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Escolhas!

Capítulo 1- Espera.

Na suíte do luxuoso hotel para onde Clara foi levada, a espera a deixa agoniada. Se prepara conforme o combinado, não gosta nem um pouco do que está a usar, se fosse para ela escolher não seria esse tipo de lingerie que usaria em sua noite de núpcias, mais acordo é acordo. Se não fosse o real motivo de estar ali teria até apreciado o quarto. Tudo muito chique, a cama redonda imensa é quase do tamanho do seu quarto todo. Cortinas e lençóis de seda vermelhos, uma música suave, um perfume inebriante, tudo indicando para que o quarto seria usado.

Nervosa ela senta-se na cama, olhando para cima vê o seu corpo refletir no espelho que há no teto. Apesar de ser minúscula, a “lingerie” que usa deixa o seu corpo harmonioso, bonito até. Sempre teve vergonha do seu bumbum avantajado em relação aos seios pequenos, mais ali a faziam parecer uma mulher, ‘sexy’, os cabelos longos encaracolados emoldurando seu rosto, caindo sobre os ombros nus davam-lhe um ar misterioso, magra, até demais devido as dificuldades, a pele morena Clara, lábios carnudos e olhos castanhos expressivos completam o conjunto.

Por alguns segundos se esquece do que faz ali. A lembrança a faz levantar de um salto. Caminha pelo quarto descalça, sobre o tapete macio, vai em direção a janela e abre um pouco as cortinas.

Clara está assim distraída olhando pela janela quando abrem a porta. Se vira para o olhar, o seu coração dispara, é um homem bonito até, alto e forte, parece estranhar vê-la, depois de alguns segundos a analisando sorri, um sorriso maroto e lindo, o mais lindo que Clara já havia visto. Ela nunca foi de dar atenção a homens, nunca gostou das cantadas baratas e piadinhas sem graça que fazem quando passa por eles na rua, mais esse é excepcionalmente másculo, ombros largos, braços fortes, cabelos negros, bem arrumado, parece maduro “homem, não moleque” e muito mais novo do que imaginou que seria alguém que paga para ter uma virgem. Ele vira-se e tranca a porta colocando a chave sobre o criado mudo.

Clara se esquece de como está vestida, encantada pelos belos olhos, quando percebe o olhar de cobiça do homem sobre o seu corpo se sente envergonhada e tenta inutilmente se cobrir com as mãos. Ele aproxima-se dela, sem dizer uma palavra e sem cerimônia aspira o perfume de seu pescoço, segurando na sua cintura. Clara sente o hálito quente e com cheiro de álcool vindo dele, ele apossa—se da sua boca, um beijo avido e quente a devorando, a invadindo, sua língua a procura da dela, lhe tirando o ar. De início Clara os separa com as mãos, mais o beijo dele é bom, é viciante, tira as suas forças a deixando de pernas bambas, quebrando a barreira que ela criou.

Homem: - É gostosa. Não será um dinheiro gasto em vão...- retira o cheque do bolso e coloca sobre a mesa.

A sua voz é rouca e máscula, mais as suas palavras e o cheque fazem Clara voltar a si e lembrar do que precisa fazer. “ Dinheiro, por dinheiro”. Ele passa as suas mãos pelo corpo de Clara apertando as suas nádegas, ela sente o desejo dele cutucar-lhe a barriga. Precisa agir logo antes que seu corpo domine sua mente e a deixe se entregar a um desconhecido.

Clara: — Por favor senhor... Eu preciso de algo que me faça relaxar... sabe ser minha primeira vez…- sussurra para ele.

O homem a olha e o sorriso maroto retorna a seus lábios, pensou que nos dias atuais não existissem mais virgens e que o único motivo para essa “gata” ainda o ser é por dinheiro.

Homem: — Está bem. Vou servir um champanhe para você.- se vira, abre a garrafa e serve a taça que está mais próxima.

Clara pega a taça, as suas mãos tremem e estão geladas, ele percebe o seu nervosismo, segura o seu rosto e sussurra: — Serei gentil…

Clara bebe todo líquido de uma só vez, sua garganta queima, pega a outra taça da mesa: — Me acompanha por favor!?

Ele sorri e coloca champanhe na taça que ela lhe serve e enche a dela novamente, e como Clara bebe num só gole, joga a taça para trás, retira a que está nas mãos de Clara a jogando também e a abraça se apossando outra vez dos seus lábios, ele parece ter mãos e braços a mais, sem a soltar desabotoa a sua camisa a tirando e jogando no chão, a pega no colo e a coloca sentada na cama, tocando os seus pequenos e delicados seios por sobre a fina ‘lingerie’ enquanto invade a sua boca com a língua.

Homem: — Como uma gostosa como você ainda é virgem!

Clara não sabe se o que sente é medo, desejo ou raiva. Como pode um homem assim pagar para tirar a virgindade de uma moça, sem a conhecer, sem amor, só para satisfazer o seu ego. Clara deseja que tudo se resolva o mais rápido possível, precisa do dinheiro… não queria mais sente um calor invadir-lhe, o homem sabe o que faz, suas mãos são macias, seu cheiro...

Clara chega a pensar que o que colocou na taça de champanhe não fará efeito, que está perdida, garantiram-lhe que em segundos após ter tomado estaria apagado e ela colocou mais do que lhe indicaram é que o homem parece um touro, a beijando, a acariciando com avidez. Quando ele se levanta para tirar as suas calças ela percebe que ele cambaleia, ela levanta-se e finge o ajudar o deitando novamente na cama se colocando sobre ele, ainda o ouve sussurrar "Luíza", enfim apaga.

Clara: - Me desculpe homem lindo. Mais não é assim que quero a minha primeira vez. Eu preciso do dinheiro, muito, muito mesmo. Sei que não fará falta ao senhor, pois é rico. — sussurra no seu ouvido, dá um selinho nos seus lábios e se levanta.

Clara se veste com o seu jeans surrado e camiseta básica, retira as calças e cueca do homem, admirando o seu corpo perfeito e o quão bem-dotado ele é, coloca o sangue que trouxe nos lençóis, rasga a ‘lingerie’ que estava a usar e a joga sobre os lençóis. “ Está feito, é por uma boa causa”, pega as suas coisas, o cheque sobre a mesinha vai até à porta, se vira olha para ele.

Clara: — Mais uma vez me perdoe. Em outras circunstâncias poderia me apaixonar por você! – Dá um tchauzinho e vai embora.

Capítulo 2 - Acordo é acordo?

Após anos se jogando no trabalho, seguindo os passos do seu pai Marcelo Novais, na empresa da família, e nos finais de semana aproveitando o máximo que o dinheiro pode oferecer, Maicon pensou ter superado a apaixonite que tinha por Luíza na juventude, desde que ela foi embora, a quase dez anos, atrás do seu irmão Henry é a primeira vez que a vê.

Sofreu tanto que nunca quis se envolver num relacionamento sério com nenhuma mulher, só tinha casos que não duravam mais que alguns encontros. Sempre deixou claro as garotas que não passava de sex0, que é livre e preza muito sua liberdade e para ter um pouco da atenção do requisitado Maicon Novais havia fila de garotas atrás dele.

Quando Maicon viu Luíza ali na sua frente, vestida de freira aí lado de Henry, não aquentou, tudo voltou com força dobrada, a mágoa, os ciúmes, a desilusão. Do jeito que chegou, saiu, deixando os seus pais e os dois na sala da casa, não disse uma palavra, não era preciso.

Pegou o carro e foi para o bar onde costuma encontrar seus amigos, depois de beber alguns drinks, já meio alto, deixou ser levado por Vitor, um amigo que gosta de farras e orgias a um clube. O lugar bem animado, com muitos homens da alta, conhecidos dele e do seu pai ali bebiam e se divertiam.

Maicon: — Como eu não conhecia esse lugar?

Vitor: — É que é meio que clandestino. Aqui acontecem certas coisas…

Maicon: — A maioria dos homens daqui são empresários, milionários, conheço a maioria.

Vitor: — Daqui a pouco você vai saber o que fazem aqui, e Maicon, aconteça o que acontecer promete que tudo ficará em sigilo?!

Maicon afirmou com a cabeça e pediu outro drink, tinha que esquecer Luíza, custasse o que custasse. Ela é uma freira agora, o que pode fazer? Rever aqueles olhos verdes brilhantes acabou com as suas estruturas. Foi só lembrar do que houve no passado que o rancor tomou conta do seu coração.

Algumas garotas vem até ele se encostando, o acariciando, mais sua cabeça ainda está em outro lugar. Pede mais bebida e oferece as garotas.

Num certo momento ele ouve anunciarem tipo um leilão. Se aproxima para ver do que se tratava.

“ Sim, senhores! Virgens! Essas garotas são algumas das poucas que existem! Virgens! E pela quantia certa entregarão o que tem de mais precioso.”

Maicon não acredita no que está ouvindo. Ele mesmo com toda experiência que tem nunca havia trans@do com uma virgem. “ Luíza era virgem...”- pensa. E com isso na cabeça decide dar um lance.

As garotas estão com os rostos escondidos por máscaras, cada uma tem uma placa com o valor que deseja por sua virgindade, os corpos estão a mostra cobertos apenas por ‘lingeries’ minúsculas. Senhores da alta levantam placas ansiosos, parecendo adolescentes cheios de hormônios loucos por uma mulher.

Uma delas chama a atenção de Maicon, não é a mais bela, mais tem um lindo traseiro que é o que ele mais gosta nas mulheres, parece tímida, encolhida entre as demais. Levanta a placa com o número da garota escolhida. Não há nomes, só números.

Vitor: — O que está a fazer Maicon? Você não precisa pagar para ter uma garota, é só estalar os dedos… Abaixa essa placa!

Maicon: — Eu tenho dinheiro… Eu quero... Olha aquele traseiro!

Vitor: — Deixa disso amigo! É o álcool falando!

Ele já não sabia se era o álcool, a raiva de Luíza e do seu irmão ou a garota que o deixou excitado que falavam por ele. Pagou o que foi pedido, como o combinado a parte da garota seria em cheque e entregue ao consumar o ato. deram-lhe a chave de uma suíte onde segundo disseram a garota estará a esperar. Toma mais alguns drinks e vai para o elevador onde começa a pensar no que faz, “pagando para tirar a virgindade de uma garota” não precisa disso, mais agora que já está feito vai ver no que vai dar.

Pensa antes de abrir a porta, fica por alguns minutos com a mão na maçaneta e quando o faz fica impressionado ao observar a garota em pé ao lado da janela, a luz refletida no seu corpo destacando as suas curvas perfeitas, um olhar doce, uma boca divina... Maicon percebe que ela gosta do que vê também, pois os seus olhos brilhantes observam o seu corpo de cima a baixo, parece que ele não é o que ela esperava, é melhor, muito melhor.

Seu garoto reage instantaneamente. Se aproxima dela e o perfume que aspira em seu pescoço é inebriante, doce, suave e sensual ao mesmo tempo. Sem dizer nada a beija com avidez e o gosto de sua boca é tão bom que o deixa viciado, querendo mais...

Se lembra que, de acordo com o acordo, ele precisa ser gentil, que a garota é virgem. Mais a visão de um traseiro redondo e perfeito desperta nele um desejo voraz, quer apertar, morder, beijar, fazer inimagináveis coisas com ela. Ela está trêmula e com medo. Não a quer assim, lhe serve uma bebida e a vê tomar com gosto. " Agora sim" - pensa já imaginando as loucuras que fará e o que ensinará a garota. A pedido dela toma uma taça de champanhe, mais não é essa a bebida que ele quer, quer sentir o sabor da boca carnuda e macia de novo, do corpo pequeno e intocado, quer ser o primeiro a estar dentro dela. "Será que está ficando tarad# por virgens? Ficando louco? Não importa. A quer e pagou por isso, então fará o que desejar com ela!" - pensa- joga as taças e vai pra cima do que é seu.

Quando de novo retoma aos carinhos, se levanta para retirar a sua calça dando um pouco de alívio ao seu garoto que lateja, sente tudo rodar, seu corpo não lhe obedece, se sente pesado, tudo fica escuro... "Luíza"

Capítulo 3 - Por uma boa causa.

Clara sai do quarto de hotel indo direto para o hospital onde a sua irmã Solange está internada há quase dois meses. No ônibus vai repassando na sua cabeça tudo que passou nos últimos tempos.

Quando tinha os seus quinze anos seus pais faleceram num acidente de carro. Ela e a sua irmã, Sol, com cinco anos foram morar com uma tia. Seria melhor se ficassem sozinhas, os seus tios as faziam trabalhar como empregadas as trancando num quarto minúsculo com apenas um colchão de solteiro para as duas, mal as alimentavam. Sol sempre foi doentia, então Clara fazia de tudo para que a irmã não precisasse se esforçar muito. Estudavam porque era uma obrigação dos tios as mandarem a escola, mais faltavam do que iam.

Clara ainda tinha que escapar do assédio do seu tio que só não fez nada com ela porque a sua tia era ciumenta e as vigiava vinte e quatro horas.

Assim que completou dezoito anos, Clara arrumou um emprego escondida dos tios, arrumou um quartinho onde ela e sua irmã pudessem ficar e numa noite em que a tia se distraiu e não trancou a porta pegou sua irmã e saiu de lá.

Aos poucos conseguiu um lugarzinho melhor para morarem, mais o seu tio sempre que descobria onde ela trabalhava dava um jeito de a fazer ser mandada embora na intenção de que voltem a depender deles.

Depois de perder o último emprego Clara resolveu fazer doces para vender na rua, assim poderia cuidar melhor de Sol, e até a levar para a ajudar, fazia os doces a noite e saia de madrugada para os vender em rodoviárias, praças...

A dois meses, Clara chega da rua cansada, chama por Sol, que nos últimos dias fica em casa por não estar se sentindo muito bem. Mesmo doente Solange sempre vem ao seu encontro com um sorriso no rosto para a ajudar com as bolsas.

Clara a chama por diversas vezes, não obtendo resposta joga as coisas na mesa e corre pelos pequenos cômodos da casa a sua procura. A encontra desmaiada no chão do banheiro.

Clara se desespera: - Sol?! Sol? Por favor, acorde! Minha irmãzinha querida não me deixe!

Lágrimas descem pela face de Clara, Sol é a única família que têm, é por ela que enfrenta o mundo. Sente o pulso de Sol, está fraco, mais ela está viva.

Clara cria forças não sabe de onde, pega o corpo da sua irmã e sai para rua gritando por socorro.

Depois de dias exaustivos de exames, de diagnósticos contraditórios e Solange cada vez mais debilitada um médico, Doutor Sílvio, descobre o que está a acontecer com ela, um pequeno tumor alojado num lugar delicado do seu cérebro que necessita ser retirado com urgência por um especialista, no Brasil não há quem realize essa cirurgia sendo necessário a transferência para uma clínica nos Estados Unidos. Clínica e cirurgião particulares e caros. A cirurgia, acompanhamento médico, medicação e tudo mais ficará extremamente cara para uma garota que vende doces para sobreviver.

Clara procurou a sua tia, única parente que possuem que riu na sua cara. Tentou fazer empréstimo em vários bancos mais não conseguiu por não ter nada para dar de garantia.

Desiludida, cansada, sem saber mais onde recorrer, sentada num banco na frente do hospital, ouve sem querer uma conversa entre duas garotas:

1- É sério amiga! Pagam o que pedirmos! Como pensa que consegui comprar o meu carro zero?

2 - Pena que não sou mais virgem! Uma grana por algo que dei de graça seria uma boa! - ri.

Clara pensa não ter entendido direito, fica a ouvir com atenção tudo que falam, mesmo não acreditando cria coragem e pede a garota o endereço do lugar. A garota pede-lhe sigilo e após Clara insistir muito ela lhe passa.

Clara pega um ônibus até o endereço, pedindo aos céus que seja verdade e consiga o dinheiro que precisa para salvar a sua irmã.

Desce em frente a um prédio luxuoso, entra e pergunta pelo nome que a garota passou-lhe. Um senhor a encaminha para uma sala aos fundos do hotel, onde do outro lado funciona uma ‘boate’. Outro homem distinto até confirma o que ela ouviu, pede-lhe a identidade confirmando ser ela de maior e responsável, explica as regras, a leva para fazer um exame comprovando a sua virgindade e a faz assinar um acordo onde afirma seguir as regras e manter sigilo sobre o ocorrido no local.

Clara : — E quando poderei vir e receber? Preciso urgente do dinheiro.

Homem: — Todas precisam! Amanhã, venha amanhã, uma das garotas desistiu. — falou após olhar uma ficha com alguns nomes.

Clara volta ao hospital, Solange está a dormir, parece tão pequena e indefesa na cama do hospital. Segura as suas mãos entre as suas, as beija.

Clara: - Minha irmãzinha querida, força, só mais alguns dias e tudo ficará bem. Eu prometo.

Doutor Silvio chega na porta do quarto e ouve Clara, ele já sentia algo diferente por ela e vendo o amor que ela tem pela irmã, o cuidado e o esforço que tem feito para que a irmã se recupere fez nascer nele um sentimento novo, uma admiração.

Silvio: — Eu tenho certeza que tudo ficará bem! — Sorri e segura no ombro de Clara.

Clara: — Vai ficar sim, doutor! Pode preparar tudo para a transferência e cirurgia de Sol, dentro de dois dias terei o dinheiro que precisa.

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