Um navio passava próximo à costa francesa e um tumulto se formou em seus corredores. Seguranças uniformizados corriam atrás de um homem que conseguiu pular sobre a amurada e caiu no mar. Tiros foram disparados na água, onde viram o corpo cair, até que a voz de uma mulher, ordenou:
— Parem de atirar! — pensou ela consigo mesma: “ o mar terminará o serviço.”
— O que quer fazer agora, senhora? — perguntou o lider dos seguranças.
— Vamos para o mais distante possível deste lugar, ninguém pode saber que estivemos aqui.
— E se ele sobreviver? — perguntou um dos homens.
— Não vai, idiota, e esse navio tem tecnologia de ponta e não pode ser rastreável. Aquele tolo sabe trabalhar muito bem. Agora vamos esquecê-lo.
O navio se distanciou, enquanto o corpo foi levado pela correnteza.
*
Diana acordou cedo, estava feliz. Gostava de levantar cedo e aproveitar o sol da manhã para caminhar pela praia. Mas sua felicidade tinha outro motivo, no dia anterior, comemorou a finalização de seu projeto: um novo medicamento produzido com algumas substâncias da fauna e flora marinhas, que curam e restauram o corpo humano.
Ela saiu de casa descalça, vestindo um biquíni e uma saída de praia de renda branca. Um chapéu de palha, completava o look. Seguiu pelo caminho lateral da casa, que ficava na ponta de uma ilha e não era muito alta. Parou um instante, com o rosto voltado para o sol e cimprimentou-o, de braços abertos:
— Bom dia, sol! Que dia esplêndido nos trouxe hoje, obrigada!
Respirou fundo, sentindo o cheiro da maresia e continuou sua caminhada. Sempre fazia o mesmo trajeto: seguia pela praia, andando na areia molhada e ia até o final, onde iniciava a cadeia de pedras vulcânicas.
Mas neste dia em especial, algo enfeitava a praia, jogado entre as pedras e brilhava com os raios de sol, o que chamou a atenção da caminhante. Ela quase correu, curiosa, para saber o que era, mas manteve a calma, não sabia se era algo perigoso.
Quando chegou perto, viu que era o corpo de um homem, então correu. A marola o balançava para frente e para trás batendo sua cabeça na pedra e ela o segurou e verificou se tinha pulso.
— Está vivo! Moço — chamou —, moço, acorda.
Como ele não acordou, o arrastou pela areia, para longe das marolas. Pegou o celular, que sempre carregava consigo e ligou para seu assistente, contando o ocorrido. Logo ele e mais um, chegaram e ajudaram-na a levá-lo para a casa dela.
Depois de o limparem da areia, os dois homens o secaram e deitaram na cama do quarto de hóspedes e Diana pode examiná-lo.
— Ele está desmaiado, mas seus batimentos e a respiração, estão bem, ele não parece ter bebido água e só a sua cabeça está ferida, mas é superficial. — disse ela.
— Por quê não acorda, então? — perguntou o assistente.
— Vou colher sangue e fazer uns exames preliminares.
Diana tinha um laboratório em casa, pois gostava de fazer sua pesquisa a qualquer hora e era mais prático do que ter que se deslocar até o outro lado da ilha, para usar as instalações de sua empresa.
Logo, o exame estava concluído e os resultados a surpreenderam, ele foi envenenado.
— Luís, vá lá na sede e pegue um conjunto de ampolas, só elas podem salvá-lo. O estágio do envenenamento está avançado.
— Ok, Diana.
— Paul, você fica aqui comigo.
Diana olhou para o rosto bonito do homem e ficou curiosa em saber quem era ele, para alguém o envenenar desse jeito, deviam estar dando doses pequenas a ele, durante um bom tempo, mas ele era forte e resistiu, até agora.
Luis chegou com um cooler, onde estavam as ampolas e seringas e Diana aplicou a primeira dose. Paul anotou a dose, horário e o motivo da aplicação. Era necessário manter tudo registrado, pois era um medicamento muito novo e apesar de todos os testes que já fez, nunca era o suficiente para saberem todos os efeitos.
— Pronto, está feito. Por favor, Paul, faça a ficha dele, precisamos saber como será o efeito da droga com seu organismo.
— Sim, Diana.
— Luis, você pode voltar para a sede e não esqueça de registrar a saída deste conjunto e para o que foi.
— Sim, Diana.
*
Foram três dias de tratamento, enquanto o paciente estava no soro e ainda inconsciente, até que ele acordou. Seus olhos se abriram aos poucos e olharam em volta, avistando um homem e uma mulher que o observavam.
— Olá, que bom que acordou… — disse Diana.
— Onde estou?
— Na minha casa. Te encontrei na praia, desacordado e com a cabeça ferida. Meu nome é Diana e este é o Paul, que me ajudou a cuidar de você. Lembra do que aconteceu.
Ele olhou para o teto, apertou a testa com os dedos e fez uma careta.
— Não me lembro de nada, nem do meu nome.
Foi a vez de Diana franzir a testa, preocupada.
— Talvez tenha sido a pancada na cabeça, pode ter afetado seu cérebro. Não temos aparelhos para exames de imagem aqui. Acho que devemos levá-lo para o continente. — explicou Diana.
— Como assim?
— Estamos em uma ilha, não temos recursos, aqui. — respondeu Paul.
— Então, como estão me tratando.
— Sou cientista e temos um laboratório médico na ilha, lhe demos um de nossos medicamentos, mas não temos infra estrutura de um hospital. — explicou Diana, a situação.
— Qual é o meu problema?
— A princípio, você parecia não ter nada, mas o exame de sangue revelou envenenamento.
O homem, que não lembra, mas se chama Wander, ficou pensativo e apesar de não ter memória do que lhe aconteceu, entendeu que o tentaram matar e corria perigo, principalmente por não saber quem o queria morto.
Perguntou-se se podia confiar naquelas pessoas e achou que seria melhor ficar na ilha.
— Não quero ir para o continente, se tentaram me matar, podem me encontrar lá e tentar de novo.
— Pensamos a mesma coisa. Acho que sua memória vai voltar aos poucos, seu cérebro ainda deve estar inchado da pancada nas pedras.
Ele olhou para a mulher e achou-a confiável, mas também, muito bonita.
Valia a pena confiar.
Diana Prentes, 25 anos, 1,68 m de altura, branca, loira, bióloga marinha, rica herdeira de Carl e Beth Prentes. Dona dos laboratórios de pesquisa Prentes Lab. Solteira, eremita e apaixonada pelo que faz.
Descobriu a cura e restauração de feridas, utilizando enzimas de certos frutos do mar. Para essa descoberta, ela se isolou em uma ilha no Mediterrâneo, onde seus pais construíram um laboratório.
O laboratório é secreto e por isso, ela não pode levar seu paciente para lá. Sem ele saber, ela inoculou seu composto nele e ele está melhorando, o que não seria possível se ele não tivesse chegado à ilha.
*
Vandervelt Bertoliz, 33 anos, casado, 1,90 m de altura, empresário e dono da empresa de construção naval Bertolini. Foi envenenado e pulou ao mar quando percebeu que seria morto, conseguiu chegar a uma ilha e ser salvo, porém, ficou desmemoriado.
Quando acordou, preferiu passar um tempo observando tudo ao seu redor para tentar entender o que estava vivendo. Quando soube que foi envenenado, ficou com receio de voltar à civilização e ser atacado.
Dois dias depois que acordou, iniciou diálogos com aqueles que estavam cuidando dele e descobriu que estava numa ilha praticamente deserta e dependia totalmente daqueles que o recepcionaram.
— Olá, como se sente hoje? Precisamos lhe dar um nome. — cumprimentou-o Diana, quando ele entrou na sala.
— Oi, bom dia. Estou bem, mas gostaria de mais informações sobre o tratamento que estou tendo.
— Foi bom você tocar no assunto, pois preciso de sua autorização, também. Que tal te chamarmos de Jonh?
— Pode ser, é melhor do que nada.
— Venha tomar café, conversaremos enquanto come. Uma boa alimentação sempre ajuda o paciente a melhorar.
Foram para a cozinha, onde ela havia deixado um café preparado para ele. Ele sentou-se e serviu-se de torradas com creme cheese e presunto, além de uma bela caneca com café quente da garrafa térmica.
— Como você já sabe, chegou aqui mal, não por ter caído no mar ou bati com a cabeça nas pedras, mas por envenenamento. Eu tenho os dados e o resultado dos exames para provar que você iria morrer se não recebesse o tratamento que lhe damos, com urgência.
— Então, se não fosse o tratamento que vocês estão me dando, eu morreria?
— Exatamente. Esse tratamento que estou lhe dando, é uma fórmula criada por mim para a cura, principalmente de regeneração e restauração do corpo humano. Esse medicamento já está aprovado e testado, devidamente. Será colocado no mercado assim que tiver o selo do ministério da Saúde.
— Então, não é algo experimental?
— Não, já está concluído e tem patente. Só não foi lançado no mercado, ainda.
— Tem um prazo final de tratamento?
— No seu caso, serão sete semanas completas. Duas doses por semana. Faltam seis semanas.
— Então não posso ir embora, mesmo que recupere a memória e consiga carona para me tirar daqui?
— É o mais recomendável que você fique e termine o tratamento, suas células estão se regenerando mas ainda há muito veneno em seu organismo.
— Tudo bem, então. O que podemos fazer aqui, para sair do tédio.
Ela soltou uma risada que transformou o seu rosto lindamente conto seus dentes eram certos e brancos e seus olhos brilhavam. Sorriu para aquele rosto lindo e pensou que seria muito bom conhecê-la de outra maneira.
— Primeiro, preciso que você assine essa autorização ou carimbe sua digital, concordando com o tratamento.
Ele pegou o documento, leu e pousou o polegar na almofada com tinta e carimbou, autorizando.
— Agora, eu é quem preciso da sua autorização para sair do tédio. Me ensina o que fazer.
— Eu sou uma eremita, adoro viver nesta ilha e minha diversão é levantar cedo e andar pela orla. Observo pássaros e o movimento das ondas para fundo de estudo. Também faço mergulho e colho materiais para minhas pesquisas.
— Passarei a ir com você, todas as manhãs, caminhar pela ilha e quando você for mergulhar, peço que me leve também.
— Está bem, assim que seu organismo estiver mais saudável, levarei você comigo. Mas por agora você pode utilizar o binóculo que tenho e apreciar tudo daqui de cima mesmo.
— Aqui não é muito alto, mas deve ter uma boa visão de tudo ao redor, vou gostar, se tem algo que amo, é o mar.
Nem eles iniciaram uma interação. Depois de 10 dias, Wander começou a andar junto com ela todas as manhãs e brincavam pela areia, corriam um atrás do outro e pulavam marolas.
Eles viviam algo que nunca haviam experimentado: uma vida livre de dogmas e regras, onde podiam rir e demonstrar suas emoções livremente, sem críticas ou olhares reprovadores.
Os dias passavam e ele se sentia cada vez melhor, era como um milagre. Diana estava muito feliz com os resultados de sua droga e a maior parte de todos os dados e experimentos, já haviam embarcado para a matriz dos laboratórios.
Wander não sabia se era a droga, a presença da mulher linda ao seu lado ou a benção de não ter lembranças, fossem boas ou más. Sabia que estava feliz e no momento, era tudo que importava.
A Ilha estava sendo evacuada e Wander não sabia, pois nunca ia ao outro lado. Ele sempre observava Diana no computador e sem ela perceber, ele decorou sua senha. Ainda tinha algumas semanas de tratamento e não adiantava se apressar para sair dali.
Aos poucos, sua memória foi voltando e não gostou do que se lembrou. Decidiu, então, não contar para Diana, não queria decepcioná-la, principalmente, porque era casado, não estava livre para um relacionamento afetivo.
Neste dia específico, Diana convidou-o para um luau com os últimos funcionários que ainda estavam na ilha,as iriam embora no dia seguinte, ficando só o assistente Paul e dois seguranças.
— John, haverá um luau esta noite, em uma praia mais central, vamos?
Ele a encarou sorrindo, mas por dentro se perguntou por quê ela nunca o levou para o outro lado da ilha. Seria bom conhecer quem mais vivia ali.
— Vamos sim, será algo diferente e sempre é bom ver outras pessoas.
Nota: Essa é uma prévia da história, digam se gostam ou curtam e continuarei a escrever. Obrigada.
Wander estava feliz no meio daquelas pessoas. Sentiu uma leveza e descontração, como se não estivesse acostumado aquele ambiente descontraído. Observou as diferentes personalidades, mas que se entendiam no que falavam.
Comeram e beberam, ficando um pouco tontos e enrolando a língua, só ele que não bebeu,pois ainda estava em tratamento. Aos poucos, os funcionários começaram a galar sem reservas e foi quando ele juntou pedaços de conversa e descobriu que a ilha pertencia a uma empresa farmacêutica e havia um laboratório experimental, oculto nela.
Diana era a responsável e por isso ela parecia mandar em todos. Quando todos já estavam muito bêbados, ficaram por ali mesmo, dormindo e ele pegou Diana, colocou sobre o ombro e foi para casa.
Esse era o momento que esperava, colocou-a na ca e foi para seu escritório, abriu o computador e descobriu tudo o que queria. Infelizmente não gostou de como o tratavam:
PROJETO COBAIA JOHN.
— Ela disse que a droga estava aprovada, como posso ser uma cobaia? Ela mentiu para mim.
Ele ficou revoltado por ter sido enganado e se não tivesse dado certo, ele podia ter morrido. Disseram que ele foi envenenado e por isso precisou da droga, mas e se foi uma mentira, só para experimentarem?
Copiou todo o arquivo e enviou para o seu e-mail. Só então entrou em contato com seu assistente, seu homem de segurança e soube de tudo que aconteceu em sua ausência.
“ O senhor precisa voltar com urgência, daqui a três dias, sua esposa vai assumir a direção do estaleiro. O Dr. Humberto está o tempo todo ao lado dela. “
“ Arrume tudo para me pegar .”
Ele ficou mais um tempo planejando sua saída daquela ilha e depois apagou seus rastros do computador e foi dormir. Iria embora sem remorso e quando voltasse a sua vida normal, daria o troco aquela cientista.
No dia seguinte, todos foram embora e Diana acordou de ressaca. Chegou na cozinha e encontrou a mesa pista para o café e Wander fazia ovos mexidos.
— Sente-se princesa, tome um copo de suco, vai melhorar seu mal estar.
— Bom dia, obrigada. Eu sempre prometo que não vou beber tanto assim, mas caio em tentação.
— Está tudo bem, forre o estômago e depois te dou um analgésico. Hoje sou eu que vou cuidar de você.
Ela sorriu, agradecida e observou que ele parecia mais seguro e ativo, mas não comentou, não queria falar muito, pois sua cabeça doía muito.
Depois que tomaram café e ele lhe deu um analgésico, pegou em sua mão e desceram para seu local preferido na praia. Ele já tinha arrumado o local e ela só precisou sentar e descansar.
Como ela levantou-se praticamente na hora do almoço ficaram até mais tarde na praia e depois, subiram, ela tomou um banho e deitou para descansar, enquanto ele preparou o jantar.
Quando ela se levantou, viu que ele havia preparado um vestido para ela e se arrumou. Chegando à sala viu que a mesa estava preparada para um jantar romântico e sentiu-se muito especial e querida.
Ele se esmerou em A servir carinhosamente falou o quanto apreciou estar com ela e como veio a se apaixonar profundamente. Olhou para ela com olhos brilhantes, ela acreditou em suas palavras e se deixou levar.
— Acho que recebi uma nova chance, vindo parar nesta ilha e encontrando você. Não sei se sente a mesma atração que eu, mas não posso deixar de confessar esse sentimento que queima em meu coração.
Diana estava encantada,pois sentia-se cheia dos mesmos sentimentos que lhe inundavam o coração e faziam seu sangue ferver.
— Eu sempre fui reclusa e não tive boas experiências amorosas, por isso sou um pouco medrosa com relacionamento, mas me sinto da mesma forma que você. É como se fossemos agraciados com uma oportunidade única para sermos felizes.
Ele sorriu, pois ela se deixou levar por todo aquele sentimentalismo e mostrou a ele que não estava enferrujado com as mulheres, ainda sabia conquistá-las. Sorriu, deixando seus dentes brancos à mostra e entrelaçou seus dedos aos dela.
Levantou-se, levando-a junto e pegando o celular, ligou a playlist que preparou e puxou-a para dançarem juntinhos, unforgettable.
Ela passou os braços por trás de seu pescoço e se deixou guiar, apreciando a música e o cheiro másculo do homem. Não percebeu quando sua boca se aproximou e seus lábios se uniram, fazendo-a sentir uma emoção nunca sentida, a de pertencimento.
Pertencia ao interior daqueles braços, a emoção daquele beijo, aquele homem que nem sabia quem era, mas que sentia como seu. Não sentiu suas roupas saindo de seu corpo e nem quando chegou a cama, só estava lá, deitada, sendo beijada e acariciada.
O corpo dele sobre o dela, era quente e suas mãos estavam em todo centímetro de pele. Logo ele estava dentro dela, os movimentos eram intensos e ela gritava de prazer. Diana nunca sentiu tanto prazer em uma relação, não era virgem, mas não era experiente e tudo parecia novo para ela.
Foram vários orgasmos, até que tudo se prolongou tanto, que começou a cansar. Ele a pegou, em várias posições, e tirou tudo que podia dela. Quando finalmente liberou sua semente, percebeu que ela estava extenuada e ela simplesmente apagou. Olhou-a com pesar, exagerou, mas reconheceu que nunca foi tão bom. Percebeu que ela não tinha experiência, mas não conseguiu se controlar.
Ele levantou-se, olhou para a mulher na cama, com desgosto, pois poderia ser muito bom, uma vida a dois, com ela, estava apaixonado. Estava tão encantado por ela, até descobrir que era mais uma interesseira e mentirosa. Deixou-a dormir, tomou um banho, se arrumou e desceu ao pier.
Ela dormiu tão profundamente, que não ouviu o motor da lancha que se aproximou e nem viu o homem indo embora, só horas depois, se deu conta de que ele havia partido. Acordou com o dia alto, o corpo doía e tinha vários hematomas, apesar de estar satisfeita com tanto prazer que sentiu.
Procurou por ele e não o encontrou, tomou um banho, um analgésico e saiu pela ilha, chamando por ele, mas ele não estava mais lá.
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