de novos clientes. Rafael, acompanhado por um amigo, adentrou o ambiente perfumado por diversos sabores de sorvete.

Isabella:

 (Sorrindo)

Boa tarde! Se precisar de ajuda para

escolher, estou à disposição.

Rafael:

(Com um sorriso tímido)

Ah, obrigado! Eu vou querer um de...

Isabella

notou a expressão indecisa de Rafael e decidiu intervir de maneira amigável.

 Isabella:

Você gosta de amêndoas? Se sim, o de chocolate com amêndoas é incrível!

Rafael:

 (Não conseguindo esconder o riso)

Bem, se é o seu favorito, vou arriscar. Um, por favor.

Enquanto preparavam os sorvetes, Isabella e Rafael conversaram casualmente. A atmosfera

na sorveteria era leve, e Isabella conseguiu transmitir sua paixão pelos

sorvetes de uma maneira contagiante.

 Isabella:

(Virando-se para o amigo de Rafael)

E você? Qual é o seu sabor favorito?

Amigo de Rafael:

(Sorrindo)

Vou de morango, sempre seguro.

 A troca de olhares entre Isabella e Rafael começou a transcender o ordinário. Um entendimento silencioso estava se formando, criando uma faísca que nem eles poderiam prever naquele momento.

 Rafael:

(Olhando para Isabella)

Você parece gostar muito do que faz.

 Isabella:

(Sorrindo)

Sim, eu amo trabalhar aqui. Sorvete sempre traz alegria, não é?

 Rafael:

(Concordando)

Com certeza. A vida precisa de mais momentos doces.

A conversa fluiu naturalmente, envolvendo risos e compartilhamento de histórias leves. A sorveteria, agora mais do que nunca, tornou-se um lugar mágico onde destinos se entrelaçaram de maneira inesperada. Enquanto

Isabella entregava os sorvetes para Rafael, seus dedos retornaram por um breve instante. Uma corrente elétrica percorreu seus corpos, um tremor sutil que trouxe uma sensação de calor e formigamento. Nesse simples toque, uma energia instantânea pulsou entre eles, como se o universo estivesse sussurrando sobre a possibilidade de algo especial. O breve contato tornou-se um marco, uma faísca que acendeu uma conexão inexplicável, revelando que ali, naquele momento na sorveteria, algo mais profundo começou a se desenrolar entre Isabella e Rafael.

Isabella:

(Ao entregar os sorvetes)

Espero que gostem!

 Rafael:

(Olhando para Isabella)

Eu tenho certeza de que vamos adorar.

 E assim, na simplicidade de uma sorveteria, iniciou uma história que transformaria ambos. Os sorvetes de chocolate com amêndoas não foram apenas uma escolha, mas a base de uma conexão que floresceria em algo doce e duradouro. Rafael antes de sair entregou a ela um cartão com o número dele.

Rafael:

(Olhando para Isabella/ pisca para ela)

Ah, meu nome é Rafael.

 Isabella:

(Sorrindo, tímida)

Isabella. Prazer em conhecê-lo, Rafael.

 Após o encontro na sorveteria, Isabella e Rafael continuaram a cultivar seu romance em

meio aos altos e baixos da vida cotidiana. Os sorvetes compartilharam-se uma tradição, um vínculo doce que fortaleceu sua conexão ao longo do tempo. O relacionamento de Isabella e Rafael floresceu, marcado por passeios tranquilos, conversas profundas e momentos compartilhados de alegria. Eles aprenderam muito sobre um do outro, encontrando conforto na simplicidade da companhia mútua. No entanto, ao alcançarem uma fase mais séria, a revelação de que Isabella era uma garçonete freelancer gerou um acontecimento inesperado. A família de Rafael, guiada por valores sociais rígidos, não conseguia aceitar qualquer escolha de Rafael como parceira adequada. As diferenças de classe e percepções sobre status social tornaram-se um obstáculo significativo.

Rafael e Isabella estão em um ambiente tranquilo, antecipando o momento em que ela conhecerá a família dele. Rafael, preocupado com o acontecimento de sua família diante da profissão de Isabella, decide compartilhar suas preocupações.

Rafael:

(Suspirando)

Isa, tem algo que eu gostaria de falar antes de você conhecer minha família.

 Isabella:

(Curiosa)

O que é?

 Rafael:

(Preocupado)

Bem, minha família é... tradicional. Eles têm expectativas específicas sobre o tipo de pessoa com quem eu deveria estar.

 Isabella:

(Compreensiva)

Rafael, eu sei que sou diferente do que eles podem esperar.

 Rafael:

(Nervoso)

Não é isso, Isa. É sobre o seu trabalho. Eu não quero que eles saibam que, às vezes, você trabalhava como garçonete freelancer. Eles podem... não entender. Então se te perguntarem qual sua profissão, minta, invente alguma coisa... Elegante.

 Isabella:

(Refletindo)

Você quer que eu esconda isso deles? Que eu minta? Ser garçonete ou atendente é feio para você?

 Rafael:

(Suspirando)

Não, não. Eu sei que é pedir muito, mas eu não quero que isso seja mais complicado do que já é. Não quero que minha família julgue você por algo tão trivial.

 Isabella

fica intrigada e não gosta nada, nada dessa conversar. Isabella veio de uma família bem de vida, seus pais guardaram sua mesada durante muito tempo, ela podia comprar um carro ou pagar uma faculdade, podia gastar como ela quisesse, mas Isabella nunca quis o dinheiro da família e sim o seu, ser independente, ela sabia dos esforços que sua família teve para chegar aonde chegaram e ela achava injusto ficar pedindo dinheiro ou coisa parecida, mas seu dinheiro jamais chegaria a quantia de Rafael, nem o poder e status, coisa que Isa nunca se importou. Essa conversa revela a tensão e a preocupação de Rafael diante das expectativas de sua família. Ele tem que revelar certos detalhes sobre o trabalho de Isabella e pode criar obstáculos desnecessários com isso.

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