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O Delegado Belmont

Miguel Júnior

Quando a minha mãe se casou com o meu pai, ela colocou o nome dela no dele, foi o inverso, como o sobrenome do meu pai tinha um erro, por causa dos Salvadores, acabou que ela colocou o Belmont no meu também. Porque meu pai ficou Miguel Belmont, e eu Miguel Belmont Junior.

Mesmo com o aparecimento dos meus avós, meu pai não quis mexer, e ganhou na justiça o direito de mudar os sobrenomes. Bom eu gostei, ainda mais que continuei com o legado dele, ser um delegado da polícia de Roma.

O trabalho na delegacia nunca para, é uma loucura. Há criminosos sendo levados de um lado para o outro, folhas que precisam ser assinadas, criminosos que precisam ser presos e outros que precisam ser soltos.

O trabalho é cansativo, mas eu gosto muito, nunca fico entediado quando estou aqui. Principalmente quando olho na cara do infeliz e digo: "Está preso, e é melhor ficar calado, ou vou ferrar ainda mais a sua vida." Adoro essas palavras, já vejo o pânico no rosto do criminoso ali mesmo.

Decidi seguir a carreira do meu pai, mas aprendi muitas coisas com a minha mãe, Ana. Ela, sendo tão intensa, me fez aprender cada coisa com bastante aperfeiçoamento. Só passávamos para a próxima fase quando eu estava 100% perfeito na anterior.

Assim foi com a pilotagem de moto, eu amo motos por causa dela, e acabei me aperfeiçoando muito. Tanto que, mesmo sendo um delegado de polícia, eu participo de corridas noturnas. Aqui em Roma, essa prática é ilegal, então, para não correr riscos, eu sempre uso minha roupa preta com o meu capacete espelhado, assim, ninguém sabe que tem um homem da lei ali correndo.

Sou o campeão, nem sempre posso participar das corridas, mas quando participo, sempre ganho em primeiro lugar, sempre. Me chamam de motoqueiro negro, por sempre estar de preto e escondido.

Acho até engraçado quando chego na corrida e sou apelidado assim, sorrio por debaixo do capacete, mas mantenho sempre uma pose de seriedade para eles.

Entrei na minha sala da delegacia, com o Léo no meu pé, já passando as últimas informações do dia. Léo é o cara em quem mais confio dentro da delegacia, claro, depois da Clara, minha irmã.

— Delegado, já sei onde encontrar o traficante que está nos dando prejuízo.

— O sabonetinho? — Sempre colocando apelido nos criminosos, para termos um pouco mais de leveza na delegacia. Esse sempre escapa das nossas mãos, por isso ganhou esse apelido.

— O próprio, ele está pagando as crianças da rua para alertar quando a gente chega, e assim, ele consegue fugir antes de a gente pegá-lo.

— Esperto, muito esperto.

— Sim, e o pior é que a casa dele tem duas saídas, e nas duas as crianças e adolescentes ficam brincando, assim o lado que grita é por onde ele escapa.

— Ou tem uma saída a mais por dentro da casa, que pode levá-lo pelo térreo. Temos que ir no horário da manhã, fechar todos os cercos, e quebrar o assoalho daquela casa toda, em busca de uma saída de emergência.

Ele sorri concordando. Ficamos montando estratégia de apreensão até o horário do almoço. Saímos da minha sala, e ele vai para o refeitório. Como eu não moro mais com a minha mãe e não tenho quem cozinhe para mim, tenho que ir a um restaurante.

Sigo com o carro, paro no farol, mas quando eu sou partida e começo a pegar velocidade, uma mulher sai da calçada do nada atravessando na minha frente. Piso no freio com tudo, mas ainda bato nela, fazendo a mesma cair no chão. Puxo o freio de mão e desço com medo de tê-la machucado muito.

— Moça, como você atravessa no sinal vermelho?

— Desculpa... ai, meu pé.

Me aproximo dela para olhar seu rosto e quase infarto com a sua beleza. Que mulher mais linda é essa? Ela tenta se levantar, mas vejo que está com dificuldades de ficar de pé. Seguro em sua cintura fina e a levanto.

— Estava com pressa, moça?

— Não... não, só estou distraída. — Ela dá um sorriso nervoso e olha para trás. Acompanho o olhar dela.

— Está procurando alguém?

— Ah, não, eu só estou vendo se alguém me viu cair. — Ela tenta ficar em pé, mas percebo que tem algo de errado, o pé esquerdo dela não fixa no chão.

A pego no colo e vou até a porta de trás, a colocando dentro do carro. Ela tenta recusar, mas eu a machuquei, mesmo que ela tenha atravessado na hora errada, ela quem sofreu o dano. Deveria ter ficado mais atento e freado antes, então é minha responsabilidade.

Ela olha para dentro do meu carro, observando cada detalhe. Eu a observo pelo retrovisor até que ela também olha para ele, e nossos olhos se encontram em uma intensidade avassaladora.

— Como se chama?

— Pode me chamar de Mary. Você é da polícia?

— Sou, eu sou o delegado.

— Pare o carro, eu vou descer. — Ela fala tentando abrir a porta do carro, mas ela não abre por dentro, só por fora. — Abra, por favor. Estou pedindo com educação.

— Por que ficou nervosa, Mary? Você deve algo à polícia?

— Não, mas não posso ser levada para o hospital, nem para a delegacia. Por favor, me deixe aqui e eu me viro.

— Fica calma, vamos ver se não fraturou nada. Fui eu que bati com o meu carro em você, então eu tenho que te ajudar...

— EU PEDI PARA PARAR O CARRO! — Ela grita, mas percebo que seu grito vem carregado de medo. Por que será que ela está assim?

Sem querer discutir com ela, eu encosto o carro na margem da rua e desço para abrir a porta para ela descer. Sou educado e cavalheiro, mas se ela quer ser a super mulher, que vá. Tentei fazer a minha parte, mesmo ela estando errada, mas quem saiu como o errado aqui fui eu.

— Vai, pode ir, segue seu caminho. Nem vou pegar seus documentos, pois sei que se eu puxar, vai estar enrascada, não é?

— Eu não devo nada para a polícia, não precisa se preocupar com isso. Não sou criminosa. Muito obrigada pela ajuda, posso me virar daqui pra frente.

— Onde você mora? Me deixa levar ao menos para sua casa...

— Não, não precisa. Como eu disse, eu me viro. Obrigada, senhor delegado.

— Por nada, pode ir. Quero ter certeza de que você não vai cair no meio do caminho. Se cair, vou te amarrar dentro do carro e te levar para o hospital.

— Obrigada de novo. — Ela fala estendendo a mão para mim. Sorrio e estendo a mão para ela. Ela vai caminhando, quase pulando em um pé só, e me dá até vontade de rir, se a situação não fosse séria. Fecho a porta de trás e entro no carro, seguindo para o restaurante.

Capítulo 2

Junior,

A imagem dela não sai da minha cabeça, almoço pensando nela. É difícil alguém entrar assim na minha mente, e ela, especialmente, depois de ficar tão abalada por não querer ir ao hospital.

— Mary, é tudo que eu tenho de você. Mas me lembro bem do seu rosto, vou saber quem você é de verdade.

Depois do meu almoço, decido voltar para a delegacia. Dirijo ao policial responsável por criar os retratos falados. Explico a ele todos os detalhes que consigo lembrar sobre o rosto da Mary.

Ele me escuta atentamente, fazendo perguntas pontuais para obter mais informações. Cada palavra que eu digo é como uma peça de quebra-cabeça que ele tenta encaixar para formar o rosto dela. Sua expressão séria mostra o quão dedicado ele é em sua arte.

Enquanto ele começa a desenhar, observo cada movimento de sua mão habilidosa. Ele começa pelos olhos, dando vida a eles com traços precisos. Em seguida, molda as sobrancelhas, o formato do rosto e os lábios delicados. Cada detalhe é trabalhado com paciência e cuidado.

À medida que o retrato vai ganhando forma, meu coração acelera de expectativa. Cada traço adicionado o rosto da Mary vai se revelando diante de mim.

Quando o policial finalmente termina o retrato, ele o mostra para mim com um sorriso. Meus olhos se enchem de emoção ao ver a imagem de Mary diante de mim. É como se ela estivesse ali, olhando diretamente para mim através do papel.

Agradeço ao policial pela sua habilidade e dedicação, sabendo que esse retrato é um passo importante na minha jornada para descobrir quem é Mary.

— Ficou perfeito. Melhor impossível. — Agradeço e vou para a minha sala.

Eu tiro uma foto da mulher misteriosa e decido fazer algumas buscas para descobrir mais informações sobre ela. Se houver alguma ficha criminal, talvez eu tenha um motivo para encontrá-la novamente.

Passo horas pesquisando, vasculhando até o fundo do baú, mas não encontro nada. Surpreendentemente, ela não tem nenhum passado criminal. Isso me deixa ainda mais intrigado. Por que ela ficou tão apavorada ao descobrir que sou delegado? E por que ela se recusa a ir ao hospital, mesmo estando machucada?

Essas perguntas não saem da minha cabeça. Sinto que há algo mais por trás dessa história. Não vou desistir tão facilmente. Estou determinado a descobrir quem é essa mulher, não importa o que aconteça.

Decido tentar conversar com ela novamente. Talvez assim consiga obter algumas respostas. Quero entender o motivo de seu medo e sua relutância em buscar ajuda médica. Será que ela tem algum segredo obscuro? Alguma razão para temer a polícia?

Léo entra na minha sala bem sorridente, e avisa que já está tudo pronto para a amanhã, para a nossa visita a sabonetinho.

— Quem é essa, senhor? — Ele fala, apontando para a tela do computador, parecendo hipnotizado pela foto.

— É uma mulher que eu atropelei. Tentei ajudar, mas ela ficou apavorada quando descobriu que eu era delegado. Piorou quando eu falei que ia levá-la ao hospital. Isso me deixou intrigado. Você pode me ajudar a pesquisar sobre a vida dessa mulher?

— Sua mãe faria isso em dois segundos. Por que você não a chama?

— Se minha mãe souber que eu atropelei uma mulher, mesmo sabendo que ela teve culpa, vou levar uns cascudos. E dessa vez, acho que ela vai amassar a minha cabeça. Na minha adolescência, eu estava brincando com uma menina e ela acabou se machucando. Fomos levados para a diretoria e ela foi chamada. Acho que ela não ouviu nada do que a diretora falou depois da parte em que dizia que eu bati na menina.

Ele começa a rir, perguntando o que a minha mãe fez comigo.

— Não machuquei ela porque eu quis. Estávamos brincando de lutinha, eu falei que ela não aguentava, mas ela insistiu. Aí minha mãe, como castigo, me levou para casa, me amarrou e deixou a menina me bater. Eu via o brilho nos olhos dela e dizia: "Acha que sou frágil ainda, seu idiota?" Desde esse dia, nem mulher eu prendo. Chamo a viatura feminina para dar apoio.

— Queria ver você apanhando. — Ele fala, entrando na gargalhada, e eu sorrio ao lembrar da cena.

Léo sai da minha sala, levando a foto da Mary, enquanto eu tento descobrir mais sobre ela aqui no meu computador. As horas vão passando, e quando eu vejo, já está na hora de ir embora. Hoje vou para me distrair no racha. Vou colocar minha máquina pra roncar e fazer os outros pilotos decorarem a minha placa, pois sempre ficam para trás.

Pego minhas coisas e sigo para minha casa. Tomo um banho para tirar a poeira do dia do corpo e começo a me trocar com os equipamentos de segurança da corrida. Apesar de nunca ter caído, não tenho medo de me machucar, mas sim de ser descoberto ali.

Com tudo pronto, tiro a capa protetora que esconde minha moto no fundo da minha casa e sigo com ela para o racha. Ao chegar, vou direto para a linha de chegada, encostando a roda dianteira bem na ponta da linha.

Observo os outros corredores se aproximando de mim, até que um para ao meu lado direito. Olho para ele de cima a baixo, vendo o quanto sua moto é potente, tão potente quanto a minha. Subo meus olhos para o piloto, que, apesar de estar com a capa de chuva, dá uma semelhança de ser magro. Se cair, não tem carne nenhuma para amortecer a queda.

Olho para seu capacete, que é espelhado como o meu, para não ser reconhecido por ninguém ali. Balanço minha cabeça como se estivesse desejando boa sorte. Ele simplesmente vira o capacete para frente, como se estivesse me ignorando.

Ahhh, esses caras que se acham demais são os que eu mais faço sofrer na pista. Esse vai ser o primeiro que vou fazer ver minha placa. Olho para frente e começo a acelerar a moto, à medida que o semáforo muda do vermelho para o amarelo. Hoje é o dia em que vou acabar com a ignorância desse certo corredor...

Capítulo 3

Junior,

Assim que o sinal verde é acionado, um som estridente é liberado pelos organizadores do racha, ecoando pelas ruas. Com um movimento rápido, solto o freio de mão, fazendo minha moto dar uma leve empinada, e logo a forço a descer, ganhando impulso.

A corrida se desenrola pelas ruas que foram fechadas pelos organizadores, garantindo que tenhamos o espaço necessário para correr. Às vezes, porém, eles arriscam e mantêm o tráfego aberto, o que considero extremamente perigoso. Afinal, se eu caísse ou uma viatura nos seguisse, minha identidade poderia ser revelada.

Cada curva que enfrento, inclino-me tanto que meu joelho quase encosta no asfalto, sentindo a vibração da moto e a adrenalina pulsar fortemente em meu corpo. Olho pelo retrovisor e vejo todas as outras motos ficando para trás, uma a uma, mas uma em especial chama minha atenção, a do corredor que parou ao meu lado no início da corrida, ele está bem do meu lado, quase me alcançando.

Decido focar toda a minha energia e habilidade em deixar ele mais para trás, afinal, de onde ele está não dá para ele ver a minha placa. Acelero ainda mais, sentindo o vento querer me empurrar para fora da moto e o ronco do motor ecoar nos meus ouvidos. A velocidade é eletrizante, e a sensação de domínio sobre a pista é indescritível.

A disputa se torna intensa, como uma dança perigosa entre duas máquinas. Meus reflexos afiados e a precisão dos meus movimentos me ajudam a manter o controle da moto, enquanto busco a oportunidade perfeita para ultrapassar o meu adversário.

Finalmente, vejo a minha chance. Em uma curva fechada, aproveito a menor brecha e acelero com tudo, ultrapassando-o com uma manobra ousada. Uma sensação de triunfo inunda meu ser, misturada com a excitação e a sede por mais vitórias.

Continuo acelerando, sentindo a emoção da velocidade e a adrenalina correndo em minhas veias. A noite se transforma em um borrão de luzes e sons, enquanto a competição se desenrola diante de mim.

Mas quando eu olho, lá está ele novamente, paralelo a mim, mas ainda estou um pouco à sua frente. Decido acelerar ainda mais, empurrando os limites da minha moto ao máximo. O ponteiro do velocímetro sobe rapidamente, chegando ao seu limite, se esforçando para ultrapassar a barreira do velocímetro.

No entanto, o piloto ao meu lado também acelera, mantendo-se paralelo a mim. Isso está me deixando cada vez mais irritado, com uma vontade ainda maior de vencer a corrida. De repente, ele faz uma manobra surpreendente e ultrapassa a minha moto, ziguezagueando pela pista, impedindo-me de me juntar a ele.

Determinado a alcançá-lo, decido arriscar. Desvio para o canteiro da pista, aproveitando qualquer espaço disponível para igualar nossas motos novamente. Tento me aproximar dele, sentindo a vibração da moto sob mim.

Cada movimento é calculado, cada curva é enfrentada com precisão. Estou focado, determinado a superá-lo e garantir a vitória. A competição torna-se uma batalha intensa, um duelo de habilidades e estratégias.

Estamos lado a lado novamente, lutando pela liderança da corrida. Cada curva, cada reta é uma oportunidade para ultrapassar e deixar meu adversário para trás. Meus olhos estão fixos na estrada à frente, enquanto minha mente trabalha em sincronia com a moto, buscando a estratégia perfeita para superá-lo.

Não vou desistir. Continuo acelerando, mantendo a determinação e a vontade de vencer. A corrida está longe de acabar, e eu estou disposto a dar o meu melhor para cruzar a linha de chegada em primeiro lugar.

Vejo de longe a minha de chegada, mas quando eu vou me ajeitar para acelerar mais, ele joga a moto para cima de mim. Para não cair, acabo apertando o freio, e ele acelera mais, passando em primeiro lugar na linha de chegada.

— Desgraçadoooooooo!!! Maldito.

Observo enquanto acelero minha moto, determinado a alcançar o segundo lugar. Mas, ao mesmo tempo, sei que ser o segundo colocado não traz consigo nenhuma recompensa na corrida. Não há troféus, nem prêmios em dinheiro. E, pior ainda, o segundo lugar muitas vezes é esquecido, perdido nas memórias dos espectadores.

Decido me aproximar da moto do piloto que usurpou o meu primeiro lugar,unha vontade é tirar o capacete e quebrar ele todo, ele foi pilantra, um covarde de ter roubado na corrida. Com a roda dianteira da minha moto, bato de leve na sua roda traseira. Ele vira o rosto para trás, mantendo o capacete no lugar. Ele levanta dois dedos para mim, encosta na testa e os retira rapidamente. É como se estivesse dizendo: "Até a próxima, otário".

Sorrio por debaixo do capacete, entendendo a mensagem. A competição é acirrada, mas há um senso de rivalidade entre nós, ele ganhou a batalha, mas não a guerra. Na próxima corrida, estaremos novamente lutando pela vitória, testando nossos limites e buscando a adrenalina que nos impulsiona. E por eu já saber que ele gosta de roubar, vou ficar mais esperto.

Eu me sinto um otário agora. Além de não ter ganhado por causa dele, não posso nem me defender. Não posso tirar o capacete, muito menos dizer alguma coisa. Ele recebe o dinheiro do prêmio e, sem dizer uma palavra, simplesmente desaparece do local.

A raiva ferve dentro de mim enquanto observo o piloto vitorioso partir com o prêmio que deveria ser meu. Sinto-me impotente, como se tivesse sido derrotado não apenas na corrida, mas também na batalha pela justiça. Não há espaço para argumentos ou defesas quando se está preso atrás de um capacete, escondido atrás de uma identidade secreta.

Mas, mesmo com toda essa frustração, eu me recuso a deixar que isso me abale completamente. Afinal, a verdadeira vitória está além de um troféu ou de um prêmio em dinheiro. Está na paixão que eu sinto pelas corridas, na emoção de acelerar minha moto, de desafiar meus limites. Essa é a verdadeira recompensa...

Eu quero enganar a quem? A mim mesmo? O que compensa é ganhar em primeiro lugar, e ser taxado como o piloto que não perde para ninguém, que ganha tudo, mas que drogä, quem é esse merdä desse piloto?

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