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Sara: A Última Esposa

01

“Então chegou o grande dia, meu amor vai gostar de me ver assim “, pensou Sara enquanto se olhava no espelho analisando suas vestimentas.

Hoje é o dia que as famílias Alves e Montana irão se reunir para discutir os detalhes do casamento de Sara e Roberto, ela vestiu um vestido preto, com uma grande fenda na lateral esquerda, fez uma maquiagem leve, colocou uma sandália prata, de salto médio que a deixava ainda mais elegante, ela fez alguns cachos nos cabelos e passou um pouco de perfume, ela estava realmente muito bonita, e sem querer sonhou acordada, certamente pensando no quanto será feliz ao lado do Roberto, o grande amor de sua vida.

Nesse momento batidas frenéticas na porta tiraram Sara de seu devaneio, ela sorriu levemente para si mesma e logo foi abrir a porta, era Anabela, sua irmã mais nova.

—Estou pronta, que tal estou irmãzinha?—Sara falou enquanto esboçava o mais lindo dos sorrisos, mas Anabela apenas a ignorou dizendo:

—O papai está te esperando, não o faça ficar irritado—disse a jovem e logo saiu sem olhar para trás.

Nesse momento Sara soltou um longo suspiro e quase chorou, há anos que ela vem tentando ganhar o amor de sua família, mas todos os seus esforços parecem em vão.

Sara é fruto de um momento de fraqueza do senhor Rafael, seu pai, na época a esposa dele enfrentava dificuldades de conceber uma criança e por isso perdoou a traição e até se propôs a cuidar de Sara, lhe dando amor como uma verdadeira mãe, tudo estava bem, mas Rebeca enfim conseguiu engravidar e desde o nascimento de Anabela, Sara não existe mais para o casal Alves, que lástima!

Tentando disfarçar o desconforto no seu peito, Sara saiu do quarto esboçando um sorriso falso e logo desceu as escadas lentamente, a cada degrau, ela sentia as batidas do seu coração aumentar, isso é pura emoção, ela namora o Roberto há 3 anos e agora que o casamento está tão próximo ela estava realmente muito nervosa e extremamente feliz.

Ao se aproximar dos últimos degraus, Sara viu muitas pessoas sentadas no sofá da sala, os patriarcas das famílias Alves e Montana, todos reunidos, Sara sorriu ao ver Roberto, ele vestia um terno azul, o seu rosto e corpo muito bonito e o seu cheiro era gostoso, Sara sorriu para ele e até desenhou um coração com as mãos, mas Roberto não retribuiu o sorriso e tampouco parecia feliz.

Então, Sara continua a descer as escadas e logo já estava de pé próximo ao seu futuro marido, ela achou que ganharia um abraço ou mesmo um beijo, mas Roberto apenas lhe olhou dos pés a cabeça e disse:

—Esse vestido combina muito com você...é bastante vulgar—disse ele causando confusão nos presentes, Roberto sempre foi carinhoso e gentil com todos e com Sara ele era ainda melhor, então aquilo deixou todos bastante chocados.

Rafael já ia perguntar o que estava acontecendo, mas não foi preciso, pois nesse momento Roberto começou a falar:

—Estou aqui hoje somente porque eu precisava honrar com o meu compromisso, mas não vim pra discutir detalhes do casamento..vim pra dizer que o casamento foi cancelado—Disse Roberto enquanto olhava fixamente para Sara, ele estava com os olhos lacrimejando, certamente fazer aquilo lhe causou muita dor.

Sara ia perguntar o que estava acontecendo ali, mas nessa hora Roberto pegou vários papéis e saiu entregando a todos, inclusive a Sara, eram fotos de Sara saindo de um motel com um homem mais velho, tinha ainda um exame de sangue em nome de Sara, constatando gravidez.

—Isso é uma grande mentira, amor acredita em mim, eu nunca te trai—Sara falou em prantos enquanto tentava segurar a mão de Roberto, mas ele a empurrou a fazendo cair sentada no chão frio e disse:

—Eu tenho nojo de você Sara, passamos 3 anos juntos e nunca eu toquei no seu corpo, porque você dizia sonhar em se casar virgem, eu só pude te respeitar, sem saber que você era apenas uma vagabunda mentirosa, que só queria brincar com o meu coração —disse Roberto em prantos e sem nenhuma delicadeza, ele se agachou e arrancou o anel de noivado do dedo de Sara, abrindo um grande buraco no coração daquela jovem, cujo o sorriso de agora a pouco foi substituído por muitas lágrimas.

Nesse momento Sara deu uma olhada em volta, só para encontrar várias pessoas lhe olhando com nojo, ela se levantou e caminhou até Rafael e disse:

—Pai, me ajude a provar que isso aqui é uma grande mentira, eu nunca faria algo assim, eu...—As suas palavras foram interrompidas pela dor que ela sentiu ao ter seu rosto acertado pela mão pesada de seu pai a fazendo cair.

É certo que Rafael não era carinhoso e também não demonstra amor por Sara, mas ele nunca a agrediu fisicamente e por isso aquele tapa doeu tanto, não só no corpo, como também no coração.

—Então era por isso que você queria se casar rapidamente? Pra empurram sobre os ombros de Roberto uma responsabilidade que não é dele? Sara, eu tenho vergonha de ser o seu pai—Falou Rafael e daí deu dois passos para trás, querendo dizer que aquela jovem só merece desprezo.

—Isso é inadmissível, um evento como esse trás muita vergonha para a família Montana—disse o pai de Roberto com uma voz carregada de raiva.

Xavier não se parece com Roberto em nada e está se segurando para não bater naquela mulher promíscua que envergonhou a família.

Vendo toda raiva daquele homem,  Rafael sentiu medo de uma possível retaliação, como o rompimento de parcerias empresariais, então ele esboçou um pequeno sorriso e disse:

—Eu admito que essa fedelha foi longe demais, mas garanto que irei fazê-la se arrepender desse grande erro, eu juro que farei—ele disse as últimas palavras em um tom mais alto, certamente querendo dar veracidade as suas palavras.

Até aquele momento Sara ainda tinha esperanças de que de alguma forma ela pudesse provar a sua inocência, se levantou e se aproximou de Roberto, certamente querendo falar sua versão da história, mas nesse momento, Roberto forçou um sorriso e disse:

—Senhor Rafael, o senhor bem sabe que eu já gastei muito com essa relação, além disso todos já sabem que eu irei me casar com uma integrante da família Alves, a Sara não presta, então me dê a mão de Anabela para ser a minha esposa, acho justo assim.

—Também acho—opinou Xavier e daí se posicionou bem perto do filho, mostrando todo o seu apoio.

Nesse momento Rafael olhou para Sara e a encontrou chorando, mas ele não se incomodou com a dor de sua filha e sem perguntar a opinião de Anabela, Rafael sorriu e disse:

—Que assim seja, então vamos debater os detalhes dessa união-disse ele e logo voltou a sentar-se no sofá e pôs-se a esperar os próximos passos.

Anabela ficou o tempo todo em silêncio e até fez umas caretas ocasionalmente, parece estar a odiar a ideia.

Como aquelas pessoas fingiam não notar a dor ou mesmo a presença de Sara, a jovem apenas deixou a sala e subiu as escadas correndo, ela está muito machucada.

.

Sara Alves, 22 anos

02

Do topo da escada Sara ainda podia ouvir a voz empolgada de Roberto, falando sobre o local do casamento e também sobre onde irão passar a lua de mel, era claramente uma grande provocação, mas Sara fingiu não ouvir nada e continuou o seu trajeto.

Ao chegar no seu quarto, Sara trancou a porta e sem se incomodar com os apetrechos que ela usava naquela noite, Sara se jogou na cama, enfiou o seu rosto no travesseiro e chorou muito, era difícil acreditar que uma relação de 3 anos se acabou assim, de uma forma tão patética.

Sara sentiu tanta dor no coração que era difícil pra ela respirar normalmente, ela sabe que alguém tramou aquilo, mas ela vasculhou a sua mente e não encontrou ninguém suspeito.

É certo que ela não tinha relações sexuais com o namorado, mas ele era muito carinhoso e fazia declarações de amor  frequentemente, eles viveram momentos incríveis, mas agora acabou, ou melhor dizendo, alguém destruiu.

—Nem vou perder o meu tempo tentando entender o porquê de tanta maldade, vai ver o Roberto não me amava tanto assim, já que não me deu nem mesmo o beneficio da dúvida—ela disse a si mesma enquanto tentava limpar as lágrimas que insistiam em cair.

Lembrando das palavras de Roberto agora a pouco, Sara relembrou que recentemente abdicou de seu emprego, porquê Roberto queria que ela se dedicasse a família, ela se sentiu ainda pior e outra onda de tristeza invadiu o seu coração.

Ela abriu mão de seu emprego de secretária num consultório odontológico por amor ao Roberto, mas ele não gastou uma hora sequer para investigar a veracidade daquelas fotos, que jeito estranho de amar.

Sara ficou no quarto por mais de duas horas, ela estava com fome, mas não queria assistir o amor de sua vida planejar o casamento com outra pessoa, com certeza isso está doendo muito.

Sara ficou deitada, chorando e relembrando o passado e assim ela acabou dormindo sem perceber.

...

O relógio no pulso de Sara marcava exatamente 5:45 da manhã, um pouco zonza ela levantou-se da cama e foi tomar um banho quente, além de se sentir suja, ela queria que toda a sua dor descesse pelo ralo.

Debaixo do chuveiro Sara chorou muito, batendo no peito e puxando os seus próprios cabelos, relembrando com muita tristeza tudo que aconteceu na noite passada, dizendo ser a última vez que iria chorar por causa do Roberto, será?

Após termina o banho e escovar os dentes, Sara foi direto para o closet, escolheu apenas uma calça jeans azul, uma blusa branca e tênis de mesma cor, passou um pouco de perfume e amarrou os cabelos num coque alto, a roupa é bem simples, mas a deixava cada vez mais linda.

Após se vestir, Sara pegou a sua pequena bolsa e o celular e logo saiu do quarto a passos largos, ela realmente precisa tentar correr atrás do prejuízo, pois ficar sem emprego tendo a família que tem,  pode significar uma vida difícil para Sara.

Pensando que ainda estava cedo para tomar o café da manhã, imaginando que todos ainda estavam dormindo, Sara foi direto para a cozinha, onde encontrou Inês, a governanta

—Bom dia Inês, já tem café pronto?—perguntou Sara enquanto olhava para todos os lados, talvez estivesse procurando as outras funcionárias.

Inês sorriu e disse:

—Bom dia senhorita Sara, a família Alves já está reunida na sala de jantar, já levamos todos os alimentos para lá —Respondeu Inês quase fazendo Sara ter um troço, ela olhou no relógio e constatou que era ainda muito cedo, lembrou-se também de que eles só costumam tomar café por volta das 8:00h, o que será que mudou? Será se está acontecendo algo agora?

Parada em meio a cozinha, a mercê do caos que estava a sua mente, Sara demorou a perceber que Inês olhava fixamente para o abdômen, constatando isso, Sara esboçou um sorriso falso e disse:

—Aqui não tem nada..somente minhas tripas roncando de fome.

Ouvindo aquelas palavras, Inês ficou um pouco envergonhada e  logo falou:

—Desculpe senhorita, as pessoas falam...

Sara interrompeu as palavras de Inês dizendo:

—Sei, mas não podemos acreditar em tudo que nos dizem, se eu realmente tivesse grávida você seria uma das únicas pessoas que merecia saber disso.

Após termina de falar aquilo, Sara deu um abraço apertado em Inês e logo saiu sem dizer mais nada, a jovem sorria, mas Inês ainda podia ver muita tristeza.

Então, Sara se dirigiu para a sala de jantar, todos estavam reunidos, esboçando sorrisos calorosos e conversando animadamente, Sara saudou a todos e daí sentou-se bem longe da família Alves.

Estando em meio a sua família,  Sara lembrou-se do que aconteceu na noite passada e mesmo sabendo que poderia ser repreendida, Sara tossiu levemente e disse:

—Pai, desde jovem eu tive minha palavra frequentemente comparada a nada, mas agora eu tenho 22 anos e acho que agora ela há de valer alguma coisa, eu não trai o Roberto, e o principal, eu não estou grávida, por favor me ajude a provar minha inocência.

Enquanto falava, Sara fez um esforço sobre-humano para chorar, isso porque ela estava sendo sincera, mas Rafael apenas sorriu e não proferiu nenhuma palavra.

Nesse momento um sentimento de impotência invadiu o corpo daquela jovem e sem querer ela deixou uma lágrima pesada cair de seu olhar, Rebeca notou e disse:

—A nossa buchudinha está sensível, precisamos cuidar melhor dela Rafael.

Após dizer aquilo, Rebeca se levantou e foi até Sara, sentou-se perto dela e começou a colocar vários tipos de alimentos no prato de Sara, a jovem ficou em dúvida, ela não sabia se deveria rir ou chorar, que situação difícil.

Sara já estava buscando palavras para afastar Rebeca, mas nesse momento Anabela sentou-se do outro lado e pôs-se a conversar sobre assuntos relacionados o tal bebê de Sara, era tanta melação, que Sara se agoniou, se levantou e disse:

—Está com vocês é realmente muito bom, mas eu preciso ir agora—Sara sorriu, mas o seu sorriso desvaneceu quando Rafael se levantou abruptamente e disse entre os dentes:

—O seu cinismo é nojento, não esqueci da minha promessa de ontem-ele falou fazendo o corpo de Sara tremer por inteiro, era medo.

—Por ser o meu pai eu achei que deveria lhe dizer sempre a verdade, mas se ela lhe soa cinismo eu não posso fazer nada, com licença-disse Sara e logo planejou sair dali, ela queria chorar, mas não na frente daquelas pessoas.

Por conta das palavras de Sara, Rafael ficou muito irritado, bateu na mesa com força e disse:

—Vá arrumar as suas malas, você vai partir ainda hoje.

03

Ouvindo aquelas palavras cheias de uma raiva que Sara não sabia de onde vinha, ela parou de caminhar, virou-se ficando de frente para o seu pai e disse:

—O senhor vai me expulsar de casa por conta de uma mentira? Posso fazer teste de gravidez, ir ao médico para que ele possa constatar que ainda sou virgem, existem muitas maneiras de resolver esse problema pai, mas o senhor prefere me mandar embora?—ela falou incrédula, era difícil acreditar que o homem que deveria lhe proteger e amar estava fazendo justamente o contrário.

Na cabeça de Rafael, Roberto Montana é um homem de uma inteligência ímpar e jamais iria trazer aquelas fotos e exame sem que ele mandasse averiguar a veracidade daquilo.

—Já tem um tempo que recebi uma proposta, um grande amigo meu precisa de uma mulher para fazer alguns serviços, ele ofereceu muito dinheiro, fiquei de pensar no assunto, mas você me ajudou a tomar a decisão certa-Disse Rafael e logo bebeu um pouco de café, tranquilamente, como se não estivesse acontecendo nada de errado ao seu redor.

—O senhor vai me vender como um objeto? É difícil perceber que eu sou um ser humano que acaba de sofrer uma grande injustiça? Isso só pode ser uma brincadeira sem graça—Sara disse as últimas palavras esboçando um pequeno sorriso, mas ele foi desvanecendo aos poucos ao ver a carranca de Rafael ficar cada vez pior.

—Não perguntei os detalhes, eu já aceitei, ele vem te buscar depois do almoço, vá se organizar.

—E por acaso ele sabe que carrego no meu ventre uma criança de outro homem?-ela perguntou enquanto segurava sua minúscula barriga, agora ela queria estar grávida de verdade, quem sabe a criança poderia salvá-la desse destino horrendo.

—Não se preocupe com nada, eu contei o caso para ele, ele disse que isso não te impede de fazer o que ele precisa que seja feito.

Vendo que Rafael parece irredutível em sua decisão, Sara se ajoelhou e em prantos implorou para que ele mudasse de ideia, mas a única coisa que ela conseguiu foi fazer Anabela e Rebeca rirem dela.

Vendo que Rafael não tem planos de mudar de ideia, Sara secou às lágrimas e logo perguntou:

—Pai, se o senhor não tinha planos de cuidar de mim e me dar amor e carinho tal como fazem os pais de verdade, por que não deixou que eu fosse embora com a mamãe?

Ouvindo aquilo a irritação de Rafael aumentou gradativamente, ele esboçou um sorriso falso e disse:

—E quem disse que ela quis te levar? Ela era apenas uma mulher da noite e não tinha dinheiro pra nada, eu deveria deixar você na rua? Você certamente seguiria a profissão de sua mãe—respondeu Rafael sem se incomodar com o quanto aquilo estava machucando Sara.

Sem ter mais forças para chorar e pedir que o pai mudasse de opinião, Sara apenas entregou a sua vida nas mãos de Deus e correu para o quarto chorando.

Ela entrou no quarto, pegou o seu celular e logo fez uma ligação para a sua amiga, após tocar várias vezes enfim a garota atendeu:

—Oi minha linda, tudo bem com você?

—Oi Lia, estou ligando pra me despedir de você—falou Sara com uma voz carregada de emoção, Lia percebeu que ela estava chorando e ficou triste por não poder abraçá-la.

—Não sei o que está causando o seu choro, mas lembre-se, eu sou a sua amiga e sempre estarei presente em sua vida-disse Lia Já também chorando mesmo sem saber o motivo do choro de Sara.

—Eu sei Lia, por isso te liguei-falou Sara e depois de respirar fundo várias vezes, ela tomou coragem e contou a Lia tudo que aconteceu nas últimas horas, a jovem ficou muito triste, tão triste que queria abandonar o seu emprego na floricultura e ir correndo ver Sara.

—Oh minha linda, eu realmente sinto muito por tudo que você passou, mas por favor não perca as esperanças, quem sabe esse homem é uma pessoa boa e até vai te fazer feliz e...

Sara riu das loucuras de Lia e daí falou interrompendo as palavras de Lia.

—Pessoas boas não compram seus semelhantes Lia, o meu destino é incerto e por isso não posso deixar de dizer agora que te amo muito e...

As palavras de Sara foram interrompidas pela chegada repentina de Anabela e Rebeca, ambas sorriram e a mais velha falou primeiro:

—O Rafael te conhece tão bem, ele disse que você não iria arrumar nada, então sua irmã e eu viemos te ajudar a arrumar as malas.

Após terminar de falar, Rebeca nem esperou que Sara dissesse algo e foi logo procurando uma mala e pôs-se a jogar algumas roupas dentro, vendo aquilo, Sara esboçou um pequeno sorriso e disse:

—Eu sei que eu sou inocente e jamais trairia o meu amor, também já sei que não possuo inimigos, mas vamos tirar um pouquinho do nosso tempo para analisar a situação, vocês ganham muito com a minha partida, né? Então isso faz de vocês suspeitas, certo?—falou Sara e daí caminhou na direção de Anabela, a jovem abaixou a cabeça e tristemente falou:

—Deixa de falar besteira, você que fez uma grande bagunça na nossa família, por culpa sua eu vou ter que me casar com um homem que eu não amo, você destruiu a minha vida e a sua.

Após dizer aquilo Anabela deixou escapar algumas lágrimas e por amar muito a sua irmã, Sara também chorou, a abraçou fortemente e pediu desculpas por colocá-la nessa situação.

Enquanto Sara e Anabela se despedem com muita tristeza, Rebeca arrumou a mala de Sara, sempre procurando as roupas mais velhas, mas Sara estava entretida demais para perceber tal coisa.

Após passar aquele momento com a sua irmã, Sara foi na cozinha e se despediu das funcionárias, ela abraçou Inês e disse baixinho:

—Obrigada por ter sido pra mim o mais próximo que tive de uma mãe, reze por mim, acho que vou precisar.

Por ser apenas uma funcionária, Inês não sabia exatamente o que estava acontecendo e por isso não conseguiu interpretar aquelas palavras e somente quando Sara lhe disse adeus foi que a ficha caiu e Inês chorou muito.

Sara logo saiu dali e foi procurar Rafael, quem sabe, por algum motivo, ele viesse a se arrepender daquela decisão ao ver a partida de Sara, mas Rafael não saiu do escritório.

Por volta do meio dia, a família Alves foram avisados que o almoço já estava servido, Sara achou que aquele podia ser um almoço de despedida, que talvez receberia algumas dicas sobre quem seria seu dono, mas Rafael nem se deu ao trabalho de sair do escritório e as três mulheres comeram em silêncio.

Mal Sara terminou a refeição, um segurança veio avisar que havia uma pessoa a sua procura, ela nem perdeu tempo perguntando quem era, apenas se vestiu de uma coragem que ela não sabia de onde vinha e logo caminhou na direção da porta principal, mas antes de girar a maçaneta, a voz de Rafael ecoou na sala dizendo:

—Sara, lembre-se de não usar mais o sobrenome Alves de agora em diante, você está por conta própria.

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