(David)
Num dia como outro qualquer, eu e meu primo Lúcius estávamos desempenhando nossas funções habituais como agentes de segurança bancária. A monotonia da rotina foi abruptamente interrompida quando uma tentativa de roubo se desenrolou diante de nós. No tumulto, fui alvejado, caí no chão e, mesmo à beira da inconsciência, testemunhei a destreza de Lúcius ao neutralizar o assaltante. Antes que eu perdesse totalmente os sentidos, meu amigo não hesitou em chamar uma ambulância.
O despertar no hospital foi um borrão desorientador, mas a confusão atingiu seu ápice ao perceber que minha solidão não era absoluta. Uma das parceiras de trabalho estava amarrada à cama, e ao me aproximar para avaliar a situação, deparei-me com um cenário aterrador. A agonia da incerteza aumentou quando encontrei um bilhete amassado ao lado dela, revelando que o episódio no banco era apenas o prólogo de algo muito mais sombrio. A determinação cresceu dentro de mim, pois ficou claro que a batalha pela segurança estava longe de chegar ao fim, e agora estávamos envolvidos em algo sinistro que ultrapassava os limites da compreensão.
Ela estava completamente deformada e aparentemente morta, mas surpreendentemente arrancou um pedaço de seu braço para escapar das cordas. Ao tentar me atacar, peguei um vaso que, com certeza, fora deixado por minha esposa Chloe e o arremessei em seu corpo, sem causar efeito. Desesperado, peguei um dos cacos e acertei em cheio a sua cabeça, finalmente encerrando sua ameaça.
Ao sair da sala, deparei-me com a destruição no hospital, e ao deixá-lo, percebi que a situação na cidade era ainda mais caótica. Corpos jaziam no chão, testemunhas silenciosas do pesadelo que se desenrolara.
Enquanto percorria a que antes era uma movimentada rua, deparei-me com uma encantadora garotinha, aparentando ter cerca de 10 anos, com seus cabelos negros e longos, contrastando de maneira encantadora com seus olhos castanhos. Ao seu lado, uma mulher mais madura, dona de longos cachos escuros, uma pele morena que refletia sua resiliência, e olhos castanhos expressivos, travava uma batalha corajosa contra criaturas verdadeiramente peculiares.
Num momento inesperado, antes de minha consciência fraquejar, a mulher, em um ato de desespero, acertou minha cabeça, emitindo apenas um gemido de dor, o qual ecoou em meio ao caos momentâneo.
Ao recobrar a consciência, a moça mais velha indagou:
— Você foi mordido ou arranhado por aquelas criaturas?
— Não — respondi, confuso.
— Qual é o seu nome? — ela perguntou em tom firme.
— Meu nome é... — revelei, ainda tonto.
— Freya. — A mulher se apresentou. — E essa é Ária.
Juntas, elas explicaram a situação caótica.
Dois dias depois, despedindo-me de Freya e Ária, decidi partir em busca de minha esposa Chloe e meu filho Levi.
Na delegacia, organizei meticulosamente um arsenal, preparando uma bolsa repleta de suprimentos essenciais antes de montar em uma das motos. Dirigi-me em direção a uma cidade próxima, onde me deparei com inúmeras hordas de mortos-vivos, uma batalha desigual que me deixou sem perspectivas de vitória. Estrategicamente, escapei dessa ameaça iminente ao refugiar-me dentro de um carro-forte.
No veículo resistente, enfrentei um zumbi feroz, eliminando-o para garantir a minha segurança momentânea. Foi então que, sintonizando um pequeno rádio, ouvi uma voz alertando sobre a gravidade da minha situação. O destino à minha frente permanecia incerto, envolto numa atmosfera cada vez mais sombria e desafiadora.
Foi então que escutei uma voz vindo do pequeno rápido ao meu lado e ela dizia .
— Cara você está muito ferrado.
Após ouvir aquilo,peguei o pequeno rádio, sentindo uma mistura de curiosidade e ansiedade, e indaguei:
— Quem está aí? Quem é você?
A resposta, enigmática, ecoou no dispositivo:
— Por enquanto, isso não importa. Saiba apenas que estou aqui para te ajudar.
Intrigado, segui as orientações recebidas e me movi para o lado direito do carro na frente, evitando com destreza os zumbis que infestavam o local.
(David)
Ao chegar à porta do prédio indicado, fui recebido por um rapaz moreno, de presença imponente, olhos castanhos e cabelos escuros. Ele se apresentou como Caius e me conduziu habilmente até o topo do edifício. Ao alcançar o local, deparei-me com um grupo variado de sobreviventes.
Contudo, a tensão se instaurou quando uma moça loira, Ruby, ergueu sua arma em minha direção.
— Você matou todos aqui! — exclamou Ruby. — Eu vou te matar!
O asiático Jasper, posicionado no canto, interveio rapidamente:
— Ele não tem culpa! — argumentou Jasper.
Após uma breve pausa, Ruby abaixou a arma, ainda visivelmente irritada. Ela expressou seus agradecimentos de forma sarcástica:
— Obrigada! — disse Ruby, amargamente. — Por sua causa, todos nós vamos morrer. Agora não podemos voltar para casa, graças aos seus tiros na cidade que chamaram a atenção de todos os zumbis para cá!
Com uma mistura de alívio e desculpas, Ruby começou a apresentar os outros membros do grupo:
— Esse é Caius — disse Ruby, apontando para um homem moreno de olhos penetrantes.
Ela então indicou o outro rapaz no canto da sala.
— E esse é Jasper — acrescentou Ruby. — Ele tem sempre algo assertivo a dizer.
Por fim, ela mencionou:
— Maison está no terraço, ele é o nosso vigia atento.
A atmosfera, inicialmente tensa, começou a ceder espaço para um sentimento de cooperação entre nós, enquanto enfrentávamos juntos os desafios impostos pelo mundo repleto de zumbis.
Enquanto estávamos lá embaixo, envolvidos na nossa conversa, a atmosfera do hotel abandonado ficou tensa com o eco de tiros vindos do terraço. A princípio, acreditávamos que eram de um único local, mas a surpresa foi perceber que os disparos ecoavam da janela do terceiro andar, onde Maison se encontrava.
As palavras apreensivas de Ruby ecoaram:
— Tá ficando doido? Você ficou louco? Vai chamar todos os outros zumbis para cá agora?
Logo em seguida, uma discussão acalorada começou entre Caius e Maison.
— O que você acha que tá fazendo, Maison? — Caius gritou, claramente irritado. — Quer colocar todos nós em risco?
Maison rebateu com desdém:
— Eu faço o que for necessário para sobreviver. Não vou ficar esperando você tomar decisões idiotas!
Caius deu um passo à frente, encarando-o.
— Decisões idiotas? Você é quem está colocando todos em perigo com esses tiros!
Maison respondeu, elevando a voz:
— Ah, claro, porque o grande Caius sabe tudo! Vocês são todos uns covardes!
A situação escalou quando Maison, com um tom agressivo, soltou uma ofensa racista:
— Vai embora, idiota. Não preciso de sermão de gente como você.
Caius ficou furioso, avançando contra Maison, mas eu rapidamente intervi para impedir que a briga piorasse. Diante dessa situação, decidi trancar Maison em um dos quartos do hotel, entregando a chave a Caius para manter a segurança.
Após a discussão entre Maison e Caius, eu resolvi:
— É melhor amarrar o Maison. Ele não é uma pessoa confiável.
Quando me juntei ao resto do grupo, percebemos que os vidros da porta de baixo do hotel não aguentariam muito tempo com o tanto de zumbis que estavam lá embaixo.
— Precisamos de um plano — sugeri.
Caius assentiu, unindo forças comigo:
— Vamos afastar os zumbis que se aproximam da porta.
Dois corajosos se voluntariaram, e um deles falou:
— Eu e você atrairemos os mortos-vivos para uma área deserta.
Jasper, assumindo a responsabilidade, disse:
— Eu vou conduzir um carro de ambulância com a sirene ligada para despistar os zumbis na direção oposta.
Eu assumi o volante do segundo veículo, determinado a resgatar Ruby, Maison e Caius. No entanto, o destino reservou uma reviravolta quando Caius, inadvertidamente, perdeu a chave do quarto onde Maison estava trancado.
— Droga! — exclamou Caius, frustrado. — Eu perdi a chave!
Sem hesitar, ele improvisou:
— Vou bloquear a entrada com uma cama para evitar que os zumbis invadam o local.
Com a nossa equipe agora separada, Jasper seguia com maestria o plano de desviar a atenção dos zumbis com a ambulância, enquanto eu conduzia o veículo em busca dos membros do grupo. A tensão pairava no ar, mas a determinação de cada um impulsionava nossa jornada em direção ao acampamento, onde esperávamos encontrar segurança e reunir forças para os desafios que ainda estavam por vir.
Ao me aproximar, percebi que as vozes ressonavam na colina, ecoando a repreensão de um homem idoso que se chamava Atlas a Jasper, cujo barulho inconveniente na encosta era motivo de desagrado. Atlas, com seus cabelos brancos e o característico chapéu, expressava seu descontentamento, enquanto Lucius, o jovem companheiro, também compartilhava sua desaprovação.
A cena à minha frente se desdobrava com complexidade, incluindo não apenas a reprimenda a Jasper, mas também a presença de outros indivíduos. Uma mulher, acompanhada por dois filhos, compunha um grupo, enquanto uma família formada por uma mulher, seu marido e duas crianças completava o quadro. O ambiente vibrava com uma mistura de emoções e relações interligadas.
Contudo, o momento mais comovente foi quando meus olhos se fixaram na figura chorosa de uma das crianças. Uma onda de emoção tomou conta de mim ao perceber que se tratava de Levi, meu amado filho. As lágrimas vieram à tona, mas desta vez, eram lágrimas de alegria e alívio.
(Caleb)
Ao me aproximar de Chloe, minha esposa, para consolá-la, a família se uniu em um abraço caloroso e reconfortante. Levi, ao me ver, correu em minha direção, seus pequenos braços envolvendo-me com ternura. O reencontro com entes queridos trouxe uma profunda sensação de plenitude, e juntos, compartilhamos momentos preciosos até que o anoitecer nos envolvesse com sua suave penumbra.
À medida que a escuridão cerrava seu manto sobre nosso acampamento, decidimos desafiar a noite sombria com a dança cálida e reconfortante das chamas de uma fogueira, suas brasas discretas brilhando como um farol cauteloso, evitando assim atrair a atenção indesejada dos zumbis que silenciosamente se moviam lá embaixo. Com o crepúsculo avançando, emergiu uma conversa temida por todos, uma inevitabilidade que, até então, tínhamos habilmente evitado encarar, tornando a atmosfera carregada com o peso de escolhas difíceis a serem feitas sob a sombra impenetrável da noite.
Lúcius quebrou o silêncio que pairava sobre nós, lançando a pergunta crucial:
— Qual será nossa narrativa para o Alec quando ele retornar?
A ansiedade crescia à medida que ponderávamos sobre a sabedoria de revelar a verdade sobre seu irmão.
Reiterei a proposta de sermos francos:
— Precisamos compartilhar a dolorosa realidade de que o irmão de Alec enlouqueceu, colocando em risco todo o grupo.
O semblante sério de Lúcius ecoou a preocupação das possíveis consequências. Ruby, concordando, disse:
— Precisamos ser sinceros. É importante ter cautela.
Dois integrantes do grupo, anteriormente em silêncio, decidiram se manifestar. Renata, uma mulher de longos cabelos castanhos e olhos verdes, trajando um vestido vermelho com uma pistola na cintura, ofereceu-se para ser a porta-voz:
— Eu posso falar com Alec. Ele vai me ouvir.
Lily, uma garota de cabelos loiros e olhos azuis, concordou:
— Sim, Renata. Confio em você para lidar com ele já que é o seu irmão.
A incerteza pairava no ar, carregada pela tensão do momento. Contudo, a decisão estava tomada, e aguardávamos ansiosos para descobrir como Alec reagiria à verdade que logo seria revelada, enquanto as sombras da noite se intensificavam ao nosso redor.
Na manhã seguinte, a expectativa tomava conta de todos enquanto aguardávamos o retorno de Alec da sua expedição de caça de dois dias. Enquanto nos reuníamos para a refeição, as crianças enchiam o ambiente com risos e brincadeiras. Meu filho Levi, junto com os filhos de Olivia, Lia e Damon, se juntavam a mais três crianças em divertidas atividades.
Subitamente, gritos perfuraram a calma da manhã, fazendo Lia correr em nossa direção apontando para algo. Movidos pela curiosidade e preocupação, apressamo-nos até o local indicado, deparando-nos com uma cena surpreendente: um zumbi devorando uma vaca, cujo corpo exibia marcas de duas flechas. Agimos rapidamente para neutralizar a ameaça e, após um breve momento de tensão, voltamos nossa atenção para os passos que se aproximavam.
Preparamos nossas armas instintivamente, prontos para enfrentar o desconhecido. Contudo, para nossa surpresa e alívio, quem emergiu da mata foi Alec, nosso destemido caçador. Com um sorriso brincalhão, ele exclamou:
— Opa, eu me rendo!
Essa exclamativa arrancou risadas de todos nós. A situação tomou um tom mais leve quando Alec, com uma mistura de diversão e desdém, desferiu um chute no zumbi, referindo-se a ele como:
— Essa criatura miserável!
O grupo voltou ao acampamento em clima descontraído. Alec já chegou animado, convocando os irmãos Renata e Maison para auxiliá-lo na limpeza dos coelhos que ele havia trazido:
— Vamos lá, Renata, Maison! Precisamos limpar esses coelhos!
No entanto, a atmosfera festiva foi abruptamente interrompida quando Renata, com uma expressão séria, comunicou a ausência de Maison. O silêncio que se seguiu foi quebrado pela gravidade da notícia:
— Alec, nosso irmão não voltou.
A preocupação se instalou, lançando uma sombra sobre o acampamento antes animado.
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