...1° Capítulo ...
Ana era uma garota sonhadora, com 17 anos que acabara o colégio e queria fazer faculdade, morando numa cidade pequena e praticamente sem recursos, não seria fácil arrumar um trabalho e ainda ter que viajar diariamente para a cidade vizinha para cursar a faculdade no período da noite. Ana era uma garota que não se considerava bonita, tinha olhos e cabelos castanhos escuross pele negra, tinha 1,60 e pesava 55kg as suas pernas eram bem torneadas, cintura fina, seios médios e um traseiro arrebitado que causava inveja a várias colegas. A sua família era humilde e sem posses, morava numa casa de aluguel e mesmo com todos trabalhando era difícil não passarem por dificuldades. Tinha uma irmã que já era casada e dois irmãos também.O restante eram solteiros e lutavam de sol a sol para ajudar o seu pai, um humilde jardineiro que não tinha nenhum estudo e não fazia questão que os filhos estudassem. Na sua cabeça aprendeu a ler e escrever, está ótimo. Ana só continuou os estudos porque a sua irmã mais velha sempre a incentivou, fazendo o possível para que Ana não precisasse lavar banheiros como ela sempre fez, desde os 15 anos.Vocês podem até pensar que não tem nada de mais um trabalho honesto, mas deixar a escola cedo e ir morar com desconhecidos em outra cidade sem conhecer ninguém, ficando longe da família.Não era isso que queria para sua irmã caçula.
Marta que era 12 anos mais, velha que Ana e já tinha uma certa experiência como domestica e queria que a caçula se formasse num curso de graduação. Na sua última visita à casa da família, no feriado do Natal ela propos levar Ana para tentar prestar o vestibular e arrumar um emprego de meio período, ela colocaria Ana numa pensão próximo à faculdade e a ajudaria com o pagamento da faculdade.
Ana não via a hora de conhecer novos lugares, pessoas diferentes, mas jamais imaginou o que o destino reservava para a sua nova vida...
Marta falando: — Ana eu vou voltar para São Paulo, e aproveitar que a família vai passar uns dias na praia, terei tempo de dar uma escapulida para olhar alguma pensão para você. Ana: — será que vou conseguir emprego, não tenho experiência nenhuma, a não ser lavar pratos.
Marta: - calma, você pode trabalhar em supermercado, lanchonete, floricultura... só não quero te ver a trabalhar de doméstica. Vou fazer de tudo para você estudar, já que eu não pude.
Ana - não deve ser tão ruim assim trabalhar como domestica não é?
- não mais não foi isso que sonhei para você, quero você focada na faculdade, vou sair amanhã cedo e já vou deixar o dinheiro da sua passagem, assim que estiver tudo certo eu te ligo avisando. Até lá estude bastante para o vestibular. Sei que você passou em dois, mas lá a concorrência é maior.
Poderia até levar você amanhã comigo, o que você acha de ficar meu quarto? não vai ter ninguém na casa e você não vai correr risco viajando sozinha. - Não sei, será que sua patroa não vai achar ruim?
- Ela é de boa, só eu conversar com ela em um bom momento rss.
- se você confia, eu topo ( saio dando pulinhos pela casa).
- Marta: espero não me arrepender dessa decisão.
...2° Capítulo ...
Olhando pela janela do ônibus, fico impressionada com o tamanho imponente da cidade, grandes arranha-céus, trânsito caotico, barulho e pessoas que parecem estarem sempre atrasadas.
A rodoviária é grande o suficiente para me perder, fomos em direção ao metro. Ana: Ainda bem que você me trouxe contigo, até hoje só andei de ônibus e carro, falo agradecida.
Márcia: Foi por isso que pedi a minha patroa para você ficar comigo até encontrar uma boa pensão.
Descemos no condomínio onde a minha irmã trabalha e assusto-me com tamanha beleza. Até hoje só vi pela televisão.
Márcia: Bom dia! Sr. José, cumprimenta o porteiro.
Bom dia Márcia, quem é essa garota bonita com você?
Márcia: minha irmã caçula, veio da minha cidade para estudar. E sem demorar entramos no prédio. Como não tinha ninguém, ela deixou-me explorar o apartamento mesmo antes de arrumar as minhas coisas. Tudo novo, pelo menos para mim. Não sei como a minha irmã dava conta de organizar tudo praticamente sozinha, era muito grande.
De volta ao quartinho da minha irmã, era pequeno tinha uma cama de solteiro, um guarda-roupa, uma cómoda e o banheiro. Eu ia ficar com o colchonete no chão, já que era só até encontrar a pensão.
Guardei as minhas roupas enquanto a minha irmã preparava um lanche, já que viajámos durante o dia todo e estávamos cansadas, comemos e logo pegamos no sono.
Acordei com o alarme do celular, a minha irmã falou para dormir mais um pouco e eu aproveito.
Quando acordo novamente faço a minha higiene e vou para a cozinha (espaço previamente delimitado). Nunca tive tanta fartura na mesa antes, iogurte, leite, café, frutas, geleias, queijos e pães. Como não bebo café, sirvo-me de suco e torradas, depois como uma fruta.
Minha irmã fala que como os patrões estão a viajar, ela iria abrir as janelas para arejar e passar o aspirador.
Ana: Márcia você precisa de ajuda?
Márcia : não, mas se quiser ajudar eu termino mais rápido e podemos sair a tarde. Como estava louca para conhecer a cidade logo começamos, sempre juntas e rápido terminamos. Enquanto eu tomava um banho, a minha irmã preparava o almoço. Comemos e começamos pelas faculdades, o meu sonho era fazer medicina, apesar de ter ótima notas no Enem, não seria fácil arcar com tudo. Então optei por fazer enfermagem, que mesmo não sendo médica eu poderia ajudar as pessoas.
Inscrevi-me em duas faculdades para o vestibular e começaríamos a procurar após sair o resultado das provas a pensão mais próxima da faculdade.
Os dias passaram-se, a família voltou da viagem, eu já fizera a prova e estava a procurar emprego. Como não tenho experiência, consegui vaga em uma lanchonete como auxiliar de cozinha. Como sempre fui boa aluna e com boas notas consegui meia bolsa, que já ia ajudar muito. Mudei-me para a pensão e dividia o quarto com outra moça que também estudava e que assim como eu a família era de longe.
Rafaela minha parceira de quarto era gaucha, loira alta e com os olhos verdes, apesar de ser magra tinha tudo no lugar e nos damos bem desde o primeiro encontro. Ela estudava medicina em período integral, tinha uma família com mais recursos, mas não queriam deixar ela sozinha, por isso a pensão. Ela é tímida com os demais, mas começamos com o pé direito.
A dona da pensão disse que me colocaria com ela por ela ser muito sozinha, só sai para ir a faculdade, não é baladeira e eu como irei trabalhar e estudar temos tudo para dar certo.
Vivo com o meu cabelo num coque, toda cacheada sabe o quanto é difícil manter os cabelos alinhados, ainda mais agora com a minha rotina. Acordo às 6h faço a minha higiene e vou direto para o ponto de ônibus, entro às 7h e saio às 16h. Tenho 1h de almoço que costumo passar sentada na praça perto da lanchonete. Volto para casa tomo um banho e como algo é logo já tenho que sair novamente para ir para a faculdade. Tenho aulas de segunda a sexta das 19h até as 23h, é cansativo eu sei, mas quero fazer o meu melhor.
Na faculdade já fiz amizades com o Marcelo é com a Joice, ambos já se conhecia a mais tempo, estudaram juntos no ensino médio. Fazemos os trabalhos juntos, sempre na biblioteca da faculdade, já que ambos trabalhamos durante o dia. Sempre aos domingos que é minha folga eu passo com a minha irmã e com a Rafaela. Quando não estamos em semana de provas até rola um cinema e um passei pelo parque.
Já estou no final do primeiro semestre, o tempo voou, provas e trabalhos, estou tão cansada e com saudades do interior. Mas ainda não posso-me dar ao luxo de ir visitar a minha família. Mas a Rafaela vai amanhã passar as férias com a família.
Hoje é domingo e eu e a minha irmã combinamos comemorar, já que consegui alcançar a média nas matérias, sem pegar nenhuma DP. Ela ficou tão feliz que até comentou com a patroa, a senhora Sílvia pediu para me parabenizar, ela sabe que estudei sempre no interior e do esforço da minha família para eu poder estudar em São Paulo.
Cheguei na horário combinado e minha irmã já estava a minha espera, logo pegamos um uber em direção a nossa tarde de comemoração. Márcia: Ana já que não te dei presente no seu aniversário, vou deixar você escolher um presente hoje.
Márcia não precisa, você já faz tanto por mim eu falo.
Sem essa Ana, se estivesse em casa mamãe teria feito pelo menos um bolinho para comemorar. Eu a abraço com os olhos cheio de lágrimas. A saudade de casa e de todos que deixei para trás é grande, mas como diria minha mãe, ha males que vem para o bem. Eu vou estudar aqui, mas quero trabalhar em alguma cidade próxima a minha.
Não é que eu não esteja gostando daqui, mas já deixei claro que minha família é prioridade, a Márcia sabe e concorda que assim que me formar nós voltaremos para o interior. Após minha formatura e começar trabalhar na area, vou ter condições de ajudar minha família, nem que eu trabalhe todos os dias sa semana eu vou compensar o esforço que estão fazendo por mim.
Chegando no shopping fomos ver vitrines, passando por várias sem que algo me prenda a atenção. Acho tudo muito caro e também não gosto de gastar dinheiro com coisas desnecessarias.
Márcia: Ana, para de me enrolar e escolhe logo.
Você sabe que se você não escolher eu escolho por você.
Caramba Márcia! ainda não vi nada que tenha me agradado. Ela me olha de lado e continuamos nosso caminho, até que vejo um vestido preto na vitrine e meus olhos chegam a brilhar.
Márcia: Sabia que você não iria resistir a um vestido preto de puriguete.
Ana : Márcia eu nem saio de casa, onde vou usar isso? Só saio com você na sua folga e durante o dia. Márcia: Quem sabe você não aceita um convite do Marcelo para sair, fala rindo.
Eu com a cara fechada respondo : O Marcelo é apenas um colega de faculdade, não tenho tempo para namorico.
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