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Prisioneira De Sangue

Principe Embaixador

Principe Embaixador

Darius Anghel Vasile, jovem Principe Vampiro da Valáquia, filho do Rei Victor Vasile e da Rainha Alba Anghel Vasile, havia sido recentemente nomeado por seu pai para ser o novo embaixador de seu reino com o intuito de propor uma aliança aos humanos. O império Europeu dos Vampiros estava a muitas décadas em conflito entre os domínios e seria sua missão estabelecer a paz entre os territórios compartilhados entre as duas raças.

O enviado oficial anterior não havia obtido nenhum sucesso mesmo após ter várias audiências com o Rei Claudiu Felix. Sendo assim, acreditaram que um emissário nobre traria mais credibilidade para essa questão e o tratado teria mais chances de se tornar realidade.

Era a primeira missão oficial do jovem Principe como representante do magnânimo Imperador Illyrio Harper, e seria de extrema ingenuidade acreditar que ele não estava nervoso, sua confiança em si mesmo estava em jogo, bem como seu futuro como substituto de seu pai para se tornar o próximo soberano de seu reino.

Mais uma vez, uma suntuosa comitiva composta por Darius e cinco de seus mais fiéis subordinados partiram em direção ao palácio do Rei Claudiu para novamente tentar um acordo de paz. O Principe ficou aguardando no jardim enquanto o Rei humano decidia se iria vê-lo, na verdade o monarca estava tentando tornar a espera do vampiro interminável, acreditando que dessa forma o faria desistir de qualquer negociação.

A Princesa Denisa e sua dama de companhia passeavam despreocupadamente pela propriedade sem notar que havia mais alguém ali. Sua figura não passou despercebida por Darius que olhava a tudo e a todos com olhar ávido. Ela era uma menina doce e delicada. Possuía cabelos castanho longos, cacheados, olhos castanhos cor de mel que brilhavam sob o sol como duas pedras de âmbar. Sua fisionomia inocente não era capaz de revelar que já havia completado 18 anos, seu semblante único era tal qual um quadro de um pintor renascentista.

Darius ficou completamente encantado por ela, jamais havia

visto uma moça tão bonita. Teve o ímpeto de ir se apresentar, no entanto, um dos servos de Claudiu o interrompeu.

— Com licença Principe Anghel, Vossa Majestade irá recebe-lo imediatamente.

O Principe hesitou por breves instantes, porém estava ciente de que não deveria deixar seus deveres de embaixador de lado. Preferia acreditar que não faltariam oportunidades para conhecer aquela jovem dama e que se a paz nos reinos fosse estabelecida poderiam se ver inúmeras vezes.

Já diante do Rei, o jovem nobre vampiro tratou de se apresentar sem poupar toda a sua cortesia e seu melhor sorriso.

— Boa tarde Altesa, sou o Principe vampiro da Valáquia, Darius Anghel Vasile e estou aqui como representante da coroa a fim de iniciar a discussão dos termos de nosso tratado de paz que ainda não foi acordado. — Discursou o jovem com gratidão.

— E quais seriam esses termos? Que nossa nação se submeta a todos os caprichos dos vampiros, servindo como gado se encaminhando em fila em direção ao abate? — Indagou o Monarca com agressividade.

— De forma alguma Senhor, nosso Imperador tem grande apreço pela raça humana e entende que os vampiros precisam viver em harmonia com seus semelhantes. — Respondeu de forma resiliente.

— E onde somos semelhantes meu caro? Acredito que está equivocado e que não temos mais nenhum assunto a tratar. Se não tem mais nada a dizer, pedirei que se retire e que retorne para as profundezas das catacumbas de onde você saiu. — Bradou o Rei descontrolado.

O Principe Anghel não estava acostumado com toda aquela grosseria e ficou muito chocado com o tratamento que recebeu. Entretanto pouco lhe importava, tinha uma missão a cumprir e desejava ver aquela bela dama novamente, não permitiria que nada ficasse em seu caminho, muito menos um governante sem nenhuma elegância que não estava preocupado em exibir todas as suas péssimas maneiras.

Resolveu que por hora, juntamente com sua comitiva, deveria partir. Todavia colocaria sua criatividade para trabalhar e certamente iria colocar a prova uma abordagem mais eficiente do que a apresentada anteriormente.

Princesa Denisa

Princesa Denisa

O Principe foi obrigado a retornar ao seu castelo sem nenhuma boa notícia para ofertar ao seu pai. Frustrado com seu fracasso, apenas o vislumbre daquele doce olhar cor de âmbar podia confortar seu coração. Precisava urgentemente de uma ideia brilhante para mais uma vez solicitar uma audiência com o Rei Claudiu.

Sua Majestade, o Rei Victor encorajou seu filho a não desistir nem do acordo de paz, nem da bela e misteriosa moça que ele havia acabado de conhecer. Não havia diálogo entre os reinos então pouco se sabia respeito da família Real da província Valaquiana dos humanos.

A mãe da jovem havia falecido ao dar à luz e o Monarca viúvo, devido ao seu temperamento ácido permaneceu sem encontrar uma nova esposa desde então.

A Princesa era uma moça alegre, simples e cheia de vida. Era completamente diferente de seu pai quanto a forma de se relacionar com os demais, pois era cordial e educada. Sua beleza impar destacava-se dentre as jovens que frequentavam a corte, encantando a todos ao seu redor sem restrições, incluindo o Principe Anghel.

Por vários meses, Darius fez visitas regulares ao reino vizinho sem ao menos trocar uma única palavra com aquela bela jovem, vislumbrava sua amável presença passeando no jardim do castelo sempre acompanhada de uma ou duas damas de companhia, apenas vê-la era suficiente para aguentar todas as afrontas do soberano daquela província.

Os dias foram passando e nenhuma Musa lhe sorriu com nenhuma inspiração para iniciar um acordo ou para ter um motivo para falar com a moça. Decidiu retornar ao reino humano mesmo sem ter nenhuma nova abordagem para apresentar. Acreditava que o Rei Felix aproveitaria cada oportunidade para destratá-lo e zombar dele. Entretanto a vontade de ver aquela jovem mais uma vez era tão caótica que pouco importava o quanto seria humilhado. Comunicou ao seu pai que estava de partida e assim o fez.

O sol estava mais brilhante que o de costume naquela manhã. Seus sensíveis olhos cor de avelã, não estavam acostumados com tanta claridade. Repentinamente seu desconforto sumiu quando pode apreciar aquela bela garota bem na sua frente. Dispensando qualquer formalidade Darius foi se apresentar e não recuaria nem se o próprio onipresente e onipotente Deus surgisse bem diante de seus olhos.

— Bom dia Senhorita. Sou o Principe Darius Anghel Vasile do reino vampiro da Valáquia, estou aqui em missão diplomática para acertar os detalhes de um acordo de paz entre os reinos. Eu poderia me juntar a você em seu passeio pelo horto? — Questionou ele esbanjando charme.

A jovem sorriu tímida fazendo uma delicada reverencia, nunca havia conversado com outo homem que não fosse um dos serviçais ou seu pai. E aquele cavalheiro de cabelos negros diante de seus olhos era muito atraente.

— Me chamo Denisa Felix, sou a Princesa deste reino. Seria um prazer desfrutar de sua companhia Milorde. — Afirmou de forma agradável.

— Filha do Rei Claudiu? — Perguntou surpreso.

— Sim. — Respondeu prontamente.

— Como aquela jovem meiga e educada poderia ser filha daquele ignóbil. — Pensou o Principe receoso.

Todavia não houve tempo para ficar envolto naquela questão, a hora do almoço se aproximava e no intuito de provocá-lo o Monarca também havia o convidado para almoçar sem nenhuma intenção de lhe servir sangue para beber.

O Principe sentou-se à mesa, de forma humilde, tinha consigo a convicção que cada um oferece aquilo que tem de melhor. Seu pai sempre ensinou que deveria tratar a todos com educação sem fazer nenhuma distinção e não deveria de forma alguma fazer algo diferente disso, mesmo que o ambiente estivesse extremamente hostil.

— Não vai comer Principe? Nossa comida não está a sua altura? — Perguntou o Rei com desdém.

— Não se trata disso Majestade... vampiros só se alimentam de sangue... os demais alimentos não têm sabor ao nosso paladar. — Respondeu constrangido.

— Infelizmente não temos sangue para oferecer ao nobre cavalheiro... — Prosseguiu o Rei com seu pérfido teatro.

A princesa sentiu-se mal pelo incomodo ofertado ao convidado. Seu pai sabia que ele só poderia alimentar-se de sangue e ainda assim não havia nem uma única gota em uma taça para oferecer ao Sr. Anghel.

Denisa não aprovou aquela provocação, sentiu-se constrangida e de forma alguma iria compactuar com os planos de seu pai. Decidiu que não ficaria ali para testemunhar aquela total falta de respeito:

— Com licença... perdi o apetite. — Afirmou sem mais exibir seu sorriso habitual.

Darius franziu o senho, o motivo pelo qual estava aceitando todo aquele espetáculo de mal gosto acabara de se retirar da sala de jantar a passos lentos, todavia a ausência da jovem fez florescer uma ideia brilhante em seu coração e não havia por que não colocá-la em pratica imediatamente.

— Majestade, sua filha Denisa é uma bela jovem que está em idade de casar. Eu sugiro que como forma de florescer a paz haja uma união política entre nossos reinos. Eu proponho o casamento da Princesa Felix com o herdeiro do trono em meu reino. — Afirmou o Principe sem fazer rodeios.

— E quem seria esse magnifico herdeiro? — Indagou de forma arrogante.

— Esse que vos fala, eu mesmo, Darius Anghel Vasile. — Decretou triunfante.

— Você deve estar louco Príncipe Darius, eu jamais daria a mão de minha única filha em casamento a um sangue suga de sua laia! — Bradou o Rei perdendo o pouco que lhe restava de sua compostura.

— Sr. Felix... durante meses suportei toda a sorte de desaforos e desdém de sua parte sem nunca perder a compostura ou a classe, todavia suas incontáveis ofensas tornaram-se insuportáveis e não será mais possível aguentá-las calado! Eu declaro oficialmente que nossos reinos a partir de hoje estão em guerra! — Determinou decidido.

Sem mais se estender em dar qualquer explicação o Principe vampiro partiu sem olhar para trás. Estava decidido em tomar aquela jovem como sua esposa e não mediria esforções para obter êxito nessa empreitada mesmo que isso significasse que era necessário iniciar um ferrenho combate em um campo de batalha.

Exército das Trevas

Exército das Trevas

O vampiro retornou ao seu castelo e mesmo após as ameaças de iniciar uma guerra ninguém na corte do Rei Felix ousou impedi-lo de se retirar. Estava determinado, tinha seus objetivos firmemente traçados: formar uma aliança de paz com o reino humano e usar isso como principal pretexto para desposar a princesa Denisa.

Já de volta ao seu castelo, revelou todos seus planos ao seus pais, estava determinado, suas ameaças de guerra não eram vans, estava disposto a fazer o que fosse preciso para alcançar seus objetivos.

O Rei Claudiu zombou das palavras do Principe Vampiro, não acreditou que ele seria capaz de sozinho arquitetar um conflito de tamanha grandiosidade. Sendo assim, seguiu com seus afazeres sem alterar sua rotina, todavia estranhou que as habituais visitas do nobre cessaram abruptamente.

Darius tratou de organizar seus guardas e convocar formalmente os civis andarilhos e puro sangues em idade de lutar no campo de batalha, estava em um ponto onde já não era mais possível regressar. Em poucas semanas, o nobre havia conseguido reunir em torno de 350 soldados e mais 80 homens, vindos de vários cantos da Europa, estavam em viajem com sua chegada programada para os próximos dias para se juntar ao “Exercito das Trevas” como foi honrosamente batizado pelo seu idealizador.

Darius tinha rígida formação militar e tratou de treinar ele próprio seu exército, o Rei Anghel acreditou que seu filho havia ido longe demais, entretanto, não ousou intervir. Há muitos anos estava preparando seu primogênito para substitui-lo como governante e desautorizá-lo desta forma estava fora de questão.

O Principe estava obcecado por aqueles magníficos olhos cor de âmbar, não permitiria que nada se colocasse no caminho que o levaria até eles, e apesar de tentar disfarçar, suas reais intenções eram as mesmas que motivaram a grande guerra de Troia, o amor de uma mulher.

Alguns meses depois que o treinamento iniciou, o Principe considerou que seu exército estava apto a marchar esmagando qualquer um que estivesse em seu caminho, nenhum inimigo seria perdoado, não haveria clemencia. Cego pela ira o Principe Vampiro não estava disposto a retroceder. Sem mais perder tempo os soldados da noite dirigiram-se a passos firmes na direção do poente rumo ao encontro das muralhas do castelo do Rei Claudiu.

— Rei Humano! Eis diante de vós aqueles que irão fazê-lo se curvar perante a superioridade dos vampiros. — Bradou com soberba.

Os sentinelas humanos ficaram paralisados diante da imensidão de criaturas das trevas paradas bem diante de seus olhos, todos munidos com suas reluzentes espadas, colossais escudos e seus anéis solares providenciados e distribuídos a todos em velocidade inigualável. Aflitos trataram de chamar o Rei mais que urgentemente.

— Majestade, sua presença nas muralhas é imprescindível. — Disse o chefe da guarda.

— Isso é algum tipo de chacota? — Gritou o Rei Claudiu aproximando-se das muralhas admirando toda a opulência de seu oponente.

— Acreditou que minhas ameaças de guerra eram um mero blefe? — Respondeu triunfante.

— Maldito vampiro... como ousa? — Balbuciou o nobre entre os dentes.

— Lhe concederei três meses para estruturar seu exército ou renda-se perante nossa superioridade. — Afirmou o jovem Principe triunfante.

— O que? Apenas três meses? — Indagou cada vez mais perplexo.

— Terá que ser o suficiente Rei Claudius Felix. Iremos acampar nas planícies próximas ao seu palácio e aguardaremos que levante seus soldados para a batalha. — Decretou Darius esbanjando arrogância.

O Principe Anghel sempre fora muito cordial e amistoso, porém concluiu depois de muito pesar que sendo humilde e amigável não chegaria a lugar nenhum. Desejava a paz ente os reinos e desposar a Princesa Denisa, seus objetivos só seriam alcançados através da guerra.

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