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Casamento Arranjado: A Verdade Por Trás Do Véu

Capítulo 1

A porta do quarto estava entreaberta.

Audrey parou na porta e ouviu um som diferente. Ela ergueu a mão sem expressão e empurrou a porta.

Quando a viu, a mulher que acabara de ajeitar o vestido primeiro ficou assustada e depois disse timidamente:

— Senhorita Thompson.

Os olhos brilhantes de Audrey se moveram quando ela olhou para ela. Foi difícil não se emocionar com a figura perfeita da mulher.

Então, seu olhar pousou no homem que acabara de sair do banheiro.

A cena congelou.

A mulher ficou nervosa e hesitou:

— Senhorita Thompson, eu...

— Chega.

Audrey a interrompeu e entregou-lhe o cartão do banco que ela havia preparado anteriormente. Não houve mudança em seu rosto do tamanho da palma da mão.

— Não é da sua conta. Você pode sair.

— OK.

A mulher pegou o cartão e passou correndo por ela.

Audrey olhou para Pietro Sartori com calma. O quarto estava escuro. Ele estava escondido na escuridão, então ninguém podia ver sua expressão.

Ela acendeu a luz e foi até a janela na frente dele. Ela empurrou a janela para espalhar o cheiro nauseante no ar.

O quarto estava calmo e tranquilo. Além do caos na cama, ninguém sabia que eles tinham acabado de ter um relacionamento apaixonado.

Pietro passou por ela. O cheiro de gel de banho invadiu suas narinas. Estava frio e agradável.

Audrey olhou para ele e estreitou os olhos.

— Tem tempo? Quero falar com você.

Pietro era um dos principais chefões da cidade de Newell city e de todo o país. A família Sartori de onde ele veio se interessou por vários setores. Pode-se dizer que a família Sartori ocupava mais da metade do território comercial do país na região sudeste. E ele foi o primeiro sucessor deste reino comercial.

Juntamente com sua aparência comparável à dos principais ídolos masculinos da indústria do entretenimento, pode-se dizer que ele era um príncipe encantado que poderia abalar o mundo dos negócios da região Sudeste e amontoar mulheres com uma palavra.

Ele era um homem tão bonito e perfeito, mas era seu marido há dois anos.

E ela não o conhecia de jeito nenhum.

Pietro foi até a adega e parou. Ele serviu uma taça de vinho forte e tomou um gole. Ele perguntou sem emoção:

— O que você quer?

Audrey foi até o sofá e sentou-se. Ela disse seriamente:

— É muito importante.

Pietro se aproximou com uma taça de vinho na mão. Seus longos olhos de fênix olharam para o documento sobre a mesa. No pedaço de papel estavam as palavras “acordo de divórcio”.

Ele franziu a testa e perguntou o óbvio:

— Do que estamos falando?

— Como você pode ver, eu quero o divórcio.

— Por que?

Olhando para o homem sentado no sofá, os lábios de Audrey se encheram de autodepreciação.

Seu tom era frio e sem emoção. Não houve mudança em sua expressão, mesmo que ele estivesse infeliz.

— Você está com outra mulher em nosso casamento.

A luz acima dele turvou seu belo rosto. Ele levantou a cabeça e terminou o vinho de um só gole, seus lábios finos se curvando em um sorriso frio.

— Você não pediu àquela mulher para vir aqui porque queria que eu fizesse isso? Só estou ajudando você.

Quando Audrey foi exposta por ele, a cor de seu rosto desapareceu rapidamente.

— Você não me ama e eu também não amo você. Não temos sentimentos um pelo outro. Como pode um casamento assim continuar...

— Por que não? - Ele a interrompeu.

A voz do homem era baixa e rouca, com uma frieza que mantinha as pessoas à distância.

— Você estava deitada na cama há tanto tempo. Você também não se tornou minha esposa por dois anos?

Audrey cerrou os punhos e as unhas cravando-se na carne. A dor a fez controlar suas emoções.

— Somos apenas marido e mulher no nome.

— Se você chegasse mais cedo, não seria apenas no nome. - Ele zombou.

Pietro acendeu um cigarro. Seus olhos profundos e frios estavam cobertos pela névoa branca, dificultando sua visão.

Sob seu olhar frio, Audrey sabia que quase não tinha chance de vencer, mas não queria perder.

Ela suprimiu o tremor e olhou para ele.

— Encontrei algo em seu escritório.

Audrey tirou uma foto e a colocou sobre a mesa.

Então, ela viu milhares de ondas surgirem nos olhos calmos do homem. Eles subiram violentamente e a temperatura ao seu redor caiu.

Ela sabia que tinha feito a aposta certa.

A mulher da foto tinha 17 ou 18 anos. Ela usava um vestido branco e tinha cabelo preto. Seus olhos estavam vivos e seu sorriso era como uma flor. Ela era um rosto lindo ao qual os homens não resistiriam com apenas um olhar.

Os olhos de Pietro estavam frios, como se ele quisesse despedaçá-la imediatamente.

— Você entrou no meu escritório?

O sorriso de Audrey foi um pouco amargo:

— Se eu não entrasse no seu escritório, como eu saberia que a pessoa que você está escondendo em seu coração… é minha irmã?

Isso mesmo.

A mulher na foto parecia quase idêntica a Audrey, tanto que nem ela conseguia perceber a diferença.

No entanto, Pietro sabia que a pessoa que poderia mostrar uma expressão tão encantadora definitivamente não era ela.

Audrey respirou fundo e disse:

— Então, Pietro, a pessoa que você ama sempre foi minha irmã. Foi porque você não pôde se casar com ela que desistiu e se casou comigo, certo?

Seu silêncio confirmou o palpite de Audrey.

Ela queria rir, mas não conseguia.

Sua voz estava cheia de tristeza e seus lábios tremiam.

— Você acha divertido se enganar assim me tratando como a substituta da minha irmã?

Não houve mudança na expressão de Pietro. Abaixo de sua calma, havia turbulência.

Sob a luz, suas características faciais requintadas ainda eram claramente visíveis.

De repente, Pietro pensou na cena de Adie ao lado dele.

Uma era gentil e apaixonada, enquanto a outra era profundamente indiferente, mas gentil. Qualquer pessoa que os visse, os elogiaria como

"um casamento perfeito"

"Um casal perfeito”.

Ela não foi exceção.

"Se... a irmã dela ainda estivesse por perto."

Ao pensar nisso, Audrey baixou os longos cílios, com uma expressão frágil.

Sua voz era tão suave que era quase inaudível.

— Não me lembro do que aconteceu antes, mas aquele acidente de carro não era o que eu queria…

— Cale a boca!

Pietro disse de repente.

Audrey mordeu o lábio e olhou em seus olhos mortais enquanto continuava:

— Eu sei que nenhum de vocês queria que minha irmã morresse. Se possível, você mal pode esperar que eu morra, mas eu já sobrevivi.

Seus olhos estavam cheios de lágrimas e agitação.

— Pietro, se você quiser se lembrar dela, tudo bem. Ninguém vai te parar, mas você não pode me arrastar junto.

Ela nunca tinha feito nada de errado entre os dois. Ela nem sabia como sua irmã e Pietro se conheceram e se apaixonaram, muito menos que ela cobiçara e interfeririu nesse relacionamento.

Se ela estivesse errada, o único defeito em sua vida era com Pietro.

No entanto, ela queria retribuir a Pietro, não assumir a posição que originalmente pertencia a Adie ao passar a vida com Pietro.

Isso foi injusto com a falecida Adie.

Foi o mesmo para ela.

Com um sorriso de escárnio frio, todo o corpo de Audrey congelou.

A expressão de Pietro era implacável e seus olhos estavam cheios de uma dor terrível. Seu tom calmo estava cheio de forte zombaria.

— Audrey Thompson, qual é o sentido de dizer essas coisas agora?

Audrey tremeu violentamente e murmurou:

—Eu quero....

— Você quer que eu deixe você ir?

Essa pergunta fez com que Audrey se sentisse como se estivesse em uma casa de gelo.

Pietro levantou-se. Uma sombra escura caiu e a prendeu como uma gaiola.

O cigarro em sua mão queimou e as pontas dos dedos queimaram. Seu rosto estava impassível quando ele anunciou friamente:

— Se você ainda estiver viva, não vou deixá-la escapar. Não pense em fugir pelo resto da sua vida.

O papel foi rasgado e levantado à luz. Foi estranho e triste.

Dos pedaços espalhados, Audrey viu Pietro saindo pela porta sem olhar para atrás. Ele nem sequer olhou para ela.

Suas lágrimas finalmente escorreram pelo rosto e caíram no chão.

Depois de muito tempo, a mulher se levantou e pegou pedaços de papel.

Ela abaixou a cabeça, as lágrimas manchadas. A tristeza em seus olhos era óbvia, mas ainda havia algumas emoções mais profundas, sombrias e difíceis de discernir.

No final, os pedaços de papel foram amassados e jogados na lata de lixo distante.

Capítulo 2

Audrey não dormiu ontem à noite e voltou para a família Thompson na manhã seguinte.

Seu Pai Ramiro Thompson e sua mãe Nina estavam tomando café da manhã. Eles ficaram muito surpresos ao vê-la retornar.

— Audrey? - Sua mãe largou a colher e se aproximou: — Por que você não me disse que estava voltando? Depressa, venha e sente-se.

Audrey seguiu seus movimentos e sentou-se à mesa de jantar.

— Papai, mamãe.

— Você não deve ter comido desde que voltou tão cedo, certo? Venha, coma um pouco. - Sua mãe estava cheia de sorrisos enquanto trazia ansiosamente a comida.

— OK.

— Como seu corpo está se recuperando? Você está se sentindo melhor? - Ela tentava alimentar a filha.

A garganta de Audrey estava seca. Ela apenas disse:

— Sim. Mãe, deixe isso. Vou fazer isso sozinha.

Depois de se sentar e comer dois goles, o pai dela disse de repente:

— Você brigou com Pietro?

O sorriso de Audrey desapareceu.

Seu pai Ramiro percebeu a expressão dela e parecia sério.

— Audrey, você é uma pessoa casada agora, não uma criança de 15 ou 16 anos. Como você pode vir para a casa dos seus pais depois de uma briga?

Nina franziu a testa.

— A criança acabou de voltar. Por que você está dizendo isso?!

— Eu sou o pai dela. Por que não posso criticá-la?

Audrey abaixou a cabeça e não falou.

A expressão do seu pai ficou feia.

— Ela não tem sido pacífica desde que era jovem. Ela ainda fica assim depois de se casar. Ela não é nada madura. Ela não parece uma mulher casada. Ambas são minhas filhas, mas Adie sempre foi obediente e sensata. Mas e você? Você realmente não pode se comparar à sua irmã!

Cada maldição foi ouvida e o coração de Audrey gelou.

Seu aperto na colher ficou cada vez mais forte, fazendo seus dedos doerem. Ela não pôde deixar de levantar a cabeça para detê-lo.

— Pai.

Seu pai sendo interrompido, não conseguiu recuperar o fôlego.

— Olhe para você. Você não tem nenhuma educação! No futuro, não diga que você é filha da minha família Thompson. Não posso me dar ao luxo de perder prestígio assim!

Sua mãe não aguentou mais e repreendeu:

— Ramiro, pare de falar. A criança acaba de se recuperar. Você…

— Pai!

A colher atingiu a mesa com um som claro.

A voz feminina fria soou entre os três.

— Então eu morrerei.

Os dois olharam para ela.

Seu pai ficou atordoado.

— O que você disse?!

Os lábios vermelhos escuros de Audrey se curvaram em um sorriso triste.

— Já que sou uma monstruosidade para você, então deixe-me morrer.

Depois que ela morresse, ela não teria mais que enfrentar o desdém e o ódio deles.

Sua mãe não conseguia mais ficar quieta.

— Audrey, não fale bobagens. Não foi isso que seu pai quis dizer.

— Então o que ele quis dizer?

Diante da pergunta fria da filha, os olhos de Mãe ficaram azedos.

— Seu pai sente falta da sua irmã. Coincidentemente, seu trabalho não tem sido tranquilo nos últimos dias. Ele não está com raiva de você.

Nina virou-se para seu marido e deu-lhe uma cotovelada. O homem bufou e não respondeu.

No silêncio, a tristeza se espalhou silenciosamente.

Audrey baixou os olhos azedos e franziu os lábios. Ela havia perdido o apetite.

— Estou cheia.

Com isso, ela se levantou e saiu da mesa de jantar.

A raiva do seu pai aumentou novamente.

— O que você quer dizer com cheio? Os mais velhos ainda não foram embora, como você pode sair primeiro? Quem te ensinou isso?

O tom de Audrey era frio.

— O senhor, não me ensinou desde que eu era jovem?

Sua refutação alimentou a raiva do homem.

— O que você disse? Audrey Thompson, você até aprendeu a responder comigo agora! Ainda não terminei de falar. Onde você está indo? Volte!

Audrey não parou de andar. Ela subiu na escada.

Seu pai ficou furioso. Ele se virou e rugiu para a esposa:

— Olhe para ela agora. Não é tudo porque você a estragou?!

Lágrimas brilharam nos olhos de Mãe.

— E daí se eu fizesse?

Seu marido deu um tapa na mesa e se levantou.

— É porque ela foi obstinada que causou a morte de Adie naquela época! Se você ainda a mimar assim agora, você apenas a deixará criar problemas para nossa família!

Sua mãe conteve as lágrimas. No entanto, diante de um marido tão irracional, ela não conseguiu manter a racionalidade.

— Então, por que você ainda casou Audrey com Pietro Sartori? Você não sabe que está empurrando sua filha para uma fogueira?!

— Com sua condição, o que mais ela pode fazer além de se casar com Pietro? Ir e prejudicar os filhos de outras pessoas no futuro? Humph, eu, Ramiro Thompson não posso perder minha reputação!

Sua esposa ficou furiosa.

— Então, na sua opinião, é bom você casar Audrey com ele? Você está pensando no filho de outra pessoa, mas ainda não pensou no quanto sua filha terá que sofrer por sua decisão, não é mesmo?!

Os lábios de Ramiro tremeram duas vezes e ele ficou sem palavras.

Os olhos da sua esposa estavam cheios de lágrimas.

— Ela ficou deitada na cama do hospital por tanto tempo. Você não me permitiu vê-la quando ela acordou. Agora que ela voltou, você vai rejeitá-la novamente. Ramiro, você quer separar esta família?

Os olhos do Ramiro ficaram vermelhos, mas ele cerrou os dentes e não o soltou.

Nina enxugou as lágrimas, com expressão firme.

— Adie não pode mais retornar. Eu não me importo com o que você pensa. Resumindo, não posso perder mais uma filha novamente.

Ramiro foi o único que restou na mesa de jantar originalmente perfeita. Ele olhou para os pratos na mesa e sentou-se impotente.

Na escada, Audrey estava ali.

Seus longos cílios baixaram e formaram uma sombra escura em seu rosto.

Ela se virou e subiu as escadas.

Sua mãe alcançou o segundo andar e procurou por muito tempo. No final, ela a encontrou no quarto de Audrey.

— Audrey?

Audrey ergueu os olhos, seus olhos brilhantes como uma piscina de água estagnada.

— Por quê você está aqui?

Sua mãe hesitou por um momento antes de entrar.

— Você não parece bem. Você não está se sentindo bem?

Audrey olhou em volta. A calma em seu rosto deixou sua mãe em pânico.

Nesta sala familiar e estranha, Audrey não conseguia mais encontrar a simples felicidade que sentia naquela época. O sentimento opressivo tornou-a quase incapaz de respirar.

A mobília da sala estava quase inalterada. Havia uma cama grande perto da janela, um armário creme e uma pequena escrivaninha. Uma estante complicada estava encostada na lateral. Havia todos os tipos de livros sobre isso. Flores e grampos de cabelo foram colocados na penteadeira. Uma fina camada de poeira cobria o espelho.

No entanto, as coisas eram diferentes agora.

As coisas eram diferentes, mas as pessoas eram as mesmas.

Audrey franziu os lábios.

— Mãe, quero te perguntar uma coisa.

Sua mãe sorriu gentilmente.

— O que é?

— Por que me casei com Pietro Sartori?

O sorriso de sua mãe congelou instantaneamente.

— Por que… você perguntou de repente sobre isso?

Audrey viu seu pânico e uma pitada de frieza passou por seus lindos olhos.

Ela disse:

— Estava em coma por três anos. Quando acordei, esqueci muitas coisas do passado. Ninguém estava disposto a me contar. Não pensei em nada com clareza e me disseram que... já sou casada. Mas mãe, por que me casei com ele?

Por que eles deixaram para trás uma vida inteira de evidências, com outra pessoa não relacionada sem sua permissão, quando ela estava em estado vegetativo?

Além disso, essa pessoa tinha um relacionamento profundo com sua falecida irmã.

Nina gaguejou. Audrey olhou para ela, com seu tom cheio de gelo.

— É por dinheiro ou poder?

Sua atitude era fria e diferente de antes.

Enquanto seu coração estava azedo, sua mãe imediatamente respondeu:

— Claro que não!

— Então por que?

O olhar da sua mãe tremeluziu ligeiramente enquanto ela evitava contato visual com ela.

O coração de Audrey ficou frio.

— Então vou mudar a pergunta: Qual era relacionamento da minha irmã com Pietro Sartori?

Os olhos da sua mãe se arregalaram e seu tom era muito ridículo.

— O que você está dizendo?!

Audrey prendeu a respiração. Suas palavras se transformaram em lâminas afiadas cheias de zombaria.

— Você me casou com Audrey sem minha permissão. Não é porque ela está morta e eu ainda estou viva? A pessoa com quem Pietro queria se casar sempre foi minha irmã, certo?

Plaft!

Capítulo 3

— De que bobagem você está falando?!

A expressão da sua mãe mudou visivelmente. No final, seu rosto estava cheio de ressentimento enquanto ela rugia com raiva.

— Como pode Adie ser amante daquele animal?! Ele pode esquecer de se envolver com ela pelo resto da vida!

A sala ficou em silêncio.

Nina percebeu tardiamente que ela realmente havia dado um tapa em Audrey!

Seus olhos piscaram e sua boca se abriu. Não havia onde colocar aquela mão.

— Audrey, eu...

Seu rosto doeu, mas Audrey sorriu e disse tristemente:

— Você não pode mais fingir, certo?

Essa gentileza e amor eram apenas uma ilusão no final.

Sua mãe estava perdida e nervosa.

— Audrey, eu não fiz isso de propósito. Quero dizer…

Audrey recuou em rejeição e evitou a mão da mãe. As mãos da sua mãe congelaram no ar.

Ela fechou os olhos e respirou fundo repetidas vezes.

— Eu entendo.

Ela estava calma e quase com frio.

Sua mãe entrou em pânico, mas não sabia como explicar. Uma expressão suplicante apareceu em seu rosto gentil e refinado.

— Audrey, sinto muito. Eu realmente não queria.

Audrey cerrou os punhos com força e se forçou a se acalmar.

Quando ela abriu os olhos novamente, a luz neles havia se dissipado completamente, substituída por dormência e frieza.

— Tudo bem. Cuide de você e do papai. Eu voltarei primeiro.

Audrey contornou sua mãe e saiu correndo.

Ela ignorou os gritos atrás dela e saiu correndo da família Thompson como uma fera feroz escapando de uma enchente.

No táxi, o coração de Audrey doeu ao pensar no julgamento de sua mãe sobre Pietro.

Se ele não tivesse feito nada exagerado, por que a mãe dela o repreenderia com essas palavras?

A rejeição de sua mãe por ele não era falsa.

Ela até sentiu ódio.

Ele claramente não chamou a atenção dos pais dela, mas eles ainda a casaram com essa “besta”.

Audrey sorriu amargamente. Seu peito estava sufocado e dolorido.

Seu olhar triste estava fixo na janela do carro. A paisagem à beira da estrada passou rapidamente e ela não conseguiu ver nada.

O táxi rodou por cerca de meia hora antes que o motorista dissesse:

— Senhorita, é quase meio-dia. É fácil ficar preso no trânsito à frente. Por que você não desce aqui?

Audrey olhou atordoada. Alguns segundos depois, ela concordou e pagou antes de sair do carro.

Atordoada, ela fechou a porta do carro e se virou. Caminhando para um restaurante, mas seus pés tropeçaram na escada e ela caiu de joelhos.

— Ah.

A dor nos joelhos fez os olhos de Audrey transbordarem de lágrimas.

— Ei, deixe-me ver quem é. É plena luz do dia. Por que você está ajoelhada na rua?

Uma voz feminina explodiu acima dela, cheia de tristeza e zombaria deliberada.

Audrey cerrou os punhos e ergueu os olhos.

A luz solar ligeiramente brilhante perfurou os olhos de Audrey. Ela não pôde deixar de estreitar os olhos e olhar para a mulher com roupas lindas à sua frente.

Era Hailey.

Essa filha da família Garret, amada por milhares de pessoas, era namorada de infância de Pietro Sartori

Ela já havia aprendido que a família Garret e a família Sartori eram amigas da família. O avô de Hailey queria casá-la com Hailey, mas infelizmente Pietro se casou e o acordo de casamento foi cancelado.

Ela também sabia que esta jovem mais velha amava Pietro desde que era jovem. Ela sabia que depois que ele se casou com ela, ele brigou muitas vezes com a família Sartori e acabou em uma farsa.

Nesse momento, ela olhava para ela com desdém e nojo.

Hailey olhou para o rosto de Audrey e cobriu a boca. A surpresa apareceu em seu rosto primorosamente maquiado.

— Ah, eu sabia. Achei que você se parecia com Audrey. Eu não esperava que fosse realmente você!

Audrey não queria responder a uma atuação tão ruim.

Hailey de repente se abaixou e disse preocupado:

— Você está infeliz? Você brigou com o irmão Pietro? Não se ajoelhe mais no chão. Venha, vou ajudá-la.

Audrey sacudiu a mão dela e olhou para ela com frieza.

— Não finja na minha frente, é nojento.

Audrey retraiu a mão, sentindo-se extremamente magoada.

— Audrey, por que você está dizendo isso sobre mim? Só estou preocupada com você.

Audrey zombou e estava prestes a zombar dela quando uma voz fria e familiar a interrompeu.

— Por quanto tempo você vai ficar ajoelhado no chão?

As costas de Audrey congelaram.

— Pietro você está aqui!

Hailey correu e segurou o braço de Pietro, sem esconder nada.

Pietro olhou friamente para a mulher no chão com uma expressão infeliz.

— Hailey está preocupada com você com boas intenções, mas você está falando com ela assim?

Suas palavras eram muito óbvias.

Audrey apertou a ponta da camisa com força e não explicou.

Hailey segurou Pietro com força. Seus olhos estavam cheios de presunção quando pousaram em Audrey. Era como se ela estivesse deliberadamente tentando envergonhá-la e arrancar seu coração.

Ela fingiu ser fraca e generosa.

— Pietro, estou bem. Não culpe a irmã mais velha. Ela deve ter encontrado algo que a deixou tão infeliz.

Pietro disse friamente:

— Ela não tem coração, então por que ela está infeliz?

— Pietro, não diga isso. Eu também sou uma garota. A irmã mais velha ficará com raiva. Talvez ela tenha acabado de me ver com você.

Hailey fingiu compreender os sentimentos de Audrey.

— Se fosse eu, ficaria com ciúmes se visse meu marido com outra mulher.

Os lábios finos de Pietro estavam franzidos em linha reta e não houve mudança em seus olhos escuros.

Uma frieza arrepiante penetrou em seu coração.

Audrey cerrou os dentes e impediu que todo o seu corpo tremesse.

— Você terminou?

— Audrey, Pietro e eu acabamos de nos encontrar e jantamos juntos. Não há nada entre nós. Não fique com raiva.

Essa explicação era tão pálida. Foi mais como uma provocação para ela.

Audrey respirou fundo e levantou-se.

Quando ela os encarou, sua expressão já era muito boa.

Ela franziu os lábios e disse magnanimamente:

— Senhorita Garret, você está brincando. Se vocês dois realmente se conheceram, é claro que não ficarei com raiva.

A reação dela foi inesperada.

Hailey sorriu levemente e segurou Pietro com mais força.

— É bom que você não esteja com raiva. A Big sister é muito generosa e compreensiva. Não admira que Pietro tenha se casado com você.

Ao ouvir essa zombaria óbvia, o coração de Audrey parecia estar sendo perfurado por agulhas.

Ela permaneceu sem expressão.

— Senhorita Garret, você vem de uma família de prestígio. Você deveria conhecer as regras melhor do que eu.

Ela olhou para seus dedos delgados.

Então, piscou rapidamente.

Hailey recuou e disse cuidadosamente:

— Irmã mais velha, você está certa.

Pelo que sei, a família Garret só tem uma filha. Tenho quase a mesma idade que você. Você pode me chamar pelo meu nome, mas eu realmente não posso me dar ao luxo de ser chamada de irmã Mais Velha. - Disse Audrey.

Os olhos de Hailey estavam vermelhos. Era como se ela tivesse sofrido uma enorme queixa. Ela gostaria de poder ficar com Pietro.

— Eu cresci com o irmão Pietro e sempre o chamei de irmão. Eu estava pensando que, já que você se casou com ele, eu deveria te chamar de irmã mais velha.

Audrey estreitou ligeiramente os olhos.

— Se você realmente o trata como seu irmão, deveria me chamar de cunhada.

O rosto de Hailey estava pálido.

— Eu...

— Chega!

O olhar de Pietro era penetrante e frio.

— Audrey Thompson, quem te ensinou a ser tão agressiva?

Seu coração afundou.

Ele realmente não iria ajudá-la.

Audrey sorriu.

— Isso fere você, Senhor Sartori?

A expressão de Pietro escureceu quando ele franziu os lábios com força. Uma tempestade estava se formando.

Hailey puxou a manga de Pietro e implorou:

— Irmão Pietro, cunhada, a culpa é minha. É tudo culpa minha. Não lutem por minha causa.

Pietro olhou fixamente para Audrey como se quisesse ver um buraco em seu rosto.

No final, seu rosto estava sombrio e seus olhos frios.

— Peça desculpas, Audrey.

Um sorriso frio surgiu dos olhos de Audrey. Mas ele exigiu:

— Audrey Thompson, quero que você peça desculpas!

Ela olhou para o homem com teimosia e frieza, suas palavras sarcásticas.

—Não. Por que eu deveria me desculpar?

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