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Amar-te Á Morte

Personagens + Notas da Autora

...𝐑𝐨𝐬𝐚 𝐌𝐚𝐫𝐢𝐚『17 𝗮𝗻𝗼𝘀』- 🩸...

...𝑴𝒆𝒅𝒊𝒖𝒎: 𝑯𝒂𝒃𝒊𝒍𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒅𝒆 𝒆𝒏𝒙𝒆𝒓𝒈𝒂𝒓 𝒆 𝒊𝒏𝒕𝒆𝒓𝒂𝒈𝒊𝒓 𝒄𝒐𝒎 𝒐𝒔 𝒆𝒔𝒑𝒊́𝒓𝒊𝒕𝒐𝒔. ...

...『 🦇🥀 』...

...𝐉𝐨𝐬𝐞𝐩𝐡 𝐇𝐨𝐥𝐝𝐞𝐧 |aparência|『21 𝗮𝗻𝗼𝘀』- 🦇...

...𝑻𝒆𝒍𝒆𝒑𝒂𝒕𝒊𝒂: 𝑷𝒐𝒔𝒔𝒖𝒊 𝒂 𝒉𝒂𝒃𝒊𝒍𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒅𝒆 𝒆𝒏𝒕𝒓𝒂𝒓 𝒆 𝒊𝒏𝒇𝒍𝒖𝒆𝒏𝒄𝒊𝒂𝒓 𝒂 𝒎𝒆𝒏𝒕𝒆 𝒅𝒆 𝒂𝒍𝒈𝒖𝒆́𝒎 𝒅𝒂 𝒎𝒂𝒏𝒆𝒊𝒓𝒂 𝒒𝒖𝒆 𝒅𝒆𝒔𝒆𝒋𝒂𝒓....

.......

...『 🦇🥀 』...

.......

...『𝙾𝚞𝚝𝚛𝚘𝚜 𝙿𝚎𝚛𝚜𝚘𝚗𝚊𝚐𝚎𝚗𝚜 ❦』...

...𝐀𝐧𝐭𝐡𝐨𝐧𝐲 𝐇𝐨𝐥𝐝𝐞𝐧 |aparência|『45 𝗮𝗻𝗼𝘀』- 🦇...

...𝑨𝒏𝒇𝒊𝒕𝒓𝒊𝒂𝒐 𝒅𝒂 𝒇𝒂𝒎𝒊́𝒍𝒊𝒂 𝑯𝒐𝒍𝒅𝒆𝒏...

...『 🦇🥀 』...

...𝐄𝐫𝐢𝐜 𝐇𝐨𝐥𝐝𝐞𝐧 |aparência|『20 𝗮𝗻𝗼𝘀』- 🦇...

...𝑺𝒆𝒈𝒖𝒏𝒅𝒐 𝒇𝒊𝒍𝒉𝒐 𝒎𝒂𝒊𝒔 𝒗𝒆𝒍𝒉𝒐 𝒅𝒂 𝒇𝒂𝒎𝒊𝒍𝒊𝒂 𝑯𝒐𝒍𝒅𝒆𝒏...

...『 🦇🥀 』...

...𝐓𝐚𝐲𝐥𝐨𝐫 𝐇𝐨𝐥𝐝𝐞𝐧 |aparência|『19 𝗮𝗻𝗼𝘀』- 🦇...

...𝑻𝒆𝒓𝒄𝒆𝒊𝒓𝒐 𝒇𝒊𝒍𝒉𝒐 𝒎𝒂𝒊𝒔 𝒗𝒆𝒍𝒉𝒐 𝒅𝒂 𝒇𝒂𝒎𝒊𝒍𝒊𝒂 𝑯𝒐𝒍𝒅𝒆𝒏...

...『 🦇🥀 』...

...𝐋𝐨𝐮𝐢𝐬 𝐇𝐨𝐥𝐝𝐞𝐧 |aparência|『8 𝗮𝗻𝗼𝘀』- 🦇...

...𝑮𝒆𝒎𝒆𝒐 𝒄𝒂𝒄𝒖𝒍𝒂 𝒅𝒂 𝒇𝒂𝒎𝒊𝒍𝒊𝒂 𝑯𝒐𝒍𝒅𝒆𝒏...

...『 🦇🥀 』...

...𝐋𝐚𝐯𝐢𝐧𝐢𝐚 𝐇𝐨𝐥𝐝𝐞𝐧 |aparência|『8 𝗮𝗻𝗼𝘀』- 🦇...

...𝑮𝒆𝒎𝒆𝒂 𝒄𝒂𝒄𝒖𝒍𝒂 𝒅𝒂 𝒇𝒂𝒎𝒊𝒍𝒊𝒂 𝑯𝒐𝒍𝒅𝒆𝒏...

...『 🦇🥀 』...

...𝐁𝐫𝐮𝐧𝐚 𝐌𝐚𝐫𝐢𝐚𝐧𝐚 𝐌𝐨𝐫𝐚𝐞𝐬 『36 𝗮𝗻𝗼𝘀』- 🩸...

...𝑴𝒂̃𝒆 𝒃𝒊𝒐𝒍𝒐́𝒈𝒊𝒄𝒂 𝒅𝒂 𝑹𝒐𝒔𝒂...

...『 🦇🥀 』...

...𝐀𝐧𝐝𝐫𝐢𝐧𝐚 𝐌𝐚𝐫𝐢𝐚 𝐌𝐨𝐫𝐚𝐞𝐬『70 𝗮𝗻𝗼𝘀』- 🩸...

...𝑨𝒗𝒐́ 𝒎𝒂𝒕𝒆𝒓𝒏𝒂 𝒅𝒂 𝑹𝒐𝒔𝒂...

...『 🦇🥀 』...

...𝐌𝐚́𝐫𝐜𝐢𝐚 𝐌𝐞𝐢𝐫𝐞𝐥𝐞𝐬『42 𝗮𝗻𝗼𝘀』- 🩸...

...𝑴𝒂𝒅𝒓𝒊𝒏𝒉𝒂 𝒅𝒂 𝑹𝒐𝒔𝒂...

...『 🦇🥀 』...

...𝐋𝐞𝐚𝐧𝐝𝐫𝐚 𝐌𝐞𝐢𝐫𝐞𝐥𝐞𝐬『20 𝗮𝗻𝗼𝘀』- 🩸...

...𝑨𝒎𝒊𝒈𝒂 𝒅𝒂 𝑹𝒐𝒔𝒂 𝒆 𝒇𝒊𝒍𝒉𝒂 𝒅𝒂 𝑴𝒂́𝒓𝒄𝒊𝒂...

...『 🦇🥀 』...

...𝐀𝐝𝐚 𝐌𝐨𝐧𝐭𝐞𝐢𝐫𝐨 『18 𝗮𝗻𝗼𝘀』- 🩸...

...𝑴𝒆𝒍𝒉𝒐𝒓 𝒂𝒎𝒊𝒈𝒂 𝒅𝒂 𝑹𝒐𝒔𝒂...

...『 🦇🥀 』...

...𝐉𝐨𝐚̃𝐨 𝐏𝐞𝐝𝐫𝐨 『17 𝗮𝗻𝗼𝘀』- 🩸...

...𝑴𝒆𝒍𝒉𝒐𝒓 𝒂𝒎𝒊𝒈𝒐 𝒅𝒂 𝑹𝒐𝒔𝒂...

...『 🦇🥀 』...

...𝐌𝐚𝐫𝐢𝐚 𝐆𝐚𝐛𝐫𝐢𝐞𝐥𝐚『15 𝗮𝗻𝗼𝘀』- 🩸...

...𝑵𝒂𝒎𝒐𝒓𝒂𝒅𝒂 𝒅𝒆 𝑱𝒐𝒂̃𝒐 𝑷𝒆𝒅𝒓𝒐 ...

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...『 🦇🥀 』...

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...『𝙿𝚛𝚒𝚗𝚌𝚒𝚙𝚊𝚒𝚜 ❦ 𝙵𝚊𝚗𝚝𝚊𝚜𝚖𝚊𝚜』...

...𝐉𝐨𝐬𝐮𝐞́ |morto aos|『29 𝗮𝗻𝗼𝘀』- 👻...

...『 🦇🥀 』...

...Daniel Sharman como:...

...𝐌𝐚𝐱𝐰𝐞𝐥𝐥 |morto aos|『24 𝗮𝗻𝗼𝘀』- 👻...

...『 🦇🥀 』...

...Joseph Morgan como:...

...𝐊𝐚𝐲𝐫𝐨𝐧 |morto aos|『28 𝗮𝗻𝗼𝘀』- 👻...

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......Notas da Autora:......

❦ MUITÍSSIMO BOA NOITE!

Em primeiro lugar é extremamente um prazer estar aqui para poder publicar minha primeira história original. História cuja eu escrevi por mais de quatro anos passando por altos perrengues, um deles, perder metade dela.

Confesso que quando isso ocorreu me deu uma desanimação enorme e fiquei sem escrevê-la por alguns meses, mas bom, cá estou eu. Aviso de ante mão que a história não está completa! Mesmo depois de quatro anos, ela não está completa até porque mesmo a escrita sendo uma parte importante da minha vida, a outra metade se resume em estudar e trabalhar.

❦ Essa história será atualizada a cada 7 dias. Ou seja, um capítulo por semana.

Se por ventura eu atrasar irei notificar rapidamente e peço que sejam pacientes comigo!

❦ Como foi deixado claro essa história é de vampiros! Confesso que tirando minha fascinação por zumbis, a segunda opção é o sobrenatural! Vampiros, lobos, bruxas... Ah! Eu amo tudo isso e muito mais. Agradeço muito aos filmes e séries desse gênero que me instigaram a escrever esse livro.

⟼ Anjos da Noite; Crepúsculo; Diário de um vampiro; Os Originais.

Enfim, todos esses e muito mais me inspiraram!

Esse é o livro 1 da minha saga: Pecados Sobrenaturais e os protagonistas são Rosa Maria (Médium) e o Joseph Holden (Vampiro e Telepata).

⟼ Também quero avisar que essa história é um romance longo que se constrói com o tempo. Na primeira fase da história a Rosa ainda tem 17 anos, mas somente irá se envolver com o Joseph quando tiver completado a maioridade. (A história começa faltando menos de um mês para o aniversário dela.

⟼ Tudo o que acontecerá entre o casal principal será com o consentimento de ambas as partes!

Eu não sou médium, muito menos possuo conhecimento o suficiente sobre esse dom, então saibam que tudo o que ocorrerá aqui é ficcional e foi criado por mim! Isso inclui os dons vampirescos e as demais coisas.

Agora atenção há algumas coisinhas:

❦A história terá em torno de 40 a 60 capítulos.

❦Conterá conteúdo maturo e linguagem de baixo calão, por isso essa história está destinada a pessoas maiores de idade, caso contrário, não me responsabilizo.

❦Gatilhos >> Assassinatos, Sangue, Violência física e psicológica; Perseguição.

❦Será atualizado uma vez por semana: todo domingo ás 20h.

❦A protagonista é menor de idade na primeira fase do livro.

❦A aparência dos personagens foram criados por mim através do artbreeder e os dois atores citados no final eu escolhi, pois foram com eles que dei inicio a história.

❦ A Playlist ainda não está pronta, mas assim que estiver estarei disponibilizando!

Hoje darei inicio a minha primeira obra original e agradeço desde já que me acompanhará nesse longo percurso! É um prazer conhecer vocês, meu nome é Agatha Cristine, entretanto, pode me chamar por Kristy!

❦ Aliás quero agradecer de coração a minha maravilhosa e mais perfeita Darkbeoli por essa capa linda! Obrigada por me apoiar sempre Lily!

Então é isso! Espero vocês comigo!

Até logo <3

^^^🥀Tiktok: ladykristtyna^^^

|00| Prólogo

...🥀 Dedicatória 🥀...

...Para os apaixonados por sanguessugas em livros, filmes e jogos e que em uma parte oculta de si mesmo desejam saber como é ser a presa de um vampiro....

...E para aqueles que imaginam como é trepar com um....

...『 🦇 』...

O que é viver? Para que exatamente vivemos?

Nossa vida gira em torno de um ciclo.

Primeiro, o nascimento, o inicio. Para muitos a chegada de uma vida ao mundo é reconhecida como uma benção envolvida por um manto acolhedor de carinho e amor.

O segundo ciclo se inicia quando se começa a dar os primeiros passos, quando começamos a raciocinar e temos o poder de se comunicar. O meio se resume em estudar e se esforçar, aprimorar conhecimento e se tornar capaz de caminhar e viver sozinho. Essa segunda parte geralmente se baseia em nossos progenitores apoiando e incentivando nossa evolução.

Por fim, temos o trajeto mais longo que vai em direção ao final. Depois que nos tornamos forte o suficiente para vivermos de uma maneira estável e de concluir todos os sonhos e objetivos traçados ao longo do caminho chega a hora de descansar, de aproveitar os momentos ao lado de quem amamos. De abraçar os filhos, de se orgulhar dos netos, de cuidar de gatos ou de um parceiro romântico e no final, temos a morte a qual nos busca mesmo não querendo partir.

Mas são poucos e sortudos que conseguem um ciclo tão calmo e bom assim.

O surgimento de uma vida para outros é sua desgraça, um erro que tal ser humano cometeu, alguns não querem aquele fardo; não querem mais preocupações e no final das contas recorrem a decisões cruéis e irracionais entre eles: o abandono, o assassinato ou a tortura psicológica e física.

É assim que segue o segundo ciclo, uma vida de puro tortura onde os primeiros passos são solitários e forçados, quando o meio se baseia em viver para impressionar, para se tornar útil, para chamar a atenção ou simplesmente para seus progenitores lhe enxergar, mostrar um resquício de amor ou orgulho. Mas em vez de apoiar e corrigir de uma maneira acolhedora, ocorre de uma forma bruta e quando finalmente entendemos que nossa vida não se baseia em aceitação de alguém, que há vida para além das garras familiares costumamos se afastar das origens que nos desamarram das cordas invisíveis e correr para além do limite, as vezes, para a rebeldia.

O fim ele costuma ser antecipado as vezes. Por sua escolha ou não, o fim ocorre quando se cansa; não de correr uma maratona, mas sim de correr atrás de aceitação, as vezes tudo o que queremos é que a dor suma mesmo que para antecipar o fim seja necessário sentir uma dor ainda maior. Entretanto quando chegamos para o trajeto do fim nos tornamos diferentes do que éramos quando crianças, tomamos cuidados para não machucar ainda mais, cuidamos das próprias feridas.

E cuja aceitação que queríamos conquistamos, mas somos nos que concluímos nossos sonhos e se tornamos nosso próprio orgulho, isto basta. E quando há morte busca nossa alma a primeira coisa que fazemos é abraçá-la, o primeiro e único ato acolhedor que desejamos sentir durante todo o ciclo da vida se é possível tê-lo quando chega o fim.

Talvez seja mais que se libertar.

Que libertar a alma das dores internas e do mundo cruel, talvez abraçar a morte seja o único objetivo quando antecipamos o nosso próprio fim.

...『 🦇🥀 』...

— Tudo certo aí?

Me viro:

— Sim.

— Vamos?

Sorrio e respiro fundo ao ver a mão estendida em minha direção, minha opção. Eu escolhi agarrar aquela palma que me puxaria para além do precipício.

Os dedos gelados percorreram minha mão antes de me puxar.

— Sabe que pode desistir da morte.

— Não irei. – Sorrio. – Eu escolhi isso. Escolhi amar a morte.

|01| Oportunidade Única

...Pov's Rosa Maria...

Dizem que se viemos ao mundo é porquê Deus tem um grande objetivo para nós, a partir do momento em que nascemos damos início a nossa própria história. Quando crianças não escrevíamos nada, apenas desenhamos nossos sonhos: ser uma princesa, um astronauta, um cowboy. Eu posso dizer que a quantidade de flores era o quanto queríamos atenção, se desenhamos olhos era porque esperavam muito de nós e observavam procurando o mínimo erro para em vez de ajudar, corrigir.

Eu desenhava rostos: felizes, tristes, raivosos. Minhas emoções eram complexas e aleatórias demais para qualquer um entender. Ser criança é ter toda a atenção dos pais voltada para você, ser amada e mimada, em uma escolinha fantasiar e fazer amigos, brincar e se divertir, momentos descontraídos onde falamos dos nossos futuros.

Quando pré-adolescentes muita coisa muda, nossos amigos do jardim de infância tomam novos rumos: aqueles filhos da classe média ou alta vão para escolas pagas, aqueles que sofrem pressão para ser o filho perfeito se torna rebelde e os mais comuns e introvertidos — como eu — apenas continuam sendo os mesmos, e mais nerds. Assim que você entra pro Ensino Fundamental II, te oferecem drogas, bebidas, a rebeldia vem e senta ao seu lado pedindo para se juntar a ela. É aquela fase que você descobre o que é sexo, não por aula e sim por vídeo que assiste escondido no cantinho da escola. Também há aquele típico grupo de garotas que mal saíram das fraudas se achando o bonde das maravilhas.

E então você se depara uns anos depois com o ensino médio, aquele que alguns torciam para chegar logo e as boas vindas eram desse jeito: dependendo de que tipo é sua popularidade, bem vindo ao paraíso ou inferno. Nessa época se descobre o amor, onde tudo é lindo e com perfume de rosas, os zoados continuam zoados, mas agora eles zoam também e são legais. Os nerds continuam sendo nerds, alguns mudam, mas eu, bem eu sempre fico no meu canto.

"Bem vindo ao seu inferno particular" — é praticamente esse o lema de quem sobrevive e chega ao terceiro ano do ensino médio, onde eu me encontro neste exato momento. Muita coisa muda e para nerds igual a mim sente a pressão na pele para conseguir passar de ano, passar em uma faculdade, se tornar o orgulho daqueles que mais acreditaram em você: seus pais. Alguns mudam de turno para começarem a trabalhar e os populares continuam seguindo populares.

Por favor não pense que eu sou uma completa anti social, eu conheço todos da minha sala muito bem e conversamos bem até, de melhores amigas sobrou apenas minha fiel companheira Ada.

Sou despertada de meus pensamentos quando o motorista passa por cima de um buraco fazendo todos os alunos do ônibus reclamar. Olhei para a paisagem verde e guardei meus fones na bolsa.

O dia havia sido cheio e minha cabeça quase explodia de tanta tarefa que eu tinha acumulado, ser considerada a "inteligente" da sala tinha seus defeitos que era quando você acumulava matéria os professores e alunos te olham estranho e soltam: eu esperava mais de você.

Eu estudava em período integral, ou seja, chegava em casa as 16h20. Passamos pela igreja que ficava para baixo de minha casa e estranhei quando o ônibus começou a parar num ponto velho, a porta se abriu e vi aquela garota de cabelos loiros entrar e me procurar.

— Rosa! — Sorriu para mim — Você desce aqui hoje.

Eu já estava de pé e enquanto caminhava em direção a porta dei um tchau rápido para a monitora e o motorista, assim que o ônibus foi embora olhei para Leandra esperando uma resposta:

— Sua avó teve que resolver algumas coisas e ficará fora por três dias e ela sentiu que não iria ser tão bom você ficar sobre a custódia da Bruna enquanto isso.

Solto um suspiro e atravessamos a rua onde pela primeira vez naquele momento notei um carro importado que apenas pessoas muito ricas tinham.

— Minha mãe está com visita, não liga não. — Se prontificou a falar.

Enquanto a Leh fechava o portão caminhei até a porta da casa e me virei encarando-a:

— Ué, sua mãe conhece o presidente?

Rimos juntas e então entro na casa, e justamente na sala de estar estava a atenção de minha madrinha e de um homem belíssimo voltada para mim.

Talvez eu tenha falado um pouco alto demais...

— Rosa! Você chegou, venha cá minha afilhada estávamos falando de você! — Se eu não estava vermelha no início, agora eu poderia me considerar um pimentão.

— Oi madrinha... Olá senhor... — Digo baixinho devido ao constrangimento.

O homem se levantou e deu dois passos até mim, ele era muito alto! E possuía uma elegância que era possível ser notada de muito longe, ele estendeu a mão para mim e mesmo um pouco em transe não o deixo esperando por muito tempo.

A mão dele era extremamente fria e aquilo me causou arrepios e dúvidas: ele morava no Alaska? A sensação térmica de Darwon City era muito alta e em tardes como essa a temperatura passa dos 30° graus.

— Ela realmente é muito linda como mencionou Márcia. — O homem se virou para minha madrinha — E parece ser muito gentil, por favor, sente-se conosco senhorita.

Minha madrinha também concordou me chamando com a mão e me sentei do lado dela, Leandra olhava tudo da porta completamente curiosa.

— Enquanto não chegava, sua madrinha me falava sobre você e, — ele parou rapidamente de falar ao perceber algo — mas que falta de educação a minha, eu sou Anthony Holden, apesar de ter vivido alguns anos nessa cidade há um tempo, voltei para ficar desta vez com os meus filhos! — Ele sorriu.

— Entendo. — É única coisa que consigo dizer. — E... Eu sou Rosa Maria! É um prazer te conhecer! — Digo quase gaguejando.

Ele sorriu como se me analisasse e então continuou a falar:

— Sua madrinha me disse que você estuda, tem dezessete anos e que se encontra no seu último ano do ensino médio — bem informado ele — E também o mais importante, que está "desesperadamente" — fez aspas com a mão enquanto soltava uma risada calma — Procurando um trabalho.

— Madrinha! — Olho para ela que apenas riu e então volto a atenção ao Sr. Holden.

— Não quero enrolar mais do que já estou em enrolando, então vou direto ao assunto. — Disse por fim — Me mudei com meus filhos recentemente e preciso de uma babá para cuidar deles, você sabe, brincar, dar banho, ajudar no dever de casa.

— S.r. Holden, desculpe a indelicadeza, mas onde está sua esposa? — Pergunto encarando-o.

— Rosa! — Minha madrinha deu um tapa de leve no meu ombro.

Anthony novamente riu e respondeu:

— Não tem problema Márcia, é bom ela tirar as dúvidas que possuí. E respondendo sua pergunta senhorita, eu me separei de minha esposa e meus filhos decidiram morar comigo em vez dela, os cinco.

— Cinco filhos?! — Não escondo meu espanto.

Ele não tem TV em casa?!

Por um momento ele me olhou como se pudesse ter lido meus pensamentos e meu medo foi que eu tivesse pensado alto demais.

— Mas você iria cuidar apenas de dois filhos meus, os meus caçulas Lavínia e Louis, eles tem oito anos.

— Gêmeos? — Pergunto surpresa e ele assente.

— Márcia, se não for lhe incomodar eu gostaria de falar a sós com a Rosa, se me permitir. — Anthony encarou minha madrinha com um olhar gentil de derreter qualquer um.

Minha madrinha assentiu e se retirou da sala puxando Leandra que me deu uma piscadela e um "boa sorte" mudo. Me voltei para Anthony que deu um sorriso como se quisesse me relaxar, mas aquilo era quase uma entrevista de emprego e isso me deixava nervosa.

— Rosa, me fale um pouco sobre você. — Ele pediu — O que faz, o que gostaria de fazer, praticamente o que deseja para seu futuro.

— Bom, vamos começar com as coisas básicas que você já sabe sobre mim — digo nervosa — Tenho dezessete anos, mas esse ano mesmo completo minha maioridade. Eu estou no meu último ano da escola e pretendo fazer faculdade de pedagogia, bom se tudo der certo, estou focada nisso desde o começo do ano. — Pausei um pouco enquanto Anthony me analisava minuciosamente quieto, aquilo estava me deixando ainda mais nervosa. — Eu nunca tive um trabalho, mas garanto que me adapto rápido, sobre cuidar de crianças, eu já cuidei dos meus primos. E eu gosto de criança, tanto que me formar em pedagogia meu maior foco é poder dar aula, praticamente ser professora, não é grande coisa como ser médica ou advogada, mas é—

— O seu sonho. — Ele me interrompeu com um sorriso e se levantou, fiz o mesmo e nesse momento minha madrinha apareceu com um copo de suco.

— Foi uma falta de educação não ter oferecido algo para beber, Anthony, sinto muito. — Disse ela com um sorriso sem graça.

— Não se preocupe Márcia, obrigado, mas eu estou de saída agora. — Meu coração palpitava rápido com receio, ele parecia decidido a ir embora e eu sentia que havia cometido algum erro — Rosa. — Rapidamente o olho — Você mesmo disse que nunca teve um trabalho, meus filhos são um tanto complicados de se acostumar há alguém, praticamente a mãe deles foi ausente e devido ao temperamento de Lavínia muitas babás não ficavam por mais de um mês. — Ele estava sério, mas logo soltou um suspiro e eu vi um mini sorriso — Mas eu tenho consciência que não vou saber se está apta para cuidar dos meus filhos se eu não lhe der uma chance, você ainda é menor de idade, então não será um trabalho oficial, obviamente vou pagar você, mas por enquanto irá contar como experiência. Assim que completar sua maioridade e se estiver acostumada com meus filhos podemos discutir sobre seu trabalho oficialmente com um salário fixo e bom você pode começar amanhã.

Eu estava sem palavras, com conseguia formular uma frase sequer, felicidade e alívio me percorria.

— Mas também, por ter dezessete anos eu preciso falar com seus pais. — Meu sorriso se desmanchou na hora.

— Anthony, a mãe da Rosa está resolvendo algumas coisas e por isso ela vai ficar comigo por três dias. — Minha madrinha dizia.

— Assim que eles voltarem eu aviso diretamente você Sr. Anthony. — Sorrio.

Caminhamos até o portão da casa onde Anthony se preparava para ir embora, porém antes ele se virou para mim dizendo:

— De segunda a sexta você trabalhará das 16h40 até às 21h e em final de semana das 12h até às 19h, tudo bem para você?

— Claro que sim. — Sorrio animada, porém uma dúvida surgiu em minha cabeça — Sr. Anthony, preciso saber onde você e sua família moram!

— Quanto a isso não se preocupe, seu ônibus passa por perto da minha casa, estarei esperando você no ponto amanhã. — Disse sorrindo — Sabe, meus filhos eles são um pouco complicados, principalmente a Lavínia, mas eu tenho certeza que vocês vão se dar muito bem! Estou contando você. Até logo Márcia, Leandra e até amanhã Rosa Maria.

Anthony entrou em seu carro indo embora, entrei em casa elétrica dando pulinhos enquanto minha amiga comemorava comigo.

— Eu tenho um trabalho Leh! Eu tenho um trabalho. — Digo animada.

— Me conte todos os detalhes do que vocês conversaram! — Leandra se joga no sofá.

— Também quero saber, mas por enquanto, vai tomar banho Rosa! — Minha madrinha ataca duas almofadas em nossa direção enquanto rimos.

Pego minha mochila e vou em direção ao quarto de Leandra deixando por lá, pego uma roupa fresca e vou para o banheiro retirar todo o suor e cansaço do corpo. Sorrio refletindo sobre tudo o que aconteceu hoje e sentia uma ansiedade, de que a partir daquele momento, minha vida iria mudar completo.

E eu faria de tudo para que essa mudança fosse para melhor.

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