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MINHA PERIGOSA Mais Que Linda OBSESSÃO

Quando tudo começou

Ah o primeiro amor! Quem nunca se apaixonou por um amigo gato do seu irmão mais velho?

Adrian Keller, era um cara bonito, em seus um e oitenta de pele bronzeada, cabelos dourados e olhos verdes. Distribuindo charme nos lugares que passava. Com seu sorriso perfeito e covinhas de deixar qualquer garota fascinada, tatuagem no braço, além de possuir um carisma o fazendo ser muito popular.

Todas as vezes que o via sentia um frio na barriga, ficava feliz e com medo ao mesmo tempo. E adorava a forma como me tratava. Diferente dos outros amigos babacas do meu irmão, ele era gentil.

— A gente vai chegar atrasado, anda logo! Meu irmão mandou, estava terminando meu trabalho de biologia, tinha trabalhado a noite toda e perdi a hora para ir a escola, e ainda faltava uma conclusão.

— Calma, só preciso terminar uma linha. Disse escrevendo no meu notebook e tentando tomar café da manhã.

— Você é tão nerd, anda logo ou...

Uma buzina chamou, era o Adrian esperando para nós dar uma carona.

— Vai de a pé! Meu irmão disse saindo para o quarto.

Tento tomar meu suco o mais rápido e terminar de fazer o trabalho.

— E aí, gatinha! Adrian falou entrando na cozinha e bagunçando meus cabelos.

— Oi! Meu coração errou uma batida.

Tive um deslumbre vestindo jeans escuros e uma camisa clara com mangas puxadas ao cotovelo, seus cabelos úmidos caindo sobre os olhos, seu sorriso me tomou o fôlego.

— Estou morrendo de fome! Falou e pegou meu copo de suco tomando.

— É...pode tomar ...quero dizer, se sirva! Gaguejo olhando sua boca fina.

Adrian tinha bastante liberdade, desde que era amigo de infância do meu irmão sempre frequentava nossa casa, ele se inclinou no balcão comendo um pedaço de bolo.

— Trabalho da escola? Perguntou.

Confirmei com um aceno.

— Deixa adivinhar, biologia ou química? Pediu.

— Biologia, está tendo um concurso para...

— Você é muito nerd mesmo! Adrian disse me cortando e dando um sorriso.

Suspirei, às vezes me frustrava a forma como as pessoas me define, mas era fascinada por ciências.

— Anda vamos logo ou vamos pegar trânsito e temos uma prova hoje! Carlos disse voltando com a mochila.

— Cara, esqueci disso! Adrian falou parecendo preocupado.

Peguei meu notebook e mochila os seguindo.

— Não, não... Se formos pelo seu caminho, aí sim vamos perder a prova! Meu irmão me barrou antes de chegar no carro.

— Ei, você disse à mamãe que me deixaria na escola! Protestei.

— Isso foi antes de você me atrasar, e se não fosse isso teria visto que o carro estava com pneu furado.

— Ah e eu sou a culpada de você não saber trocar um pneu? Que homem é você? Rebati meu irmão.

— Estava te esperando, lembra? Agora é melhor ir. Carlos disse apontando para caminhar.

— Seu idiota! Xinguei e virei para ir à minha escola

— Parem! Vamos logo, entra aí Selina! Adrian interveio.

— Cara, a gente vai perder a prova! Meu irmão reclamou novamente.

Entrei e fechei a porta. — Para sua informação também tem uma apresentação hoje! Falei ao meu irmão.

— Nós não vamos nos atrasar! Coloca o cinto gatinha! Adrian falou.

Coloquei o cinto de segurança e sorri, feliz por ele ser tão legal comigo.

ADRIAN KELLER

Talvez goste de você

O carro acelerou, ele fez uma curva derrapando o pneu, mas suas habilidades de pilotar o carro eram impressionantes e não me assustou, me fez rir da cara assustada do meu irmão reclamando da velocidade que Adrian dirigia, oito minutos estava na escola.

O trabalho que ia apresentar era muito importante para mim, e soube que estava valendo um intercâmbio, não poderia estar mais que feliz por chegar à escola a tempo.

— Ei, obrigada! Falei para Adrian. E num impulso que até me surpreendeu ergui-me envergando sobre banco e dei um beijo em seu rosto, o que também pegou todos de surpresa era muito vergonhosa para tal atitude.

Sai correndo do carro entrando na escola.

Na hora de apresentar o trabalho, vendo minha turma toda me encarando e alguns professores, meu coração acelerou, estava prestes a ter uma crise nervosa por perceber que tinha esquecido meus óculos vendo minhas anotações turvas.

— Está tudo bem Selina? A professora pediu.

Ela tinha me ajudado com trabalho, me incentivou dizendo que tinha muito potencial, mas eu ficava nervosa sempre que precisava apresentar, o que torna tudo pior quando não consyegui enxergar direito.

Estava prestes a desistir, segurando as lágrimas. Foi quando bateram na porta. Olhei e vi pela janela de vidro um rosto muito familiar, um sorriso se formou em meus lábios ao vê-lo mostrar o óculos.

— Só um minutinho professora! Disse rápido indo à porta. Abri saindo e encontrando Adrian lá.

— Ei, você esqueceu isso no carro! Falou me entregando os óculos.

— E você veio me trazer? Perguntei surpresa.

— Ué, claro, e você não enxerga bem sem ele! Falou.

— Me salvou, obrigada de novo! Falei não contendo de sorrir feito boba.

— Disponha! Disse e fiquei ali parada. — Vai lá e arrebenta com a apresentação! Adrian disse.

Voltei a realidade rápido. — A claro, obrigada de novo! Repetindo e queria me chutar com a gargalhada que Adrian deu. Era uma boba mesmo.

Entrei e me senti confiante, e fiz minha apresentação.

Ganhei vários elogios, estava muito satisfeita com meu desempenho.

— Aí meu Deus, o amigo do seu irmão além de gato é muito legal! Te deu carona e ainda trouxe seus óculos.

Mariana estava deslumbrante com a atitude de Adrian, também estava impressionada que fez algo por mim.

— Talvez ele goste de você! Mariana falou num impulso.

— O que? Não! Disse, adoraria acreditar que sim, mas tínhamos diferença de idade e ele estava na faculdade, saia com garotas mais velhas e bonitas, eu ainda fazendo segundo grau, magrela, usando óculos e sou irmãzinha do melhor amigo, estava ciente que minhas chances eram nada.

— É sim, ele nunca foi tão legal antes! Ou foi? Mariana pedi.

— Ele sempre foi legal comigo, Mariana. E às vezes foi só uma ação sem malícia, entende! Explico.

— Mas que foi fofo, isso foi! Mariana diz e concordo, caminhamos pelo corredor da escola.

— Então acha que tenho chance de ganhar o tal estágio? Perguntei mudando de assunto e não querendo falar da minha paixão platônica pelo melhor amigo do meu irmão.

— Está brincando, você foi ótima, não vejo outra ganhando. Mariana falou. — Já contou aos seus pais?

— Não, se fizesse eles estariam muito empolgados, e não conseguiria me concentrar direito, se bem que acho que meu pai não iria apoiar muito, afinal vou ficar dois anos fora. Lembro.

Mariana fica triste. — Se você for, não vamos nos formar juntas!

Paro. — Sim, mas é uma oportunidade única, queria que você fosse também.

— Ah não, meus pais não iriam deixar, e aqui minha cidade, não me vejo em outro lugar, tipo ainda vou herdar o escritório dos meus pais, gosto disso! Mariana diz e voltamos a caminhar.

— A vocação está no sangue, não é mesmo? Falo.

— Bem, isso, mas não vou te impedir de ir, é uma oportunidade incrível, e você é super inteligente, tem que ir, conhecer alguns gatinhos americanos. Ela fala rindo.

— Embora goste de loiros! Sibilo baixo.

— Eu sei de quem! Pode até tentar disfarçar, mas você é caidinha pelo Adrian. Mariana diz.

— Esqueci isso! Nunca vai olhar para mim quando ele está numa faculdade com garotas mais velhas e turbinadas. Falo triste.

— Você é uma gracinha amiga! Mariana joga o braço sobre meu ombro. — Nunca diga nunca, ele é muito legal com você, será que não rola um interesse?

— Não, ele me trata como se fosse irmã dele. Lembro.

— E qual motivo seria? Se não gostar de você, às vezes ele te defende, outra te ajuda. Mariana toca no meu óculos e volta a ajustar no rosto. — As vezes gosta, só que é nova e irmã do amigo dele...Mariana sugeri.

Meus sentimentos entram em conflito. Um ponto de interrogação surgindo na minha cabeça me fazendo pensar, todos os amigos do meu irmão eram chatos comigo, com exceção de Adrian, ele sempre me tratou bem.

— Será!? Me deixei questionar.

— E por que não? Você mesmo sempre fala como é legal com você, e ele nunca namorou, hoje ele veio até aqui e por você...amiga, acho que ele talvez goste de você.

Meu coração bateu forte, nunca parei para analisar os movimentos de Adrian antes, na verdade nunca quis me iludir, mas fazia sentido.

— Faz sentido, né? Pedi tentando acalmar minhas emoções.

Mariana assentiu. Me deixei deslumbrar com a possibilidade.

Em consideração

Voltei para casa, meus pensamentos flutuando, tinha passado em várias lojas com Mariana, tentando escolher um presente de agradecimento para Adrian. Depois de muito procurar, optei por abotoaduras e um prendedor de gravata personalizado, o joalheiro gravou as iniciais do nome de Adrian. Mariana achou um presente bem retro, coisa que minha mãe ou avó faria, mas como Adrian iria ser um advogado e sempre o via reclamar de ter que usar gravata e os punhos das camisas, achei que seria legal. Gastei minha mesada e ainda utilizei um crédito do cartão que minha mãe me deu. Mas estava feliz e em poucos dias seria também seu aniversário de vinte e um anos, queria dar algo que pudesse usar sempre.

Dois dias tinham passado, logo as férias de verão chegariam, estava empolgada com a possibilidade de ir passar alguns dias na praia, Carlos estava organizando uma viajem para a casa de praia da família do Adrian, meus pais queriam viajar para ver meus avós e tirar uma segunda lua de mel em Toledo. E lógico, não queriam me levar, o que sobrou para Carlos, ele não poderia me deixar sozinha.

— Deixa eu ver se esqueci algo! Minha mãe parou na cozinha pensativa. Ela estava de um lado ao outro organizando tudo antes de viajar. — Claro a Lola, tenho que ligar para a pet shop. Lembrou.

— Já fiz. Vão cuidar dela! Falo sentada na cadeira na ilha da cozinha. Lola é nossa cachorrinha.

— Ah, obrigada filha! Suspirou. — Empresa de vigilâncias...

— Informei que estaremos fora. Volto a falar e abro meus e-mails no celular, um prende a atenção.

“ Parabéns Selina, você ganhou a bolsa de estudos” minha professora de biologia tinha mandado. Continuei lendo os pontos do e-mail, imersa espantada e uma felicidade me tomando.

— É isso! Eu consegui, consegui! Comecei a comemorar pulando frenética.

Minha mãe assustada. — Que isso, Selina? Pediu pondo a mão no peito.

— Eu consegui mãe, passei para bolsa de estudos, vou para Estados Unidos! Falei sem com tanta felicidade.

— Que...que bolsa? Quem vai pra Estados Unidos? Minha mãe pediu.

— Eu mãe, fiz uma inscrição e um trabalho de biologia com apoio da professora, apresentei outro dia e eles gostaram e fui selecionada para intercâmbio. Expliquei.

Minha mãe surpresa soltou um gritinho me assustando. — Sabia que você era muito inteligente, minha garota! Paulo! Minha mãe saiu gritando pela casa em instantes e estava compartilhando a notícia, meu pai fazendo uma careta me encarando. Esperava todo apoio deles, então expliquei tudo, como seria, onde e quanto tempo. Por ser menor de idade, ia precisar da permissão.

Com apoio da minha mãe, meu pai cedeu dizendo. “ Vamos fazer uma reunião com a diretoria da escola” Era o apropriado e consenti.

Estava indo informar minha amiga da novidade.

— Vi que fez uma compra alta no cartão outro dia, uma boutique, era para sua apresentação então? Minha mãe perguntando.

Senti meu rosto queimado. Como iria explicar? Peguei o caminho óbvio.

— Na verdade, comprei um presente! Disse e minha mãe me olhou. — É que o aniversário do Adrian...minha mãe estreitou o olhar. — E que esqueci meus óculos no dia da apresentação, não enxergava nada, se sabe né? Então ele levou, sem os óculos não teria feito a apresentação e não teria ganho a bolsa! Falei nervosa, minhas mãos soando.

— Ah, então aproveitou para também agradecer? Minha mãe pediu com seus olhos me observando.

— Sim, sim, não é certo? Falei me sentindo ainda mais desconfortável com seu olhar questionando.

— Quer saber? Fez o certo, afinal contribuiu para que pudesse ganhar algo muito importante, e estou orgulhosa de você filha! Minha mãe apontou e sorriu. Fiquei menos nervosa. Minha mãe está se virando para fazer o jantar. — Então o que você comprou? Pediu.

Voltei ficar sem graça. — Nada de mais. Disse.

— Espero que tenha sido algo chique, pelo valor, além do mais, a família dele é muito requintada. Minha mãe disse.

— Foi o que considerei. Falei e peguei o meu celular saindo antes que a minha mãe fizesse maia perguntas.

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