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Doce Tentação

Prólogo - Último suspiro

Os acontecimentos retratados nessa obra são ficcionais, e por tanto, qualquer personagem ou situação que aluda a realidade, é uma coincidência ou foi uma inspiração. As descrições dos seres aqui relatadas mesclam as mitologias de conhecimento popular, assim como criações da autora, sendo da sua total responsabilidade. Escrevo por prazer, logo, não sou profissional. Espero aprender e evoluir com todos vocês. Dito isso, boa leitura a tod@s.— Queen B.

...***...

Vocês cobiçam coisas, mas não as têm; matam e invejam, mas não conseguem obter o que desejam. Vocês vivem a lutar e a fazer guerras. Não têm, porque não pedem. Quando pedem, não recebem, pois pedem por motivos errados, para gastar em seus prazeres.

Tiago 4:2-3

Rafael estava cansado de ver seu irmão se aproveitar dos sentimentos humanos. Seu ódio e ignorância em relação a existência deles tinha passado dos limites, e como o Pai havia lhe ordenado, não permitiria que continuasse a fazer o que bem desejasse deles.

Tendo fugido do trono ao qual o Senhor o dera como punição por seu ato de rebeldia, havia trapaceado, se unido a uma alma humana na esperança de nunca mais retornar a seu posto. Não podia estar mais errado. Sua punição era eterna, pois a lista de seus pecados era imensa, e ela continuava crescendo.

Naquela noite, assistia o nascimento do ser que receberia a essência designada a pôr um fim na ameaça do ser que um dia havia se chamado Yezalel. Força bruta e poder não podiam ser rivalizados com ele, pois sendo conhecido como o Rei das Conquistas, nenhum outro Daemon seria equivalente. A única forma de pegá-lo seria usando sua própria arrogância. Por esse motivo tinha escolhido aquela criança. Sendo agraciada com um destino traiçoeiro que a faria perder a vida logo que chorasse pela primeira vez, ela era fraca, e não apresentaria qualquer ameaça aparente a Estrela de Belém. No entanto, tendo sido ligada a essência dele, exerceria um poder que o deixaria completamente rendido.

Não haveria escolha, por mais que ele tentasse resistir, e quando estivesse totalmente enfraquecido por ela, Rafael iria buscá-lo pessoalmente. Mas, até lá, não facilitaria a nova vida dele entre os humanos. Afinal, não tinha sido esse seu desejo? Viver como os humanos? Sentir como os humanos? Então o faria experimentar tudo o que imaginava ser seu por direito.

Parando o fluxo do tempo por um breve momento, Rafael se aproximou da criança e a observou. Aquele deveria ser o momento em que ela choraria, mas sua presença a impediu. Curiosa, ela varria seu rosto, atenta a cada detalhe diferente existente nele. Não era como eles, e se ela tivesse conhecimento suficiente, talvez até sentisse medo dele.

Levando o dedo indicador até o nariz dela, Rafael o tocou levemente, fazendo-a piscar. Uma luz dourada saiu da mão com que a tocava, e ela cobriu o pequeno corpo a sua frente. Logo que se dissipou, os olhos da pequena, que antes eram castanhos escuros, haviam se tornado tão dourados quanto a luz que assimilara.

— Este será teu destino pela eternidade. És livre para escolher teu caminho, tal qual o Pai permite o livre arbítrio para com teu povo. Entretanto, prepara-te para arcar com as consequências do que decidires seguir. Independentemente do que escolheres, teu objetivo de existência é apenas um... Punir aquele que pune. Assim o Senhor desejou, assim será. – Finalizou, desaparecendo.

O tempo voltou para o momento em que havia parado, e ele marcaria os últimos suspiros da mãe daquela criança.

Capítulo 1. Khan - O VÉU QUE ENCOBRE A REALIDADE

Suzhou – China, 6 de Maio de 2018

O universo esconde segredos tão obscuros, que até mesmo a mente mais iluminada entraria em colapso se tivesse contato. No entanto, ainda que você não tenha consciência dessas existências, elas possuem da sua. É nessa linha tênue, entre a realidade vivida, e a realidade velada, que os Descendentes Primordiais existem. 

Sendo totalmente proibidos de exporem suas existências aos humanos, eles precisam seguir regras rígidas criadas pela Ordem dos Sacerdotes, o Conselho dos Descendentes Primordiais na dimensão da terra. No entanto, a força de suas influências é tamanha que, às vezes, mesmo com o máximo esforço, não conseguem se esconder totalmente. 

O mundo em que vivem é um de muitos, e todos estão conectados. Por meio da história de seus ancestrais, os Descendentes descobriram que há muito trocam conhecimentos com esses e outros mundos, alguns inofensivos e revolucionários, outros nocivos e que ameaçam a existência da terra. 

Naquela noite, Khan, um Descendente Primordial do Deus da Guerra da cultura Chinesa, estava à frente de um trabalho minucioso. Precisava recuperar uma encomenda em Nova York e garantir que ele chegasse intacto em seu clã. Onde o dono o aguardava. Porém, eles não seriam os únicos. O produto tinha sido roubado da Nigéria, e sua presença estava atraindo demônios para a dimensão da terra com uma velocidade surpreendente. 

— Repassando as informações. Três grupos nos esperam em Nova York. Os feiticeiros Shtrigan de Vacchiano, a Mortis Santa da Ordem, e os seres do submundo...  – Huan repetiu, olhando para todos os membros do Fantasma Negro. Os olhos castanhos escuros varriam cada um deles, fazendo os novatos vacilarem. 

— Repitam as três regras da missão para mim. – Pediu em tom calmo.

— Estar preparado para o sacrifício! Não deixar rastros! Não ficar no caminho do mestre! – Repetiram em uníssono. 

— Ótimo, estão preparados. – Afirmou se afastando, indo se juntar a Khan, que limpava sua espada. 

— Acha mesmo que estão preparados? – perguntou conferindo o fio da lâmina.

— Realmente se importa com isso? Conseguirá mais para substituir os mortos depois. – Cheng chegou, o provocando como de costume. Ignorando o irmão mais novo, Khan esperou a resposta de seu irmão do meio. 

— Baixas sempre são esperadas, mas esse grupo tem ousadia e confiança. – Huan o respondeu, igualmente ignorando Cheng.

— Os feiticeiros vão ser um verdadeiro pé no saco. Tá ansioso, pra encontrar seus irmãos de sangue? – O mais novo o provocou novamente, mas dessa vez, recebeu o olhar de Khan.

— Até onde sei, a Rússia fica um pouco longe da Itália. – Lembrou o irmão. A expressão séria intimidava qualquer um, mas Cheng nunca tinha se importado. Por algum motivo, parecia acreditar que o fato de ser irmão de Khan, o faria poupa-lo. Mal sabia ele, que o que decidia isso era o uso constante de sedativos do mais velho, cujo mantinha seu auto controle em dia. 

Oferecendo um sorriso largo, o garoto de cabelos platinados colocou o pente estendido no fuzil de precisão que escolhera, e se afastou da mesa de armas.

 

— Esse insuportável tem um ponto. – Huan comentou, virando de costas para a mesa, se encostando nela ao mesmo tempo em que cruzava os braços. 

— Cuidarei deles primeiro. – Khan garantiu, guardando a espada na bainha. 

— Iremos entreter a Mortis Santa, enquanto isso.

— Planos são apenas...

— Um esboço da missão, estou ciente. Não se preocupe, guiarei o grupo e lidarei com tudo como sempre fazemos. – Huan terminou sua frase, dando um olhar afirmativo ao irmão mais velho.

Se encostando na mesa junto de Huan, Khan observou seu grupo se preparar. A falta de experiência dos novatos talvez oferecesse um risco para a missão, mas nada o pararia quando pisasse naquele terminal. O trabalho só poderia ter um único desfecho, vitória. Caso contrário, sua posição como futuro líder do clã estaria em risco.

O ser que precisava recuperar era raro demais para perdê-lo para a Ordem.

Controlar Descendentes Primordiais e mantê-los com a “coleira apertada” era necessário, algo que apenas um grande poder mágico era capaz. O poder da Ordem tinha obrigação de ser maior, se quisesse sobreviver a possíveis rebeliões ou quebras de regras dos Descendentes.  

Porém, entre tantos, apenas um tipo era totalmente proibido de ser comercializado. Os mestiços que carregavam descendência humana. 

De acordo com a Ordem, eles eram totalmente inúteis em se tratando de habilidades, uma vez que eram inferiores e não conseguiam controla-las. Mas, a verdade por trás desse fato era que ele não passava de uma falácia. Por mais raiva que os Descendentes Primordiais sentissem deles, não podiam negar o óbvio...

Os humanos eram os únicos que podiam dar vida a Descendentes mais fortes que aqueles que nasciam entre os Descendentes Primordiais, e muitas vezes eles conseguiam um controle maior das próprias habilidades inatas. 

Contudo, a mentira que a Ordem havia espalhado tinha tomado proporções globais, e por conta disso não era incomum que eles fossem menosprezados e até mesmo mortos por essas acusações.

Os humanos, fracos e mortais, eles podiam aturar devido o acordo com os Celestiais. Mas, mestiços com complexos de Deuses? Jamais! 

Por esse motivo os Sacerdotes os caçavam, e apenas duas alternativas lhes eram oferecidas. Se juntar a Ordem e ser controlado por eles, ou morrer sem misericórdia.

O ser que Khan e seu grupo reivindicariam naquela noite era diferente de qualquer outro que ele já havia tido contato. Tinha nascido humano, mas sua alma pertencia a Descendência Celestial. Nem mesmo ele, que hospedava um “parasita do inferno”, imaginava que isso fosse possível.

Nascer humano, e herdar uma essência Celestial era sinal de que um forte destino aguardava esse ser, mas assim como o do Messias que havia sido enviado há terra, nem sempre ele possuía um fim próspero.

Os Iluminados, como eram conhecidos, eram mártires. Nascidos para morrer, precisavam concluir seu objetivo espiritual antes que sua vida chegasse ao fim. Caso não fosse possível, reencarnariam até que o concluísse.

— Estamos prontos, senhor! – Um dos membros avisou, se virando para Khan, enquanto evitava olhá-lo nos olhos. 

— Certo. Huan...

Entendendo o pedido do irmão, o jovem de cabelos castanhos escuros ofereceu uma pequena faca a Khan. Pegando-a, ele se direcionou ao círculo do portal desenhado no chão do cômodo. O acompanhando, Huan se posicionou e o esperou, assim como os demais membros do grupo.

Cortando a palma de sua mão direita, antes que liberasse seu sangue para entrar em contato com o feitiço contido no selo, Khan anunciou sem olhar para eles:

— Não ousem me decepcionar essa noite. – Seguido de sua voz calma, uma névoa obscura tomou conta do círculo de teleporte, assim como do próprio cômodo. Todos sentiram a pressão do ar pesar sobre seus corpos e pulmões, os forçando a se manterem firmes para não sucumbirem.

Ninguém precisava perguntar o que aconteceria se a missão fosse um fracasso, todos sabiam que ela significava muito para Khan. Se falhassem com ele, já podiam se considerar mortos.

Afundando os dedos dentro do próprio ferimento, Khan assistiu seu sangue escorrer. Assim que entrou em contato com o selo no chão, o tom escarlate os iluminou, ativando o feitiço, os teleportando de imediato para o objetivo.

Capítulo 2. Khan – DESCENDENTE DO DEUS DA GUERRA

Newark – Nova Jérsei, 6 de Maio de 2018

Assim que pisaram no terminal de contêiners, o clima se mostrou uma adversidade a mais. A chuva caia de forma copiosa, dificultando a visão, enquanto os trovões cortavam o céu, camuflando o som da disputa dos inimigos a poucos metros deles.

Logo que todos saíram dos círculos que continham os selos, ele desapareceu no ar, sendo levado pelo forte vento. Era como se o próprio sangue do portador da habilidade fosse nada mais que fumaça.

— Espalhem-se e aguardem meu sinal! – Khan ordenou, se dirigindo para o centro do caos. Huan guiou os demais membros para os pontos estratégicos, e Cheng se juntou ao irmão mais velho.

Seu trabalho era protegê-lo.

Estalando o pescoço duas vezes, os olhos azuis varreram a área, enquanto sua mente tirava uma foto de cada canto por onde passavam. 

— Está com frio? – O mais velho o questionou como provocação. Por mais sarcástico que seu irmão mais novo fosse, ele também tinha suas inseguranças. 

— Ha! Ha! – Cheng deu um riso forçado, conseguindo tirar um riso de canto de Khan. 

— Não hesite quando eu precisar de você. – Avisou.

— Eu nunca hesito! – O mais novo afirmou, tomando uma postura mais confiante. 

Para obter uma visão privilegiada da situação, Khan pulou para cima de um contêiner. O seguindo, Cheng manteve certa distância. 

A confusão generalizada se estendia para além do contêiner em que o ser se encontrava. Os três grupos travavam uma batalha sangrenta pela posse do produto, no entanto, nenhuma das partes pretendia ceder.

Os feiticeiros eram o principal pilar de proteção do contêiner, Matteo estava levando a vantagem.

Enquanto uns protegiam o contêiner, os demais enfrentavam os demônios que surgiam de uma cratera formada no terminal.

O Sacerdote que guiava a missão da Mortis Santa naquela noite, tentava romper o escudo que eles haviam erguido envolta do contêiner e de si mesmos. No entanto, estava fracassando. Era óbvio o motivo.

A magia usada pelos feiticeiros do líder Shtrigan não vinha deles, por isso era tão forte. Canalizar energia de um ser de outra dimensão não era algo incomum, mas era arriscado. O preço cobrado era a própria energia daqueles que conjuravam, e cedo ou tarde eles seriam consumidos pela energia que os ajudava.

A menos que tivessem um inibidor de energia, a Mortis Santa jamais conseguiria quebrar o escudo que, por hora, protegia o ser e os feiticeiros. Vendo a fumaça vermelha se acumular envolta do contêiner, totalmente fora de controle, Khan não tinha outra escolha se não intervir.

Por mais que desejasse vê-los ser corroídos pela mesma fumaça os protegia, não era burro. Aquela energia não podia ser controlada, e esse tinha sido o erro deles. Haviam arriscado tudo para conquistar o grande prêmio...

Era realmente uma pena, mas nunca chegariam perto dele.

— Eles estão confiantes. – Cheng comentou, se deixando levar pelo que via.

— Por hora... – Afirmou Khan, fazendo um corte profundo na ponta de seu dedo indicador da mão direita.

Com seu próprio sangue, ele escreveu em seu ante braço e pronunciou em árabe o que escrevia na mesma língua.

— Eizrayiyl. (Azrael)

Surgindo de dentro de um acumulo de fumaça enegrecida que se formou no chão, o grande felino igualmente escuro, jogou uma lufada de ar pelo nariz assim que avistou Khan. O ferimento de seu dedo se curou de imediato, e o sangue com o qual havia escrito o nome do familiar se desfez, sendo absorvido por sua pele.

Passando a mão esquerda sobre a cabeça do leopardo, ele olhou fundo em seus olhos cor de sangue e deu um comando:

— Desfaça aquela barreira.

Assim como havia surgido, a pantera negra desapareceu em um piscar de olhos. Voltando a olhar para o contêiner, Khan esperou.

Surgindo dentro da barreira, Azrael roubou a atenção dos olhares confusos dos feiticeiros. Fitando-os fixamente, os pelos de sua costa se arrepiaram, e tomando uma postura de ataque, o animal avançou.

Erguendo pequenas adagas, os feiticeiros se prepararam. Azrael se lançou para cima de um deles, arrancando com brutalidade o braço que o feiticeiro erguia a adaga. Aterrorizados, os demais feiticeiros abandonaram os círculos de invocação e tentaram recuar, mas com uma velocidade indescritível, o leopardo derrubou um por um, destroçando-os no processo.

Entendendo a aparição de Azrael como o sinal que esperavam de Khan, o grupo que Huan comandava avançou nos soldados da Mortis Santa, se manifestando no campo da batalha ao mesmo tempo em que a barreira estava sendo desfeita por meio da morte daqueles que a tinham erguido. 

Sobrando apenas o Sacerdote, Khan suspirou.

— Tente acompanhar. - Avisou o mais novo, desaparecendo do contêiner e aparecendo em cima daquele que o ser se encontrava. 

Inclinando a cabeça um pouco para esquerda, Khan encarou o Sacerdote. Ainda que ele estivesse acima dele, planando no ar, quem via a cena percebia que o Descendente do Deus da Guerra tinha a vantagem.

A força esmagadora de sua presença fazia os adversários paralisarem, e era exatamente o que acontecia com o Sacerdote naquele momento. Tremendo, ele se esforçava para manter sua espada erguida. Exibia uma postura de defesa, sem que Khan tivesse demonstrado hostilidade a ele. Eram todos iguais... Tediosos. Sem o mínimo de confiança.

Sem aviso, ele avançou em direção ao Sacerdote, tirando a bainha da espada durante o trajeto, pegando-o de surpresa mesmo que tivesse diante dos olhos dele segundos antes.

A velocidade de seus golpes deixava um rastro por onde a lâmina passava, parando a água da chuva por um breve segundo. Estava admirado, o Sacerdote conseguia tanto defender seus ataques quanto contra atacar, tinha uma resistência e tanto, mas isso era porque Khan estava se contendo. Vendo até onde um soldado da Mortis Santa poderia ir. Contudo, estava cansado de pegar leve.

Deixando o soldado atordoado com ataques consecutivos, em um movimento rápido, cortou a mão que ele segurava a espada. Perdendo a concentração, o Sacerdote despencou, caindo em cima do contêiner.

Antes que pudesse reagir a dor do corte, Khan pousou no contêiner e levou sua mão direita até o pescoço dele, o erguendo do chão.

O Sacerdote tentou se desvencilhar, mas girando a espada, com um único corte na diagonal, Khan o fez parar de se mexer. Metade da cabeça do soldado foi arremessada para longe, enquanto a outra permaneceu grudada em seu corpo, já sem vida.

Jogando o corpo dele para longe, Khan voltou ao seu principal objetivo.

Abaixando, cortou a ponta do indicador direito mais uma vez, e tirando um talismã do bolso, o segurou sobre o ferro do contêiner. Estava prestes a fazer o feitiço quando ouviu o estampido da arma de Cheng. Erguendo seu rosto, avistou um grupo de sete feiticeiros a uma distância curta de onde estava.

Distribuídos pelos contêiners, eles formavam um meio círculo, e pareciam estar evocando algo.

Mais um tirou foi dado, fazendo mais um deles cair. Contudo, nem mesmo a morte dos seus fez com que os demais feiticeiros cessassem o ritual. Como se estivessem em transe, eles pronunciavam algo em uma língua que Khan desconhecia, enquanto apontavam os braços para o céu.

Seguindo com os olhos a direção em que os braços dos inimigos apontavam, Khan franziu a testa, vendo um trovão vermelho iluminar o céu acima de onde estava. Antes que pudesse reagir, um raio o acertou em cheio.

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