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A Conquista

Cap. 1

_Gabi... Gabi... acorda filha. Gabi? Helena foi ao quarto chamar a filha que tinha um compromisso importante naquele dia.

_ Só mais cinco minutos mãe… Falou Gabi sem abrir os olhos ignorando a mãe e o despertador do celular que soava alto. Ela amava dormir.

_ Gabriele! Chamou Helena levantando o tom da voz fazendo a filha quase pular da cama. _ Por acaso se esqueceu da sua entrevista? Perguntou a mãe fazendo Gabi arregalar os olhos.

_ Verdade, hoje é o dia da entrevista. Falou se levantando da cama indo correndo para o banheiro, estava atrasada e precisava se arrumar.

Gabrielle, carinhosamente chamada de Gabi, é uma jovem e talentosa arquiteta. Seus olhos brilham quando o assunto é arquitetura, refletindo a paixão que ela nutre por sua profissão.

Com um sorriso contagiante que ilumina qualquer ambiente, Gabi transmite uma energia positiva que é impossível de ignorar.

_ O que eu visto para a entrevista? Perguntava-se olhando para as suas roupas no closet, ainda indecisa, sendo que no dia anterior já tinha experimentado quase todas as roupas buscando o estilo ideal para a entrevista de emprego, queria causar uma boa impressão.

_ Filha, não vai sair se comer... Gabi descia as escadas apressada quando foi chamada pela mãe.

_ Eu estou atrasada mãe…

_ Sente-se, como vai se sair bem na entrevista com o estômago vazio? Gabi não pode discordar da mãe,  mas comeu o mais rápido possível pensando na entrevista.

_ Parece que essa entrevista é muito importante para você. Helena ajeitou o cabelo da filha.

_ Sim mamãe, se eu passar nesta vou trabalhar em um dos melhores escritórios de arquitetura do país, talvez o melhor. O Donat arquitetos é associados, ganhou todos os concursos de arquitetura nos últimos três anos.

_ Sempre pensei que você queria ter o seu próprio escritório. Sabe que o seu pai e eu podemos te ajudar financeiramente, fazer a indicação de clientes.

_ Claro que eu quero, e sei que vocês podem me ajudar, mas não me sinto preparada, tem um ano que eu me formei, e eu tenho apenas 24 anos. Antes de ter o meu próprio escritório eu quero ganhar mais de experiência, e isso eu só vou conseguir trabalhando com outros profissionais.

_ Entendo. E nesse escritório você vai fazer os projetos, ou vai ser como no seu outro trabalho, só desenvolver os projetos de outros arquitetos.

_ A vaga é para assistente de projetos, e provavelmente no inicio, eu não vou ter autonomia para fazer projetos e assina-los, mas eu vou mostrar o meu talento e vou conseguir uma vaga de trainee ou de arquiteta associada, então vou começar a ter os meus clientes e a fazer os meus próprios projetos. Falou dando um beijo na mãe antes de sair. _ Me deseje sorte.

_ Essa vaga já é sua. Disse Helena que conhecia o talento e determinação da filha.

Quando saia do condomínio onde morava, Gabi passou lentamente em frente a casa pela qual ela era apaixonada. A casa inacabada, ficou a venda durante muito tempo, e Gabi sempre sonhou fazer o projeto de reforma do imóvel.

_Alguém chegou antes de mim… Reclamou vendo as obras de reforma do imóvel entrarem na fase final, mas Gabi reconhecia, que o projeto de reforma que estava sendo feito valorizava ainda mais o imóvel.

No inicio da entrevista, os candidatos foram informados que a vaga seria para trabalhar diretamente com Enrico Donat, o fundador do escritório, o que causou um alvoroço entre os candidatos. Também foi informado que processo de seleção seria composto de várias etapas e duraria o dia inteiro, e que vaga em questão, foi aberta devido a promoção do assistente de Enrico passou a que fazer parte do quadro de arquitetos da empresa. E essa informação deixou Gabi ainda mais empolgada, que já imaginava que o mesmo aconteceria ela.

Gabi avançou com facilidade em todas as etapas, e a etapa final aconteceria depois do almoço, e contava com a participação de cinco candidatos, incluindo Gabi, que era a única mulher entre eles que olhavam para ela de forma diferente.

_ Gabriela, não é? Perguntou um dos candidatos.

_ Sim, por quê?

_ Depois do almoço vai começar a última etapa do processo seletivo, mas eu quero te dar um conselho, não perca seu tempo, a vaga vai ficar com um de nós. Falou se aproximando de Gabi. _ Então você não precisa voltar...

_ Serio? Eu pensei que você fosse um arquiteto, mas pelo visto eu me enganei, você é um vidente. Respondeu Gabi que tentou não se incomodar com aquele comentário.

_ Eu não sou vidente, mas eu li na folha mão da avaliadora os requisitos para a vaga de assistente do Enrico Donat, e estava grifado, assistente do sexo masculino, e você, mesmo sendo bonita como é, não se encaixa no perfil. Falou olhando para Gabi de uma forma que a deixou incomodada.

Gabi, mesmo diante do comentário desagradável do colega, manteve a compostura e decidiu não deixar que isso afetasse sua confiança. Ela sabia que a igualdade de gênero ainda era um desafio em alguns ambientes profissionais, mas estava determinada a provar seu valor com base em suas habilidades e competências.

_ Eu não vou discutir com você, com licença, nos vemos daqui a pouco. Falou encerrando aquela conversa um tanto desagradável para ela. _ Só me faltava essa. Sussurrou ao chegar na rua, respirando fundo tentando se manter calma. _ Onde eu vou almoçar… Gabi viu que, do outro lado rua, no final do quarteirão, haviam alguns restaurantes, e olhou para os lados antes de atravessar a rua. E foi nesse momento que ela viu um homem bastante irritado arrumando as calças que estavam um tanto apertadas, e marcava exatamente as partes íntimas. _ Que horror… Falou achando graça vendo o homem se contorcer incomodado pela calça, seguindo para o restaurante.

O homem em questão era Enrico que voltava para o escritório ao lado de Luiz, seu amigo de longa data, e reclamava da calça que o ele havia lhe emprestado.

_Olha isso,  está apertando tudo aqui. Disse apontando para baixo. _Como você consegue usar essas calças? Queixou-se Enrico se sentindo incomodado, e ele só estava usando uma calça emprestada por Luiz por ter sujado a sua roupa com café poucos minutos antes de uma reunião importante que os dois tinham com um cliente. E como Luiz morava perto do escritório, foram até o apartamento dele para Enrico se trocar.

_As minhas calças são perfeitas, olha só. Luiz deu uma voltinha para mostrar que estava confortável com a calça. _Quem mandou você ter essas  coxas grossas? Provocou Luiz, começando a rir enquanto Enrico tentava ajustar a peça no meio da rua.

_ As minhas coxas não são grossas, eu tenho músculos bem definidos.  Eu faço musculação para ter esse corpo. Retrucou fazendo Luiz rir.

_ Eu também faço … Enrico, para com isso, tem pessoas olhando para você. Alertou Luz vendo Gabi rindo da situação de Enrico._ A gata do olho verde está rindo de você. Quando Enrico levantou o olhar, viu Gabi de costas entrando no restaurante.

_ O que eu posso fazer? Essa calça está esmagando o meu amigo, ele está sofrendo, e por favor pare de rir. Pediu irritado.

_A culpa é sua, quem mandou você sujar a sua calça com café. Luiz continuou provocando o amigo.

_ Acidentes acontecem.

_ Eu sei. Como não dava tempo para você ir em casa, falei para comprar uma calça naquela loja que tem aqui na esquina, mas você não quis, pediu foi uma emprestada.

_ Se eu fosse em casa, nos atrasaríamos para o almoço com nosso cliente, e você sabe que eu odeio atrasos. Por isso comprei uma casa mais perto do trabalho. Falou ainda incomodado com a calça. _ Agora me diga, como eu ia aparecer nesta reunião usando uma calça qualquer? Sabe o quão importante é o nosso cliente.

_ Ele não vai notar a marca da calça que você está usando, mas outra cousa, ele com certeza vai notar.

_ Mas eu vou.  Só te pedi uma calça emprestada porque eu pensei que usávamos a mesma numeração, mas não imaginava que fosse ficar tão apertada.

_ Por um dia não faria diferença usar uma calça comum ou uma Armani… Disse Luiz sendo encarado por Enrico.

_ Eu tenho estilo…

_Então não reclame das minhas calças. Luiz tinha um sorriso debochado nos lábios analisando bem o visual do amigo. _ Oh, parece que você está armado. Está chamando muito a atenção… Disse  Luiz que continuava rindo, entrando no restaurante e deixando Enrico para trás.

Enrico, 31 anos ( imagem tirada de Internet para ilustrar o personagem

Gabi, 24 anos ( imagem retirada da Internet para ilustrar personagem)

Cap. 2

Enrico, mesmo contrariado, seguiu Luiz até o restaurante ainda tentando ajustar a calça que o deixava desconfortável.

_ Quem diria, o grande Enrico Donat, o arquiteto do momento, lutando contra uma calça. Brincou Luiz que gostava de provocar Enrico.

Luiz, tinha 32 anos e sempre foi o fiel companheiro de Enrico desde quando se conheceram na faculdade, quando estudaram juntos Arquitetura e Urbanismo. Luiz, um arquiteto apaixonado pela profissão, foi o primeiro a ingressar no Escritório fundando por Enrico quando, o Donat arquitetos e assosciados, não tinha nenhum cliente, e juntos trabalharam bastante para conquistar o sucesso e confiança em um mercado cada vez mais concorrido.

 Fora do escritório, Luiz era o amigo leal de Enrico, e com seu senso de humor, ele sempre gostava de irritar o amigo. Juntos, Luiz e Enrico formam uma parceria dinâmica, onde a amizade é a base sólida que sustenta não apenas suas carreiras, mas também suas vidas.

Luiz, 32 anos (imagem da Internet para ilustrar o personagem)

Enrico, com um semblante sério, apenas balançou a cabeça gesticulando com as mãos, sem responder a provocação do amigo ao ver que o cliente com quem almoçariam naquela tarde, chegava ao restaurante acompanhado pela esposa, e a mulher logo olhou para as calças apertadas de Enrico e sorriu.

Enquanto Enrico, Luiz e o cliente conversavam sobre um projeto que o escritório estava desenvolvendo, Enrico percebeu o olhar da jovem esposa do seu cliente que estava claramente interessada nele. Ele tentou manter o profissionalismo, focando na reunião, mas a situação tornou-se cada vez mais evidente.

A esposa, com um sorriso discreto, tentou puxar assunto com Enrico durante a conversa. Ela elogiou sua roupa, comentou sobre o restaurante e até fez perguntas sobre sua vida pessoal, tentando descobrir mais sobre o homem atraente que estava à sua frente, enquanto o marido observava tudo, não gostando nada do que estava acontecendo.

Enquanto isso, Luiz observava a situação com um sorriso divertido, sabendo que depois do almoço faria comentários brincalhões para irritar o amigo. Enrico, por sua vez, mantinha a compostura, respondendo de maneira educada, tentando deixar claro que a reunião era o foco principal.

A situação desconfortável continuou até o final da reunião, quando o cliente se despediu com um aperto de mãos, e sua esposa fez questão de trocar algumas palavras a mais com Enrico, incluindo um convite vago para futuros encontros sociais.

Quanto saíam do restaurante, Luiz não pôde deixar de provocar Enrico sobre a atenção especial que havia recebido.

_ Parece que alguém ficou interessada nos seus projetos, e na calça que você está usando . Talvez ela precise de mais que um projeto de uma casa. Luiz brincou, fazendo Enrico rir e balançar a cabeça negativamente.

_ Você não presta! A calça é sua, a clupa de tudo que aconteceu é sua então.

_ A culpa é minha? Você está enganado, sabe que naturalmente atrai as mulheres com seus dotes.

_ Sei... vamos voltar para o escritório, temos muito trabalho para fazer. Disse Enrico encerrando aquela conversa.

Já Gabi, assim que terminou de almocar, voltou para a fase final da seleção determinada e pronta para mostrar todo o seu potencial.

Enquanto aguardava, Gabi refletiu sobre a importância de persistir, e decidiu focar em si mesma e no que poderia oferecer ao cargo em disputa. Ela repassou mentalmente suas realizações acadêmicas e profissionais, lembrando-se de que merecia estar ali tanto quanto qualquer outro candidato.

Ao iniciar a última etapa do processo de seleção, Gabi estava determinada a superar qualquer preconceito de gênero. Ela acreditava que suas habilidades e paixão pela arquitetura falariam mais alto do que estereótipos ultrapassados. O restante da tarde seria crucial para demonstrar seu potencial e conquistar a vaga de assistente de projetos, independentemente de qualquer requisito que estivesse escrito na folha da avaliadora.

Seus passos eram firmes, e seus olhos refletiam a confiança de quem não se deixaria abalar por qualquer comentário. Em particular, ela encarou o candidato que anteriormente sugerira que desistisse da vaga, desafiando-o com um olhar firme e decidido. Gabi estava determinada a provar não apenas sua competência, mas também sua capacidade de superar qualquer adversidade.

Entre os cinco candidatos, Gabi destacava-se de longe como a mais qualificada, uma realidade que deixou a responsável pelo processo de seleção em um dilema. Enrico, ansiava por um profissional ágil, competente e com amplo conhecimento na legislação urbanística vigente na cidade. No entanto, Enrico mantinha a preferência por alguém do sexo masculino.

Gabi, por sua vez, era a única candidata que atendia a todos os requisitos da vaga. Sua experiência, habilidades técnicas e conhecimento profundo das legislações urbanísticas eram inquestionáveis. A competência dela estava além de qualquer dúvida, o que colocava a responsável pelo processo em um impasse delicado. A necessidade de escolher entre um candidato do sexo masculino e Gabi, a candidata claramente mais apta para a função.

No final da tarde , Enrico estava em sua sala, reunido com Luiz, quando recebeu um e-mail do Rh, e ele interrompeu a conversa para verificar as informações referentes ao seu novo assitente. Ao abrir a mensagem, deparou-se com o resultado do processo seletivo para a posição de assistente. Enrico abriu no currículo do candidato escolhido, mas assim que seus olhos percorreram o nome, uma expressão de perplexidade cruzou seu rosto. Ele piscou algumas vezes, quase como se duvidasse de sua própria leitura.

_Luiz, você pode dar uma olhada nisso? Pediu Enrico, mostrando a tela do computador. Luiz se aproximou e examinou o nome no currículo. _Isso está correto? Será que houve algum engano, um erro de digitação?Enrico balançou a cabeça, ainda processando a informação.

_Não acredito que haja erro neste currículo.

_ Gabriele Marinho…  eu não acredito. Disse dando um soco na mesa ao saber que haviam contratado uma mulher para ser sua assistente.

Cap. 3

Enrico estava furioso e ligou imediatamente para o RH pedindo que a responsável pelo processo seletivo fosse a sua sala, queria uma explicação porque não foi levado em consideração a exigência que ele havia feito.

_ Acalma-se Enrico. Pediu Luiz notando a irritação do amigo.

_ Luiz, você não faz ideia das situações que eu já vivi com as ultimas assistentes que eu tive.  Parece que todas tinham um manual secreto para tentar algo a mais. Disse Enrico, e Luiz soltou uma risada antes de responder

_ Mas você ficava de sorrisinhos para elas, escolhia só as bonitas com currículos duvidosos, e desde que eu te conheci, você sempre atraiu mulheres que ficam obcecadas por você.

_ Isso é coisa da sua cabeça. Discordou Enrico. _Lembra o que já aconteceu? Uma delas tentou me dar um beijo no elevador, a outra tentou tirar as minhas calças e sentou no meu colo bem na hora que um dos nosso melhores clientes entrou na minha sala. Eu fiquei tão constrangido que mal sabia como reagir.

_ Esse caso foi sério.

_ Bem, tive que ser bastante claro sobre os limites profissionais, mas mesmo assim ela continuo insistindo mesmo depois de demiti-la. Por isso, depois desse incidente, decidi que só teria assistentes do sexo masculino. É mais fácil manter o foco no trabalho. E você sabe que eu tenho nada contra trabalhar com mulheres, mas no meu caso, não deu certo. 

_ Eu sei, aqui no escritório mais de cinquenta por cento dos profissionais são mulheres, todas muito competentes no que fazem. Luiz assentiu, compreendendo a perspectiva do amigo.

 _ Eu gosto de curtir, gosto de sexo, mas não no trabalho.

_ Eu sei, mas quem mandou você ser bonito e sexy. Luiz usando seu humor tentava deixar Enrico mais calmo. _ Mas admita, você tem um imã para mulheres bonitas e possessivas, como a Vitória é. Você ainda está saindo com ela?

_Sim, mas Vitória entende que o que temos não é nada sério.

_ Eu não tenho certeza, ela fica atrás de você, está sempre aqui te chamando de "gatinho". Luiz Imitou a voz anasalada de Vitória.

_ Eu deixei claro para a vitória que não quero ter relacionamento sério com ela.

_ Se você diz, no dia que ela fizer uma loucura, não diga que eu não te avisei.

_ No trabalho, e na minha vida pessoal, eu sempre deixo claro o que eu quero e o que não quero, para que nao haja dramas ou mal-entendidos.

_ Compreendo, Enrico. É importante estabelecer limites claros.

Miriam, a responsável pelo processo seletivo chegou a sala de Enrico para explicar  melhor a escolha de Gabi para a posição de assistente. Uma mulher experiente e objetiva, adentrou o escritório de Enrico, pronta para esclarecer suas decisões.

_ Com licença. Falou ao entrar, e Enrico pediu para que ela se sentasse.

_ Miriam, eu gostaria de saber, por que escolheu Gabriele Marinho para ser a minha assistente sendo que deixado claro que queira alguém do sexo masculino para a vaga.

_ Enrico, a escolha de Gabriele para a posição foi meramente profissional. Começou a explicar Miriam, percebendo a expressão séria do arquiteto.

_ Meramente profissional?  Enrico questionou, demonstrando sua curiosidade, e ao mesmo tempo, tentando entender as escolhas feitas por ela.

_ Gabriele se destacou em todas as etapas do processo seletivo. Sua formação acadêmica, experiências anteriores ,e suas respostas durante a entrevista a destacaram como a candidata mais preparada para a vaga. Além disso, suas referências profissionais foram excepcionais. Explicava mantendo um tom profissional.

Enrico, absorvendo as informações, fez uma pausa antes de continuar.

_ Eu não quero ter os mesmos problemas que já tive.

_ Claro, Enrico. Não há dúvida de que Gabriele é a escolha certa para a posição. apresentou uma combinação única de competências técnicas e habilidades interpessoais. Além de seu conhecimento sólido em arquitetura e urbanismo, ela demonstrou uma capacidade excepcional de comunicação e colaboração. Acredito que ela será uma adição valiosa à equipe. Miriam reforçava a sua decisão._Tenho certeza de que você ficará satisfeito com o desempenho dela. Acredito que você não terá problemas como das outras vezes. Respondeu, tranquilizando Enrico.

Com essa explicação, Enrico percebeu que a decisão havia sido guiada pela competência e qualificações técnicas, mas isso não aliviou as suas preocupações. Ele agradeceu à Miriam pelo esclarecimento voltando a olhar para o currículo de Gabi.

_ Qualquer dúvida, estou a disposição. Disse Miriam voltando para o RH.

_ Só espero que essa tal Gabriele seja realmente competente e entenda que a nossa relação será estritamente profissional, pois eu não vou pensar duas vezes antes de demiti-la.

_ Coitada da sua assistente.

_ Coitada nada, e se ela conseguiu enganar a Miriam? Não vou dar mole para ela, não!

_ Mas... A conversa de Enrico e Luiz foi interrompida com a abertura da porta.

_Oi gatinho... A voz irritante de Vitória ecoou na sala e a sua  presença repentina causou um desconforto sutil.

_ Boa sorte com sua amiga. Luiz , preferiu se retirar discretamente. Ele não escondia sua aversão pela mulher e preferia evitar qualquer interação desnecessária, e ele  apenas a cumprimentou e saiu.

E Luiz estava certo em relação a Vitoria.

Vitória tinha vinte e cinco anos e trabalhava como modelo. Sempre teve uma vida de luxo e ostentação, mas estava cada vez mais difícil manter o seu padrão de vida. Desde que conheceu Enrico, ela tentava conquistá-lo, já que Enrico, além de bonito, era dono de uma fortuna considerável. Vitória pensava em uma forma manter o padrão de vida que tanto gostava através dele, mas Enrico não demonstrava nenhum interesse amoroso por ela, para ele o que tinham, não passava de sexo.

 _ Eu acho que o seu amigo não gosta de mim. Falou Vitoria dando um beijo em Enrico.

_ Não é isso, o Luiz está ocupado. Enrico tentou minimizar a reação de Luiz.

 _ Eu sei que ele não gosta de mim, não adianta tentar dizer o contrário. Vitória tentou se mostrar chateada com a situação.

_ Ele apenas não te conhece bem. Mas o que você está fazendo aqui?

 _ Estava com saudades de você, por isso vim te ver. Sabe o que podemos fazer hoje? Sair para jantar, estou morrendo de vontade de comer naquele restaurante francês… A conversa rapidamente desviou para os planos de Vitória que incluíam um jantar em um restaurante francês. No entanto, Enrico não estava interessado. Ele estava cansado e só queria um momento de paz em casa.

 _ Hoje eu quero ir para casa, tive um dia péssimo.

_ Eu posso ir com você, fazer uma massagem gostosa e depois... Vitória falava de forma sedutora tentando para casa de Enrico, lugar onde ele nunca havia levado ela.

_Vitória, hoje eu só quero descansar. A rejeição de Enrico não foi bem recebida por Vitória, que escondeu sua irritação por trás de um sorriso forçado. Ela sabia que teria que encontrar outra maneira de alcançar seus objetivos e garantir sua estabilidade financeira.

Vitória, 25 anos.

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