Me sigam no instagram : Autora Diene Médicci

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" Amor, tanto amor, que até mesmo nós dois chegamos duvidar um dia ser real ... "

Eu tive que passar por cima de muitas coisas para viver esse grande amor, abandonei minha casa, meus costumes, uma vida regada a luxos, e demorou muito tempo pra eu me arrepender completamente por isso tudo, mais afinal, contos de fadas não existem!!

Após a grande chegada do Augusto e as irmãs dele, no aniversário de um aninho da Liz, nossa princesa, a emoção tomou conta de todos nós, aquilo foi realmente contagiante, tiramos algumas fotos, super espontâneas cheias de amor, que de longe era possível ver, cantamos o parabéns e foi um dos momentos mais mágicos que já vivemos juntos, eu tinha uma família e agradeci muito a Deus por aquilo olhando todos reunidos.

Logo já fugimos para o cantinho conversar a sós, apenas eu e ele, ficamos nos encarando alguns instantes, ele sorriu e me beijou, falou que não esperava uma reconciliação assim, por causa da minha mágoa, dos nossos problemas, mais que todos os dias em que ficamos separados, ele só pensou em mim, em nós, na nossa família perfeita que Deus nos deu, comecei chorar, o abracei, ele me pediu perdão por tudo o que aconteceu, prometeu nunca mais duvidar de mim, do meu amor e força e nem me m.a.g.o.a.r, jurou sempre por a família em primeiro lugar e disse que ia me fazer a mulher mais feliz do mundo, perguntou se eu podia aceitar o pedido dele e ser um pouco mais forte, pra continuarmos de onde paramos, falei que não tiveram dias mais sombrios do que aqueles, em que eu perdi meu porto seguro, vendo minha felicidade se esvair pouco a pouco.

Logo a família dele se aproximou de nós, abracei eles todos, pedi desculpas por ter me afastado, por tudo que fiz no meu pior momento, principalmente para a Nina, que sempre me ajudou muito, minha melhor amiga, a dona Lúcia foi logo dizendo que tudo havia ficado para trás, que éramos " família " e o importante era estarmos juntos em harmonia mesmo com todas as dificuldades da vida .

Os meus parentes ficaram todos chocados, porque eu sumi por muito tempo, voltei com uma filha que nem meu pai sabia da existência, só no velório dele, depois grávida novamente, sozinha sem um namorado e do nada com um cara malandro todo tatuado marrento, o assunto da festa foi este, mais tudo correu bem, alguns foram indiscretos com as perguntas e comentários sobre o Augusto e as crianças, querendo saber da paternidade, chegaram perguntar sobre o Henrique até, querendo saber quando terminamos, mais relevei, falei educadamente que estava a anos com o Guto, a Liz ganhou muitas coisas boas, eu nem achei que ia dar tão certo.

Tive que ficar dando atenção pra todos e l.o.u.c.a pra poder curtir o Augusto e matar as saudades, todo o tempo nós ficamos fazendo contato visual, mesmo distantes nossos olhares falavam muito sobre nós, era nítido o quanto um amava o outro, eu só conseguia pensar o quanto sonhei com tudo aquilo, minha família toda reunida de verdade, tudo na paz, era isso que sempre quis, paz. Ele ficou um pouco mais reservado com a família dele, mais não foi anti social com a minha família, alguns familiares chegaram conversar com ele, minha tia principalmente, e minha sogra falou que me aturou tanto tempo incomodando, que passou até gostar de mim.

Quando os convidados começaram ir embora, eu ainda estava correndo, toda ocupada e a Liz ficou todo o tempo na mesa dá vó onça dela, tentaram pegar ela várias vezes, mais sem sucesso, ela só queria ficar com eles, quando a festa acabou só ficaram meus tios, minha madrasta, as cunhadas e a sogra, fui começando arrumar tudo e eles ajudando, a dona Lúcia foi embora e falou que era pra nós dois colocarmos a cabeça no lugar e viver em harmonia de uma vez, pediu pra pensarmos nas crianças e não ficarmos batendo cabeça, que já não éramos tão jovens. Como já tinham ido todos embora, minha tia e minha madrasta me falaram pra ir embora também, que elas iam arrumar tudo no barracão, eu estava exausta, a Liz também já estava c.h.a.t.i.n.h.a, aceitei a oferta delas, o Guto estava com a Liz, andando fora do barracão, fui até eles dei um selinho nele e falei

- Você vai comigo pra minha casa?

Ele respondeu com um sorriso lindo

- Você quer que eu vá?

Sorri e respondi pegando a Liz no colo

- É tudo o que mais quero agora.

Ele me abraçou e falou pegando ela

- Amo você, senti muito a falta de vocês duas . Calma aí mamãe, já fez muita coisa hoje, deixa que eu carrego ela.

Respondi rindo

- Somos três agora em papai.

Ele respondeu que m.a.l podia esperar pra saber tudo da gravidez e do nosso menino, coloquei os presentes que couberam no carro dele, fomos pra minha casa, o Augusto a Liz e eu, no carro fomos conversando bastante trocando carinho, chegando em casa ele perguntou como estava sendo morar sozinha lá, falei que era ótimo ter a minha privacidade, meu cantinho sem a minha madrasta, ele perguntou se eu sentia falta dele arrumando minha bagunça, falei que era oque mais fazia falta.

Dei banho na Liz, ele ficou parado na porta do banheiro, troquei ela, dei no colo dele, fui fazer a mamadeira e ela em momento algum estranhou ele, a ligação dos dois era coisa de outro mundo, se ele fosse pai biológico dela, acho que não seriam tão grudados assim, o amor dele por ela era coisa mais linda de se ver. Fui arrumando o berço dela, falei pra ele

- Você vai dormir aqui?

Ele respondeu que sim, se eu quisesse, ele ficou todo o tempo me encarando com um sorrisinho b.e.s.t.a, já era de noite, ele deu a mamadeira, ela logo dormiu estava exausta, falei pra por ela no berço, ele estava com ela no colo perto de mim, perguntei com deboche

- Porque você tá me olhando com essa cara em?

Ele sorriu e respondeu colocando ela no berço

- Tô te admirando, nem acredito que voltamos, senti sua falta todos os dias sabia? Na moral. Ver você assim cuidando dela e grávida, você não sabe o quanto eu fico feliz com isso Angel .

Nos abraçamos, falei que eu também estava feliz, o convidei para tomar banho comigo, a gente ficou abraçado em baixo da água, só se sentindo, trocando carinho, ele estava todo babão na minha barriga, sendo carinhoso amoroso cuidadoso assim como foi na gravidez da Liz toda, a gente matou as saudades como deu, fizemos um amor gostoso aquele da reconciliação.

Depois conversamos muito sobre nós e as crianças, falei que não haveria segredos entre nós, independente do que acontecesse, ele falou que ia sair dos negócios da família dele assim que possível, que as coisas iriam mudar, ele se referiu a dinheiro, falei que não importava nada daquilo, desde que a nossa família ficasse segura e que agora eu tinha a casa dos meus pais e meu pai havia me deixado bem financeiramente, ele respondeu que não iria depender de mim, nada disso, só que iria se dedicar ao trabalho de tatuador, ficar mais tempo no trabalho e que por exemplo não teríamos as viagens, os passeios luxuosos como antes, falei que eu havia mudado muito e que essas coisas já não faziam mais a minha cabeça, que eu gostava da nossa antiga vida, quando moramos juntos na rua da mãe dele, que nunca fui tão feliz antes.

Nos acertamos e já começamos fazer planos juntos, ele disse que como morava em outra cidade, não podia estar indo todos os dias ficar comigo e que também tinha alguns trabalhos pra fazer antes de sair dos negócios, mesmo sem saber dos detalhes tentei me manter calma, não ficar em cima cobrando nada e nem falando disso.

No começo ele ia dia sim, dia não ficar com a gente, as vezes ficava até três quatro dias sem ir, mais sempre conversando muito por celular, quando ia dormia comigo, levava coisas pra gente, dava muita atenção pra Liz. Eu abri um salão em casa, não trabalhava o dia todo, mais fazia bastante coisas até com horário marcado, cortes, sobrancelhas, escova, coisas rápidas e sem química por causa da gravidez.

Eu estava fazendo um curso de aperfeiçoamento e deixava a Liz com a minha madrasta pra poder ir, eu estava entrando no oitavo mês e estávamos muito bem, apesar da distância, sempre felizes, eu sentia muito amor na gestação, sonhava com o meu menino nascendo lindo perfeito, saudável, pedia a Deus por isso. Eu me culpava por não ter sentido aquilo tudo com a Liz, a terapia me ajudava muito a compreender meus sentimentos e a ter mais controle sobre mim e as crises, não tive mais crises de ansiedade ou pânico, elas já não faziam parte da minha rotina.

Me cuidei muito a gestação toda, seguindo tudo a risca oque a médica passava, tive uma consulta importante e avisei dois dias antes o Guto, chamando ele pra ir junto, era ultrassom daqueles que dava pra ver tudo, ia ser legal pra ele participar, já que tinha perdido quase tudo, ele disse que não ia poder ir, porque estava fora a trabalho, fiquei muito c.h.a.t.e.a.d.a, falei que ele tinha prometido colocar a família em primeiro lugar, que assim seria difícil recomeçar com os erros do passado se repetindo, ele me pediu tempo e paciência, disse que não dependia só dá vontade dele.

A minha madrasta se afastou muito, desde o aniversário da Liz, ela estava se preparando pra mudar de cidade e ir morar perto da família dela, ela se sentia muito sozinha após perder meu pai, nosso relacionamento ficou bom até, apesar do nosso histórico e nós nos mantivemos próximas comparando a antes, nos encontrávamos por causa das crianças também e ela me ajudou muito, ficando com a Liz várias vezes.

A minha sogra havia me aceitado de vez, do jeito dela lógico, a dona Lúcia tratava a Liz com muito amor, do jeito dela, mais eu não tinha o que reclamar sobre ela, até porque era cada uma no seu canto e ela me mandava comida, eu esperava ansiosa as visitas do Guto também por isso, ela falava com a Liz pelo celular dele, mandava mimos pra bichinha dela e não ia em casa nunca, por causa da correria, até elogiar meu trabalho em rede social ela começou, era inacreditável. Os dias foram passando e o Augusto ainda estava mexendo com coisa errada, ele sumia me dava respostas vagas, eu ficava agoniada com medo de acontecer algo com ele, as vezes via reportagens de roubos, t.r.á.f.i.c.o sequestros, morria de medo de vê-lo na televisão qualquer dia. Ele sempre me garantia que não haviam riscos, que estava seguro, cuidando do financeiro e de acordos porque era de confiança. Falava que quanto menos eu soubesse, era melhor pra minha segurança e eu nunca entendia de fato oque ele fazia.

Na gravidez da Liz não tive chá de bebê, a gente comprou tudo o que precisava e eu não tinha pessoas pra convidar, também vivia escondida na época, acho que por estar bem, quis aproveitar tudo ao máximo na gravidez do Gael, fizemos chá de bebê com uma super decoração, com bolas metálicas pratas enormes e tons sobre tons em azul, eu fiz uma bela maquiagem, arrumei o cabelo, coloquei um conjunto de croped e saia longa rose com a barriga de fora, a Liz estava começando andar, não parava mais, coloquei nela um vestido lilás cheio de babado na saia, organizei tudo com o Augusto que adorava participar de cada detalhe.

Convidamos os meus familiares, os dele também, alguns que nem eram tão próximos de mim, na lista deu umas cinquenta pessoas e foi praticamente todo mundo, minhas amigas foram também, Laura, Fernanda, Geovana, minha madrasta e meus tios, eles foram pra ficar em casa comigo já na sexta feira, o Augusto estava com clientes no Studio o dia todo, só chegou de noite quase as 22:00, eu ficava muito apreensiva com todos eles juntos, a gente estava em família assando carne, eles bebendo no quintal, quando o Augusto chegou cumprimentou todos e foi pra dentro, fui atrás falar com ele, ver se estava tudo bem, como foi o dia, ele falou que ia dormir na mãe dele, por causa da minha família, pra deixar a gente mais a vontade e disse que ia trabalhar no sábado, era sexta feira, o chá era no sábado dia seguinte, respondi perplexa

- Como assim Guto? Você também é parte da família agora, não pode ficar evitando eles. Eu não gosto disso!

Ele se aproximou me deu um selinho e respondeu passando a mão na minha barriga

- Porque vocês sempre deixam a mamãe assim? Grudenta, em Gael?

Olhei b.r.a.v.a pra ele e falei tirando a mão de perto

- Grudenta Augusto? Poxa. Se fosse eu ignorando sua família, você não ia gostar!

Ouvi a Liz chorando, fui saindo do quarto pra ver, ele respondeu debochado

- Tambem amo você morena.

Fiquei irritada com ele, sai lá fora, peguei a Liz do colo da minha tia fui pra cozinha pegar o copinho dela pra por água, minha tia foi atrás e perguntou se estava tudo bem, falei que sim, ela respondeu

- Te conheço Angélica, tô sentindo você tensa, não sei, como tá o relacionamento de vocês? Faz pouco tempo que estão morando juntos e eu não vi ele por aqui o dia todo.

Respondi

- Tá tudo bem tia, nos finais de semana ele tem bastante trabalho mesmo .

Ela perguntou se o problema era eles ficarem lá em casa, falou que ele era muito fechado, todo calado e ela não queria me levar problemas, respondi

- Ele é assim mesmo, não tem nada demais e a casa é minha tia . Vocês são a minha família, magina, ele nem tem porque achar ruim de nada.

A gente estava na cozinha sozinhas e o resto do pessoal no quintal, ela falou do nada no meio de uma conversa atoa

- Você é feliz mesmo Angel? Agora com essa vida nova?

Respondi surpresa

- Sim, porque tia?

Ela respondeu

- Nada demais, só me preocupo . Você é sozinha aqui, eu fico tão longe, tenho medo de você precisar de mim, de alguém e se fechar por medo insegurança, não sei, você sabe que pode sempre contar com a gente pra qualquer coisa não sabe? Se algum dia você quiser se separar, ou ele te fizer algo...

Ela estava falando quando ele entrou na cozinha, ela ficou quieta no susto e disfarçou, ele pegou a Liz, começou conversar com ela perguntando porque ela estava chorando, foi abrindo o armário pegou o pote de bolachas e eu toda sem jeito pálida feito papel, com medo dele ter ouvido a nossa conversa, minha tia começou lavar louça, falei pra ele

- Agora não é hora de bolacha, ela já comeu um monte de porcarias hoje com as crianças.

Me referi ao meu irmão e minha prima, eram maiores que a Liz e estavam em casa, eles eram terríveis, ela adorava ter crianças pra brincar ficar correndo atrás, ele respondeu sem jeito

- É só uma Angel ...

Olhei séria pra ele já estava i.r.r.i.t.a.d.a mesmo, ele perguntou

- O que eu faço? Posso oferecer lá fora pra eles ou não?

Ele ficou sem jeito comigo também, aquele clima chato, minha tia respondeu

- Claro que pode, leva o pote lá. Vão adorar ! Pode levar .

Ele saiu pra fora, fiquei pensando na r.a.i.v.a que eu estava dele e nas perguntas estranhas da minha tia, ela logo falou

- A gente não devia ter ficado aqui, vocês estão brigados não é?

Falei que não nada a ver, ela respondeu

- Angélica você sabe que eu só quero o seu bem... Mais não tô aguentando, eu preciso te perguntar uma coisa...

Falei pensando lá vem bomba, falei

- Diga !

Ela respondeu

- Tô vendo a Liz com o Augusto e a única coisa que eu consigo pensar é na semelhança dela com o Miguel quando era pequeno e na falta de semelhança dela com o Augusto .

Não consegui disfarçar e fiquei nervosa, respondi descontraindo

- Miguel? O irmão do Henrique? Que isso tia? Tá doida?

Ela respondeu

- É . Eu fiz as contas e tudo bate .

Comecei chorar não sabia o que dizer, ela falou pra eu me acalmar porque meu segredo estava seguro com ela, fomos para o quarto, tranquei a porta, contei tudo a ela da época da separação com o Henrique e como eu soube da gravidez, ela falou que não queria me julgar e jamais iria falar pra alguém, mais que era direito do Henrique saber a verdade, que se eu deixasse a mentira ir longe demais, eu podia perder a confiança da Liz no futuro, que ela podia se revoltar contra mim um dia.

Fiz ela prometer que não falaria nada sobre o assunto a ninguém, quando saímos do quarto eu estava com uma cara péssima, olhos vermelhos inchados, lavei o rosto, mais não estava dando pra disfarçar, fomos para o quintal, o Augusto estava lá conversando com eles pra me agradar com certeza, ele me olhou já percebeu que tinha algo acontecendo, na primeira oportunidade se aproximou e me falou baixinho

- Tá tudo bem Angel? Você ta brava comigo ainda?

Respondi

- Tudo sim. Não, tô de boa, se você quiser ir dormir na sua mãe, pode ir . Sem problemas!

Ele me abraçou e disse carinhoso

- Porque você estava chorando? É culpa minha né, me desculpa, vou ficar aqui beleza, não vou dormir na minha mãe.

Tentei disfarçar, beijei ele e desconversei, eu ainda estava pensando se ele tinha ouvido a nossa conversa na cozinha, fiquei super tensa também meio triste, ele tentou se enturmar, ficou dando atenção pra todos, na hora que fomos dormir, ele perguntou se eu estava animada com o chá, se eu estava gostando das visitas, que podíamos receber eles mais vezes, ele estava querendo me agradar porque viu que eu não estava bem e estava se sentindo culpado, mais a culpa não era dele, não toda pelo menos. Guardei tudo pra mim, não falei nada pra ele sobre minha tia saber da paternidade da Liz .

O chá foi muito legal, fizemos bingo, brincadeiras, ganhei muitas coisas, bastante fraldas, sabonetes, lencinhos, a minha família exagerada como sempre deram roupinhas coisas mais caras, a dona Lúcia deu a saída da maternidade junto com a Nina, a Gabriela deu um cobertor e um travesseiro com uma oração, todo mundo se divertiu bastante, eu tentei esquecer o que vinha me preocupando e não falei nada pro Augusto, do que conversei com a minha tia, ele chegou perguntar se estava acontecendo algo, porque eu estava diferente, falei que não, imaginaaaaa, que eu só estava cansada, no domingo foram todos embora, minha tia tentou me tranquilizar, não pudemos conversar muito sozinhas, mais ela falou que eu podia confiar nela e que deveria tomar cuidado, porque assim como ela suspeitou, outras pessoas podiam desconfiar.

No último mês da gestação fizemos ensaio fotográfico nós dois e a Liz, a gravidez foi tranquila e fiquei enorme, com uma barriga gigante bem maior que da primeira vez, eu estava chegando na reta final e um dia acordei chorando, eu estava tendo um pesadelo com o Guto e no sonho ele foi preso, nós já estávamos praticamente morando juntos e eu sabia que ele estava mexendo com as coisas lá dele e isso mexia com a minha cabeça, ele super atencioso me acalmou, falou que era bobeira, que estávamos juntos a anos e nunca aconteceu nada a ele, mas ainda fiquei me sentindo m.a.u sentida, triste o dia todo

Ele me perguntou se eu queria conversar sobre " aquilo " porque ele não gostava de falar e eu não gostava de saber, algumas coisas como o Thiago por exemplo, foi um assunto esquecido, ele só falou que haviam se resolvido, eu mudei de cidade, nunca mais vi ele, nem soube nada, a gente só superou aquilo.

Ele foi falando que ia ficar uns dias fora, falei que não queria saber pra não me preocupar, acabamos nos desentendendo, logo falei que dá outra vez, ele me largou sozinha no fim da gravidez e não esteve ao meu lado quando mais precisei, que ele tinha que priorizar a nossa família, eu tinha um ranço enorme do meu sogro e nunca mais fui lá.

Eu estava muito sensível, chorei bastante fiquei nervosa, ele então prometeu que seria a última vez, que quando o Gael nascesse ele ia parar com tudo, que só precisava resolver umas pendências para o Valter, fiquei muito chateada sem falar com ele, ele foi viajar assim mesmo, passou a semana fora, a Liz já entendia as coisas, estava começando falar e sentia muita falta dele, chamava por ele todos os dias, quando o celular tocava ela já falava que era o papai, a gente conversava por ligação, mensagem e chamada de vídeo, teve uma noite que durante a chamada a Liz estava dormindo no meu colo, estávamos no sofá, ela acordou com a voz dele assim que ouviu, ja foi procurando olhando pra porta sonolenta, comecei chorar e falei

- Augusto eu não tô dando conta. Olha pra gente, a nossa filha acorda só de te ouvir, ela quer você, o que você tem de tão importante pra fazer aí que não pode estar com a sua família?

- Precisamos de você aqui. Ela não pode ouvir carro no portão que vai ver se é você, eu tô cansada não consigo dar atenção pra ela direito. Vou desligar !

Ela começou chorar sonolenta com dengo, ele respondeu quase chorando

- Angel calma, você sabe que eu queria mais que tudo estar com vocês, vai ser a última vez, eu prometo beleza? Ooo filha, papai tá aqui, não chora. Liz, eiii, filha.

Nos despedimos, eu estava chorando, falei que se ele não colocasse um fim naquilo, que eu colocaria um fim no nosso relacionamento, porque logo seriam duas crianças chorando sozinhos comigo, eu estava com os hormônios a flor da pele, chateada com ele, juntou tudo ...

Ele pediu pra eu aguentar mais um pouco e me manter calma pelo nosso menino! No dia seguinte ele voltou pra casa, me pegou de surpresa, levou uma bola enorme colorida pra Liz, ele chegou me beijando, pegou ela no colo, perguntou se estava tudo bem, falei que sim, ele foi ficar com ela estavam na sala no tapete brincando e eu parada olhando com cara de b.o.s.t.a encostada na porta, ele me falou incomodado

- Vai ficar me olhando assim até quando Angel? Tô aqui pra vocês. Não tá bom?

Respondi passando a mão nos chutes do Gael, que estavam doendo

- Me deixa quieta Augusto, tô irritada .

Ele sorriu e respondeu debochado

- Você que manda meu amor .

Sai de perto e ouvi ele falando pra Liz

" vamo ver a vovó filha? "

Ela respondeu

" vovó/ vovó papai "

Já gritei da cozinha toda surtada

- Não é pra sair com ela Augusto, ela estava com febre ontem e tá frio.

Ele foi até mim e falou sério

- Não vai começar né Angel? Acabou, agora não vou mais sair de perto de vocês pra nada, tá bom? Não quero brigar, voltei pra curtir vocês.

Perguntei como ele tinha conseguido, ele disse que o pai dele entendeu o lado dele, que não gostou mais que compreendia e que não podia obrigar ele a ficar, mais que não podia ajudar em mais nada se ele saísse, que ele estava renegando a família a dinastia e isso iria dificultar muito o trabalho por lá, que se ele precisasse de qualquer coisa, ele não iria ajudar .