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A BABÁ REFÉM DE UM CONTRATO

CAPÍTULO 1

Uma tarde ensolarada, Sabrina costumava ir passear num parque perto de onde ela morava. Entrou num Bar lanchonete. E pediu um pastel para comer, comeu e veio na sua direção o garçom.

— A senhora deseja mais alguma coisa? — perguntou o garçom.

— Senhora é sua mãe! Por acaso eu tenho cara de velha? Garçom folgado.

— Perdoe-me, eu não quis lhe ofender. Falei por respeito.

— Está bem. Por favor, me traz a conta?

— Sim, senhorita.

— Assim está melhor, mas que seja última vez, porque se não, não coloco mais os pés nessas pelancas.

— Mais uma vez eu peço perdão. Aqui está sua conta. — Sabrina pagou a conta de um sanduíche que comeu e uma cerveja que bebeu, e saiu andando pela calçada.

O dia estava lindo, e ela estava de folga e não queria voltar tão cedo para o pequeno apartamento. Era uma tortura viver naquele canto pequeno, e torturante viver sozinha, com as lembranças que atormentaram demais. Não tinha nada pra fazer. Pessoas estranhas caminhando apressadas.

Talvez o estresse dos dias insuportáveis do cotidiano. Para quem estava acostumada com a tranquilidade de uma cidade pequena, estava lhe deixando neurótica. Seu peito ardia misteriosamente, achando que ia ter um infarto. Não sabia ao certo se foi a cerveja que não caiu bem.

Quando ela deparou com uma cena que fez estremecer as suas pernas, e vendo as pessoas assistindo e não fazendo nada para salvar uma criança de uns três anos, aproximadamente que estava tentando fugir de uma mulher que ela não sabia se era mãe ou a babá?

Ela puxando pelo cabelo e as pessoas invés de fazer alguma coisa ficavam olhando, e alguns filmando, com certeza para ganhar dinheiro colocando nas redes sociais.

Aquilo revoltou que não deixou Sabrina ficar de braços cruzados. Foi correndo na direção das duas e quando a tal mulher levantou a mão para bater, Sabrina segurou firme que quase quebrou o braço da mulher maluca.

— Não ousa tocar nessa menina se não! — Disse Sabrina rangendo os dentes de ódio.

— Se não, o que? Sua maluca acha que com quem está se metendo? Disse a mulher furiosa.

— Quem eu sou pouco importa, mas se levantar esse braço eu quebro! — Segurando firme que ela não conseguia se mexer. Não sei de onde veio tanta força que quase quebrou o braço da mulher maluca. A menina estava assustada que veio pro lado dela. E Sabrina disse:

— Ela não vai te bater mais. — Todos vieram na direção dela batendo palma como se ela fosse uma heroína.

Sabrina não entendeu porque estavam fazendo isso, quando eles deveriam ter feito alguma coisa, e ela teve que tomar iniciativa e salvar aquela criança que dá aquela maluca que não sabia quem era.

A menina deveria ter uns 3 anos de idade. E aquela mulher descabelada, e louca diga se de passagem, pegou pela mão e levou para casa. Ela chamou um táxi e foi embora. Sabrina sem entender porque tomou aquela atitude tão desesperadamente vendo aquela menina apanhando de uma adulta.

Algo que o fez voltar lá no passado. Algo que ela não queria lembrar, e tentava esquecer, mas o passado não parava de persegui-lo. A cada lugar que ela ia ao passado estava presente na sua vida.

Uma mulher que estava presente disse que briga de marido e mulher não se mete a colher, ou briga de mãe e filho é a mesma coisa. Deixando a Sabrina furiosa.

— Para mim isso não é bobagem, na minha frente ninguém vai bater numa criança, posso ser um bicho do mato, mas eu tenho um coração, achei uma injustiça.

E todos ficaram assistindo como se tudo fosse normal. Lá na sua terra jamais isso ia acontecer, é só na cidade grande que acontecem essas coisas. Pensava ela. Que estava deixando o estômago dela embrulhado com tanta coisa estranha acontecendo. Ela não admitia uma criança apanhar de adulto. Para ela isso era uma covardia.

Ela esperava que isso nunca mais acontecesse na frente dela. Porque se acontecer ela não se responsabiliza pelos seus atos. Aquela mulher ficou marcada na mente dela. Que ficou com tanto ódio, tanto ódio, e a raiva que custou passar.

Ela voltou para aquele mesmo bar para beber mais algumas cervejas para se acalmar. E tremia igual uma folha verde de tão nervosa que estava.

Aquela menina linda de cabelos loiros, e olhos azuis, lembrava alguém? Só não conseguia decifrar de onde poderia ter conhecido.

Então ela lembrou da filha que talvez pudesse ser. Precisava esquecer isso, não podia pensar toda hora que fosse sua filha. Depois de ter bebido mais uma cerveja, comeu mais um sanduíche. E dessa vez não brigou com o garçom, porque ele sabia com quem estava lidando.

Ele viu que ela estava nervosa, e também tinha visto a cena, o fato dela ter defendido aquela criança daquela mulher maluca, pelo contrário ele agradeceu e falou.

— Parabéns, você ganhou o meu respeito!

— Porque você está dizendo isso?

— Porque nunca na minha vida eu vi alguém defender uma pessoa que você não conhece, acredito que ainda existem pessoas boas. E você é uma delas, estou admirado.

Mesmo o garçom elogiando, ela ainda estava muito tensa, e muito nervosa. As mãos tremiam, e não conseguia nem segurar o copo de cerveja que ela estava bebendo, bebeu mais duas cervejas.

Aquela menina não saía da sua cabeça, ela estava angustiada, aquilo estava lhe perturbando, com a cena que acabou de acontecer diante dos seus olhos .

O xis que ela tinha pedido acabou, e deixou no prato, nem conseguiu comer, e nem tinha como comer, perdeu o apetite, as coisas que aconteceram na vida dela, cada dia era uma coisa diferente. Ela ficou se perguntando. "E, amanhã o que vai acontecer novamente? Meu Deus!

CAPÍTULO 2 TRÊS ANOS ATRÁS…

Sabrina e Ana duas amigas inseparáveis que uma completava um vazio profundo na alma uma da outra. Elas não podiam contar com mais ninguém além delas mesmas. Embora cada uma com situações bem diferentes uma da outra. Ana nasceu na cidade grande e tinha mais conhecimento sobre os costumes e pessoas, que eram diferentes das pessoas que nascem em cidades pequenas. Como foi o caso de Sabrina.

Vindo do interior perdida buscando espaço na sociedade. As duas se conheceram por um acaso do destino. Morando juntas num humilde apartamento. Então as duas colocam a conversa em dia após mais um dia cansativo de trabalho.

E Sabrina estava sufocada, precisava desabafar com alguém. E Ana percebeu angústia no rosto de Sabrina. E resolveu perguntar o que aconteceu.

— Por que você está triste, minha amiga?

— Há tantas coisas que não sei por onde começar, mas sinto que estou precisando te contar, você vai achar que é coisa de filme, mas infelizmente não é.

— Diga-me o que aconteceu? Desde que te conheci eu te vejo triste, nunca te vi com um sorriso no rosto. Eu sinto que você está escondendo algo muito sério, seria melhor me contar quem sabe eu posso te ajudá-lo?

— Impossível me ajudar. É coisa minha, é melhor deixar assim, só quero chorar um pouco, será que posso?

— É claro que pode.

— Para falar a verdade, preciso te contar um segredo, que eu queria guardar comigo. Tem coisas minhas do passado que não vale a pena contar. O passado é só tristeza. E dolorosas lembranças que só de pensar fere muito a minha alma, mas preciso desabafar antes que eu enlouqueça de vez.

— Então me conta, você pode confiar em mim, assim como eu confio em você. — Sabrina respirou fundo e contou a sua história.

— Conheci um rapaz por quem me apaixonei, só que namorávamos escondidos.

— Mas por que namoravam escondido?

— Bom, aconteceu em uma pequena cidade do interior onde eu nasci, distante da cidade grande onde eu estou morando.

— Você pode me dizer o que aconteceu de tão sério? — Sabrina respirou fundo, e entre lágrimas contou a sua história. Então, com um lenço, Ana enxugou os olhos dela. Foi muito difícil Sabrina abrir seu coração para uma pessoa que pouco conhecia. Mas era a única amiga que ela conhecia.

— Na época éramos muito jovens, ele tinha 19 anos e eu 17.

— Sim, mas e daí qual é o problema namorar jovem? Isso é normal, o que mais acontece aqui na cidade grande.

— Sim, de fato, lá também é normal, só que lá tinha um porém!

— E que porém era esse?

— O nosso amor era proibido, hipótese alguma os pais dele, e os meus pais podiam saber que nós estávamos juntos. Eles jamais iriam concordar

— Hum! Quer dizer que sua família é rica e o rapaz era pobre, é isso? Tipo Romeu e Julieta, coisa assim?

— Mais ou menos, tipo Romeu e Julieta, mas não era em sentido de diferença social. Meus pais até que eram bem de vida, aliás, as duas famílias eram poderosas. Naquela cidade eles tinham domínio de toda a região, além de serem poderosos, eram inimigos declarados. E concorrentes comerciais, e na política.

A cidade tinha 6 mil habitantes, e era dividida por causa da política. De lado um havia um partido do outro lado outro. Era uma disputa ferrenha por qualquer pedaço de chão, por cada eleitor em época de eleição. Imagina eu namorando o filho do maior inimigo do meu pai?

— Nossa! Parece coisa de filme? Eu jamais poderia imaginar que no interior acontece essas coisas?

— O pior que acontece. É como eu disse, que se eu contar vai parecer coisa de filme, mas é real.

— Nossa amiga! Mas e daí o que aconteceu?

— Ninguém na cidade sabia que nós estávamos juntos há muito tempo. Só que numa dessas eu estava numa festa de casamento de um primo nosso, bebi demais porque descobri que o Raul, era esse o nome dele. Ia estudar nos Estados Unidos. Ele tinha me falado que era o grande sonho dele, e que a qualquer momento estaria embarcando.

E eu fiquei sabendo quando ele me ligou e disse que assim que conseguisse me ligar, ele ligaria. Então, naquela festa de casamento tudo perde sentido sem ele por perto, e toda vez que eu lembrava dos nossos beijos, e nossos encontros quentes, e toda vez que nós fazíamos amor era uma loucura. Então eu comecei a beber.

E não parava mais, eu passei mal, e meu pai ficou preocupado, meus irmão, e minha mãe. E me levaram para um hospital. Eu estava desmaiada, e quando acordei estava num quarto de hospital sem saber o que estava acontecendo. Na verdade, eu não lembrava de mais nada.

Meus pais estavam preocupados segurando a minha mão. A minha mãe achando que eu estava com leucemia pela minha magreza. Porque ultimamente eu não comia direito. Ela constatou que havia alguma coisa errada, mas jamais passou pela cabeça o que realmente estava acontecendo comigo.

— O que aconteceu?

— Meus pais estavam ansiosos esperando a chegada do médico para saber o resultado dos exames. Quando o médico entrou, ficou olhando para todos eles, que estavam na expectativa. A minha mãe preocupada achando que eu estava com leucemia, e meu pai querendo saber o que tinha acontecido comigo. O médico fez um suspense.

— Fala doutor, por favor, o que está acontecendo com a minha filha? Disse meu pai. — Pela cara do médico eu vi que a coisa não era boa. Me passou muita coisa ruim na minha cabeça! Será que eu estava doente mesmo? Que eu estava com uma doença infecciosa.

— Fala doutor, por favor, que está me deixando ansiosa, falei para ele. — Ele sentou perto de mim e soltou a bomba.

— Na verdade não sei se é uma boa, ou má notícia!

— Desembucha, doutor! O que a minha filha tem de tão grave? Falou meu pai nervoso.

— Está bem, vamos ao que interessa. Sua filha está grávida de dois meses! — Para o espanto de Ana.

— E ai amiga, o que aconteceu?

— Bom, na verdade parecia que estava acontecendo o apocalipse, meu pai teve um desmaio, passou mal e caiu. Ele ficou uns minutos desacordado, minha mãe levantou da cadeira e ficou olhando pela janela e não falou nada. Meus irmãos também, parecia que era o fim do mundo. Ou a terceira guerra mundial.

CAPÍTULO 3

— E depois o que aconteceu, minha amiga, me conta essa história?

— Eu entrei em Pânico.

— Como assim eu grávida?

— Sim senhorita, eu lhes garanto que a senhorita está grávida! Os testes foram feitos comprovam que de fato está mesmo grávida. E o seu estado físico é causado por uma gravidez. E pelo que vimos, são dois meses de gravidez aproximadamente.

— Meu Deus, como isso é possível eu com 17 anos, e agora como vai ser? Eu não posso dizer quem é o pai. Ele viajou para os Estados Unidos e nem vai saber. E nem pode saber. Que história eu vou inventar para os meus pais?

— E seus pais como eles agiram quando souberem disso? — Perguntou Ana.

— Da pior forma, imagina. Meu pai passou mal, minha mãe ficou uns dias sem falar comigo, meus irmãos nem olhavam para mim. E queriam uma explicação. Eu tive que criar uma história que eu fui numa festa e bebi demais, conheci um cara sei lá da onde e nem lembrava o nome. Eles queriam me obrigar a dizer o nome do pai. Imagina se soubessem que quem era o pai aumentaria mais a guerra que havia entre as duas famílias.

— E depois o que foi que aconteceu?

— Meu pai acordou do desmaio que teve, imagina o que aconteceu.

— O que aconteceu?

— O médico me liberou dando alta e fomos pra casa, aí imagina a cena. Meu pai entrou no meu quarto e queria saber se era verdade o que o médico havia dito.

— O que? Como assim? Grávida?

— Eu não sei como isso aconteceu, papai!

— Há, não sabe? Eu quero saber como isso foi acontecer? — Até eu mesma estava buscando uma resposta, a minha mãe queria saber quem era o pai do bebê que eu estava esperando.

Filha, somos só nós duas, me conte tudo o que foi que aconteceu? E quando? Quem é o pai? Na sua mãe você pode confiar.

— Mãe, eu juro que não lembro. Quando eu lembrar eu conto.

— Trate de lembrar quem é porque você sabe como é seu pai, ele não vai descansar até descobrir quem fez isso com você.

— Eu sei, mamãe. Eu estou falando a verdade, estou tentando lembrar quando foi que aconteceu. — Eu estava desesperada porque eu sabia o que estava por vir. Meu pai ficava andando de um lado pro outro buscando uma resposta minha mais convincente. E me olhou com mais ódio ainda.

— Sua irresponsável, inconsequente, você sabe o que está fazendo com a nossa família? Não foi isso que eu te ensinei malcriada, rebelde. Como é que você vai criar essa criança? Você tem apenas 17 anos. E quem foi o indivíduo que te engravidou? Fala quem foi o responsável que te engravidou? Ou eu te arrebento? — Disse ele vindo na minha direção com um cinto de couro que ele usava quando queria castigar seus filhos.

No interior é assim que funcionam as coisas quando um pai quer impor disciplina em seus filhos. Com cinto na mão querendo me bater. Eu estava desesperada porque não sabia o que dizer.

— Pai, eu não me lembro quem foi. Eu bebi demais, eu acho que desmaiei.

— É, e você acha que vou acreditar nessa história absurda, você desmaiou aí engravidou do espírito santo? Era só o que me faltava. Vai me dizer quem é irresponsável, se não eu te arrebento!

— É um rapaz que eu nunca vi, diz ele que se chama Maurício. A gente começou a dançar e a conversar e eu comecei beber demais, e depois não me lembro mais do que aconteceu. — Foi o que veio à minha mente. Nada que eu dissesse iria convencer ele, que eu bebi demais. Eu nunca vi meu pai com tanto ódio de mim. Eu gritava para que ele não fizesse isso.

— Não, papai não me bate por favor. — Mas nada adiantou, quanto mais eu gritava mais ele me batia.

— Tudo bem, você não vai dizer quem fez isso vai continuar insistindo nessa mentira absurda de que bebeu demais e desmaiou, e não se lembra de nada, mas você não vai ter esse filho, a gente vai dar um jeito de tirar esse bebê. Vamos te mandar para capital, e vamos te levar numa clínica particular e você vai fazer um aborto. — Eu entrei em pânico. Entre as lágrimas que desciam dos meus olhos.

— Fazer aborto? Como assim? De jeito algum! Eu vou ter esse filho! — Falei para ele. Nem que eu tenha que morrer por isso. — Ele levantou o braço para me bater quando ele ouviu um estalo. Era mamãe com revólver apontado para ele.

— Se bater mais uma vez eu te mato! — Meu pai ficou paralisado, ele nunca viu a mamãe daquele jeito.

— Abaixe essa arma! Você não teria coragem de atirar no seu marido, pai dos seus filhos?

— Experimente mais uma vez bater na minha filha pra ver o que acontece! — Ele se afastou e foi até a janela do quarto olhar se não havia ninguém espiando. Depois voltou um pouco mais calmo tentando se justificar porque estava fazendo isso.

— Eu não queria fazer isso, eu nunca fui bater na minha filha, só que eu estou desesperado. O que as pessoas vão pensar de nós? Com uma filha que tem 17 anos grávida sem saber quem é o pai. É normal um pai estar desesperado.

— Eu também estou nervosa, mas bater vai resolver alguma coisa? Será que não dá para conversar com a sua filha? Conversando, a gente resolve. — Ficou um silêncio no quarto sem ninguém dizer uma palavra. Minutos depois meu pai perguntou mais calmo

— Você tem certeza que quer ter esse filho? Eu balancei a cabeça ainda com lágrimas nos meus olhos.

— Sim papai?

— É mesmo? E você vai ter condições de criar essa criança sozinha?

— Como assim sozinha?

— É isso mesmo que você ouviu.

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