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Meu Anjo Do Jeans Azul

O internato.

Tessa? Tudo bem? - papai resmungou algo, enquanto eu retirava os fones de ouvido.

- Oi? - respondi, olhando para ele.

- Perguntei se está tudo bem? - ele repetiu.

- Ah, claro, pai, está tudo muito bem. Tirando o fato de o senhor querer me colocar em um internato. - desviei o olhar e olhei pela janela do carro.

- Filha, tente me entender. Olha, é realmente necessário isso. Eu não vou me preocupar tanto com você enquanto eu estiver fora.

- Ok, pai, você já decidiu. O que mais eu posso fazer? - ficamos em um silêncio desconfortável.

Eu sei que estou sendo injusta e egoísta com ele, mas não quero ter que passar dois anos longe do meu pai, vê-lo apenas nos finais de semana. Mas também não quero magoá-lo. Desde que mamãe morreu, papai se desdobra para que não me falte absolutamente nada, desde amor até bens materiais.

- Ok, pai, se você se sente melhor com essa decisão, eu aceito. Só por favor, se cuide. Não quero perder você, assim como perdemos a mamãe.

- Obrigado por entender, Tessa. Eu prometo que, quando tudo estiver em seu devido lugar, te colocarei em um colégio normal.

- Não, pai, olha, internato não é tão ruim assim. Veja pelo lado bom: se eu arrumar um namorado, o senhor não vai precisar se preocupar em como e onde vou perder a minha virgindade. Pode ser exatamente às 03:00 da manhã, no meu quarto ou no dele. Olha que maravilhoso! - gargalhei.

- Pensando por esse lado, já estou começando a reconsiderar a ideia de você estudar em casa.

- Agora quem quer o internato sou eu, papii. - sorri sarcástica. Meu pai odeia o fato de que algum dia irei me casar e lhe dar netos.

- Você não presta, Tessa Morgan Lockwood.

- Desculpa, pai - sorri. - Mas admita, minha piada foi brilhante.

- Foi tecnicamente a pior piada que um pai poderia escutar, considerando que há alguns minutos você não queria nem saber de um internato.

- Verdade, mas aí eu pensei nessa possível possibilidade e blimmm, mudei de ideia.

- Eu espero de todo o meu coração que você esteja completamente e literalmente brincando comigo.

- Eu não confiaria em mim, papii...

Nós ficamos falando desse assunto até chegarmos no famoso internato Brilintmore.

- Enfim, chegamos. - papai sorriu fraco, no fundo ele sabia que eu não queria estar ali.

- É, chegamos.

Descemos do carro e peguei minhas malas. Entramos no internato, onde fomos recebidos por uma mulher alta e com expressão severa.

- Olá, o senhor deve ser o Sr. Derek Morgan Lockwood, certo? - ela perguntou ao meu pai.

- Sim, senhora...? - meu pai respondeu, com um olhar de confusão.

- Morgana. Prazer em conhecê-lo. E essa coisinha se chama? - ela me encarou, parecendo uma versão real da Mortícia Addams.

- Essa coisinha aqui se chama Tessa Morgan Lockwood. E ela não gosta de apelidos, viu Morganinha... - sorri sarcástica.

- Uau, é meio impulsiva, não? - ela olhou para meu pai.

- Coisa pouca, quase nada, normal né, adolescentes. - meu pai me deu um cutucão do tipo "respeito, garota".

- Bom, me acompanhe, por favor, Sr. Derek, e coisinha, quero dizer Tessa, por que não vai conhecer o internato, querida? - ela saiu com meu pai.

Querida? Sério isso? Onde é que ficam as portas dos fundos para eu fugir?

Deixei minhas malas na porta do escritório da diretora e saí para explorar melhor minha nova "prisão". Caminhei pelo enorme corredor, que estava vazio, provavelmente porque os alunos estavam em horário de aula.

- Que lugarzinho mais sem graça, antiquado... - E então, esbarrei em alguém, como sempre faço.

- MAIS QUE DROGA, HEIN? NÃO TEM OLHOS, NÃO GAROTA? É CEGA POR ACASO? - Um garoto gritou com raiva.

- Desculpa, eu estava distraída. Grosso. - respondi, franzindo a testa.

- GROSSO? VOCÊ ESBARRA EM MIM, E EU NÃO TENHO O DIREITO DE FICAR PUTO?

- Quer saber, fique puto, não ligo. Já pedi desculpa, se não quer aceitar, só lamento.

- GAROTA IDIOTA... - Ele saiu bufando de raiva.

- Sério isso? - Bufei de frustração e voltei para a porta do escritório da diretora, sentando-me no chão, esperando aqueles dois calarem a boca.

Já não gostei desse lugar. Primeiro, a diretora é uma bruxa. Segundo, o lugar é velho, antigo e o cheiro é de sei lá, hospital? E terceiro, as pessoas são grossas e mal humoradas e não conhecem a palavra desculpa.

- Filha, já estou indo. - papai disse quando saiu do escritório.

- Já? - perguntei, surpresa.

- Sim, mas hoje é quinta-feira. No sábado, virei te buscar. - ele me abraçou. - Se cuida.

- Você também.

Ele saiu, e o monitor Jace prontamente se ofereceu para ajudar a carregar as malas. Com um sorriso no rosto, ele se aproximou.

- Quer ajuda? - perguntou gentilmente.

- Por favor - respondi com um sorriso, aliviada pela sua oferta. - Prazer, Tessa. Estuda aqui?

- Sim e não, kkk - ele respondeu, deixando-me curiosa.

- Oi? - fiquei intrigada com a resposta enigmática.

- Então, eu trabalho aqui como bolsista. Durante o dia, sou monitor e estou sempre disposto a ajudar com coisas como carregar malas e resolver problemas. Especialmente para princesas perdidas como você - ele disse com um tom brincalhão, pegando minhas malas e começando a subir as escadas. - Vem comigo?

- Ah, claro - respondi, seguindo-o de perto.

Subimos até meu quarto, e eu pude perceber que Jace era realmente uma pessoa legal, além de ser muito bonito. Meu coração começou a bater mais rápido.

- Bom, está entregue, princesa. Se precisar de alguma coisa, sabe onde me encontrar - ele disse, beijando minha mão com um gesto cavalheiresco antes de sair.

Entrei no meu quarto, que era espaçoso e tinha uma atmosfera antiga e estranha. Comecei a arrumar minhas roupas no armário, preparando-me para as aulas que teria em breve.

Desço até o pátio principal para pegar meus horários. No caminho, decido passar pelo banheiro para dar um jeito no meu cabelo, que parecia ter uma vontade própria naquele dia.

Ao entrar no banheiro, acabo esbarrando em uma garota, como de costume.

- Opa, me desculpa - peço, tentando me recompor.

- Sem problemas, - ela responde com um sorriso amigável.

- É sério, desculpa mesmo. Você é a segunda pessoa que eu esbarrei hoje, - comento, rindo da minha falta de jeito.

- Novata, né? Está perdida, né? - ela pergunta, demonstrando empatia.

- Sim e sim,. Prazer, Tessa - me apresento, sentindo-me aliviada por encontrar alguém tão amigável.

- Lucynda, mas me chama de Lucy. Temos aula de religião agora?

- Sim, você também? - pergunto, surpresa por termos a mesma aula.

- Sim, Vamos juntas então - ela sugere, e juntas seguimos para a sala de aula.

No entanto, assim que entramos na sala, uma sensação de desânimo toma conta de mim.

AHHH NÃO, ELE NÃO

Sim, o garoto insuportável está na minha turma. Parece que o destino está brincando comigo, colocando-o bem na minha frente. Ele me encara com um olhar carregado de ódio, e eu tento evitar seu olhar, mas é impossível.

Por que ele olha tanto para mim? Eu em.

Anjo dela

P.O.V T.M.L.

Hoje é sábado, e meu pai vem me buscar. Confesso que não estou muito animada para vê-lo, já que ainda estou chateada por ele ter me colocado nesse lugar que mais parece uma casa fantasma do que um internato.

Minhas primeiras noites foram horríveis, cheias de pesadelos. E o pior de tudo é que sempre acordo às 3:00 da manhã, justamente a hora em que os demônios e as sombras parecem ter mais força. É estranho e perturbador.

Por volta das 12:00, meu pai finalmente chega para me levar para passear. Ele sai do carro e se aproxima de mim com um sorriso no rosto.

- Oi filha, como foram seus primeiros dois dias? - ele pergunta, tentando parecer animado.

- Oi pai, pior impossível! - finjo felicidade, não querendo preocupá-lo.

- Para com o drama, Tessa. Topa tomar um sorvete comigo? - ele propõe, tentando animar o nosso dia.

- Tá, pode ser - respondo, concordando com um sorriso.

Passamos o dia passeando juntos, meu pai me contando sobre o que aconteceu com ele e eu compartilhando algumas experiências do internato. Apesar das minhas reservas, tento aproveitar o momento com ele. No fundo, ainda sinto um pouco de mágoa, mas tento não deixar transparecer.

No final da tarde, voltamos para o internato por volta das 20:00. Meu pai estaciona o carro e desliga o motor.

P.O.V S.P.R.M

Finalmente é sábado, o dia em que meu pai prometeu vir me buscar para uma conversa séria. Não estou muito animado com isso, mas sei que é importante. Desde que aquela garota, Tessa, chegou ao internato, tenho me sentido estranho. Pesadelos perturbadores e sensações incomuns têm me assombrado. Não sei o que está acontecendo, mas algo está diferente.

Fico esperando meu pai por mais de duas horas no portão do internato. O sol vai se pondo, e a sombra que antes oferecia um pouco de alívio já se foi.

Finalmente, meu pai chega, um pouco atrasado, mas chega. Ele estaciona o carro e desce, visivelmente cansado.

- Eu sei, estou um pouco atrasado, mas sua escola é longe, sabia?!?! - ele diz, justificando-se.

- Um pouco? - respondo com sarcasmo, cruzando os braços.

- Fica quieto e entra logo no carro. Temos muito que conversar - ele diz, um pouco irritado.

Entro no carro, e meu pai dirige até uma lanchonete pouco movimentada em uma estrada afastada. Parece ser um lugar tranquilo para conversarmos.

- Bom, você já sabe que você é um anjo, certo? - ele começa a explicar, enquanto pedimos nossos lanches.

- Não? Sério? Conta outra, essa não é mais novidade - respondo, com um tom de desdém.

- Para de graça, Shawn. Me deixa falar! Eu te disse que uma hora você teria que proteger alguém, por isso foi treinado, e a pessoa que você protegeria entraria nesse internato - ele continua, tentando me fazer entender.

- E essa pessoa já chegou, presumo? - pergunto, já imaginando a resposta.

- Sim, ela já chegou. O nome dela é Tessa Morgan Lockwood - meu pai confirma, observando minha reação.

Ah não, só pode estar de zoeira com a minha cara. A pouca sombra? - penso, incrédulo.

- Por que eu tenho que protegê-la? - questiono, curioso e um pouco irritado.

- Eu era o anjo da mãe dela, e depois que ela morreu, você, sendo meu filho, tem a obrigação de cuidar dela - ele explica, tentando me convencer.

- Acho que você não era muito bom, já que ela morreu - respondo, deixando escapar minha frustração.

- CHEGAAAAAA! Eu não aguento mais essa sua falta de educação. Você vai fazer sua obrigação e pronto - meu pai explode, perdendo a paciência.

- Mas eu não gosto dela, nem quero ficar perto dela - retruco, deixando clara minha resistência.

- Você não precisa gostar nem ficar perto dela, só quero que a proteja - ele insiste, tentando me convencer.

- Okay, se eu não tiver que ser gentil, acho que posso até fazer. Só tenho que agir se ela estiver em perigo, certo? - cedo, não tem muito o que fazer.

- Sim, só precisa se preocupar se ela correr perigo - meu pai concorda, aliviado por eu ter aceitado.

Fácil, aquela pouca sombra não vai se meter em nada. tem cara de quem não machucaria uma mosca, - penso, com um sorriso irônico.

- Okay, mais alguma instrução? - pergunto, já pensando no que vem a seguir.

- Não, quer comer algo? - meu pai muda de assunto, tentando aliviar a tensão.

- Quero! Desde quando eu nego comida - respondo, deixando escapar um sorriso.

Ficamos andando de carro por um tempo, até que decidimos voltar para o internato. Já era por volta das 20:00 quando avistei Tessa chegando.

Acho que não vai ser tão má ideia "protegê-la".

Não confie no Jace.

P.O.V. Tessa Lockwood

Após me despedir do meu pai, adentrei a escola e me deparei com aquele garoto irritante sentado no terceiro degrau da escada, me encarando com um sorriso sarcástico estampado no rosto.

"Vamos lá, Tessa, ignore-o. Suba as escadas e finja que ele não existe", pensei, tentando me convencer.

Mas antes que eu pudesse me mover, ele quebrou o silêncio com uma provocação.

- Impossível fingir que não existo, Pouca Sombra. Afinal, sou o garoto mais lindo de todo esse manicômio - disse, com um tom de superioridade.

Fiquei momentaneamente sem palavras, tentando processar a situação.

- Como assim? Como você... - comecei a perguntar, confusa.

Ele me interrompeu, ainda sorrindo de forma debochada.

- Ah, é melhor não se preocupar com esses detalhes. Já são 20:00, hora de crianças como você estarem na cama. O que ainda está fazendo aqui, Pouca Sombra? - provocou, levantando-se e se aproximando de mim.

Revirei os olhos, decidindo não dar o gostinho de uma reação exagerada.

- Se é hora de crianças estarem na cama, o que você está fazendo ainda acordado, mauricinho? - retruquei, sorrindo com falsa doçura.

Ele pareceu surpreso com minha resposta, mas logo recuperou a postura.

- Estou trabalhando, ao contrário de você, que está apenas atrapalhando meu serviço - respondeu, com um tom de superioridade.

Arqueei uma sobrancelha, desafiando-o.

- Desde quando ficar sentado na escada, observando o vazio do local, é considerado trabalho? - cruzei os braços, mantendo minha postura.

Ele pareceu irritado com minha resposta.

- Eu estou trabalhando, e isso não é da sua conta. Agora, se me dá licença... - disse, num tom de deboche.

- Já te disseram que você é um babaca? - soltei, antes de subir as escadas, ignorando-o.

Ele riu, como se estivesse se divertindo com a situação.

- Já, kkk. E eu adoro ouvir elogios - provocou, enquanto eu subia os degraus.

Respirei fundo, tentando me acalmar, e continuei meu caminho em direção ao meu quarto. Porém, antes que eu pudesse alcançá-lo, senti um vento frio passar por mim, arrepiando meus pelos.

Virei-me rapidamente, mas não havia ninguém por perto. Sacudi a cabeça, tentando afastar a sensação estranha, e continuei a caminhar em direção ao meu quarto. Mas, de repente, fui empurrada com força e caí no chão.

Atordoada, olhei para cima e me deparei com uma garota estranha, de aparência assustadora. Sua pele era pálida, seus cabelos curtos e suas roupas escuras. Ela me encarava com um ódio intenso nos olhos.

Levantei-me, sentindo uma mistura de medo e confusão.

- Por que fez isso? - perguntei, tentando entender o motivo de sua agressão.

Ela não respondeu, apenas se afastou em silêncio, desaparecendo rapidamente.

Fiquei ali, perplexa, tentando processar o que acabara de acontecer. Quem era aquela garota? Por que ela me empurrou com tanta força? E o que ela quis dizer com "fica longe dele"?

Sacudi a cabeça, tentando afastar os pensamentos confusos, e decidi seguir em frente. Continuei minha caminhada em direção ao meu quarto, quando fui surpreendida por Jace, que apareceu ao meu lado.

- Ei, Tessa - ele me chamou, com um sorriso amigável.

- Jace? Ah, oi - respondi, surpresa por vê-lo ali.

Ele parecia animado e sugeriu darmos uma volta juntos.

- Ah, claro. Só me deixa pegar um casaco, está meio frio hoje - sorri e entrei no meu quarto para pegar o casaco. - Pronto, para onde vamos?

Jace sugeriu que eu conhecesse o seu refúgio, um lugar especial para ele dentro do internato. Curiosa, aceitei o convite e começamos a caminhar juntos.

Conversamos sobre diversos assuntos, Jace tinha um jeito descontraído e engraçado, o que tornava a conversa ainda mais agradável.

O tempo passou rápido,

- Putsss, Tessa, estou atrasado. A gente se fala depois - disse, me dando um beijo na testa e saindo apressadamente.

- Mas hoje é sábado.. - disse estranhando pois ele não tinha que trabalhar hoje a noite.

Voltei para o meu quarto, pensativa. Afinal, hoje era sábado Decidi deixar essa dúvida de lado por enquanto e me preparei para tomar um banho relaxante.

Enquanto cantarolava uma música, a luz do banheiro começou a piscar, anunciando um possível problema elétrico. Resmunguei, culpando a velhice do prédio e meu pai por me colocar nesse internato.

- Valeu, pai, se eu morrer aqui no banheiro por culpa da luz que explodiu, a culpa será todinha sua - murmurei, irritada. - Valeu, destino - acrescentei, quando a luz se apagou completamente.

Com cuidado, saí do chuveiro e peguei minha toalha para me enxugar. Porém, no escuro, acabei tropeçando no tapete do banheiro e fui ao chão. Por sorte, alguém me segurou antes que eu caísse por completo.

Senti a respiração ofegante da pessoa próxima ao meu rosto, e pude ouvir o batimento acelerado de seu coração. Fiquei momentaneamente sem reação, sem saber quem estava ali comigo na escuridão.

De Repente, uma voz sussurrou em meu ouvido.

- Não confie no Jace...

Fiquei tensa e tentei me levantar, mas a pessoa misteriosa me ajudou a ficar de pé e, em um piscar de olhos, desapareceu. Nesse exato momento, as luzes do banheiro se acenderam novamente, revelando uma janela aberta.

- Mas o que foi que acabou de acontecer aqui?

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