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O Diário Do Babá

1. Capítulo

A manhã tomava o meu quarto com um suave clima de verão. O brilho era tanto que ultrapassa as cortinas escuras. Me encontro debaixo da coberta. Meus pés estão para fora por conta do tecido não ideal para um homem da minha altura. Meu quarto está limpo, mas cheio de coisas que eu pensei precisar quando despertasse. O livro é o único inocente. 

O som do silêncio era o que eu guardava todas as manhãs e todas as noites quando voltava para casa. Desde o término do meu namoro que não recebo ninguém além do meu amigo Thomas e contanto que ele está viajando, essa casa está mais vazia do que nunca. 

O café da manhã quase foi como sempre, solitário. No entanto, a minha campainha tocou e eu tive o prazer de receber Thomas que segundo ele, quis me surpreender chegando antes do planejado. Ele me fez companhia até a hora que eu tive que me arrumar e seguir para o trabalho na casa do Rick.

Rick é o meu chefe e ele é bastante exigente. Troco poucas palavras com ele e procuro ao máximo ficar fora do seu radar. Ele sabe que costumo falar com o seu irmão, Keno. Keno é o oposto do meu chefe, se iniciando nas profissões porque enquanto um é empresário, o outro é mecânico em uma oficina. 

Na casa, eu tenho o prazer de trabalhar ao lado da Sofia. Sofia é uma mulher autêntica e bastante bem-humorada. Ela sempre me diz que Keno tem um interesse romanticamente em mim. Mas mesmo que ela estivesse certa, o Rick não permitiria que o irmão mais novo se relacionasse com um simples babá. 

Sim, eu sou babá de um menino de seis anos. Ele é fruto do relacionamento de Rick com Laura, uma magnata no ramo da moda. Ela é bastante séria e fria. Por isso que Sofia lhe apelidou de Sra.Inverno. Ela sempre me aconselha ficar esperto com essa senhora.

E para completar, também tenho a companhia do Mariano. Mariano é o motorista que sempre me mantém calmo e confiante. Sempre tenho o prazer de estar perto dele quando todos temos a oportunidade de almoçar. 

Agora que o Thomas está em casa. Eu me animo para sair, curtir uma balada e até conhecer homens interessados em aventuras. Ele era bastante assanhado e eu estou pronto para copiar seus passos e seu jeito de seduzir o homem certo.

Thomas: Você viu aquele de cabelo preto e com uma camisa aberta? Ele está lhe comendo com os olhos.

Lucas: Se ele quiser, terá que dar o primeiro passo. Eu nunca sou aquele do primeiro “oi”. Se esqueceu? 

Thomas: Esquece você desse comportamento e vai até lá. Paga uma bebida a ele e transa com o cara. 

Lucas: Eu até quero ter o prazer de ter um momento desse, mas eu estou bem avaliando minhas opções. 

Thomas: Se você não quiser, eu vou me aproximar e me oferecer como segunda alternativa. Eu não quero escolher muito porque sabemos onde termina.

Lucas: Se você está dizendo. 

Odeio como Thomas não se valoriza no nível que ele tem que fazer. Acho que ele pensa como uma vítima. Essas que assistimos nos noticiários. 

2. Capítulo

As horas passam e eu me deparo na mesma. São sete da manhã e a dor de cabeça que sinto me diz que estou de ressaca. Minha sensibilidade ao encarar a janela, me lembra que a bebida que tomei era barata. Levanto-me e corro até o corredor e em seguida, me tranco dentro do banheiro. Me banho e saio de toalha, me lembrando que Thomas está no quarto ao lado com o homem que ele comentou que estava nos olhando.

Rapidamente atravesso o corredor e entro no meu quarto. Fecho a porta e vou direto arrumar uma roupa no meu guarda-roupa. Escolho e me troco. Passo um perfume e penteio o cabelo para seguir apenas com uma fruta como meu café da manhã. Eu não quero encontrar o parceiro sexual do Thomas e acho que seria muito bom mostrar ao Rick que eu posso ser pontual.

Sofia novamente chega comigo. Ela me conta como a Laura humilhou um empregado na noite anterior. Eu fico preocupado em ser o próximo na lista dela. Afinal, eu cuido do seu filho, Jean.

Passamos pela porta e lá estava o Keno usando luvas. Sua regata estava manchada de graxa. Ele devia estar arrumando um dos carros do irmão. Ele, assim que me viu, estendeu a mão e quando estendi a minha para comprimentá-lo. Ele recolheu a mão e me disse que era melhor ficarmos apenas nas palavras. Sua mão estava manchada também e ele não queria me manchar com a cor preta da graxa. 

Keno: Você vai fazer alguma coisa essa noite? Pensei em fazermos uma coisa bacana como daquela vez em que fomos assistir Vernon no cinema. 

Lucas: Penso que seria muito bom. Melhor se a gente repetir o mesmo programa. Você sabe que eu amo uma história de super-herói e nos cinemas está passando mais um da Marvel.

Keno era um amor de pessoa. Ele aprendeu a gostar de filmes de super-herói por minha causa. Como disse, ele era o oposto do irmão e parece que ele gosta muito de passar seu tempo ao meu lado. O que eu também gosto. Ele me deixa à vontade e me deixa vermelho com sua ternura e piadas bem elaboradas sobre filmes.

Thomas pensou mais do que nunca que Keno está interessado em mim. Ele acha que o irmão do meu chefe está juntando coragem para me pedir em namoro e eu particularmente, iria gostar e aceitar. Estou curado do meu antigo relacionamento e pronto para querer outra pessoa, amar outro homem. 

Já estou descansando com um filme passando na televisão do meu quarto quando o meu celular toca e ao pegar, vejo o nome de Keno. Rapidamente atendo e fico aliviado por não ser nenhum problema sério. Jean tem algumas crises de ansiedade, chega a passar mal e eu me preocupo com o menino quando não estou por perto.

Keno: Eu estava deitado assistindo Thor e aí me lembrei de você e da sua opinião sobre o primeiro filme. Você ainda acha que ele não era muito simpático?

Lucas: Acho. Ele é o espelho de um homem que já está acostumado com aplausos. Assim como o seu irmão que se acha o melhor do mundo. Ele não chega aos seus pés, Keno. — Sim, esse era o meu jeito de dizer que estou interessado do mesmo modo por ele. 

3. Capítulo

Chego ao trabalho e encontro Laura no quarto do filho. Ela parece querer que o menino vista a roupa que ela escolheu e não o uniforme que é obrigatório pela a escola. Com jeito, explico a ela que não é aceitável roupa comum na escola. Ela me encara e depois solta o braço de Jean para se centralizar no meio do quarto. Ela coloca a mão na cabeça e depois passa por mim, saindo do quarto.

Penso que por ela está muito tempo fora, tratando dos inúmeros pacientes que tem pelo o mundo. Ela deixou de se lembrar de coisas pequenas como: arrumar seu filho para ir à escola. Rick também teve uma “crise” como essa, mas quem lhe colocou no lugar, foi o Keno que depois me contou e me alertou para ficar de olho nesses pais que deixaram de ser atentos ao filho.

Jean: Ela não sabia, Luca. Ela não sabia que eu tinha que usar o uniforme. 

Lucas: Não se preocupe. Agora, pega o seu uniforme e vai se trocar no seu closet que o tio vai pegar sua mochila.

Eu tinha pegado o jeito para cuidar bem desse menino. Antes eu tinha o sonho de me tornar professor. Eu até consegui fazer a faculdade de pedagogia, mas tentei me adaptar nas principais escolas e não tive sucesso. Por isso, fui até uma escola que estava dando cursos de Cuidador e babá. Giovana Torres, minha amiga/irmã, me orientou a escolher o curso de babá que seria uma coisa que me encantaria ao longo prazo. Ela estava certa e eu realizado, como profissional. Jean é um ótimo garoto.

Quando o menino está pronto para ser levado à escola, Laura apareceu e me disse que o levaria para a escola. Eu tive a ousadia de perguntar se ela sabia o endereço e ela me encarou e me disse que a mãe do Jean é ela e com isso, ela sabe de coisas que eu nunca vou descobrir o que são. Por não ser mulher.

Com a saída da super mãe da casa, Keno subiu até o quarto e me surpreendeu dizendo que o nosso encontro poderia ser adiantado. Eu não tinha um dever por hora e ele não tinha nenhum carro para revisar. Eu aceitei sair com ele e como prometido, fomos para o cinema que pela a hora que é, é mais barato. Por isso, me ofereci para pagar os ingressos.

Keno: Você está vendo essa destruição? 

Lucas: No filme, sim. 

Keno: Eu acho desnecessário. Eles não são heróis. Porque não impede isso também? Eu não conheço nenhum.

Lucas: Acho que é necessário. Há que perder para ganhar. Eles salvam as pessoas depois do desastre.

E foi comentando do filme que vi a liberdade do Keno em encostar sua mão na minha. Ele era tão gentil e educado que parecia tão certo aquele toque. Sem malícia ou segundas intenções. Laura me ajudou quando me tirou o dever de levar Jean para a escola. Agora estou vendo o filme que queria, com o homem que eu queria como companhia.

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