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O CAÇADOR SOBRENATURAL

CAPÍTULO 1

Maldita capa preta que eu vi à beira da estrada jogada num saco plástico preto. Quando eu estava dentro do meu carro, ouvindo uma música de Roberto Carlos. Tranquilo admirando as belezas naturais à beira da estrada, destino a uma pequena cidade do interior de Santa Catarina.

De repente me deparei com alguma coisa se mexendo naquele saco plástico da cor preta. O mais estranho era que não havia vento, fazia um calor insuportável. E um sol quente de cozinhar os miolos da cabeça.

Se não havia vento não havia porque aquele maldito saco preto ficar se mexendo. Como diz aquele ditado que a curiosidade matou um gato. E para dizer a verdade eu estava morrendo de curiosidade. Eu tinha passado mais de 250 metros de carro.

E voltei a ver o que tinha naquele saco plástico preto que se mexia. Meu Deus eu senti uma agonia imaginando que pudesse ser um bebê recém nascido abandonado.

Como acontece seguidamente por aquelas bandas 1000 metros fora da cidade. Já aconteceram muitos casos assim. Eu revirei aquele maldito saco.

E já estava me preparando psicologicamente que poderia ser de fato uma criança recém nascida, e aí eu levaria para um hospital mais próximo de Florianópolis. Mas felizmente não era. E para a minha surpresa havia dentro daquele saco preto uma capa preta que já ouvi falar muito.

Só não lembrava da onde. Não tinha certeza se já vi no cinema sendo usada por um personagem famoso. Tipo o Batman, ou se era o Zorro. Ou conde Drácula coisa parecida. E por incrível que pareça, estava limpa e cheirosa, com um perfume suave de mulher. Não sabia se eu levava ou deixava ali. Decidi levar comigo, coloquei no porta mala do meu carro e segui direto para a cidade que eu pretendia visitar uns parentes que moravam por lá.

E para dizer a verdade foi a pior coisa que eu poderia ter feito, coisas estranhas começam acontecer comigo durante a viagem. Pelo caminho comecei a ver coisas que jamais poderia ver na minha vida. Logo eu que nunca fui de acreditar nessas coisas sobrenaturais. E na cidade que eu estava indo as pessoas levam muito a sério sobre as lendas.

E que são muitas. E uma delas é sobre a mula sem cabeça, lobisomem e mulher de branco, e bruxas. Comecei a rir quando lembrava das histórias que meu tio contava a respeito de tudo que é história sobrenatural.

Quando eu criança gostava de ouvir. Depois de adulto me tornei mais realista com os pés no chão, e não acreditava em nada que não fosse desse mundo.

Mesmo eu sendo materialista e ateu comecei a ver coisas estranhas pelo caminho, achei que eu estava embriagado por alguma droga que imaginei que tinham colocado na bebida onde eu parei para abastecer meu carro antes de viajar.

Eu sempre fui prudente antes de viajar para qualquer lugar que fosse. Eu era vendedor de carros e viajava muito pelas redondezas da região sul do País. E sempre levava meu carro à oficina para os mecânicos darem aquela revisada, e abastecia bem antes de viajar.

E como havia um posto de gasolina na saída da cidade de Florianópolis em que havia um bar. E como eu era conhecido do lugar, bebi uma cerveja, uma só diga se de passagem.

Foi o que eu pensei que talvez fizessem uma brincadeira de mau gosto de ter colocado alguma coisa na cerveja. Mas não justificava isso, eu comecei a ver coisas estranhas na minha frente.

Não entendia porque, e como era longe da cidade de Florianópolis até chegar a essa cidade do interior para onde eu estava indo. E de carro viajava aproximadamente 5 horas de viagem indo a mais de cem por horas, em alguns lugar era estrada asfaltada. Saí de Florianópolis às 6 horas da tarde, e chegaria ao destino meia noite, ou até antes.

E para piorar, aquele dia era uma sexta-feira. E a noite de lua cheia. Tudo conspirava contra mim. Embora eu não acredite nessas coisas sobrenaturais. Mas daí comecei a lembrar das histórias que a minha mãe contava antes de eu dormir, ou até mesmo meu tio quando ia lá em casa, e gostava de contar. Misteriosamente comecei a sentir um calafrio em meu corpo quando deparei com uma mulher de banco andando na frente do meu carro.

Havia mata dos dois lados da estrada. Era noite. Misteriosamente ela surgiu do nada, e me perguntei o que uma mulher linda de cabelos pretos lisos pele branca andava na frente do meu carro. Em que eu queria passar e ela impedia que eu passasse. Ela caminhava lentamente para minha irritação que eu queria chegar o quanto antes, e ela estava atrapalhando o meu regresso. Tentava ultrapassar e ela não deixava.

Ela era linda para parar o trânsito. Mesmo assim eu não estava para paquera naquele dia, aliás, nunca fui de paquerar pessoas estranhas que eu não conhecesse. E não seria aquele dia. Eu estava perdendo a minha paciência com ela. Eu fazia sinal com a mão para que ela saísse do caminho e me deixasse passar. E nada dela deixar o caminho livre.

E para piorar era uma subida e eu tinha que acelerar antes que o motor afogasse, e eu dar de ré e sofrer algum acidente.

Não adiantava eu gritar ou gesticular para que ela saísse do caminho. E para minha irritação, ela ria da minha cara me provocando. Até que uma hora eu perdi a minha paciência e passei por cima dela. E acelerei meu carro, mas de repente me bateu um desespero, parei o carro, e olhei para trás para ver se não tinha matado ela.

E para a minha surpresa não vi ninguém. Cadê a mulher de branco que eu atropelei nem sinal dela? Isso foi muito sinistro, nunca imaginei passar por isso. Depois me acalmei, entrei no meu carro e segui viagem com aquela imagem na minha cabeça. Será que eu matei aquela mulher?

Ou não era ninguém? Era coisa da minha cabeça. Logo eu que não acreditava nessas coisas. E segui em frente e tinha que me concentrar no volante para não causar algum acidente, já que a estrada era estreita no meio da mata e dos dois lados com enormes barrancos de pedras de dez metros de altura.

CAPÍTULO 2

Segui viagem acreditando que finalmente chegaria em paz na cidade que eu estava indo. Doce engano. Quando meu carro parou de andar. Achei que tinha acontecido alguma coisa. Ele se afogou misteriosamente e não andava de jeito algum.

Para o meu desespero estava bem no meio do caminho e eu tentava ligar e nada, fui ver o que tinha acontecido com o motor.

E quando levantei o capô algo que eu vi me fez estremecer. Era o vestido branco da mulher que estava no meu caminho tentando me impedir de seguir viagem. Minhas pernas tremeram sem entender porque aquelas coisas estavam acontecendo.

Logo eu que nunca acreditei nessas coisas. Joguei aquele maldito vestido branco fora e voltei para o carro e liguei, e misteriosamente aquele vestido foi levado pelo vento através de um redemoinho.

O que mais me deixou espantado foi que aquele vestido estava sendo levado na minha frente me tirando a concentração que quase desviei o caminho. Por pouco não sai fora da estrada e não desço a ladeira abaixo. Estava impaciente com essas coisas estranhas, justamente naquela noite sem saber o que estava acontecendo.

Eu precisei apertar o acelerador e seguir a viagem, se não eu ia chegar no dia seguinte. Mesmo com aquele vestido branco rolando na minha frente, eu seguia a viagem.

E de repente, sem mais e sem menos, dou de cara com diversas cruzes à beira da estrada sem entender porque daquele mistério. Será que é o fim do mundo eu ver essas coisas nessas curvas malditas. Eu precisava me manter frio e não perder a cabeça antes que eu sofresse algum acidente. Estava difícil ultrapassar aquele maldito vestido branco, quanto mais eu acelerava mais o vestido era levada pelo vento com a mesma velocidade do meu carro.

Então eu constatei que era algo sobrenatural que estava querendo me dizer alguma coisa.

Eu precisava estar calmo e tentar sair daquele pedaço de estrada e chegar num lugar mais seguro. Liguei o rádio e comecei a ouvir música, e por uma coincidência na rádio começou a tocar uma música do cantor Daniel sobre a nossa senhora aparecida. Eu que era ateu não gostava de rezar.

Mas aquela noite comecei rezar pedindo proteção e segui viagem ouvindo aquela musica que acalmou meu coração e as coisas voltaram ao normal e não vi mais aquele vestido branco maldito.

Que desapareceu das minhas vistas. Embora sendo noite de lua cheia estava escuro porque a lua se escondia atrás das enormes árvores que haviam dos dois lados da estrada, eu tinha que ligar os faróis, meu medo que faltasse gasolina. Embora eu tenha abastecido bem o carro. Mas ainda estava longe de um próximo posto para que eu pudesse abastecer novamente, e chegar a essa cidade onde meus tios moravam.

E a viagem que estava prevista para chegar à meia noite não se concluiu. Viajei a noite inteira chegando ao meu destino às seis horas da manhã na casa dos meus tios. O meu tio se chama Pedro, e a tia Joana. Contei o que havia ocorrido, e eles ficaram horrorizados com a história e queriam saber todos os detalhes.

— Hum! Conta-me tudo o que aconteceu ao meu sobrinho! — Dissera Joana, minha tia.

— Porque vocês querem saber, se eu não acredito mais nessas coisas!

— Deveria acreditar, porque o que aconteceu com você, e ter chegado vivo foi um milagre!

— Como assim milagre? Perguntei a eles assustado.

— Por acaso não passou por uma estrada que havia diversas cruzes à beira da estrada?

— Sim, eu passei, mas o que isso tem haver?

— Meu tio Pedro passou a mão sobre a cabeça, em seus poucos cabelos e não sabia se devia me contar, ou não. Olhou para a minha tia com a expressão séria esperando um sinal se devia falar a verdade, já que eu não acreditava nessas coisas de assombração. A minha tia fez sinal positivo que eu deveria saber a verdade dos fatos.

— Pois é, meu sobrinho. Aquelas cruzes que estão à beira da estrada são o número de pessoas que morreram em acidentes naquela curva.

— Como assim? Perguntei a eles assustado.

— É isso mesmo que você ouviu. Muitos acidentes aconteceram misteriosamente naquela curva, aliás, chamam de curva maldita. — Eu confesso que fiquei chocado, custando acreditar, passei a não duvidar de mais nada. Acredito eu que existem mais coisas entre o céu e a terra. E não consigo entender porque justamente agora depois de adulto com quase 30 anos essas coisas estejam acontecendo comigo.

Essas histórias eu costumava ouvir quando ia dormir na casa dos meus tios. E para dizer a verdade, quando era criança de fato eu tinha muito medo. E quando meus tios contavam essas histórias eu não conseguia dormir de tanto medo que eu tinha.

Depois que eu cresci passei a não acreditar. Ainda mais quem vive na cidade grande que são ateus por natureza. Pessoas da cidade grande são muito materialistas para acreditar em algo sobrenatural.

Mas depois daquela experiência não duvido de mais nada. Fiquei me perguntando: será que todos aqueles acidentes que aconteceram naquela curva maldita tem haver com aquela mulher de branco que me seguia durante a minha viagem?

Se eu sendo ateu que não acredito em algo sobrenatural, entrei em pânico com o que estava acontecendo comigo, imagina aquele que acredita.

Enquanto meu tio relatava a respeito dos acidentes, eu ficava imaginando que aquela mulher de branco perseguindo um de cada vez fazendo eles perderem o controle e sofreram acidentes. É um mistério que ninguém consegue desvendar, se alguém relatar esse fato para a imprensa vai ser motivo de chacota em todo lugar que for, e ninguém vai dar crédito, e ainda vão chamar de louco.

Eu contei para os meus tios porque realmente eles acreditam em mim.

Mas não posso sair falando isso, se não vão me chamar de louco, e louco eu não sou. O que eu vi foi real demais para ser fantasia da minha cabeça? Mas vou bancar um detetive e investigar essa história. Preciso desvendar esse mistério. A pergunta é como e por onde começar?

CAPÍTULO 3

Desde criança eu amava ficar na casa dos meus tios. Até hoje me pergunto porque eu amava tanto eles? Eu não tive uma boa relação com meu pai. Tive sim com a minha mãe. Eles morreram ainda jovens com 55 anos de idade, meu pai de câncer no estômago. E um ano depois morreu a minha mãe com depressão aguda. E para dizer a verdade, desde que eles morreram eu nunca mais voltei para minha terra.

Embora a minha relação com meu pai não fosse das melhores, mas que perdi o interesse de voltar, as lembranças me sufocam e me levam para um buraco negro dos meus pensamentos. Odeio ficar deprimido e castigado por algo que eu fiz e deixei de fazer.

As lembranças me atormentam de tal forma que nunca tive coragem de voltar, pelo menos visitar meus tios. Talvez aquela visão da mulher de branco me perseguindo durante a viagem seja o peso na minha consciência. Ou quem sabe seja alguém de outro mundo vindo para me punir. Acho que estou pensando bobagem. Agora na casa dos meus tios curtindo eles, e matando a saudade, me sinto mais seguro. Pelo menos por enquanto. Como eu não consegui dormir durante a noite devido ao incidente que aconteceu durante a minha viagem, cheguei na casa dos meus tios cansado e com fome.

E como a minha tia Joana me conhecia bem, fez um lanche gostoso, lanche? Na verdade, não era um lanche, e sim um banquete. Na minha terra sempre foi assim, café da manhã, almoço, e jantar era a mesma coisa. Tudo que se possa imaginar. Carne suína, e bovina, e ave natalina. Era uma tradição. Quando chega alguém da cidade grande fica espantado com tanta fartura na mesa.

Sabe aquela história quando alguém do interior chega na cidade grande e fica admirado com as novidades? Pois é. É a mesma coisa quando alguém da cidade grande chega no interior, e fica admirado com aquela fartura toda na mesa. A tradição não muda desde que eu me conheço por gente, sempre foi assim. A hospitalidade das pessoas no interior é outro nível. Não tem comparação, é muito bacana as pessoas do interior, a maneira como elas tratam as pessoas que vem de longe, só falta elas te colocarem no colo.

Às vezes sinto falta do carinho, e do calor humano. A hospitalidade, a generosidade, a lealdade, e a compreensão que eles têm. A forma como elas têm de lidar com a vida. Sinceramente eu estava sentindo falta disso, eu não entendi porque demorei tanto para voltar ver meus tios que eu amo tanto. Essa saudade gostosa de dar um abraço apertado no meu tio Pedro e na minha tia Joana que para mim foi a segunda mãe.

Pelo fato de eu não ter uma boa relação com meu pai. E mesmo assim sinto falta dele. Dos bons momentos que eu vivi com ele quando eu era criança. Ele me levava para cidade mais próxima, e alegria que eu sentia quando ia com ele. Foi um dos melhores momentos da minha vida que eu passei ao lado do meu velho pai, outras coisas ruins eu não quero lembrar.

A minha mãe como sempre foi carinhosa comigo quando eu era criança.

Ela gostava de catar piolho na hora de eu dormir, e de contar histórias. E muitas histórias interessantes. E outras vezes eu fugia para casa da minha avó Júlia, e para casa do meu tio Pedro, que também adorava contar as histórias. Bom, vamos mudar de assunto. Dormi um pouco para recuperar meu sono perdido. Quando acordei já era noite levantei e tomei banho e voltei a sala para conversar com meus tios.

Segundo o que falou meu tio, a cidade estava na maior tranquilidade. Dizendo melhor estava! Até a minha chegada. Porque coisas estranhas começam acontecer, deixei meu carro na garagem do meu tio, e sem explicação meu carro estava cercado por inúmeros cães latindo como se eles estivessem vendo alguma coisa. E não parava mesmo. E meu tio gritando da janela porque ele tem três cães de guarda. E que não agiam assim como estavam agindo. Além de outros cães da vizinhança.

Estavam em grupos e todos na mesma direção que era o meu carro. Os latidos eram estarrecedor que não dava nem para conversar. O meu tio estava impaciente assim igual eu que não dava para conversar. Não consegui entender porque eles estavam latindo tanto. Meu tio pegou uma espingarda e deu um tiro para ver se espantava os cães que cada vez vinham mais, e fizeram um cerco em volta do meu carro. Nem eu e nem meu tio conseguimos entender o que era.

Eu imaginei que fosse algum animal ou quem sabe uma cobra.

Mesmo assim, não fazia sentido, porque meus tios disseram que eles nunca latiram tanto assim naquela noite. Até que a minha tia fez um comentário que me deixou sem chão.

— Eu acho que deve ter algum espírito rondando seu carro, talvez seja aquele espírito da mulher de branco. — Quando ela me falou aquilo senti um frio na espinha, mas eu não conseguia desvendar o mistério. Fiquei calado tentando buscar respostas para aquele mistério.

— Porque a senhora acha que pode ser um espírito? — Perguntei sem eu mesmo acreditar na minha própria pergunta.

— Porque algum espírito está querendo se manifestar para você, ou quem sabe tentar te avisar de algum perigo que você esteja correndo!

— Bom, depois o que eu vi eu não duvido de mais nada, mas a propósito de qual perigo a tia está se referindo?

— Não sei meu querido sobrinho, talvez você tenha algum inimigo que queira o seu mal.

— Mas eu não tenho inimigos que eu saiba. — Ela ficou pensativa e pediu para que meu tio contasse uma história que aconteceu com ele.

— Que história é essa que aconteceu com meu tio Pedro?

— Conta para ele, Pedro! Disse ela olhando para o meu tio.

— Joana, eu acho que ele não vai acreditar.

— Tenta contar meu tio, quem sabe eu entenda o que está acontecendo de fato.

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