Rayane, vinte e dois anos, formada recentemente em arquitetura. Não se importava quando diziam que o arquiteto é um engenheiro frustrado. Estava preparando-se para continuar os estudos fazendo uma pós-graduação em urbanismo e interiores.
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O SEU pai é engenheiro, trabalha numa grande empresa no setor de logística. Aliás, graças a ele pode dedicar-se exclusivamente aos estudos sem outras preocupações. O estágio também foi nessa mesma empresa onde foi muito bem tratada e também muito exigida.
Enquanto os seus compromissos se limitavam aos estudos pode ter a alegria de ser uma patricinha curtindo a vida nesse Rio de Janeiro com seus 40° graus de um calor que nos anima a viver intensamente a cada dia.
Namorados? Alguns, nada sério.Nunca se apaixonou por nenhum deles.
Drogas? Em algum momento teve a curiosidade de conhecer a maconha, mas desistiu na primeira vez. Bebidas? Gosta do espumante, de um bom vinho, em ocasiões especiais. No dia a dia prefere água de coco, água mineral, Açaí.
- Durante a minha fase de estagiária ouvia muito falatório sobre o Todo Poderoso doutor Juan, o CEO da empresa. As mulheres viviam a suspirar por ele, mas segundo diziam mantinha um relacionamento com a secretária. Era de poucas palavras com os funcionários, mas costumava ser justo. Nesse período não tive oportunidade de conhecer esse fenômeno.
Tenho observado o meu pai muito tenso nos últimos meses, mas ele não revela o motivo dessa tensão.
A senhora minha mãe vive no mundo de Alice, aliás esse é o nome dela. É pedagoga e dirige uma escola pública no subúrbio.
Aquela noite estava saindo de casa para encontrar os meus amigos quando ouvi uma conversa dos meus pais. Percebi que o meu pai chorava enquanto expunha a realidade sobre a situação atual a para minha mãe.
- Alice, estou num beco sem saída. Se me pegarem serei preso e a nossa família ficará na miséria.
- Calma meu amor! Não vai acontecer, sei o quanto você tem sido cuidadoso no seu trabalho.
- Alice, nesse momento posso ser preso como traficante internacional de drogas e armas. Fui obrigado a participar de toda a logística para embalar e enviar para o exterior em nossos containers.
- Até hoje nunca foram descobertos, porque esse pavor todo agora? Essa máfia sabe o que faz e se algo der errado nada poderá ser provado contra você.
- Então comece a rezar, porque a polícia federal está atenta a todos os nossos envios de peças para o exterior, principalmente o que sai com destino a países com máfias conhecidas .
- Meu amor, você é um engenheiro reconhecido, nunca teve envolvimento com criminosos. Fique tranquilo. Se acontecer estaremos aqui para apoiá-lo.
Rayane pensou se deveria entrar, interromper a conversa e questionar os pais ou fingir que nada aconteceu e sair para balada com os amigos. Optou por fugir do questionamento e deixar para abordar o assunto em outro momento.
Na balada tentou se divertir como sempre, mas as palavras do pai não saiam da sua cabeça. Como ele pode se envolver com tráfico e colocar a ele mesmo e toda a família em risco?
Em casa teve uma noite muito mal dormida pensando em como ajudar o pai a livrar-se dessa máfia e voltar a ter uma vida tranquila. Seria possível fazer esse caminho de volta? E se na busca para ajudar o pai viesse a comprometer ainda mais o que poderia custar a sua vida.
Decidiu que ficaria atenta aos carregamentos levados para embarque e se possível tentaria desviar a atenção dos fiscais alfandegários. Como poderia fazer algo assim sem chamar a atenção para sua pessoa? Como faria para saber qual o container com o tráfico? Estudaria como o pai estaria se comportando nos próximos dias para saber quando sairia o próximo carregamento.
— Pai, quero voltar para a empresa como arquiteta ou mesmo outra função por enquanto.
— Porque não procura em outra empresa? Distribua currículos “online”. Até agora nunca pensou em trabalhar, que deu em você?
— Agora tenho um diploma, vinte e dois anos, em breve vinte e três, quero assumir algumas responsabilidades.
— Tudo bem filha! Então siga o meu conselho, distribua currículos e aguarde ser chamada.
— Quer dizer que não vai me ajudar a conseguir uma vaga onde você trabalha?
— Não vou pedir vaga para você. Se estiver decidida procure o RH e converse com as pessoas que te conhecem.
— Vou fazer isso mesmo ainda hoje! Me aguarde doutor José Paulo!
Então decidida foi até a empresa em busca de uma vaga de emprego. Passou bastante tempo aguardando para ser atendida e após alguns minutos de conversa foi dispensada com a promessa de que assim que surgisse uma vaga ela seria chamada para uma entrevista.!
Enquanto caminhava pelo corredor a porta do elevador abriu e ela resolveu arriscar um pouco mais indo até o andar da presidência do grupo empresarial para tentar uma entrevista com o presidente. Ao entrar no elevador percebeu um homem bem-apessoado que a olhou com ar de reprovação e não respondeu ao seu cumprimento educado.
Saíram do elevador no mesmo andar e assim que o homem entrou na sala da presidência desapareceu.
Rayane ficou um pouco assustada ao perceber que a secretária a olhava com interesse.
— Bom dia! O meu nome é Rayane, sou filha do doutor José Paulo e gostaria de falar com o doutor Juan. — disse corajosa.
— O doutor Juan está com a agenda cheia essa manhã.
— por favor, prometo não tomar mais que cinco minutos se ele puder receber-me agora. — Insistiu.
— Aguarde um momento! — A secretária então apertou um botão e perguntou se poderia levar a agenda do dia para ele, e anunciou a presença da Rayane.
— Qual o assunto dessa moça? Não posso perder tempo.
— Segundo ela, particular. É a filha do engenheiro José Paulo.
— Mande entrar agora, avise que disponho de poucos minutos para atende-la.
— Venha comigo. — sorriu a secretária indicando uma porta.
— A Senhorita pediu para falar comigo. Então seja breve. — o homem foi dizendo ainda de costas olhando pela janela.
Rayane estava numa sala luxuosa, clara, arejada, e diante de um cara sequer dirigiu-lhe um olhar. Ficou tensa e gaguejou.
— Senhor, preciso de uma oportunidade de emprego. Fui estagiário nessa empresa e gostaria de uma chance.
- Para isso dirija-se ao RH. Tenha um bom dia! - Disse finalmente olhando-a nos olhos.
Rayane, estava tensa mas não desistiria tão fácil. -Acabo de vir do RH e me pediram para aguardar uma vaga de arquiteta, mas aceito outra função, só preciso do emprego.- Disse quase sem fôlego.
Aquele homem a intimidava com o seu olhar frio e distante.
Apertou o botão e pediu a presença da secretária.
- Marina, porque não resolveu o problema dessa moça sem precisar me importunar?
- Desculpe, mas, ela pediu cinco minutos e o senhor concedeu.
- Desculpe a ousadia. Tenha um bom dia!
Nesse momento Rayane já estava saindo em direção a porta. No corredor sentiu as pernas bambas e o coração disparado. precisava tomar uma água antes que sufocasse de nervoso.
Entrou no elevador e as lágrimas desceram, mas, ela as secou rapidamente e quando passou pela recepção foi abordada por duas colegas que perguntaram quando estaria de volta.
- O RH prometeu me chamar quando houver vaga. Até lá vou distribuir currículos.
- Esperamos que volte logo. Se souber de alguma vaga na sua área te ligo para vir correndo! - prometeu a amiga.
- Pode ser em outra área, inclusive como secretária em algum setor.
Estava na rua em frente a empresa quando pensou em fazer uma visita ao setor onde o pai estaria trabalhando nesse horário. Aproveitaria para tentar observar o local e as pessoas com quem o pai lidava no seu dia a dia.
- Posso falar com o engenheiro José Paulo?
- A moça é da família?- indagou o recepcionista.
- Sim, sou filha dele. - Respondeu séria.
- Pode entrar, ele está na seção de expedição conferindo uma carga que deve sair amanhã.
- Obrigado! — Agradeceu e saiu caminhando pelo galpão tentando não chamar a atenção, observou os funcionários em ação e chegou na área de expedição. Parou junto a uma coluna buscou uma visão mais ampla de todo o local. Então levou um susto ao ouvir uma voz bem próxima das suas costas
— Quem é essa mulher? O que ela faz aqui?
— Sou Rayane filha do engenheiro José Paulo, estou tentando encontrar o meu pai.
- Quem autorizou a sua entrada nesse local? Aqui não é lugar para conversas e visitas familiares.
— Desculpe, burlei a entrada sem imaginar que seria motivo de tanta confusão. Afinal, até onde eu sei esse lugar é uma central de logística e não uma seita secreta.
— António, chama o engenheiro que a filha dele quer fazer turismo aqui no armazém industrial.
— NÃO sou turista na empresa, apenas gostaria de conhecer o local de trabalho do meu pai. E o senhor quem é?
— Meu nome é Zacarias, sou supervisor de expedição.
Aqui o perigo é constante, olhe o tamanho das peças e o movimento das empilhadeiras, por esse motivo não é permitido visitas circulando no setor de logística.
- Entendo, desculpe a invasão do seu setor. Tem razão quanto ao perigo de circular no meio de tantas peças, caixas, máquinas, etc.
— o seu pai está chegando. Fique a vontade, mas não se meta no meio dessas máquinas.
— Fique tranquilo. Prometo não me mexer.
— Olá filha! Que houve?
— Estava perto daqui e resolvi conhecer o seu local de trabalho. Está tudo bem pai? Podemos almoçar juntos?
— Filha, estou assoberbado de trabalho. Talvez nem consiga almoçar hoje. Devo pedir um lanche mais tarde. Almoce com a sua mãe ou alguma amiga.— Deu um beijo na testa da filha e despediu-se voltando ao trabalho
Rayane observou a ansiedade do pai em fazê-la sair dali logo. Então saiu devagar e oi almoçar num restaurante próximo da empresa onde costumava frequentar no tempo de estágio. Logo vieram outros funcionários que a conheciam e a conversa ficou bem animada, mas, logo após a sobremesa todos se retiraram e ela ficou a matutar uma forma de ajudar pai a sair da enrascada em que se meteu.
Percebeu que teria de rezar forte para que livrar o pai desse enrosco.
Estava a caminhar pensativa quando esbarrou em alguém na saída do restaurante.
— Desculpe, estava distraída! — foi dizendo sem olhar a pessoa em queesbarrara.
— Olha por onde anda moça! — Disse o homem sorrindo. — Se tivesse um buraco teria se machucado!
Rayane estava novamente diante do todo poderoso Juan. Então devolveu o sorriso e seguiu seu rumo.
A noite encontrou uma amiga de infância e resolveram procurar um local bacana para dançar sem o resto da turma. Encontraram um local bem legal na barra da Tijuca. Estavam se divertindo a valer quando a amiga notou alguém olhando fixamente na direção delas. Rayane discretamente olhou na tal direção e o sujeito era totalmente estranho. Resolveram ignorar o que parecia ser uma paquera e continuar se divertindo.
Na saída observaram que o tal homem também estava se retirando e vindo na direção delas.
— Boa noite! meninas! — Saudou educado. - o meu nome é Eduardo e se estiverem sem condução posso dar carona as duas. Estou indo para zona sul.
- Eduardo, agradecemos, mas estou com o meu carro no estacionamento. Foi um prazer te conhecer, boa noite! - Disse Rayane e as duas seguiram para o estacionamento. Pouco depois perceberam que estavam sendo seguidas no trânsito. Evitaram ruas pouco movimentadas e pararam num quiosque para tomar água de coco e certificar-se de que o homem que as seguia desistira.
Permaneceram no quiosque cerca de meia hora e voltaram para o carro.
— Aninha, dorme lá em casa hoje, estou com receio de te deixar e seguir só. Esse cara pode ser um bandido tarado, sei lá.
— Então vamos logo, preciso ir ao banheiro.- concordou a amiga.
Rayane era uma boa motorista e resolveu pisar um pouco mais fundo para livrar-se do tal sujeito, mas ele a seguia de perto. Quando estava próxima do portão do prédio pediu que o porteiro abrisse o portão e entrou direto na garagem. Saíram rapidamente do carro e correram para a portaria para ver se o cara havia desistido. Então constataram o carro do tal sujeito parado em frente ao prédio.
- o seu Manuel, não deixe o homem naquele carro ter acesso ao nosso prédio. Ele parece perigoso, nos seguiu da Barra até aqui e agora está arado em frente
— Pode deixar, vou ficar atento.
As moças entraram em casa devagar, mas foram até a janela observar a rua para ver se o carro havia sumido.
- Caramba, que estranho esse sujeito nos seguindo!
Amanhã vou contar para os meus pais, agora vamos dormir!
Na manhã seguinte comentaram com os pais de Rayane sobre o cara que as seguira desde a barra até em casa.
— Cuidado meninas, tem muito louco e drogado solto pela cidade, sem contar que vocês são duas moças bonitas.
— Estranho a atitude do homem, ficou secando a gente no barzinho, depois ofereceu carona e então passou a nos perseguir com o carro.
— Posso pedir para evitar ficar até a madrugada fora de casa? A sua segurança é muito importante para nós! — Disse o pai algo preocupado. — É melhor prevenir do que ter de remediar!
— Fique tranquilo vou evitar ficar até tarde fora de casa. — concordou.
Então aguardaram a saída dos pais e desceram para ir ao clube curtir a piscina e conhecer algum gatinho novo. Durante o percurso avistaram o mesmo carro parado em frente ao prédio que passou a segui-las.
— Aninha, estamos sendo seguidas novamente pelo mesmo carro. Ainda não consigo identificar o motorista, mass não é o mesmo.
— Estou ficando assustada! O que esses caras querem com a gente?
— Vou direto até a delegacia mais próxima e fazer um boletim de ocorrência.
Entrou na delegacia e aguardou cerca de quarenta e cinco minutos por um atendimento. Resolveu sair sem registrar a denúncia.
— o cara já deve ter desistido ao nos ver entrar na delegacia! — pensou Rayane. - Vamos Aninha, rápido!
— Será que o homem desistiu?
— vamos saber assim que sairmos daqui. — disse puxando a amiga pelo braço.
Entraram no carro que estava estacionado próximo à entrada da delegacia e saíram rumo ao clube que costumavam frequentar.
— Caramba, que manhã difícil!
No clube encontraram alguns amigos e passaram horas ao sol, mergulhando ocasionalmente para refrescar. Almoçaram no restaurante do clube e retornaram para casa no início da noite. Rayane deixou a amiga em casa e seguiu só. Entrou em casa devagar como sempre e ouviu uma conversa da mãe com alguém no celular.
— Mantenha a calma, vamos contratar um segurança para nossa filha e para nós. Duvido que cumpram as ameaças enquanto estiverem a salvo, nesse momento você não representa ameaça.
Rayane entendeu o motivo da perseguição que havia sofrido como uma ameaça ao pai. Então era sério o envolvimento do pai no contrabando de armas e drogas. Estar sofrendo ameaças tinha uma motivação. Provavelmente o seu pai havia demonstrado arrependimento ou o desejo de sair do bando.
Que fazer agora? Continuar fingindo ignorância dos fatos vou chamar os pais para uma conversa séria.
Decidiu que abordaria o assunto durante o jantar.
Aquela noite o jantar atrasou, o seu pai não voltou para casa no horário de sempre, e a mãe estava tensa embora tentasse parecer calma não tirava os olhos do celular.
— Mamãe, o meu pai avisou que chegaria mais tarde?
— Não disse nada, e também não liga para avisar se vai chegar mais tarde hoje. — Respondeu à mãe torcendo as mãos nervosa.
— Liga para ele mãe! Vamos saber o que está havendo.
— Ele não está tendendo desde cedo e não sei o que houve ou está havendo.
Passava da meia-noite quando o telefone tocou e as duas correram para atender. Alice pegou o celular e atendeu. Não disse uma palavra, empalideceu e desfaleceu. Rayane pegou o celular e perguntou com quem desejava falar. O seu interlocutor deu uma gargalhada e disse: - vá pegar o seu engenheiro frouxo na estrada do arsenal.
— Vamos falar sério? Sei tudo que está acontecendo com o papai na empresa. Só não entendo como ele se envolveu com contrabando de armas e drogas.
- Tudo começou quando tivemos um problema financeiro na minha doença e ele aceitou ajuda financeira de um certo amigo. A partir daí passou a participar do contrabando por não ter pago a dívida assumida. Ele foi pressionado.
- Porque não denunciou esse bando de facínoras?
— fomos ameaçados, ameaçaram acabar com a nossa família.
Rayane percebeu finalmente a gravidade da situação. Então chorou de medo de perder o pai.
- Não podemos ficar aqui paradas. O homem no celular mandou ir buscar o papai numa estrada. E não avisar a polícia. Vamos?
Entraram no carro pouco depois levando um cobertor para o caso do pai estar muito ferido aquece-lo e conduzir até o hospital mais próximo.
Rayane pegou a estrada com o coração disparado e a mãe a seu lado só tremia de nervoso. Quarenta minutos depois avistaram algo diferente na beira da estrada. Rayane ligou o farol de milha e foi se aproximando pelo acostamento. Então constatou que havia um homem deitado na beira no asfalto em péssimas condições. Parecia ter sofrido um atropelamento. Desceu do carro cautelosa e pediu a mãe para chamar uma ambulância para o local.
Quando aproximou-se do homem percebeu que parecia sem vida, havia muito sangue. Aguardou a chegada do bombeiro e da polícia rodoviária junto com a mãe sem tocar no corpo. Felizmente, apesar de gravemente ferido estava vivo.
Foi levado para um hospital e os médicos após examina-lo constataram que havia rompimento do baço o que provocou uma hemorragia interna e como demorou a ser socorrido a esperança de recuperação era de apenas dez por cento. As pancadas na cabeça também o deixaria com problemas de cognição em caso de sobrevivência.
Enfim o cenário era totalmente adverso.
Dos dias após esse ataque o engenheiro veio a óbito. Rayane e a mãe precisaram responder a todo tipo de pergunta sobre o fato delas estarem no local onde o homem foi encontrado naquele estado, se tinha inimigos, se a convivência familiar era boa, enfim foram horas e horas na delegacia tentando não ser presa como mandante do crime.
Então após o funeral veio outra situação a ser resolvida apesar do envolvimento com criminosos o pai deixou muitas dívidas e dúvidas sobre k seu caráter.
- Vamos vender esse apartamento luxuoso e comprar um mais modesto, vou vender o meu carro e o do papai, ficaremos com o seu. Fez as contas e daria para pagar as dívidas, mas precisaria de um trabalho com urgência. O salário da mãe não daria para bancar todas as despesas.
Graças ao céu conseguiu vender os carros e o apartamento em dois meses e quitar todas as dívidas. Agora teriam de recomeçar a vida de uma forma mais simples sem o luxo de antes.
- Rayane, temos uma boa notícia para você. Surgiu uma vaga de secretária no departamento de marketing da empresa. Te interessa?
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