Brasil, São Paulo.
Um quarto todo branco do hospital, os sons dos aparelhos quebram totalmente o silêncio do ambiente, até mesmo do tic tac do relógio aguçado, mas não aos ouvidos de Leonardo, que estava sentado numa poltrona ao lado de cabeça baixa se sentindo o pior de todos os pais. Sua sensação de impotência diante de tudo que Manuela, sua única filha de seis anos passava era algo torturante e angustiante.
Manu, havia sofrido um acidente muito grave durante o passeio da colônia de férias no campo no último final de semana, resultando numa fratura no braço e um coágulo na cabeça. Até o momento a pequena não acordou, pois a equipe médica decidiu a manter sedada.
Mas antes de entrar em coma induzido, Manu falou para o pai, que seu sonho era conhecer a sua mãe. Ouvir tal confissão lhe doeu na alma, pois sua ainda esposa perante a lei, dedicou trilhar seus próprios caminhos anos atrás, não se importando com a filha recém nascida, muito menos com ele.
Diante disso, Leonardo nutre uma raiva imensurável pela mãe de sua filha, se transformando em um homem um pouco amargurado com relação ao amor, nada lhe enchia seus olhos.
Leonardo Olivari, 30 anos de idade, um empresário muito bem sucedido, filho de um grande empresário nordestino que venceu na vida nas grandes cidades, sua mãe era italiana. Atualmente, era herdeiro e dono de uma rede de hotéis de luxo espalhados pelo mundo inteiro, além de mexer no ramo de construções de pousadas levando a sua marca de qualidade para o contratante.
Ele olha a hora no relógio na parede, em seguida checa em seu pulso, por achar que a madrugada não passava, era como se os ponteiros girassem em câmera lenta lhe trazendo ansiedade.
Leo - Ah... não aguento mais te ver assim, minha filha.
Ele segura na mão da Manu e aperta um pouco, o suficiente para sentir que estava tudo bem, isso trazia um acalento para sua angústia. Leonardo projetou o corpo para frente e depositou um beijo na mão da pequena, não segurando as lágrimas que rolaram no seu rosto se perdendo no pescoço.
Leo - Eu prometo que tudo ficará bem.
Ele soltou outro suspiro profundo e se levantou da poltrona, abriu a porta do quarto e saiu, caminhando pelo longo corredor vazio daquela ala do hospital. Seu corpo inteiro doía, seus músculos cada vez ficavam rígidos, mesmo Leonardo se alongando um pouco durante o trajeto até o refeitório.
Ao entrar no local, não tinha quase ninguém além de uma enfermeira lanchando na mesa perto da parede. Leonardo se aproximou do balcão e pediu um café preto, bem forte. Posteriormente, puxou uma cadeira e sentou com seu olhar fixo no nada, parecia distante em seus pensamentos viajantes.
Um barulho de louças se chocando vindo da cozinha lhe tira a concentração, Leonardo desvia o olhar para a caneca com café em cima da mesa e fica prestando atenção na imagem do seu reflexo meio turvo. A voz da sua filha pedindo para conhecer a mãe ecoava dentro da sua cabeça como uma música tocando numa vitrola velha.
Ele girou a caneca algumas vezes até decidir o que fará diante do pedido feito por Manu, antes de entrar na sala de cirurgia. Não poderia negar jamais, já que sua filha estava bastante vulnerável precisando de alguma motivação para se alegrar e conseguir uma boa recuperação.
Leonardo colocou a mão dentro do bolso da calça jeans e tirou o celular, não se importando muito com a hora, fez uma ligação para a única parente de sua ex esposa, atual, pois eles ainda eram casados no papel.
- Alô!
Leo 📱- Inês, desculpe o horário, mas preciso dum favor seu.
Inês 📱- O que aconteceu com a Manu, ela...
Ele a interrompeu no mesmo segundo.
Leo 📱- Ela está bem, não se preocupe, eu...
Ele relutou um pouco ao falar por longos segundos, preocupando dona Inês do outro lado da linha, mas disse o que queria e pediu para que ela localizasse a sobrinha o mais rápido possível. Faltava menos de quatro dias para o ano novo e essa não seria uma tarefa nada fácil, pois durante esses anos a tia renegou a sobrinha pelo seu ato inconsequente, nunca a perdoou.
Depois de uma rápida conversa ao telefone, Leonardo terminou de tomar o restante do café que tinha na caneca e retornou para o quarto onde a filha estava internada se recuperando de uma cirurgia delicada.
Demorou quase a madrugada inteira para pegar no sono, pois aqueles bips de aparelhos hospitalares não o deixava em paz um minuto sequer, era tão ruim que capotou de cansaço e exaustão. Quando acordou, já tinha amanhecido e uma enfermeira estava injetando novas medicações junto com o soro na Manu.
Enfermeira - Bom dia, senhor Leonardo!
Ele levantou do sofá com a roupa toda amassado no corpo, sentou e olhou para a moça, que estava com um belo sorriso estampado no rosto.
Leo - Bom dia! O que é isso?
Enfermeira - Oi?
Leo - O que está aplicando nela, qual o nome do medicamento?
Ele queria saber de tudo, por isso não abria mão de ficar com a filha durante esse processo no hospital. A enfermeira disse os nomes das medicações que estava aplicando na paciente e explicou para que servia.
Leo - O médico vai passar que horas no quarto?
Ela verificou a hora no relógio.
Enfermeira - Daqui a pouco senhor, acho que ele já chegou no hospital.
Quase meia hora depois o médico entrou no quarto, examinou o progresso de recuperação da pequena Manu e o tranquilizou. Depois dessa conversa franca com o doutor, Leonardo pôde respirar com mais calma. Dona Inês chegou às nove horas para ficar de acompanhante durante o dia.
Inês - Nossa Leo, você está exausto, precisa urgente de um banho e tentar dormir, pelo menos um pouco.
Leo - Conseguiu falar com ela?
Inês - Não, mas enviei uma mensagem, na realidade, não tenho certeza se Alyna vai me responder, eu a ignorei durante todos esses anos, então...
Ficou um silêncio entre eles até Leonardo quebrar o gelo do momento.
Leo - Eu a odeio na mesma intensidade que já a amei um dia.
Dona Inês ficou olhando nos olhos de Leonardo, que transmitia raiva ao falar de Alyna, era como se ele tivesse passando por cima do seu orgulho para cumprir o desejo da filha, isso se via nitidamente até pelo o tom da voz.
Leo - Eu vou em casa, tomar um banho.
Inês - Não se preocupe, eu ficarei com ela e ligarei se tiver alguma novidade no quadro de saúde da Manu.
Leo - Obrigado, nem tenho como agradecer, serei eternamente grato.
Inês - Considero a Manu como uma neta que nunca tive.
Leo - Pode ter certeza que é recíproco da parte dela.
Ele se aproximou da cama hospitalar e beijou a testa da pequena, ficou a olhando por alguns instantes, em seguida saiu do quarto, pegou o seu carro no estacionamento e saiu do hospital indo direto para casa.
Estados Unidos, Nova York.
Seus dedos tocavam delicadamente as teclas do piano, fazendo o som tomar toda a sala de estar do apartamento de Alyna, que leu a mensagem ao acordar e estava bastante emocionada extravasando toda a sua dor na música, seu sentimento era de culpa é lágrimas rolaram no seu rosto deixando sua visão turva.
Sentindo-se um ser humano desprezível, Alyna bate as mãos nas teclas do piano finalizando o toque, dando início a um silêncio ensurdecedor na sala, apenas se ouvia o próprio choro e os soluços de lágrimas a sufocando.
Depois desse momento, Alyna saiu de casa direto para a sua sessão de terapia no consultório do doutor Dimitri Jackson. Hoje ele não atendia nenhum paciente, mas abriu uma sessão para a mulher que ele tinha uma grande admiração.
Dimitri - O que aconteceu?
Perguntou aflito, pois Alyna estava chorando muito na ligação e continuava, porém um pouco mais contida.
Alyna - Me ajuda por favor, a minha filha... ela...
Dimitri - Calma, você precisa se controlar.
Ele a direcionou para a sala onde aconteciam as sessões.
Dimitri - Sente-se, e tente respirar fundo.
Alyna - A minha filha sofreu um acidente na colônia de férias e teve que fazer uma cirurgia de risco na cabeça e no braço, pois teve uma fratura, ela só tem seis anos e...
Ele lhe trouxe um copo de água.
Alyna - Obrigada!
Ela tomou metade em um só gole e fechou os olhos tentando ajustar a respiração que estava desenfreada.
Dimitri - Shhh... calma, calma... puxe o ar para dentro dos pulmões devagar.
Ela começa a fazer as manobras de respiração.
Dimitri - Isso... agora solte devagar, esvazie todo o ar.
Depois de acalmá-la, Dimitri puxou uma cadeira para ficar um pouco mais perto, de frente para Alyna.
Alyna - Eu estou péssima.
Dimitri - Quando você estiver pronta para falar o que aconteceu, estarei aqui para te escutar.
Alyna - A Manu, a minha filha sofreu um acidente, uma queda da tirolesa.
Ele a olhou assustado, pois sabia de toda a história dela, inclusive que não tinha contato algum com a filha, há anos.
Alyna - Vou voltar para o Brasil.
Dimitri - Você faz certo, tem que ficar perto da sua filha nesse momento.
Alyna - Ela não me conhece, não tem afeto para comigo.
Dimitri - Isso será o começo e você terá que enfrentar se quer ter contato novamente com ela.
Alyna - O pai dela me odeia, a minha tia...
Dimitri - Eles não sabem o que você passou.
Ela limpa as lágrimas com os dedos, o especialista se levantou e pegou alguns lenços e os entregou.
Alyna - Obrigada.
Ela limpa as lágrimas novamente e o olha nos olhos.
Alyna - Eles não sabem do câncer e não vou usar tudo o que eu passei com a minha doença para os sensibilizar.
Ele sorriu de lábios fechados e segurou as mãos dela.
Dimitri - Você é uma guerreira, você venceu aquela maldita doença.
Alyna - Eu tenho medo que volte e ter que passar por tudo outra vez.
Dimitri - Não vai voltar.
Ela iria falar mais alguma coisa, mas desistiu e fez um gesto positivo com a cabeça.
Dimitri - Vai dar tudo certo, eu estou na torcida.
Alyna - Cometi o pior erro da minha vida, que foi deixá-los para correr atrás de um sonho, ser uma pianista renomada, eu consegui, mas eu fui castigada por isso da pior maneira.
Dimitri - Quem foi que disse que ter uma doença é castigo? Para de pensar assim Alyna, você é uma mulher tão incrível que não tem idéia.
Eles se olham.
Dimitri - Eu gosto muito de você.
Dessa vez ele falou em um tom esquisito, Alyna não entendeu muito bem.
Dimitri - Sorte do homem que tiver o seu amor.
Alyna - Eu...
Ele se aproximou e depositou um beijo doce no rosto dela.
Dimitri - Eu sei que ainda gosta dele, mas quero que saiba que estarei aqui lhe esperando de braços abertos.
Confusa, Alyna desviou o olhar para as próprias mãos e ficou pensativa.
Dimitri - Além de ser seu terapeuta e amigo, gostaria de ter uma oportunidade para te fazer feliz.
Ela continuou olhando as mãos e mexendo os dedos.
Alyna - Eu não posso.
Dimitri - Eu sei.
Alyna - Você é um homem incrível, mas eu não posso.
Ele sorriu e fez positivo.
Dimitri - O Leonardo tem muita sorte de ter o seu amor.
Com essa frase, Alyna ergueu o olhar o encarando.
Alyna - Ele me odeia e tenho certeza que quando eu retornar para o Brasil a primeira providência que irá tomar é pedir o divórcio.
Dimitri - Será? Eu tenho lá minha dúvidas.
Alyna - Como assim?
Dimitri - Ele poderia ter entrado com o pedido de divórcio há muitos anos, ele não fez.
Ficou um silêncio entre eles, até Alyna se despedir alegando que teria que arrumar as malas para viajar amanhã. Doutor Dimitri se ofereceu para ajudá-la e deixá-la no aeroporto, ela tentou negar, mas a insistência dele a fez permitir tal ação.
Alyna voltou para casa e passou praticamente a tarde inteira organizando as coisas que iria levar, fez as malas e as encostou no canto próximo a porta, sentou no sofá e fez uma ligação para a tia, que como sempre se recusou em atendê-la. Sem ter como se comunicar para confirmar que retornaria, ala deixou pra lá e tomou um banho, jantou uma lasanha congelada que esquentou no microondas e adormeceu no sofá enquanto fitava a foto da filha quando ainda era um bebê, essa imagem era a única lembrança que tinha da pequena Manu, pois dona Inês nunca enviou nenhuma foto da menina com o passar dos anos, mesmo Alyna pedindo quase todos os dias.
Há pouco mais de dois anos atrás, Alyna sentiu um nódulo na axila, depois de um check-up veio a notícia da doença, foram dois anos difíceis de muita luta, sessões cansativas de quimioterapia e pós.
Era uma parte de sua vida que Alyna tinha medo que voltasse, apesar de estar curada, tinha que sempre fazer exames anualmente para acompanhar.
Alyna Veiga, 26 anos, uma brasileira pianista bastante competente no ramo musical, ganhando até um prêmio no ano passado por seu talento. Era conhecida em Nova York, como as mãos de fada dos pianos. Por querer voar e viver o seu sonho, deixou a família poucos meses depois que a filha nasceu, talvez incompreendida ou muito jovem, agiu sem pensar nas consequências de seus atos, e hoje carrega essa culpa e não é bem vista pelos conhecidos no Brasil, todos lhe viraram as costas.
...
Leonardo acabou dormindo mais que o esperado, quando acordou já passava das 19 horas, desesperado e um tanto quanto atordoado levantou bruscamente da cama sem rumo, esquecendo até a direção do banheiro.
- Pesadelos?
Uma voz feminina o faz parar e olhar na direção da porta, Bruna estava escorada na aduela da porta de braços cruzados e o encarando com um sorriso bobo nos lábios.
Leo - Quanto tempo você está aí?
Bruna - O suficiente, estava admirando você dormindo.
Leo - Hum...
Ele entra no banheiro e lava o rosto no lavabo, Bruna entra junto e fica atrás, olhando-o pelo reflexo do espelho.
Bruna - Como a Manu está? Te liguei o dia inteiro querendo notícias e você não atendeu nenhuma das minhas ligações.
Leo - Estava descansando, acabei capotando e dormi praticamente o dia inteiro.
Ele ergueu a cabeça olhando-a pelo espelho.
Leo - Ela está melhorando, fez a cirurgia e correu tudo bem.
Bruna - Ainda bem!
Ela se aproximou e pegou uma toalha o entregando para que pudesse enxugar o rosto.
Bruna - Fiquei muito aflita quando fiquei sabendo do acidente, eu não iria vir esses dias, só depois do ano novo, mas não queria te deixar sozinho nessa.
Fica um silêncio entre eles, Leonardo sai do quarto enxugando o rosto e entra no closet, tirando a roupa confortável que estava e vestindo outra para poder ir passar a noite no hospital.
Bruna - Eu sei que não estamos na nossa melhor fase do nosso relacionamento, mas eu gosto tanto de você.
Ela desvia o olhar para o chão, Leonardo sai do closet abotoando a calça jeans e a olha sério.
Leo - Não quero que pense que eu não gosto de você, pois eu gosto sim e muito, só que com o acidente da minha filha não poderei te dar atenção.
Bruna - Eu sei, nunca vou reclamar atenção sua ou disputar ela com a Manu, eu gosto muito daquela menina.
Ele faz positivo e senta-se na poltrona para calçar os sapatos.
Bruna - Só queria que você ficasse bem.
Leo - Eu estou bem.
Bruna - Não, você não está.
Leo - Não se preocupe comigo Bruna, eu estou bem sim, se não tiver tudo ficará, eu não vou permitir que nada me abale.
Ela deu meio sorriso tímido e se aproximou, agachou e apoiou os braços nas pernas dele.
Bruna - Por que você é tão fechado? Tão sério? Nunca te vejo sorrindo por algo engraçado ou animado por momentos bons.
Ele a encara por longos cinco segundos e afasta os braços dela, em seguida se levanta e pega o celular que estava em cima da mesinha de cabeceira. Só se escutou o som do forte do suspiro da Bruna lamentando não ser nenhum pouco prioridade na vida dele.
Leo - Já jantou?
Ela balançou a cabeça em negativo, mais uma vez Leonardo não respondeu diretamente o motivo da sua tristeza, mas Bruna tinha quase certeza que ele se tornou fechado assim pelo abandono na ex-esposa, nem precisava se aprofundar na história para saber que ele nunca superou.
Bruna - Não.
Leo - Quer jantar comigo? Irei comer e depois vou para o hospital, a Inês já ficou praticamente o dia inteiro com a Manu, não quero que ela se esforce tanto, já é uma senhora.
Bruna - Claro que sim, vou lhe fazer companhia.
Ela sorriu e se aproximou, segurou os quadris dele e ficou de pontas de pés para alcançar os lábios dele, assim trocaram um selinho demorado. Posteriormente os dois saíram do quarto e caminharam pela mansão até a sala de jantar. Rita, a governanta era a única funcionária que ficava à noite, fora os seguranças no seu posto na portaria.
Leonardo era um homem que gostava muito da sua privacidade, se fosse para escolher, moraria em um lugar mais simples com apenas a Rita de funcionária, mas era um homem poderoso e temia pela a segurança da sua filha, sempre lhe deu o melhor que o mundo pode oferecer, mas deixando claro que nada na vida é fácil.
Rita - Querem sobremesa?
Ele disse que não, mas Bruna aceitou de bom grado uma deliciosa torta de merengue, sabor morango. Depois disso, ela foi embora e Leonardo seguiu caminho para o hospital. Durante o trajeto ele ligou o som do carro para escutar as notícias do dia na rádio.
Ao parar no sinal, apoiou o braço esquerdo na porta e levou a mão no queixo olhando fixamente para a luz vermelha do farol do carro na frente, na realidade, somente sua visão estava parada ali, seus pensamentos lhe projetaram para o passado não tão distante.
De repente, na rádio começou a tocar uma música nostálgica do Roberto Carlos, ele iria mudar de estação e sincronizar em outra, mas desistiu e ficou ouvindo e apreciando a letra.
🎵 Roberto Carlos - Tudo Pára.
Suas lembranças retornam trazendo momentos bons, lembrou dos pais que eram fãs do cantor e principalmente da primeira noite de amor que teve com Alyna, foi algo tão incrível e sublime que jamais seu subconsciente permitiu que essa memória fosse apagada.
O sinal abre, Leonardo acelerou e seguiu reto pela fria noite e misteriosa, as ruas ainda estavam iluminadas e decoradas com enfeites de Natal. Dezembro tinha os seus encantos e uma beleza diferenciada do restante dos outros meses do ano, tinha uma magia boa.
Minutos depois, ele chegou no hospital, estacionou o carro na garagem e subiu para o andar onde a filha estava internada. Ao abrir a porta presenciou dona Inês tirando um cochilo na poltrona perto da janela que dava para o pátio, se aproximou e a tocou de leve no ombro.
...
Nova York.
Alyna já estava arrumada e de malas prontas, pegou uma jaqueta que estava em cima do sofá e vestiu. A campainha tocou, ela correu e abriu a porta, Dimitri estava com um sorriso simpático e ao mesmo tempo triste no rosto, não queria se despedir da mulher que estava apaixonado.
Dimitri - Estou atrasado?
Ela sorriu.
Alyna - Claro que não, ainda tenho um tempinho sobrando até o horário do meu voo.
Ele a beijou no rosto e pegou as malas, descendo com elas colocando-as no porta-malas do seu carro que estava parado de frente para o prédio que Alyna mora. Quando chegaram no aeroporto, Dimitri ficou com ela até o horário do voo.
No momento da despedida, ela ficou um pouco chorosa pois o considerava um grande amigo, e Alyna não gostava de despedidas, tanto que quando foi embora do Brasil, não disse adeus, apenas foi embora.
Dimitri - Qualquer coisa, me ligue.
Eles se abraçaram.
Dimitri - Não importa a hora, não pense, quando precisar pode me ligar.
Alyna - Obrigada por tudo, eu volto!
Ele sorriu e a beijou no topo da cabeça.
Dimitri - Boa sorte com a sua filha, espero que ela fique bem.
Ela agradeceu mais uma vez e seguiu para a porta de embarque, até sumir completamente do campo de visão de Dimitri, que mirou o chão triste, deu meia volta e colocou as mãos dentro dos bolsos saindo do lugar, caminhando sem pressa.
Para mais, baixe o APP de MangaToon!