Dino
Vai ter dono do morro viado sim! E passiva também amore porque eu não sou fraca não!
Meu nome é Dionísio jr, eu sei que é nome de velho, agradeçam ao meu pai por isso. Todo mundo aqui na Candelária me chama de Dino, sou filho do grande Dionísio da Candelária.
Meu pai era um merda, ela era dono do tráfico na nossa comunidade, apesar de ser pequena, com ouço mais de 15 mil habitantes, meu velho nunca fez nada pelo povo, nem aqui ele ficava.
Meu pai morava na zona sul, em Copacabana, e só vinha no morro de vez enquanto, quase nunca , ele curtia toda a grana, e deixava o trabalho perigoso pros homens dele. Tinha dois irmãos mais velhos, um morreu antes de eus nascer, e o outro quando eu tinha dois anos eu nãoe lembro nada dele, minha mãe meteu o pé quando eu tinha 12 anos, meu pai batia nela e em mim, prendia nos dois em casa, e mesmo tenho várias mulheres ele não permitia a minha mãe nem se quer sair de casa. Ele deixava a gente no morro e ia curtir a vida mansa com as mulheres dele.
Meu pai fez uma vasectomia depois que eu nasci, e o maior arrependimento dele é esse, por que eu sempre fui um menino afeminado, meu pai até queria me treinar pra ser o sucessor, mas eu não levava jeito, meu pai brigavam muito e meu pau acusava ela de me mimar e me fazer virar viado, isso foi a gota d'água entao ela fugiu, eu nunca mais soube dela, meu pai disse que achou ela e a matou.
Eu cresci sozinho naquela casa, sem ninguém pra cuidar de mim, e tive que me virar sozinho. Um dia, fui estuprado por um dos homens do meu pai, quando eu contei pra ele ,ele me bateu e disse que a culpa era minha por ser uma bichinha de merda.
Meu pai sempre me mandava mudar meu jeito, me batia por ser afeminado e às vezes escandaloso,mas nada disso adiantou por que eu continuei sendo quem eu sou.
Não tive estudo, depois que minha mãe morreu, eu nunca mais voltei na escola, lá as crianças eram cruéis comigo então decidi não ir mais. Eu passava os dias ajudando as pessoas na comunidade, roubava dinheiro do meu pai pra ajudar o povo,e passei a organizar os bailes e o dinheiro arrecadado com as bebidas e a entrada era revertida pro povo, meu pai deixou já que a droga ia rolar solta e ele ia lucrar, mas eu nunca me envolvi com nada relacionado com o tráfico.
Um dia, em um baile, eu conheci um rapaz lindo, ele era alto e musculoso com a barba linda, eu era louco por ele, e pra minha surpresa ele também gostou de mim. A gente começou a ficar, eu tinha 17 anos, ele foi o meu primeiro beijo e minha primeira transa, pelo menos a primeira vez que eu permiti e quis.
A gente vivia junto, ele trabalhava pro meu pai, mas eu cobria ele de lixo, tirava dinheiro do baile pra comprar roupa cara pra ele, tênis de marca e relógios de luxo. Esqueci do meu povo , das minhas obrigações e da minha gente.
Um dia contei pra ele que queria que a Candelária fosse pacificada, que o tráfico acabasse. Ele disse que podia me ajudar, se eu ajudasse ele a descobrir os podres do meu pai, e provas concretas sobre ele. Ele me contou que era um policial infiltrado, ele me disse pra ajudar a prender meu pai, aí o morro seria pacíficado, e nós poderíamos viver felizes juntos, eu bobo e apaixonado aceitei, eu me senti importante ajudando ele, fora que ia prender o monstro do meu pai, e livrar a minha gente desse inferno.
Consegui todas as provas contra o meu pai, fotos do depósito, dos cadernos do caixa da boca, nome de fornecedores e tudo mais, o Charles meu policial lindo, disse o dia da invasão e eu dei um jeito de trazer meu pai pro morro.
A invasão foi como guerra, muitos tiros, gritaria, gente morrendo dos dois lados, inclusive meu pai.
Quando tudo acabou, Charles ficou todo orgulhoso, seu chefe o parabenizou por ter acabado com o chefe do tráfico sozinho.
Ele estava todo orgulhoso, até que um dia polícias me viu.
- E esse aqui Jorge?
o homem que eu conhecia como Charles que respondeu.
- Deixa ele, ele não é ninguém é só um muleque qualquer, não é importante.
Aquilo partiu meu coração me senti um idiota usado e enganado. Mas como um garoto bobo e apaixonado, eu ainda fui atrás dele, dois dias depois. Eu fui até a sede da polícia federal, quando cheguei procurei por ele, então me lavaram até lá, eu o encontrei feliz abraçado a uma mulher grávida que eu descobri ser sua esposa, pra disfarçar, eu fui até o delegado pedindo ajuda pra pacíficar o morro.
Foi difícil esquecer aquele desgraçado, mas eu tinha muita coisa pra me preocupar. A população se revoltou comigo, muita gente que trabalhava no tráfico perdeu os empregos e suas famílias estavam passando necessidade, eles me bateram , me xingavam quando eu passava e jogavam pedras e coisas em mim.
Mas eu não desisti, com a ajuda da polícia, eles me enviaram pra uma assistente social ela me ajudou a encontrar emprego pras pessoas do morro, os bancos vieram e trouxeram opções de crédito pra quem queria abrir o seu próprio negócio, e consegui que duas grandes empresas trouxessem suas fábricas pra cá,uma fábrica de roupas, e uma fábrica de sorvete.
Vocês devem tá se perguntando porque ainda me chamam de dono do morro se não tem tráfico né? bom eu dou tipo um líder comunitário, eu ainda organizo os bailes, mas também ajudo no centro comunitário.
Ainda continuo uma gay muito escandalosa, afeminado e muito, muito feliz.
Eles me chamam de Duquesa da Candelária, e eu amo esse apelido, acho muito a minha cara.
Devido às mudanças que fizemos, e ao fato de um cantor famoso ter feito um clipe aqui, nossa comunidade se tornou um ponto turístico, então sempre tem turistas aqui, muitos gringos também, e eu aproveito muito, pego geral, o melhor é que é só sexo, nada mais depois eu nunca mais vejo eles , aqui na comunidade nunca fiquei com ninguém, não quero relacionamento sério com ninguém.
Mas se vocês acham que eu sou só uma bicha boazinha tá enganado viu, eu aprendi que não posso confiar em ninguém, somente em mim, e na minha amiga Poly, ela me ajuda a resolver os B.O aqui do morro, eu não sou bandido que nem o meu pai, mas besta eu também não sou. Eu aprendi a lutar, atirar e a me defender, só uso a minha arma quando preciso e só atiro pra matar se eu tiver em perigo, como no dia que um idiota tentou me agarrar de novo, mas fora isso e tranquilo.
E assim eu desfilo pelo morro, com minha saída de prega feira de couro, arma na cintura e colete desabotoado, cuturno de salto preto e minhas unhas como sempre pintadas de vermelho, boné de aba reta virado pra trás enfim, uma Duquesa.
Enfim, seja. bem vindos ao morro da Candelária!
Esse sou eu.
E essa é a minha amiga Poly.
Oii gente, estou de volta lembram de mim? Eu sou o André, filho do Rafael e do Bernardo, vocês conhecem a história dos meus pais né?
Pois é, muito tempo passou desde aquela época, 15 anos pra falar a verdade. Vocês devem estar se perguntando o que acontece comigo né?
Bom, quando eu completei 15 anos, ganhei uma bolsa de estudos em uma das universidades de artes mais conceituadas do Japão, e isso me rendeu um estágio em um estudo de anime muito conhecido em todo mundo.
Foi muito difícil deixar os meus pais, o meu irmão Fábio, meus tios e meus padrinhos. Meu pai Rafa chorou uma semana toda, ele não queria que eu fosse de jeito nenhum, meu pai Bem que conseguiu convencer ele a me deixar ir.
Fizeram uma festa de despedida pra mim, eu me lembro de estar muito triste porque a Lua não veio se despedir de mim.
Quando eu contei pra ela, ela disse que eu estava deixando ela, abandonando ela , mas eu só estava cumprindo o que eu prometi pra ela, de ganhar muito dinheiro pra casar com ela.
A gente se gosta desde que a gente se conheceu, e namoramos desde os doze anos, fiquei magoado, achei que a essa altura ela confiaria mais em mim e no meu amor, mas eu amo ela mais do que tudo nesse mundo e não queria que a gente terminasse, podemos namorar a distância.
Deixei uma carta pra ela, deixei no nosso lugar, na sacada da varanda lá de casa, debaixo de um tijolo solto, onde a gente sempre deixava recados um pro outro, foi naquela varanda que eu pedi ela em namoro, onde eu disse que a amava pela primeira vez.
Queria ter dito pessoalmente, mas não deu, achei que teria mais tempo. Espero que a minha escrita tenha o mesmo peso da minha fala.
Pensei que ela ia ler a carta e me mandar mensagem, mas não foi assim que aconteceu, ela nunca me ligou, nem mensagens e nem uma carta se quer, aquilo partiu meu coração, e eu decidi esquecer ela, não quis saber mais nada sobre ela pra não ficar sofrendo, durante os 12 anos que fiquei fora, eu nunca tive nenhuma notícia dela.
Voltei ao Brasil, mas não voltei pro Rio de Janeiro, fiquei em São Paulo trabalhando em um estúdio de animação, meu país e meu irmão me visitavam uma vez por ano quando estava no exterior, e quando me mudei pra São Paulo, eles vinham todo mês. Meu irmão Fábio e eu somos muito amigos, ele me deu todo apoio quando estava fora, sem ele acho que teria ficado deprimido.
O Fábio foi adotado quando eu tinha 8 anos, ele tinha 10, eu sei que ele passou por muita coisa ruim antes da gente aparecer na vida dele, e que ele demorou pra aceitar nossos pais, mas ele me aceitou logo de cartaz me amava e me protegia como um irmão mais velho deve fazer, ele me contava tudo e eu contava tudo pra ele, eu venho guardando os segredos dele todos esses anos.
O Único assunto proibido entre nós é a Lua.
Estou trabalhando muito na nova série de gibis, pelo que entendi, o estúdio quer fazer uma série de TV com atores reais, mas eles não sabem como o público vai aceitar, então pra não investir muito dinheiro em algo ,eles querem testar pra saber como vai ser a aceitação do público, então vamos produzir uma peça de teatro.
Uma companhia de teatro independente foi escolhida pra realizar a peça, e me escolheram pra representar o estúdio, e escolher os atores mais parecidos com os personagens, e ajudar também na caracterização dos atores.
Estava ansioso pra esse novo projeto, mas a minha animação foi por água abaixo quando soube que teríamos que produzir a peça no Rio de Janeiro. Não me leve a mal, vou amar voltar pra minha casa, pro morro, pra minha gente, sinto tanta saudade. Mas existe alguém naquela cidade que eu quero muito evitar.
Tia Ari e Tio Jota que me perdoe, mas a Lua é a última pessoa no mundo que eu quero ver.
Resolvi fazer uma surpresa pros meus pais, e pro Fábio também, eles não fazem ideia que eu estou chegando, tô doido pra rever todos, quando eu chego e olho pra entrada do morro, muita coisa veio na minha cabeça, memórias linda da minha infância com meus pais e meu irmão, mas em todas as minhas memórias tem a presença dela, da Lua. Mas afasto ela da minha memória, e me lembro da minha mãe, Dona Gentila, fico pensando em como seria a minha vida se ela não tivesse morrido, claro que eu amo o meu pai Rafa mais que tudo no mundo, mas as vezes eu ainda penso nela, meu pai me deu uma foto dela, ela era bonita. Eu sempre rezo por ela, e sei que nos momentos mais difíceis ela me ajuda.
Eu tava doido pra correr pra casa e abraçar a minha família,isso é se eu conseguir sobreviver a esse maluco armado que não me deixa entrar na minha própria casa!
- Anda logo playboy, quem é você e o que você veio fazer aqui!
- Sou o André, filho do Rafael e do Bernardo, afilhado do Lipe e do Renan.
- Meu cú, o Dedé tá no Japão faz uma cota já, ai carniça leva esse mentiroso de uma figa lá pro chefe, ele vai gostar de dar um corretivo nesse filho da puta que tá inventando conversa com o nome do baixinho.
Eu podia até explicar, mas eu não tô afim, vai ser bom fazer uma supresa pro meu padrinho também, estou morrendo de saudades dele e do tio Jô.
chegamos na boca onde ele sempre fica, o vapor entrou e contou tudo, meu padrinho veio furioso.
- Quem é o filho da puta?
Ele me viu, e ficou me encarando confuso,e ele veio pra cima de mim, querendo me bater e só parou até que eu falei.
- Oi Dindão...
Esse sou eu.
Lua
Oi gente, se lembram de mim? eu sou a Lua, já faz um tempo né? Deixa eu atualizar vocês do que aconteceu nesses anos todos.
Bom, meu pai continua sendo o pai mais ciumento de todos, ele odiou literalmente todos os caras que eu trouxe pra casa.
Mas ele é o pai mais carinhoso do mundo todo, ele me mima e faz todas as minhas vontades, e eu amo ele de todo o meu coração.
Minha mãe e eu vive brigando,não me julguem por favor, eu sei que todo mundo morre de amor pela dona Ariel, mas é muito difícil viver na sombra dela, com todo mundo me comparando com ela, querendo que eu seja exatamente como ela, eu sei que minha mãe não tem culpa, mas quando eu vejo já estou falando o que não devo pra ela. Eu amo minha mãe, mas é difícil ser filha dela.
Tio Allan vive me dizendo que sou igual a ela, e isso me irrita ainda mais. O único que me entende nesse morro é o meu tio Santo, ele é meu melhor amigo e confidente.
Sei que minha mãe morre de ciúmes dele, mas eu consigo conversar com o Tio Santo sobre coisas que não falo com mais ninguém.
Quando eu era menor, e fazia alguma bagunça eu corria pra casa do tio Santo, minha vó Maria me escondia na cozinha e me dava biscoitos, quando a minha mãe chegava querendo me castigar eles sempre me protegiam.
Quando o André partiu meu coração, todos eles me consolaram. Ele me abandonou, me deixou pra trás como se eu não fosse nada, como se eu não fosse importante. Ele tinha uma escolha, e ele decidiu não me escolher.
Chorei por dias e dias, não consegui ir me despedir, não queria dizer adeus. Achei que ele ia desistir,que iria atrás de mim, como nas histórias que o tio Jô escreve. Mas ele não veio, ele foi embora, foi pro outro lado do mundo e me deixou aqui, sem nem dizer adeus. Esperei por dias e dias, por uma carta, uma ligação, nem se quer uma mensagem. Dormi chorando por semanas, até entender que tinha acabado, o amor infinito que ele sentia por mim, acabou.
Então eu decidi fingir que ele nunca existiu, meu pais ainda tem contato com o Tio Rafa e o Tio Bê, mas eu nunca mais voltei pra lá, nunca mais pisei naquele moro
Eu mergulhei nos estudos, tirei notas altíssimas no Enem, poderia cursar quer faculdade,até mesmo medicina. Mas para o desespero de todos os meus professores, eu decidi cursar moda. Eu me tornei uma estilista.
Mas a indústria da moda é podre. Minha mãe me ensinou a não seguir nenhum padrão e ser quem eu sou, uma mulher negra, trans e favelada com muito orgulho! Eu decidi seguir por outro rumo, minhas peças são minimalistas, feitas com poderia sustentáveis e alguns até recicláveis. Mas é óbvio que esse tipo de conceito não vendeu. Minha coleção inteira não vendeu, e eu ouvi coisas muito ruins sobre os meus croquis.
Mas desistir da moda não é uma opção pra mim, então eu decidi aceitar a proposta do meu atual namorado, e inimigo mortal do meu pai, de ser o figurinista da sua companhia de teatro.
Vai ser perfeito,vou trabalhar do lado do meu namorado e fazer o que eu amo.
Ainda moro no morro com o meus pais, o seu Jotapê não quis me deixar morar sozinha, na cabeça dele eu ainda sou sua princesinha virgem e outra, só na cabeça dele mesmo né.
Cheguei em casa tarde e dei cara com a cara feia do meu pai assim que cheguei .
- Lua minha filha, isso é hora? Que mata seu pai do coração?
- Pai, para com isso eu já tenho quase 30 anos.
- Mesmo assim, você sabe que eu fico preocupado minha filha,cadê aquele idiota do seu namorado? Ele não veio nem te trazer?
- Não pai, o Luan tá ocupado.
- Ocupado pra você? Filha aquele cara não presta, ele quer só se aproveita de você, ele nem mesmo te trata bem.
- Oh maeeee
Chemei a minha mãe, porque ela é a única que consegue controlar as crises de ciúmes do meu pai.
- Moreno,deixa a menina, ela sabe o que faz.
- Não sabe não ela é só uma menina.
- João Pedro,ela não é menina mais, ela é uma mulher linda. Deixa ela , minha filha sabe se cuidar, ela puxou a mãe, né filha?
De novo essa comparação? Sério? até dentro de casa? Eu não quero brigar com a minha mãe hoje, então só revirei os olhos e sai pro meu quarto, o único lugar nesse morro que ninguém me compara com a minha mãe.
Luan é um bom namorado, ele não é igual o meu pai, que faz todas as minhas vontades e que me trata como uma princesa, como prioridade. Acho que foi isso que eu mais gostei nele,dele ser diferente do meu pai, do mesmo jeito que eu sou diferente da minha mãe.
Ele é lindo, inteligente e um ótimo diretor de teatro, todas as meninas e os caras são doidos nele. Mas ele me escolheu, e eu me senti importante. Os atores são muito legais também, e eu adoro criar roupas para os personagens que o Miguel cria, Ele é o nosso autor e roteirista, a gente trabalha junto, ele me conta sobre o personagem e quem será o autor, ai eu crio os figurinos.
Estou fiz assim, muita gente acha que eu andei pra traz por desistir de ser estilista, mas eu não ligo, estou fazendo o que eu gosto.
Agora mesmo fomos escolhidos pra gravar uma série, a série era um gibi, e agora vai ser gravada com pessoas reais,vamos trabalhar com o estúdio de animação e com televisão, dias coisas que nunca tivemos contato antes.
Eu estou mega animada, nada vai dar errado hoje. Esse vai ser um lindo dia pra trabalhar, conhecer gente nova, trocar idéias e experiências.
Tô louca pra começar!
Essa sou eu 🥰
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