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Jogada Final

Prólogo

                                                                  CHACE LAWSON

Toda segunda-feira me reúno com meu melhor amigo, Cole Fisher, no podcast dele para

conversarmos ao vivo sobre vida pessoal, profissional e, claro, a última partida jogada.

Fisher joga no mesmo time que eu, o New York Octopus, e fica na posição de tight end,

enquanto eu sou o running back da equipe. — Fizemos um bom jogo ontem, não é mesmo, Lawson? — ele pergunta enquanto observa

o número da audiência subir na tela do monitor.

As pessoas simplesmente amam uma fofoca, principalmente quando vem de gente famosa,

e metade dessas pessoas que ficam online para assistir nossas conversas, sabem que em um ou

outro episódio, meu amigo sempre acaba falando demais.

A última vez foi sobre o casamento da minha irmã mais velha.

Ele soltou a língua e disse que minha acompanhante tinha pegado o buquê, o que gerou um

monte de comentários a respeito de uma namorada que eu estava escondendo.

Logo eu, o cara que não namora. — Nós sempre fazemos um bom jogo, Fisher — respondo e ajeito meu fone de ouvido. —

Estamos dando nosso melhor para sermos classificados para os playoffs

[1]

.

Ele assente com a cabeça. — Próxima semana jogaremos com Denver Broncos, as pessoas estão perguntando se

estamos com medo. — Cole solta um risinho baixo. — Nós nunca temos medo, galerinha. — Não podemos falar muito sobre nossas táticas, mas aguardem por um bom jogo —

completo e sorrio de lado. — Por que não mudamos de assunto para o relacionamento de Cole

Fisher e Kyle Callahan? Meu melhor amigo finalmente está namorando, e foi o assunto da

semana.

Meu companheiro de time sorri daquele modo apaixonado dele. É sempre assim quando

trago à tona o assunto Kyle Callahan, a mulher alta, esbelta e considerada a mais bonita da lista

de modelos do último ano, e que conquistou o coração do homem à minha frente. — Nós paramos a internet — brinca. — Pois é, pessoal... Estou apaixonado.

Ele não parou a internet, mas é algo que está sendo falado desde que eles postaram uma

foto nas redes sociais, assumindo o relacionamento. Temos muitos fãs e a modelo, pelo jeito,

também tem muitas pessoas interessadas em sua vida privada. — É claro que está — zombo. — Olhe para essa cara de apaixonado.

O desgraçado nem cora.

Ele está amando com orgulho.

Sinto inveja dele! — Quem é o mais romântico entre vocês? — pergunto para entreter o público. — Kyle, com certeza.

Semicerro os olhos para o mentiroso, e ele revira os seus, abafando uma risada. — Certo, sou eu! — Dou risada com sua confissão. — Mas isso não é óbvio? Preciso tratar

minha mulher como se fosse uma princesa. — Oh... pessoal, ele é mesmo muito cadelinha da sua namorada. — Nunca perderia uma

oportunidade de provocar meu amigo, ainda mais ao vivo. — Pelo menos eu tenho uma namorada para ser cadelinha, né, Chace? — Ai, essa doeu! —

Quando vamos ter o vislumbre de vê-lo em um relacionamento sério?

Controlo a careta que quero fazer, sentindo que a câmera está focando em mim mais do

que o necessário.

Não é como se eu tivesse asco de relacionamento.

É muito pior.

A única mulher que eu gostaria de namorar não está disponível para mim. — Próximo tópico, por favor.

Não quero ler mais uma vez nesta semana as pessoas falando sobre a minha vida amorosa.

Me rotulando como um cafajeste porque nunca apareço em um relacionamento sério.

Talvez eu até seja... mas esse cafajeste tem um coração que tem dona, e um pau que não

recebe atenção de quem gostaria, e acaba se enfiando no meio das pernas de encontros de apenas

uma noite. — Ah, não... Acho que as mais de cem mil pessoas online querem saber pelo menos qual é

o tipo de Chace Lawson — meu amigo continua provocando, como um lembrete de que ele é tão

bom nisso quanto eu. — E então? Qual é o seu tipo?

Cole pega sua garrafinha de água e toma alguns goles, ansioso pela minha resposta. Ele

sabe o quanto odeio falar sobre essa parte da minha vida e está fazendo isso de propósito.

Eu deveria saber.

É por isso que minha resposta sai naturalmente dos meus lábios, sem me importar com as

consequências: — Ocean Bailey.

Fisher cospe a água na frente do monitor, em completo choque com minha resposta.

Não por eu ter falado o nome da maior cantora da atualidade, mas pelo fato de que essa

cantora é a minha melhor amiga desde o primeiro dia que abri meus olhos, e porque o cara na

minha frente sabe de tudo o que acontece entre mim e ela.

Espero calmamente meu amigo se recompor e quando isso acontece, ele se ajeita em frente

ao microfone. — S-sua melhor amiga?

Dou de ombros, vendo que os comentários não param de subir, chegando até travar o chat

do programa. — Não posso achar minha melhor amiga bonita? — Não foi isso que perguntei. — Ah... — Sorrio de lado. — Minha melhor amiga não pode ser meu crush? O meu tipo

de garota?

Ele volta a arregalar os olhos, provavelmente se perguntando o que está se passando na

minha cabeça.

Mas para explicar melhor o que me levou a cometer tal atitude, temos que voltar um pouco

para o passado, não muito tempo, meses já são o suficiente para entender o que está

acontecendo...

Os casos de uma noite nunca são complicados para mim.

                                                                    CHACE LAWSON

Os casos de uma noite nunca são complicados para mim.

Eu simplesmente vou até um clube privado, tomo algumas bebidas com meus amigos do

time e quase sempre saio acompanhado de alguma mulher que me desperta atenção. Geralmente,

elas querem o mesmo que eu, o que é bom, pois isso não torna as coisas complicadas.

Dessa vez não é diferente.

Encontro uma morena bonita uma hora depois de beber com os caras, me despeço deles e

venho parar no mesmo hotel luxuoso que trago todas as garotas com quem fico. É um lugar

discreto, no qual minha agente tem um contrato de sigilo. Nada sobre meus casos pode sair daqui

ou então a multa será altíssima.

Até hoje eles têm respeitado isso, mas não quer dizer que o mundo lá fora não saiba que

sou um homem que curte a vida de solteiro. As pessoas são muito boas em encontrar brechas

para invadir a vida particular de uma figura pública e eu, como um dos maiores running back da

história do futebol americano, sempre estou propenso a ter minha vida pessoal invadida.

Não posso reclamar.

Esse é o preço que pago por fazer algo que amo, e não mudaria por nada nesse mundo.

Fecho a porta do quarto atrás de mim e agarro a garota de cabelos longos e escuros.

Ela é incrivelmente gostosa.

Tem uma cintura fina, bunda firme e boa para apertar, coxas grossas que me deixariam

mais excitado se estivessem ao redor da minha cintura, e seios médios que terei o prazer de

chupar esta noite.

Tenho certeza de que o nome dela é Mia. A morena não é exatamente o meu tipo de

mulher, porque se vamos falar sobre tipos, posso acabar assustando por ser o oposto.

Loira, um metro e meio, um corpo gostoso que eu facilmente partiria ao meio se tivesse a

chance de fodê-la. É tímida e safada ao mesmo tempo, determinada, autêntica, confiante,

persistente, um pouco surtada...

Por que estou pensando nisso?

Terei uma noite incrível com Mia. Começar a semana extremamente bem depois de gozar

bastante nessa boceta e... Meu telefone toca no fundo do meu bolso.

Só pode ser brincadeira!

Como todo homem sensato e de pau duro por ter a boca e as mãos de uma mulher gostosa

explorando seu corpo, deveria ignorar, e esse até seria o certo se não fosse aquele toque. — Hum... você acabou de se tornar mais interessante por gostar tanto da Ocean ao ponto

de ter a música dela como toque do celular — a mulher diz, mordendo o lóbulo da minha orelha.

Ela realmente não me conhece.

Seguro seus ombros e a afasto alguns centímetros. Mia me olha confusa enquanto pego o

aparelho no bolso. — Sinto muito. — Peço, balançando o celular na minha mão. — Preciso atender essa

ligação.

Talvez, só talvez, a mulher queira me matar pelo olhar que está me lançando agora. Mas

não é como se eu pudesse ignorar essa chamada.

Porra!

É ela. — Oi? Espero que você tenha um bom motivo para me ligar, estou no meio de um

encontro importante. — Atendo a ligação e tudo o que recebo em troca é o silêncio. — Por que

está quieta?

Então eu escuto... no fundo da chamada, quase de forma inaudível, um soluço.

— Desculpa. — A voz chorosa dela soa do outro lado da linha. — Estou em Nova York e

queria ver você.

Engulo em seco.

Ela está em Nova York? De repente, todo o tesão que estava sentindo há poucos minutos

desaparece.

Maldição!

Eu só queria foder. Será que é tão difícil assim?

— Chace... — Ela chora mais. — Nós terminamos.

Sim, é muito difícil.

Por que fui inventar de ter uma melhor amiga? Por que quando se trata dela sou tão

benevolente? Ou pior... Por que de todas as mulheres do mundo, me apaixonei justamente por

ela?

Isso só pode ser dívida de jogo de uma outra vida! — Ok — respondo, sem dar muita abertura para falar no telefone. — Estou a caminho.

Escuto mais um soluço antes de desligar a chamada.

Encaro Mia e lhe lanço um dos meus meio-sorrisos, totalmente sem graça. — Era uma mulher? — Os olhos dela fervem em minha direção. — Você é

comprometido? — Não! — respondo rapidamente.

Que isso? Ser um canalha solteiro tudo bem, agora ser um canalha comprometido? Detesto

traição de todos os tipos! — É minha irmã. — Não é mentira, aquela um metro e meio me enxerga mesmo como um

irmão. — Sinto muito, gatinha. Podemos marcar para outra noite...

A morena solta uma risada forçada. — Babaca!

Ela pega a bolsa que caiu no chão quando entramos e caminha tão rápido em direção à

porta, que em um piscar de olhos, já está fora do quarto.

Olho para baixo, mais especificamente, em direção ao meu pau. — Maldita Ocean Bailey!

Ser o melhor amigo da maior cantora pop da atualidade não é fácil, e posso provar.

Antes de chegar à entrada do condomínio em que fica o apartamento da Ocean, sinto que

estou sendo filmado. Não é algo incomum para pessoas famosas como nós, mas considerando

que é de noite, mais especificamente meia-noite, não consigo evitar sentir raiva.

Não posso arrumar briga. Não posso.

Bandos de fuxiqueiros!

Sei que é o trabalho deles, mas o que custa serem respeitosos e não uns completos idiotas

sem educação? Caralho!

Cumprimento o senhor da recepção, que já me conhece há anos, e caminho em direção ao

elevador. — Ansioso pelo próximo jogo, Lawson. — O senhorzinho que não me lembro o nome, soa

atrás de mim, parecendo animado. Viro-me e sorrio para ele. — Mandaram muito bem no jogo

de quinta. — Continuamos dando o máximo de nós. — O elevador para no térreo. — Espere pelo

nosso melhor, senhor.

É uma pena que não me lembro do nome dele. O cara parece curtir muito o futebol e é um

grande fã do meu time.

Entro no elevador e aperto o botão do décimo terceiro andar enquanto penso em que

momento errei para estar a caminho de consolar minha melhor amiga quando podia estar

recebendo um boquete.

Posso estar parecendo um idiota, e talvez eu até seja um pouquinho, afinal, homens são

todos canalhas, e sei reconhecer isso, mas não é esse o ponto.

A questão é que Ocean Bailey deve me odiar muito no fundo daquele coraçãozinho gentil.

Só isso explica o fato de ela me ligar para ser seu ombro amigo para chorar no seu... o quê?

Quinto término? Porra! Ela só tem 27 anos, por que não consegue ficar sozinha? Além de ter que

ouvir e ler toda a merda que falam sobre ela lá fora, tenho que me controlar para não a sacudir

pelos ombros e assumir que nenhum homem vai ser bom o bastante para ela.

Não vou entrar no tópico de quem é o ideal para ela.

Digito a senha de entrada do seu apartamento e entro, encontrando a cantora de cabelos

loiros e corpo pequeno, enxugando suas lágrimas com um lenço, que provavelmente tirou da

caixa quase vazia ao seu lado.

Suspiro, chamando a atenção dela.

Seus olhos azuis brilham em minha direção, tão intensos com suas emoções tristes que me

quebra ao meio.

Esqueço da mulher que saiu do hotel.

Esqueço do tesão que foi interrompido.

Esqueço o motivo que estava reclamando.

Não sinto mais raiva por minha amiga ser tão iludida por caras idiotas, apenas o cuidado

que sempre me cerca quando a olho.

— O que foi agora, meio-metro? — pergunto, fazendo a mesma graça de sempre com seu

apelido ao me aproximar dela. — Seu melhor amigo está aqui agora.

Sento-me no sofá e nem preciso fazer outro movimento, porque Ocean vem com rapidez

em minha direção, se sentando no meu colo como nos velhos tempos e deitando a cabeça no meu

ombro. Passo meus braços ao redor do seu corpo, sentindo-a chorar mais quando sente meu

carinho em sua cintura, e esse som, que tanto odeio vindo dela, me faz voltar a sentir raiva.

Mas não dela.

Do babaca que ela insistiu em namorar por cinco anos. — N-nós não temos mais salvação — ela admite, se referindo ao antigo relacionamento. —

Precisei terminar, Chace. — Quer me dizer o que aconteceu? — O mesmo de sempre... Mark parece que não me entende, e ele não se esforça por mim,

como eu fiz por ele todos esses anos. — É bom saber que ela acordou. — Acho que não somos

compatíveis.

Só agora que você percebeu?

Preciso controlar minha língua ou vou acabar falando uma merda que vai deixá-la irritada,

e como sei que está próximo do dia dela entrar na TPM, não quero acordar o capeta antes da

hora. — Não é mais uma das brigas de vocês? — Eles discutiram muito nesses últimos meses, é

normal que eu pense que esta situação seja mais uma delas. — Não. — O tom de voz demonstra certeza. — É por isso que vim para Nova York. Não

quero ficar em Denver, aquela casa me traz lembranças.

Descanso meu queixo no topo da cabeça dela enquanto a abraço e aproveito o momento

em que seus olhos não estão em mim para fazer uma careta.

Lembranças do quê, exatamente? Não consigo entender por que Ocean gosta tanto daquele

idiota!

Eles se envolveram quando minha amiga estava fugindo da onda de haters por ter

namorado um ator mais velho, logo depois de ter namorado um cantor muito famoso. Eu sei, é

confuso pra caralho.

Minha amiga teve ao todo 5 namorados.

O primeiro foi quando estávamos na escola, ela tinha 15 anos e não durou muito, porque

logo Ocean saiu da cidade e foi lutar pelo sonho de ser cantora.

Quando minha loira estava no lançamento do seu primeiro álbum de estúdio, iniciando sua

carreira musical, ela se envolveu com Brody, um autor que deveria ter a mesma idade na época.

Eles só duraram 4 meses. O motivo do término? O babaca a traiu.

Com 19 anos, Ocean teve a brilhante ideia de namorar Aiden, um cantor que até hoje é tão

famoso quanto ela, e sofreu uma chuva de ataques por causa de fãs ciumentas. Durou pouco,

cerca de 6 meses, e logo terminou por causa do ódio gratuito e da falta de privacidade que ambos

tinham quando estavam juntos.

Ela resolveu ficar um tempo solteira, mas esse tempo só durou 2 anos, porque logo minha

melhor amiga estava me apresentando Asher, um ator quase 15 anos mais velho e por quem

estava muito apaixonada.

Adivinha? A paixão acabou 10 meses depois.

E quando pisquei, Ocean esmagou meu coração ao começar a namorar com Mark

Gallagher, quarterback do New York Titans. Isso mesmo! Meu rival! Ela não tem nem um

pouco de dó do meu pobre coração.

Por que ainda sou amigo dela?

Ah, porque a amo. — Pode ficar aqui essa noite? — pergunta, limpando mais uma vez o rosto com outro

lenço. — Não quero ficar sozinha.

Meu coração acelera um pouco, confesso.

Faz tanto tempo que não passo a noite na casa dela, que não estou preparado para dormir

ao seu lado novamente. Sempre tivemos o costume de dormirmos juntos quando éramos

crianças, adolescentes e adultos solteiros, sem compromissos com outra pessoa que pudesse

estranhar esse nosso comportamento.

Dormir com Ocean é meu momento favorito da nossa amizade, pois são nesses instantes,

que coloco uma ilusão na minha cabeça de que ela é somente minha. Eu posso abraçá-la, sentir

seu corpo colado ao meu, sentir seu cheiro... posso estar com ela, e isso, sempre foi importante

para mim. — Já passou da meia-noite, acha mesmo que eu iria para outro lugar? — provoco um

meio-sorriso nos seus lábios. E isso é bom, vê-la sorrir me conforta. — Só tem um problema...

tenho certeza de que alguém me viu entrar aqui mais cedo.

Ela dá de ombros. — Não é como se não soubessem da nossa amizade.

Isso.

Nossa amizade.

O motivo que nunca me deixou ir além com ela, que sempre me paralisa quando penso em

tentar conquistar seu coração. — Vai parar de chorar por aquele idiota? — Não me aguento e pergunto, recebendo um

tapa no peito. — Você sabe que estava guardando isso há muito tempo.

Ocean levanta o rosto e descansa o queixo no meu ombro. Meu coração acelera com a

proximidade, e tenho até receio de que ela perceba.

Anos tentando controlar esse órgão estúpido no meu peito, e não consegui chegar a

nenhum resultado.

Tem também o fato de que ela está sentada no meu colo, me abraçando como se eu fosse

tudo o que precisa neste momento. Nunca poderia reagir normalmente a isso.

Ela é uma mulher muito linda.

A mais linda de todas.

Seus cabelos são longos e loiros, e amo fazer cafuné neles; seus olhos em um tom de azul,

são os mais expressivos que já tive oportunidade de ver; seu rosto oval e bochechas um pouco

cheinhas, a faz parecer inocente e isso esconde muito da sua personalidade sexy. Ela também é

dona de um sorriso contagiante e tem a menor altura no mundinho de cantores, com seu 1,51m. — Desculpa ter ficado com seu rival. — Por cinco anos — respondo, ressentido pelo tempo e pelo idiota. — Esse

relacionamento poderia ter durado tão pouco quanto os outros.

Ela bate no meu peito. — Idiota! — Tenta se afastar, mas a puxo para meu colo novamente. — Pode ir para sua

casa, não te quero mais aqui.

Arqueio as sobrancelhas, achando graça do biquinho que se forma em seus lábios.

Poderia beijá-los!

Ela já não está mais chorando e isso me deixa aliviado pra caralho. Ocean vai superar esse

filho de uma boa mãe, tão rápido quanto os outros.

— Estava guardando isso há muito tempo, já falei.

Ela revira os olhos. — Achei que ele seria o certo, sabe? Mas em todos esses cinco anos juntos, ele não falou

nem uma vez em noivado. — Só de ouvir essas palavras saindo da boca dela, sinto minha pele se

arrepiar. — E quando pensei que ele iria me pedir em casamento, Mark me veio com aquele

pedido idiota... — Que pedido? — Seus olhos se arregalam e noto que ela não queria dizer isso. — Que

pedido, meio-metro? — Mark começou a ter ciúmes de você nesses últimos meses— responde, me causando um

certo choque. — Ele disse que não éramos apenas amigos, que somos muito próximos. Falou que

estávamos jantando sozinhos sem ele, nos encontrando na casa um do outro, e implicou porque

mando a maioria das minhas músicas para você antes dele.

Dou risada, achando graça de verdade do babaca. — Ele acha que somos amigos há três anos? Porra! Nos conhecemos desde que tomávamos

banhos pelados no lago atrás da casa da sua avó.

Já chega o idiota tê-la roubado de mim!

Queria a nossa amizade também? — Nós éramos crianças quando nadávamos pelados no lago da vovó — ela lembra com os

olhos brilhantes, parecendo ser transportada para aquela época. — Então... Nós tivemos mais

uma discussão porque ele queria que eu me afastasse de você porque a internet toda o via como

uma piada por causa do nosso shipper, e não queria ser mais visto dessa forma. Pelo jeito

machucava seu ego frágil.

Sempre soube que Mark era um idiota, mas admito que estou me surpreendendo por ser

ainda mais. Tudo bem que toda a internet shippava um relacionamento entre mim e Ocean, e isso

acontece desde que entrei para NFL. O mundo inteiro sabe sobre a nossa amizade, e muitos

acreditam que possa haver mais do que uma relação de amigos entre nós e que só a gente que

não percebeu ainda.

A questão é que eu percebi, mas a minha querida amiga aqui... ela é um pouco mais

complicada. — Estar com você machucava o ego dele, ou pensa que não sei o quanto ele odiava ser

visto apenas como seu namorado, mesmo sendo um quarterback de um time da NFL? Você

nunca pôde ir em um jogo dele, e nesses cinco anos, também nunca foi em um meu. — Porra!

Isso ainda me machuca.

Durante todos esses anos, a nossa amizade não mudou, exceto por não dormirmos mais

juntos, afinal, eu arrumaria briga com o Mark se pedisse para a loirinha dormir comigo como nos

velhos tempos. E tenho certeza de que se ele soubesse que fazíamos isso, teria ainda mais

paranoias sobre nós.

Acontece que Ocean teve que parar de ir aos meus jogos pois Mark não gostava. Mas

também nunca foi aos dele, porque acabaria chamando mais atenção do que o esporte jogado.

Eu falei que ele é um grande filho da puta! — Não queria chamar atenção para mim. — Você ou ele não queria? Nunca teve medo da fama, Ocean.

Ela suspira. — Falando assim, parece que o Mark é um babaca. — Mas ele é! Será que ela não

enxerga? — Ele foi bom para mim por um tempo, tínhamos uma boa relação e... era tranquilo.

Diferente dos outros relacionamentos.

É isso que ela me diz através do seu olhar.

Minha amiga sempre sonhou em viver sua história de amor, mas a fama parece ter tornado

isso ainda mais difícil. Alguns se aproximam apenas por conveniência; outros nem fazem

questão de tentar se aproximar, porque a invejam... Então, acho que a entendo, mesmo odiando

muito isso.

Ela conheceu Mark em um momento em que precisava separar a vida pessoal da

profissional, pois da forma que estava, com todo o ódio gratuito que recebia, tudo era julgado e

isso a fazia mal.

A fama sempre tem um preço, pois ela é acompanhada de haters, e sendo uma mulher, a

cada álbum mais bem-sucedida, Ocean sofre até hoje.

Ocean nunca imaginou que faria tanto sucesso, mesmo eu sempre falando o quanto é

merecedora dele. Ela imaginava que apenas seria uma cantora com alguns hits, não que suas

composições se tornariam hinos aos quais a maioria das pessoas se conectaria.

Essa mulher canta sobre o que todos querem ouvir: sentimentos.

Ocean Bailey tem uma capacidade de enxergar tudo ao seu redor e transformar em letras

para suas músicas. Ela tem um dom e, porra... eu sou o maior fã dessa mulher! — Desculpa! — Minha amiga pede e me volto para ela. — Sinto falta de comparecer aos

seus jogos.

Com ela me pedindo perdão desse jeito, toda fofa? É difícil não me render.

Nunca fiquei bravo por muito tempo com Ocean. E depois de alguns jogos, entendi que

não podia exigir algo, não sendo apenas o melhor amigo.

Se ela não ia até o jogo do namorado que demonstrou amar tanto, por que iria no meu?

Seria estranho se isso ocorresse, por isso, ela quis evitar boatos sem sentido. — Não é como se eu conseguisse ficar bravo com você — confesso e ela sorri.

A loira me abraça apertado e afunda seu rosto no meu peito. — Amo você, Chace. — Eu também te amo, Ocean.

Muito.

Muito mais do que você imagina.

Tanto que o pensamento de não querer mais que você sofra por esses babacas e me

enxergue como um homem, e não só como melhor amigo, volta a crescer em mim.

Minha vida é um puro surto, mas amo cada detalhe dela.

                                                                     OCEAN BAILEY

Minha vida é um puro surto, mas amo cada detalhe dela.

Acordo com esse pensamento ao ouvir o despertador tocar de forma estridente em algum

lugar do quarto.

Alguém ao meu lado resmunga um palavrão e faz um movimento tão rápido, que só

entendo do que se trata quando o barulho de algo caindo no chão ecoa. Abro os olhos enquanto

os braços de Chace me apertam contra seu peito, quase me sufocando no processo. Ele me puxa

mais em sua direção, e consigo ter um vislumbre do meu despertador quebrado, caído no

assoalho.

Puta que pariu!

Dou um tapa na coxa grossa do idiota ao meu lado, e ele nem se mexe. Está tão preso em

seu sono profundo, que quero matá-lo.

Foi uma péssima ideia dizer para meu atleta favorito dormir aqui. Péssima em níveis

absurdos!

Ele é muito dorminhoco e nunca faz um esforço para ao menos tentar não se atrasar, é por

isso que a maioria dos seus compromissos acontecem a partir do meio-dia. — Chace! — o chamo e dou mais um tapa na perna dele.

Se ao menos o grandão me liberar da chave de braço que está me dando, já poderei me

arrumar para meu compromisso tranquilamente. — Chace Lawson!

Mais uma vez cutuco sua coxa e muito sem querer, muito mesmo, acabo encostando minha

mão em algo que não devo.

Mais especificamente, no pau dele. — Você termina seu namoro e começa a bolinar seu melhor amigo? — A voz rouca e

grogue de sono soa por cima da minha cabeça.

Faço uma careta que ele não tem a oportunidade de ver, mas desço meus olhos

automaticamente para o instrumento que toquei sem querer.

Meu melhor amigo é tão grande assim? Ele está com uma ereção matinal e me questiono se

esse tamanho é mesmo real. Não me surpreende que ele faça tanto sucesso entre as mulheres

com quem sai de vez em quando, nem que sua autoestima seja gigante. O que ele tem no meio

das pernas faz jus a ela. — Deixa de ser idiota — resmungo, voltando ao presente. Prestar atenção no pau do meu

melhor amigo não é algo... amigável. — É você que não me solta de jeito nenhum! — O que posso fazer se estou com saudade de dormir contigo? Tinha tempo que não

fazíamos isso. — Cinco anos para ser mais exata.

Acabo sorrindo do seu jeito manhoso. — Vamos poder dormir bastante tempo juntos, pretendo ficar solteira pelo resto da minha

vida.

Ele solta uma risada enquanto afrouxa o aperto ao redor do meu corpo. Ergo a cabeça e o

olho confusa. — Qual o motivo da risada? — Eu já vi esse filme antes. — Aperta meu nariz entre seus dedos. — Daqui alguns meses

você me aparece com um namorado novo. — Já fiquei dois anos solteira!

Tento me afastar e ele me puxa novamente para seus braços. — Preciso me arrumar, Chace, tenho que encontrar Peter no estúdio — explico. — Já vai gravar novas músicas? Você está em turnê. — Mais uma vez, ele parece

preocupado com minha forma de trabalhar intensamente. — Sabe que amo estar no estúdio tanto quanto amo estar em turnê.

Lancei um álbum recentemente? Sim, há mais ou menos dez meses, mas simplesmente não

consigo me manter longe do estúdio. Amo escrever músicas e passar meu tempo com Peter,

trabalhando para melhorá-las. Sem falar que estou muito inspirada com meu recente término. — Sinto que Peter é mais seu amigo do que eu — murmura, chamando minha atenção.

Um bico se forma em seus lábios, dando-me a certeza de que está com ciúmes. Meus olhos

caiem para a sua boca carnuda, a qual sempre tive inveja do seu preenchimento natural e que só

fica mais bonita no rosto perfeitinho do meu melhor amigo. Ele é um manhoso! E um desgraçado

por ser tão bonito e me amolecer para qualquer drama que faz. — Inacreditável você sentir ciúmes das minhas outras amizades, quando estamos há 27

anos juntos — zombo da cara dele. — Ninguém é como você na minha vida, Chace Lawson.

Terminar meu relacionamento mais longo por sua causa não o faz perceber?

Os olhos dele brilham em minha direção, gostando da resposta.

Conheço esse grandão há tempo suficiente para lê-lo como uma página de jornal, assim

como ele me conhece e me enxerga além de todas as minhas versões.

Constantemente sinto a necessidade de mudar, seja no estilo de roupa, estilo de vida ou no

estilo musical, mas quando estou com Chace, nada disso é necessário. Com ele, posso ser a

criança que correu atrás dele o tempo todo na escola, a adolescente que fez a promessa de que

nunca o deixaria, mesmo que nossos sonhos fossem tão opostos, ou a adulta que ainda lhe pede

um abraço quando está com o coração partido.

Não me lembro de uma fase da minha vida que meu amigo não estivesse nela.

Nos conhecemos desde que nascemos. Nossas mães eram melhores amigas e vizinhas,

ambas engravidaram, o que possibilitou que eu e ele tivéssemos apenas duas semanas de

diferença nos nossos aniversários.

Essa história é engraçada, linda e emocionante.

Minha mãe sempre teve problema para engravidar e acabou perdendo três bebês antes de

mim; sua melhor amiga e meu pai foram essenciais para ela se manter mentalmente forte para

continuar tentando. Quando finalmente aconteceu, todos ficaram surpresos e felizes porque Cora

Lawson também engravidou. Era uma coincidência incrível.

Meu pai sempre lembra o quanto minha mãe repousou e rezou para que eu nascesse, até

que o dia chegou, duas semanas após Chace ter nascido. Com a amizade entre as famílias, foi

impossível que eu e o jogador não nos tornássemos irmãos. Frequentávamos tudo juntos, e

praticamente não tive amigas na minha infância e adolescência; eu me dava melhor com meu

grandão e os amigos dele.

Tenho certeza de nossas mães ainda seriam melhores amigas se a minha não tivesse

morrido de pneumonia quando eu tinha sete anos.

Lembro pouco da mamãe, mas consigo me recordar de como foi o dia mais triste da minha

vida quando papai me disse que ela havia ido morar no céu. Eu nunca quis que ela fosse, queria

que ela continuasse sendo minha melhor amiga, meu amuleto da sorte, a melhor mãe do mundo.

Queria que ela me visse crescer, construir a minha carreira, começar uma família, me ajudar com

os meus filhos. Queria que ela participasse de cada etapa da minha vida.

Não sei o que teria sido de mim se Chace não estivesse comigo, cuidando de mim como se

eu fosse sua irmãzinha mais nova.

É por isso que digo com toda a certeza que nada nesse mundo pode nos separar.

Chace é minha família.

Ele é a minha pessoa favorita no mundo. — Sou mesmo seu melhor amigo, né? — Sua pergunta me desperta dos pensamentos. —

Deveria passar mais tempo comigo agora que está livre do idiota.

Reviro meus olhos para o drama dele.

Ele é tão dramático quanto as minhas músicas de términos. É por isso que nos damos tão

bem. — Não fale como se nesses cinco anos eu não tenha te dado atenção. — Bato em seu

braço. — Preciso me arrumar.

O loiro finalmente me solta e consigo me sentar na cama.

É mesmo um manhoso! — Nós não podíamos sair juntos todas as semanas, não podíamos dormirmos juntos e você

não passa o Ano-Novo com minha família há cinco anos.

Dou risada e não resisto, aperto sua bochecha, o tratando como uma criança quando eu sei

que ele odeia isso.

O que posso fazer? Não consigo resistir ao seu jeitinho carente. — O dia que você arrumar uma namorada, vai entender que só teria problemas se dormisse

comigo, se passássemos toda a semana juntos ou deixasse de passar o Ano-Novo com ela, para

passar com a melhor amiga mulher — friso a última palavra e só para deixar mais claro, aponto

para o meio das minhas pernas e em seguida para seu grande... volume. — Esqueceu que somos

de sexo opostos? Amizade entre homem e mulher sempre gera dúvidas.

Não é à toa que meus fãs shippam tanto nós dois. Eles têm certeza de que eu e Chace

vamos ficar juntos, que somos o que eles chamam de end game um do outro.

Loucos, mas os amo mesmo assim.

Não é que nunca tenha visto meu amigo como um homem. Tenho a plena consciência de

que ele é um cara bonito, gostoso e com uma personalidade tão incrível que faria com que me

apaixonasse por ele em questão de dias, acontece que ele também é tudo o que tenho depois do

meu pai, e eu nunca, em hipótese alguma, pensei em tentar algo com ele porque não suportaria

perdê-lo.

Ainda lembro quando descobri com 14 anos o que era a paixão e o amor por alguém,

pensei naquela época de forma inocente que Chace era o único capaz de ser o meu namorado

porque ele me conhecia melhor do que eu mesma, mas assim que também descobri que paixão e

amor podem acabar e que podem até destruir uma relação, blindei o meu coração para não acabar

caindo nos encantos do meu amigo.

E deu muito certo.

Eu ainda o tenho comigo e isso é tudo o que preciso. — Tenho a plena consciência de que você é uma mulher, Ocean. — Ele se senta na cama,

ficando de frente para mim. — Você que se esquece que eu sou homem. — Eu? — Solto uma risada, chocada. — Fica agarrando meu pau. Posso esquecer que você é minha melhor amiga rapidinho.

Pego o travesseiro e jogo em sua direção. Acerta o rosto dele e depois cai em seu colo,

tapando o assunto da nossa conversa.

Ótimo!

Não é como se eu precisasse ficar olhando para aquilo. — Eu não peguei propositalmente.

Pulo da cama e coloco meus chinelos. — E é melhor você usar o outro banheiro para abaixar esse... volume matinal — falo

enquanto caminho até o banheiro do meu quarto. — Acho que dormirmos juntos só funcionava

quando éramos crianças.

Ouço sua risada atrás de mim. — Quem disse que é matinal? Eu dormi com você.

Paro quase chegando na porta do banheiro e me viro para o safado do meu melhor amigo.

Ele mantém um sorriso cretino nos lábios. — O que você disse? — Você não ia se atrasar, meio-metro?

Aponto meu dedo do meio para ele, arrancando-lhe uma risada.

Entro no banheiro às pressas, decidindo ignorar o engraçadinho. Ele adora me perturbar, e

isso nunca será diferente. Principalmente, quando se trata de piadas de duplo sentidos.

Chace é um garoto no corpo de um homem.

Com seus 27 anos, nunca assumiu um namoro com uma das mulheres que já ficou, e

sempre que pergunto o motivo, apenas me diz que é porque não achou a certa.

Mas como acharia? Ele só leva as garotas para foder por uma noite.

Onde está o gesto romântico? Os jantares? Os encontros?

Tudo bem transar antes, porém, ele deveria ao menos tentar conhecer depois. Só assim

para saber se poderá criar um laço especial com essa pessoa.

Quando joguei isso na cara dele, o idiota me respondeu que pelo menos não tinha um

coração partido.

Doeu, viu? Mas superei no dia seguinte.

Enquanto eu tive cinco namorados, ele teve inúmeras mulheres, mas nenhuma namorada.

É estranho, não? Porém, não sou o tipo de amiga que julga o amigo. Se ele está feliz dessa

forma, então estou feliz.

A felicidade dele vem antes da minha, e sempre será assim.

— Essa música é um hit, Ocean — Peter diz, assim que saio da cabine de gravação,

demonstrando orgulho. — Triste, mas com uma sonoridade animada. É uma coisa estranha que

só você consegue fazer.

Dou risada e me sento ao seu lado. — Quem sabe pode ser o single do próximo álbum? — Três meses em primeiro lugar na Billboard. — Exagerado! — Só você não acredita no seu potencial, né? Você é um fenômeno, Ocean.

Sempre fico sem graça quando me elogiam dessa forma. Eu só sou... normal. Trabalhei

duro para chegar até aqui e continuo fazendo isso.

É bem nesse momento que meu pai e Edina entram no estúdio. — Como você está, filha? — Paul Bailey se aproxima do sofá que estou e fica ao meu

lado. — Não dormi direito pensando em como estaria seu coração depois da sua mensagem.

Ele se refere ao texto que o enviei na noite passada, contando sobre meu término com o

Mark Gallagher.

Como qualquer relação de término recente, rapidamente me senti chateada com a pergunta. — Vou ficar bem, pai — respondo para tranquilizá-lo. — Tudo é recente ainda, mas não

tinha mais o que fazer para nos salvar. — É uma pena, querida... — Ele segura minha mão. — Você vai encontrar alguém que

será para sempre. — Obrigada por ter fé em mim, pai. Mas decidi que vou ficar solteira por um bom tempo.

Não quero outra decepção amorosa tão cedo.

Só não estou chorando no momento, porque sei que não vai adiantar em nada. Até chegar

no término, foram meses tentando fazer dar certo, então parte de mim, já sabia que acabaria cedo

ou tarde.

Mark foi bom para mim até um certo momento.

Nosso namoro começou quando eu estava a caminho do sucesso que tenho hoje, era um

romance privado e raramente fazíamos questão de sermos vistos juntos. No entanto, com a onda

de desclassificações que o time dele vinha enfrentando, seu nome começou a ser relacionado

apenas ao meu, e acho que isso o frustrou de alguma forma.

Nesses últimos meses, o quarterback já não parecia ter mais orgulho de estar comigo, e

quando tocava no nome do meu melhor amigo, ele tinha mil e uma crises de ciúmes. Diferente

dos Titans, os Octopus sempre chegam na final do Super Bowl.

Infelizmente, descobri tarde demais que Mark tinha uma masculinidade frágil.

Podia ao menos ter sido antes de achar que viveria para sempre ao lado dele, né?

Odeio passar por términos!

É o quinto, e ainda me sinto uma idiota por sentir tanta dor por isso. — Sinto muito pelo Mark, Ocean, mas precisamos resolver essa situação publicamente o

mais rápido possível — Edina, a mulher responsável por cuidar da minha imagem e uma das

minhas amigas, diz. — Filmaram Chace entrando ontem de noite e saindo hoje de manhã do seu

apartamento.

Suspiro.

— Deixa eu adivinhar... estão dizendo que estou traindo Mark com meu melhor amigo? — Alguns sites sim, mas seus fãs parecem conhecê-la bem e estão teorizando sobre o que

aconteceu. — Tudo bem... Você pode soltar uma nota à imprensa, dizendo que terminamos — digo,

sem me importar muito com aquilo. — Foi um término amigável, pode colocar a culpa nas

agendas lotadas. Não tínhamos mais tempo um para o outro.

Não é uma mentira.

A temporada de jogos começou, Mark está treinando mais do que antes e eu estou no início

da minha turnê mundial. — Tudo bem... Vou fazer as notas e te enviar ainda hoje.

Aceno. — O que acha de jantarmos com Quinn hoje? Faz tempo que não temos uma noite das

garotas.

Ela pensa por um segundo, provavelmente recapitulando nossas agendas. — Ei! Minha turnê só começa na sexta-feira, hoje ainda é terça. — Ok! Você tem muito o que nos contar mesmo.

Bato palmas, animada.

É sempre bom ter uma noite de meninas com suas melhores amigas, especialmente depois

de um término.

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