Eron
Eu não acredito muito que a vida pode ser boa. A minha infância é a prova disso. Passei por muita coisa, ao começar pela minha avó, que vivia bêbada por ser alcoólatra, até que em uma dessas saídas, na qual sempre estava me levando de bar em bar, acabei me perdendo dela.
Mas para ser sincero, creio que ela tenha feito de propósito, porque onde estávamos era bem distante da casa dela, que sabia que para um menino de seis anos ficaria difícil lembrar o caminho de volta, mal sabia ela que eu era inteligente o suficiente para saber voltar sozinho.
Eu só não quis mais aquela vida, a minha avó era o tipo de pessoa que fazia qualquer coisa por bebida, eu perdi a conta de quantas vezes a surpreendi na sala com algum homem recebendo um oral dela, apenas por um litro de bebida alcoólica, para uma criança de seis anos aquilo não, era algo legal.
Como fui parar nas mãos da minha avó? É simples, minha mãe que era jovem demais decidiu que a vida não estava boa ao lado do meu pai que era apenas um mecânico, num belo dia no lugar onde ela trabalhava apareceu um homem rico, ela trabalhava em um hotel como camareira.
E o homem se apaixonou por ela, prometeu a ela uma vida de rainha e disse que seria como em um conto de fadas. Ela contou que tinha um filho e ele disse:
— Não! Só quero você!
E o que a minha mãe fez? Foi embora com o homem rico. Meu pai descobriu e decidiu ir morar do outro lado do mundo e eu fiquei com a minha avó. Resumindo, a minha vida foi isso… Depois que a minha avó me largou na rua, meu primeiro ano em um lar para menores foi até legal, todo mundo era gentil.
Até que fui adotado por um casal que até então não poderiam ter filhos... Mas de repente a mulher aparece grávida e o que eles fizeram? Em vez de me deixarem no mesmo lugar que me pegaram, me colocaram em outro lar para menores, eu já estava com oito anos.
E nesse Lar de adoção conheci o inferno lá, quando não apanhava dos outros meninos, apanhava do pessoal que trabalhava no local, quando digo outros meninos são os mais velhos e mais altos que gostam de intimidar os pequenos, até o dia em que mordi o braço de um deles e arranquei um pedaço.
No mesmo dia fui levado para outro lar de adoção, se eu soubesse que para me tirarem de lá era preciso apenas morder um braço, pelo jeito que me batiam tinha feito isso antes, amarguei seis meses naquele inferno até que fui colocado nesse outro lar de adoção.
Lá a vida não era tão ruim, até tinha uns valentões, mas depois que aprendi a me defender ficou mais fácil lidar com eles. As tias de lá eram legais e quando eu estava com nove anos fui adotado novamente por um casal.
Só que quando cheguei na casa desse casal tinha umas quatro crianças da minha idade lá e até aí tudo bem. Mas na minha terceira noite nessa casa escutei uns barulhos. Nós não tínhamos um quarto, só o casal tinha.
Dormíamos todos na sala, foi quando dei por falta da menina, a única que tinha. Então, eu caminhei até o barulho e na cozinha vi o que o homem estava fazendo com a pobre menina. A menina estava deitada em cima da mesa chorando enquanto o homem estava a forçando.
Sabe o que eu fiz? Peguei uma pá que estava perto da porta da sala… Eles nos obrigavam a juntar os carvões da lareira com aquela pá. Caminhei lentamente até ele, que não me viu chegar e acertei a pá na cabeça dele com toda a força que eu tinha.
Só sei que abriu uma brecha na cabeça do homem e ele caiu como uma fruta podre no chão. Em seguida, eu saí da casa com as outras crianças gritando aos vizinhos.
A pobre menina ainda estava nua da cintura para baixo, mas fiquei feliz que conseguimos nos livrar daqueles monstros.
Eles foram presos juntos, as crianças que estavam lá comigo me contaram que ele fazia isso até com os meninos e a mulher sábia. Com esse acontecimento acabei em outro lar de adoções. Perdi a conta de quantos lugares desse me recebeu, até que completei quinze anos.
Aprendi a bater carteira com dez anos, foi em um desses lares, um grupo de meninos me ensinou a me virar na rua, nós conseguimos sair do lar de adoção para andar o dia inteiro sem fazer nada, só andar.
E foi assim que aprendi o que não era para ser aprendido, mas enfim, com quinze anos eu estava em um lar de adoção já fazia uns dois anos. Ali era legal, todo mundo era gentil com todo mundo.
Até que chegou uma menina de nove anos. Ela era bem encrenqueira, eu ficava só observando de longe. Algumas crianças implicavam com ela, implicavam com o seu cabelo longo e ruivo, implicavam com seus olhos azuis, implicavam com a sua altura para uma menina de nove anos.
Ela sempre se defendeu da forma que podia, até que em uma bela tarde ela foi cercada por seis adolescentes e dois deles estavam tocando nela, puxando o seu cabelo, não gostei daquilo.
Fui até eles e dei uma surra neles, ela me ajudou, a garota era valente, não cheguei a perguntar o seu nome porque fomos puxados da briga pelos adultos, eu contei o que havia acontecido e eles castigaram os meninos maiores que estavam causando problemas, mas também fui castigado por bater nos meninos.
Só que eu sabia o jeito de sair de lá e foi o que fiz, eu não iria cumprir castigo nenhum, o que fiz foi para ajudar a menina. Então decidi passear pela rua.
Numa rua próxima ao lar de menores vi um carro, não era qualquer carro. Era um carro bem luxuoso, eu era um menino ingênuo, vi um senhor de idade de terno, seu terno risco de giz era perfeitamente alinhado em seu corpo, ele estava sozinho, então enxerguei uma oportunidade, iria levar aquela menininha para tomar um sorvete, após ter apanhado daqueles meninos maiores, seria uma boa ação.
Então, fui até o senhor e fingi esbarrar nele... Claro que eu gentilmente me desculpei, ele tinha a voz mansa e calma, me deixou ir, não percebeu que eu havia tirado a sua carteira.
Quando fazemos isso o ideal é andarmos para poder despistar e foi o que fiz, só que umas três ruas depois fui cercado por muitos homens de terno preto e óculos escuros.
Eles mandaram que eu parasse, claro que parei, como eu disse, eu era um menino de quinze anos e não iria enfrentar um montão de homens que mais pareciam uns guarda-roupas.
Estou ali encarando todos eles, não abaixei a minha cabeça para nenhum deles. Fiquei apenas olhando e eles não falaram nada além do que disseram, que foi apenas para que eu parasse.
De repente vejo aquele círculo se abrir para alguém entrar e é quando os meus olhos bateram no homem idoso gentil, o que trombei agora a pouco. Foi aí que vi que cometi o pior erro da minha vida, porque ele não só percebeu, como parece alguém muito importante. Ele vem até mim e pergunta:
— Você sabe quem sou, meu jovem? Você por um acaso tem noção de que tropeçou em alguém importante? — Ele me olha nos olhos e não desvia o olhar. — Devolva minha carteira, por favor.
— Quem é o senhor? E como sabia que eu… Você sabe. — O senhor dá um sorriso para mim.
— Sou Sean Fortier! E você é um garoto que pulou vários lares de adoção e agora está pelas ruas batendo carteira e a única coisa que tem sobre você é sua data de nascimento e seu nome… Eron.
— Vai… vai me matar por roubar sua carteira? — Olhei para ele com sorriso ladino. — A julgar pela quantidade de seguranças que estão me olhando, a única coisa que vem em minha mente é isso. Agora que sabe que eu não tenho família e não tenho ninguém por mim,
virei um alvo fácil para você?
— Não! Tenho planos melhores para você. O que você acha de virar meu filho?
Tento entender o que está acontecendo aqui.
Eron
Esse senhor está ficando maluco? Acabei de bater sua carteira e quer me adotar?
— Filho adotivo, mas filho, eu tenho um império e não tenho herdeiro, eu só quero um herdeiro para o meu império e eu escolhi você, estou te vigiando há dias.
— Isso é uma piada? A vida não tem sido legal comigo, na verdade, acho que a vida nem gosta de mim. — Sorrio fraco e um pouco amargo.
— Pois então acho que ela acabou de te dar um presente para te recompensar tudo de ruim que já fez contigo, vem comigo, você não precisa mais se preocupar, você vai ter uma noite tranquila e segura, agora você é meu novo herdeiro e eu vou ensinar tudo o que você precisa saber, antes de morrer. — Sua fala arrastada e rouca era um tanto assustadora, mas não me deixei amedrontar.
Ele me levou até o carro dele que era ainda muito mais confortável e luxuoso por dentro do que era por fora. Fiquei até com medo de sujar o carro dele, e seguimos para o lado chique da cidade.
Eu nunca havia vindo para esse lado antes e aqui é realmente tudo muito diferente de lá de onde eu venho. Ao chegarmos na casa, ele começou a me contar a sua história de vida e o que eu iria herdar.
— Fui um homem que viveu escondido toda a vida, eu não tive filhos porque sou gay, fui casado por muitos anos com um homem só, que faleceu há alguns anos, e hoje descobri que tenho uma doença e vou morrer, claro que vou fazer o que o médico disse, para prolongar um pouco mais a minha vida, mas o único motivo, a única razão para isso é porque eu estava preocupado com o fato de largar o meu império por aí sem um herdeiro, foi então que comecei a ir para perto daquele lar de adoção, algo me dizia que a criança certa iria me encontrar e você me encontrou.
— Você realmente quer que eu herde tudo isso? — Pergunto olhando tudo à minha volta, aqui é tão grande que o lugar onde eu vivia parece caber nessa sala. — Senhor Sean…
— Se não quiser me chamar de pai, pode me chamar de tio Sean, o que achar melhor, Eron, você só precisa aprender tudo o que tenho para te ensinar pelo tempo que ainda tenho de vida. O destino acabou de te abençoar. — Ele ri um pouco sem vontade. — Sei que é assustador para um jovem de quinze anos estar pobre pela manhã e bilionário pela tarde, mas com você aconteceu.
Fiquei sem acreditar na sorte que tive, então aceitei ser filho dele. O advogado dele não demorou muito a fazer meus novos documentos e a minha certidão de nascimento com ele como meu pai. Para alguém que não tinha sobrenome agora tenho, para alguém que não se sentia parte de algo agora posso dizer que tenho uma família.
Ele realmente cuidou bem de mim, eu não tive do que reclamar, ele pagou aulas particulares, para que aprendesse tudo o que eu não aprendi nos últimos anos, que deveria estar na escola.
Mas me lembrei da menininha e perguntei a ele se não poderia adotá-la também. Por alguma razão eu senti que eu precisava fazer aquilo, não sei, eu criei um certo sentimento de afeto pela menina. Só que quando chegamos lá no lar para menores ela já tinha sido adotada.
Demorei demais, me senti mal por isso, naquele momento lembrei o que aconteceu com a menina que salvei de sofrer mais abusos daquele casal monstruoso que foi preso.
E pensei na menina, mas espero de coração que a família que a adotou cuide bem dela e não a torture ou maltrate.
Voltando a vida que ganhei, eu me dediquei em cada aula até que completei dezoito anos e fui para a faculdade. E lá também eu não o desapontei, dei o meu melhor e quando eu saí da faculdade e cheguei na mansão… Constatei o quanto meu tio estava mais debilitado.
Mas ainda assim se mantinha forte e de pé, porque agora chegou a parte que ele queria tanto. Que era me ensinar sobre o negócio da família, ele já havia me contado que era chefe de uma máfia.
Mas não tinha me contado com o que ele trabalhava, o que a máfia dele mantinha. Tivemos algumas reuniões no submundo para minha iniciação e quando completei vinte e um anos virei oficialmente um mafioso e assumi a máfia no lugar do meu tio.
Ele ficou vivo por mais um ano depois que assumi tudo. Quando ele faleceu foi bem ruim para mim, eu não sabia que eu tinha me apegado tanto a ele. Só descobri quando ele realmente faleceu e aquilo me deixou muito mal por um tempo.
Mas continuei o seu legado, ele era tirano e um pouco cruel com seus inimigos e eu mantive aquilo. Todos os que tentaram me derrubar se deram muito mal, eles vinham com dez e eu ia com cem.
E hoje posso dizer que conquistei o título de cruel, me esforcei muito para isso e agora no submundo sou sempre requisitado para negócios.
Todos conhecem a minha forma de trabalhar e sabe que é limpa, não dou ponto sem nó, tenho a confiança de todos. Mas nem Jesus agradou a todos, então, sim, eu tenho os meus inimigos e eles costumam me dar trabalho, mas eu até gosto, porque traz um pouco de emoção para minha vida.
Sou tão dedicado ao que faço que o único momento que tenho para ir às festas é quando tenho negócios para tratar nessas festas.
Do contrário, eu não saio da minha casa à noite para nada, ao meu lado como o meu subchefe tenho Zac LeFevre, ele foi a última indicação do meu tio para trabalhar ao meu lado.
E como foi um pedido dele fiquei feliz em atende-lo, até que o Zac é um bom homem, nós temos a mesma idade e quase o mesmo passado trágico, a diferença é que a mãe dele, por ser nova demais, foi vendida pelo pessoal que trabalha com isso.
E ele acabou sendo criado por um dos que levaram a mãe dele, por ele ser muito pequeno na época, bom o erro da pessoa que o criou, foi acabar bebendo e contando o que foi feito com a mãe dele, Zac acabou matando o homem que o criou.
Querendo ou não, aquele homem roubou a vida dele, depois ele descobriu que a mãe morreu não muito tempo depois que foi sequestrada e vendida. Então, ao meu lado tenho uma pessoa fiel, que me ajuda com tudo, só queria saber como ficou aquela menininha, eu queria tanto ter ajudado ela.
Loren
Geralmente todo mundo sabe quem é seu pai e quem é a sua mãe, eu acho que nasci de chocadeira. Nunca ouvi falar nem de um e nem de outro, fui largada em um convento, não sei porque a idiota que me colocou no mundo pensou que lá seria o melhor lugar para largar uma menina.
Sabe o que as freiras fizeram? Me colocaram em um lar para menores e lá fui adotada, eu era um bebê e bebês não sabem de nada, para o meu azar a pessoa que me adotou morreu.
Quem mantém uma cobra venenosa em casa como animal de estimação? Então, ela foi alimentar a cobra e parece que a cobra não estava satisfeita com o rato. Pelo menos eu não fui mordida também, prova disso é que estou aqui.
Então o marido da mulher decidiu que não iria me criar, eu já estava com quatro anos na época e ele me levou para o mesmo lar em que fui deixada, em um ano e meio depois próximo do meu aniversário, que eles disseram que era meu aniversário. Porque nem isso eu sei.
Me deram para outro casal, era até legal viver lá, não era só eu de criança na casa tinha as duas sobrinhas do homem que parece que era ele quem criava.
E pelo que pude entender apesar de ser pequena, eles estavam brigando na justiça por algo que eu não entendi bem o que era, só sei que um tempo depois eles começaram a vender as coisas da casa.
E de repente as duas sobrinhas do homem saíram com ele e não voltaram mais. A mulher que me adotou me levou novamente para o mesmo Lar que eu vivia e eu já estava com sete anos.
Sabe quando você tem uma epifania? Foi o que aconteceu comigo, decidi que eu não iria mais para o lar de ninguém, iria ficar ali onde estava até eu ter idade suficiente para poder sair e viver a minha vida.
Então, eu comecei a aprontar… Toda vez que vinham casais para adotar crianças eu aprontava. Teve uma vez que coloquei tinta em uma xícara e dei para uma mulher beber, ela por confiar em mim não olhou o que tinha dentro, ela cuspiu tinta para todo lado.
Depois peguei e fingi estar com o corpo todo machucado e que era algo contagioso, eu fiz tanta coisa que no final de tudo me tiraram de onde eu estava e me jogaram em outro lar para menores.
E ali foi bem ruim para mim, eu tinha nove anos e as crianças lá implicam comigo devido à cor do meu cabelo, a cor dos meus olhos ou a minha altura, então, eu tive que aprender a me defender com nove anos, eu já era um pouco agressiva desde os sete anos e viver naquele lar só piorou tudo.
Até que um dia seis garotos, eles deveriam ter entre catorze e quinze anos, me cercaram no pátio, eles começaram a falar da cor do meu cabelo por ser vermelho e implicar porque eu tinha olhos azuis e os deles não eram azuis.
Um deles chegou a dizer que iria arrancar meus olhos fora, o outro implicou comigo só porque o meu sorriso era bonito, eu não consegui entender porque eles achavam tantos defeitos em mim.
Até que dois deles começaram a puxar o meu cabelo, até esse momento eu estava suportando as implicâncias, mas quando tocaram no meu cabelo, pulei em cima deles como se fosse uma tigresa.
Eu não iria permitir que tocassem em mim daquele jeito, só porque eles eram maiores, eu poderia até apanhar, mas iria bater também, foi quando fui abruptamente puxada por alguém, quando eu ia arranhar essa pessoa vi que era um menino alto e bonito.
Vi também que ele estava me defendendo batendo nos garotos, ele os derrubou rápido demais, eu tive que ajudar, não iria deixar alguém me defender desse jeito e não fazer nada, só que aí vieram os adultos e puxaram nós dois, estávamos chutando os garotos que estavam no chão reclamando e chorando.
Depois que me colocaram de castigo, quando eu saí do castigo não vi mais o garoto que me ajudou, queria muito agradecer… Só que logo em seguida fui adotada pela família Hawke.
Uma mulher muito simpática chamada Téa Hawke me perguntou meu nome.
— Loren! — Respondi prontamente.
— Loren… Me disseram que você é uma pestinha, isso é verdade? — Téa fez seu inquérito com um sorriso divertido nos lábios.
— Quem disse isso? Pode me mostrar que eu vou encher de socos, esses fofoqueiros idiotas! — E ela dá uma gargalhada que amei ouvir e aqueceu meu coração.
— Querido, encontramos a garotinha perfeita. — Verbalizou para o homem com um largo sorriso. — Loren, esse é o meu marido, Jay Hawke, nós temos em casa mais 3 crianças que estão ansiosas pela sua chegada.
— Mas como que eles estão ansiosos com a minha chegada se nem me conhecem. Você é uma tia até legal e só por isso não irei aprontar com você, mas aconselho a escolher outra criança. Eu não dou sorte para as pessoas que ficam comigo, tanto que nem a pessoa que me gerou e colocou no mundo me quis.
— Quem te falou que você não traz sorte para ninguém? Vejo muita sorte em ter você em nossa família. Meu anjo, dê uma chance para nossa família te fazer feliz. — Jay sorriu convencido. — Vamos te ensinar truques perfeitos para poder ter o que quiser na vida.
Quando conheci a Téa e o Jay só tinha nove anos e claro que aceitei ir com eles, qual criança naquela idade não iria amar aprender uns truques? Minha vida com eles foi muito boa.
Lá conheci o Connie, o Jamie e a Judd.
O Connie é o mais velho tem quinze anos, o Jamie tem treze e a Judd doze. Eles logo se animaram ao me ver entrar e começaram a colocar a mão no meu cabelo que é liso com alguns cachos grandes nas pontas e dizem.
— Nossa, seu cabelo é mesmo dessa cor ou você deixou alguém pintar? — Judd perguntou ao tocar com delicadeza, ela parecia muito surpresa.
— Judd, meu amorzinho, ela é uma criança! Ninguém faria isso, onde estava. — Téa deu um aviso simples de forma animalesca.
— Mas é muito bonito o cabelo dela, eu nunca vi ninguém com esse cabelo vermelho assim sem ser pintado. — Connie constatou com um largo sorriso.
— Meu filho, acho que você precisa ir mais vezes até o centro da cidade comigo e sua mãe, acho que tem saído pouco, o que mais tem por aí são pessoas ruivas. — Jay constatou rindo um pouco da cena.
— Isso é verdade! Eu já vi na televisão algumas pessoas ruivas como a Lindsay Lohan. — Jamie constatou com orgulho.
— Do que vocês estão falando? — Questionei me afastando. — E podem falar sem tocar? Eu não gosto muito que coloquem a mão em mim assim. — Olho em volta e aqui é diferente dos lares adotivos que estive. É aconchegante e todos parecem felizes.
— Loren, meu anjo, esse é seu novo lar e logo você aprenderá com eles o ofício da família. — Téa falou calma e com um olhar misterioso.
Foi a primeira vez que eu me senti em uma família de verdade. Aqui eles são bem unidos e a minha criação foi um pouco diferente, logo eu descobri que eles eram uma família de golpistas, eles viviam de golpes.
E conforme fui crescendo os golpes foram se ampliando até que começamos a roubar de pessoas que não deveríamos mexer.
Mas é aquilo, uma vida cheia de aventura, ela precisa de um certo perigo, conforme atingi a idade adulta me livrei dos cabelos vermelhos, pois chamavam muito a atenção e eu pintei de preto que é minha cor favorita e confesso que fiquei até mais bonita, também tive que pintar as sobrancelhas, já que elas também eram vermelhas e os cílios vivo usando máscara.
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