Eu me chamo Carla 25 anos loira olhos verdes. Quando eu era jovem sonhava em viajar, e conhecer o mundo, e ter uma profissão digna dos meus sonhos, que sempre foi ser uma jornalista famosa.
Trabalhar numa rede de TV, ou jornal de grande porte. Quando somos jovens acreditamos piamente que as coisas que planejamos acontecem num passo de mágica.
Mas tudo mudou quando Mateus apareceu na minha vida. Era tudo de bom. Perfeito rico. Aliás, rico não é milionário. Além de lindo, é claro, que toda mulher gostaria de ter. Bom, quando somos jovens começamos a amadurecer essa ideia obsessiva de que tem que ser assim. E quando acontece fica um vazio na alma porque foi tão fácil conquistar o homem dos sonhos. Sabe aquele homem que desenhamos com a nossa fértil imaginação. E damos espaço à imaginação e acabamos nos decepcionando pelas escolhas que fizemos. Foi isso que aconteceu com a minha vida vazia.
Mas vamos aos fatos. Quando você acha que já ouviu e viu de tudo nessa vida está redondamente enganada. Como toda garota jovem que tem um sonho de ser alguém importante na vida, mergulha sua cabeça nos estudos, dia e noite enfiada em biblioteca estudando tentando tirar a melhor nota de redação.
Porque a obsessão em ser alguém importante na vida faz esquecer de tudo.
infância e adolescência. Eu sempre fui tímida, morria de medo de me apaixonar. Medo porque eu me conhecia bem, eu sabia dos meus limites.
E por causa disso, mergulhei a minha cabeça nos estudos, e nem percebi que eu era notada por muitos rapazes da vizinhanças, e do colégio. Quando algum rapaz tentou se aproximar eu dava uma desculpa que estava muito ocupada.
Mentira minha, era um disfarce ou uma desculpa pra fugir das paixões. Ainda mais que eu era sonhadora e romântica demais. Todos à minha volta me achavam linda. Menos eu, é claro. A minha mãe, que se chama Lúcia, foi, e sempre será minha melhor amiga. E me deu bons conselhos. Na verdade, eu sempre gostei de ser discreta, de nunca querer aparecer como muitas pessoas que eu conheço.
E mesmo sendo uma jovem comportada, sonhava um dia me casar, e ter um belo marido, e ter filhos como toda adolescente sonhadora, e romântica como era meu caso.
CARLA
O tempo passou e eu já era uma mocinha com 23 anos. E conheci um jovem num aniversário de Patrícia, minha prima filha de Bernadete Irmã de meu pai. Éramos muito amigas e cúmplices. Eu e ela dividimos tudo, uma não escondia nada da outra.
Éramos confidentes em tudo que acontecia nas nossas vidas. E quando uma estava triste, a outra consolava. O jovem que apareceu na minha vida se chamava Mateus 25 anos, alto musculoso, barba preta bem aparada moreno, cabelo preto estilo árabe, lindo de morrer. Era esse o comentário de todas as garotas das redondezas que suspirava quando ele passava de carro, com os amigos dele.
E pelo que eu fiquei sabendo ele era muito assediado por todas as mulheres. Eu nunca reparei muito nele. E quando ele se aproximou de mim querendo saber onde eu morava, o que eu fazia. Queria saber tudo da minha vida. Eu achei estranho ele ser um rapaz assediado querendo saber tanto de mim. Nunca me passou pela cabeça que eu tivesse alguma chance com ele. Toda vez que eu fugia dele, fiquei sabendo que ficou arrasado. Eu não acreditava muito que ele estivesse interessado em mim. As minhas amigas estavam incrédulas com os foras que eu dava nele. A Patrícia me deu uma bronca daquelas.
— Eu não acredito que você está fugindo desse gato charmoso? — Falei olhando firme pra ela.
— Olha bem pra mim. E me diz se eu tenho alguma chance com ele?
— Porque você acha que não tem chance com ele?
— Porque ele é bonito, pode ter a garota que ele quiser. Com certeza comigo ele só quer se divertir e depois jogar fora como ele faz com todas as garotas que se apaixonaram por ele.
— E Carla continuava fugindo dele como o diabo foge da cruz. Não era dele que ela fugia, e sim dos seus medos. Medo de se apaixonar, medo de perder o controle, medo de se perder pelo caminho e nunca se encontrar novamente com ela mesma. Ela se conhecia bem. Sabia dos seus limites, e não queria dar o passo maior que a perna, como se diz na gíria popular. Era saudável, cheio de vida, e energia. Gostaria de mergulhar sua cabeça em grandes paixões, mas também sabia que era um caminho muito perigoso.
Já leu livros a respeito dessas paixões desenfreadas que sabia onde parava. Carla tinha a seguinte opinião de como é se entregar a uma grande paixão. É como mergulhar de um precipício sem saber o que está no fundo do oceano. E se não souber nadar pode morrer afogado. Os esportes radicais de que as pessoas gostam de sentir adrenalina na pele para encontrar motivos para viver, é assim mesmo. Mas para isso exige treinamento técnico, e físico. E mentalmente estar preparado para todos os riscos.
Seja pela vitória como pela derrota. Era assim que Carla pensava. Tinha essa personalidade de mostrar ser frágil e tímida para se defender da cobiça do sexo oposto. Ela sabia que o seu jeitinho despertava desejo nos homens. Ela conhecia bem o atalho para um grande sonho, mas também para um grande pesadelo, conhecia bem os seus limites. E sabia que Mateus era um jovem envolvente sedutor que chamava atenção de todas as mulheres por ele onde passava.
Ela não estava disposta a passar por esse constrangimento de toda hora ter que avisar as concorrentes que ele tinha dona. Ela imaginava a cena.
A descrição de Carla era intacta. Ela não gostava de fazer algo para chamar atenção. Gostava de ficar na dela. Isso não quer dizer que ela não observava as coisas ao seu redor. Sim ela ficava atenta em tudo. Tinha sua opinião formada, mas preferia ficar pra ela. Não gostava de ficar comentando algo que ela guardava para si mesma.
Ela se conhecia bem, sabia que dentro dela existia um vulcão prestes a explodir. A festa terminou e ela foi embora saindo pelas portas dos fundos sem se despedir de ninguém. Havia dito para a sua amiga que ia ao toalete. Mentira! Era uma boa desculpa para fugir do assédio de Mateus que não aceitava uma desfeita de mulher alguma. Quando soube que ela foi embora ficou arrasado. O seu ego e a vaidade de machão conquistador foram atingidos violentamente.
Nunca havia passado por uma situação semelhante. Estava acostumado com as mulheres correndo atrás. Tanto é que estava cansado de tanto assédio feminino. Quando conheceu, Carla sentiu algo diferente. Era algo especial, não queria mais levar aquela vida de aventureiro e de ter uma mulher a cada esquina.
Tinha 25 anos, dois a mais que Carla. Queria sossego e não pensava em se casar, longe disso. Só queria ter uma bela namorada e curtir a vida a dois, dividindo os bons momentos. E desfrutar os prazeres da vida. Mateus era um homem atraente e alto descendente de árabe usava barba aparada cabelos pretos penteados pra cima sorriso largo que encantava qualquer mulher, voz grossa, e suave.
Olhos castanhos cor de mel. Empresário bem sucedido, um bilionário descendente de árabes que moravam na cidade do Rio de Janeiro. Ele sabia que era um dos homens mais cobiçados. Queria mudar seu estilo de vida. Com Carla foi diferente quando a viu pela primeira vez. Ela era linda e cheia de charme. E quanto mais ela fugia dele, mais aumentava o desejo por ela. E isso deixava ele confuso.
Não sabia se era amor à paixão, ou tudo não passava de um capricho. Ou quem sabe seu ego e vaidade foi atingido violentamente. Afinal de contas estava acostumado com assédio feminino, e nunca foi rejeitado por nenhuma mulher, desde a sua existência. Cercado por muitos amigos. Tinha charme, beleza e bem sucedido, mas também estava cansado dos agitos da noite, e bebedeiras.
Estava melancólico após conhecer Carla naquela festa da melhor amiga Patrícia. Era orgulhoso e não queria admitir pra ele mesmo que de fato estava amando com todas as forças do seu coração. Precisava criar uma oportunidade para encontrar ela novamente e tentar conquistar a confiança dela.
Mateus.
Há momentos na vida que tudo se torna cansativo, e enjoativo na vida de um homem. Eu cheguei nesse patamar. Já vivi todas as aventuras possíveis. Nunca fui de fugir de uma boa aventura, me envolvi com diversas mulheres, uma mais linda do que a outra, mas que nenhuma conseguiu atingir o meu emocional a ponto de querer algo mais sério. Fazia bem para o meu ego, mas tudo parece artificial demais para a minha vida. Por mais que o ego e vaidade sejam preenchidos, mas que dura aproximadamente uma semana e depois esqueço.
Cansei de ver mulheres se humilhando por uma migalha de atenção a ponto de me ligar de madrugada querendo saber o que eu estava fazendo, e com quem eu estava? Como se eu tivesse a obrigação de dar alguma satisfação a elas? Mas como se eu nunca prometi nada? Sempre fui sincero com elas, quais eram os meus objetivos. Nunca fui um homem de fazer promessas vazias e não cumprir, longe disso.
Meus amigos reclamam que eu sou muito insensível a ponto de machucar os sentimentos delas. Quando na verdade nunca pedi em casamento e muito menos em namoro. Elas aceitaram meus convites para irem ao meu apartamento. E o que rolava era bebida e sexo, é claro, depois parava por ai. Elas se iludiam pelo fato de eu ser carinhoso e atencioso, é claro eu dava muito prazer, nunca a tratei como mulher qualquer.
E sim como mulher de carne. Nunca quis saber se eram solteiras ou casadas. Até porque não me interessava. Vou deixar bem claro que nunca fui cafajeste, ou gigolô como muitas reclamam. Não entendo essas mulheres lacradoras que vivem reclamando que homens de hoje em dia são ruins de cama, que não são atenciosos? E quando aparece alguém que leva elas à loucura na cama dando o máximo de prazer.
E se apegam e cobram compromisso quando na verdade eu dei a elas, o que procuram a vida toda, prazer de sair lágrimas. E depois me culpam por eu não ter prometido casamento quando na verdade sempre fui sincero, em dizer que elas eram lindas, cheirosas e gostosas. E de fato eram, mas isso não quer dizer que eu queira compromisso.
CARLA
De tanto ele insistir acabei aceitando o convite de ir há uma praia com ele. Até porque jamais eu aceitaria ir no apartamento dele onde é o matadouro, como todas as mulheres costumam dizer. Muitas delas me falaram que ele é bom de cama! Eu com isso? Não estou interessada em aventuras. A minha cabeça está cheia de planos para o futuro, estudar e me formar em jornalismo. É meu sonho desde criança.
Quando eu concluir os meus estudos e estiver formada, e ter um emprego digno, aí sim vou pensar em divertir-me e fazer o que bem entender, o que eu quero da minha vida. É claro que não é uma desculpa para me envolver em relacionamentos. Acredito que não. Realmente eu não estava interessada em homem algum. É bem verdade que ocasionalmente eu sentia falta de alguém para conversar, e trocar ideias. Mas infelizmente estava difícil encontrar algum homem que quisesse apenas amizade, a maioria deles que tentei ter uma relação de amizade acabavam se apaixonando por mim.
Não sei o que eles viam em mim. Na verdade, eu nunca me achei bonita como muitos me falavam. Sou o tipo de mulher que quero que goste de mim assim como eu sou transparente, e pelas minhas qualidades, e não pela beleza.
Porque a beleza acaba, mas o conteúdo não. Resolvi dar uma chance ao Mateus para saber até que ponto ele tinha boas intenções comigo. Sem envolvimento, é claro, queria distância dele. Até porque eu não acreditava em nada no que ele dizia. Ouvia por um ouvido e largava por outro, como se diz na gíria popular. Mesmo eu achando ele lindo de morrer, ele não precisava saber. Até que foi divertido estar na praia com ele.
Voltamos da praia, eu vim pra casa, e ele foi pro apartamento dele, e eu seguindo a minha vida monótona de sempre, enfiando a minha cabeça nos estudos e concentrando as minhas ideias em meus objetivos. Passada uma semana ele me convidou para ir num parque. Então tive que dar o braço a torcer, realmente ele estava disposto a me conquistar.
Mesmo eu sentindo atração por ele, fazia questão de esconder. Hipótese alguma queria que ele soubesse da minha fraqueza. Eu sabia que estava no caminho certo. No bairro onde eu morava não se falava outra coisa, diziam que era um romance de contos de fada. Sim porque ele era rico e bonito, o mais cobiçado das redondezas, sendo que as mulheres brigavam a tapa para conquistar o galã do momento.
Além dele ser filho de família descendente árabe que moravam em Dubai, Emirados Úmidos. Um dos países mais ricos do mundo. Eu seguia a minha vida e não estava nem ai pelo que as pessoas falavam ou deixavam de falar a meu respeito. Eu sabia que esse interesse de Mateus por mim fez surgir intrigas e inveja de muitas mulheres que estavam interessadas nele. Então imagina como estava a minha cabeça. Ele também sofria preconceito por parte da família dele, e dos amigos que debochavam por ele estar apaixonado por uma suburbana que estava se tornando difícil. E para o orgulho de machão conquistador era quase fatal. Eu não estava nem aí para os comentários dos fofoqueiros de plantão.
E para dizer a verdade eu não sou como as outras que se estivesse no meu lugar com certeza estariam se divertindo com a situação se julgando a melhor de todas. Não era o meu caso. Eu sempre me mantive com os pés no chão. Queria ser alguém importante na vida com meu trabalho e esforço sem precisar pisar em cima de ninguém.
Era esse o meu plano de estudar, me formar, e ser independente. Minha mãe sempre dizia que eu era muito nova para assumir a responsabilidade adulta quando eu ainda era uma adolescente, e agia como uma mulher adulta de 25 anos. Talvez eu estivesse à frente do tempo. Era o que todos comentavam. Mas o que eles não sabiam era que eu usava isso como desculpa porque eu me conhecia bem, porque a vontade que eu tinha era de me jogar nos braços do Mateus .
Talvez eu ame muito mais do que eu suponha. Mas me sentia insegura ainda para tomar uma decisão. Até onde eu ia aguentar não sabia o certo. A minha amiga estava inconformada por eu estar agindo assim dispensando um dos maiores partidos que ela conheceu em toda a sua vida.
O que ela não sabia era que de fato eu estava interessada nele, mas ela não precisava saber. Se não ia vir com aquele papo de que eu não podia perder a oportunidade de deixar escapar a chance de ter o homem mais bonito que ela conheceu, e sem contar à inveja que isso poderia causar. E por mais que eu amasse a minha amiga, mas que eu sabia o quanto ela gostava de uma fofoca, e com certeza ela ia espalhar pra todo mundo que eu estava apaixonada pelo ricaço árabe.
E se existia uma coisa que eu odiava era quando o meu nome ficava de boca em boca. Era um assunto meu. A minha mãe me conhecia bem e por isso que ela não se metia muito na minha vida. E sabia como eu era. Eu sempre fui discreta. E não gostava de aparecer muito. É claro que eu precisava mudar esse meu jeito de ser, e parar de ser bicho do mato.
Ainda mais que eu pretendia ser uma jornalista, e isso podia muito atrapalhar o meu desempenho profissional. Jamais ia conseguir um emprego. E se conseguisse com certeza não ia ficar um mês no emprego. E pensando assim comecei analisar melhor o meu comportamento. E quem sabe dar uma chance pro Mateus .
É claro, que eu estava com os pés no chão para não levar nada a sério com ele. E fui dando corda para saber até onde ia as intenções dele. Por mais atraída que eu estivesse por ele. Mas sem essa de ir para cama. E isso ele não ia conseguir. Agindo dessa forma, fui surpreendida com um pedido de namoro.
Relutei, mas acabei a aceitar, mas agindo do mesmo jeito de fazer jogo duro, eu sabia o chão que eu estava pisando. Não ia-me entregar de bandeja como outras mulheres faziam. Três meses depois, fui surpreendida novamente. E desta vez a coisa era séria mesmo. Ele foi a nossa casa conversar com os meus pais e pediu-me em casamento. E queria casar comigo o mais urgente possível. Nem os meus pais acreditaram muito, imagina eu
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