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NOVIÇA

capítulo 1

BRASIL 1970

me chamo Clarice, tenho 17 anos e moro atualmente no convento de Santa Íris. minha mãe achou que eu deveria ser freira e seguir os votos da castidade.

nunca contestei minha mãe, afinal ela sabe o que é melhor pra mim; aqui nesse lugar a rotina é praticamente a mesma todos os dias, levanto cedo, faço minhas higienes e vamos pra igreja iniciar nossas orações.

depois ajudo as irmãs com os afazeres domésticos, lavo louça, roupa, limpo o chão e as vezes alimento algumas galinhas no quintal, que o padre ganha dos fiéis.

minha mãe me visita uma vez por mês. um certo dia me despertou a curiosidade e perguntei a minha mãe o motivo de estar aqui.

CLARICE < mãe porque a senhora acha que tenho vocação pra freira? as vezes me sinto um peixe fora d'água aqui.

NINA< ah minha filha é um privilégio ser serva do senhor,e sem falar na promessa que fiz com monha santinha , que se minha primeira filha mulher seria freira.

CLARICE< mas porque a senhora fez essa promessa?alcançou a graça ?

NINA: ah querida, vc nasceu muito doente, então te prometi a santa Íris.

CLARICE: minha mãe vai embora e fico ali refletindo suas palavras. quando eu era criança via as outras crianças brincando, se divertindo, e eu tava sempre trancada em casa; já na adolescência, aos exatos 15 anos minha mãe me trouxe pra cá, segundo ela eu não poderia ser corrompida com as coisas do mundo 🌎.

aqui a maioria das meninas vem trazidas por seus pais; é raro o caso de alguma que vem por vontade própria.

SUL DA ALEMANHA

MARTA< Pedro meu filho vc precisa se casar , como pode um rapaz com 25 anos, só querer saber de farra e noitadas, a maioria dos seu amigos já estão casados e com filhos.

PEDRO< ah mamãe, a vida é diversão, e eu pretendo aproveitar bastante! ( fala depositando um beijo no topo da cabeça de sua mãe e se retirando pra mais uma noite de farra.)

me chamo Pedro. como posso me descrever? sou um rapaz que adora farra, mulheres e jogos; moro com minha mãe Marta e meu pai João, sou herdeiro de várias fazendas, e cafezais de perder de vista; mas nada disso me importa, gosto de viver minha vida livremente; meu pai que não gosta nada do meu jeito de ser, ele quer que me case, pra assumir as fazendas de café , todas são no Brasil. mas não pretendo casar tão cedo, essa vida de obrigações é muito chata.

pretendo ficar por aqui mesmo, e me divertir o quanto posso, e com quantas mulheres eu quiser, afinal , elas que são loucas por mim, o que posso fazer.

meu pai é brasileiro com descendência alemã, fui criado aqui na Alemanha, mas falo perfeitamente os dois idiomas; não pretendo ir ao Brasil tão cedo, se fosse pra me divertir pelo menos, mas pra assumir obrigações, jamais irei meu pai tá muito enganado se acha que vou ceder as chantagens dele.

E

pedro

Clarice

capítulo 2

NO CONVENTO

CLARICE: fiz amizade com todas as meninas aqui, mas em especial com a Laura; depois de terminar nossos afazeres, a Laura me chama pra ir no riacho aqui perto.

o riacho é nosso pequeno refúgio, o padrinho que não gosta que vamos lá, segundo ele é perigoso por ser um pouco afastado do convento.

LAURA: vai Clarice vamos! não seja chata

CLARICE: tá bom, mas não vou poder entrar hj no riacho

LAURA : porque não pode?

CLARICE: olho pros lados pra ver se ninguém tá por perto e falo baixinho: minhas regras.

LAURA: ai que chato neh? mas vamos assim mesmo e a gente volta rapidinho.

CLARICE: se o padrinho souber que a gente tá indo tomar banho no riacho, ficaremos por 3 dias ajoelhadas no milho.

LAURA: Deus me livre, fala fazendo o sinal da cruz.

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o padrinho de Clarice era o padre José, um senhor na casa dos 70 anos;

já é tardezinha quando LAURA e Clarice resolvem voltar pro convento.

IRMÃ INÊS: onde vcs estavam?

Laura: fomos dar uma voltinha ao redor do convento( fala gaguejando)

logo a noite cai, e as irmãs se recolhem em oração.

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SUL DA ALEMANHA

JOÃO:Pedro meu filho preciso falar com vc,

PEDRO:pode falar, o que o senhor precisa;

JOÃO: tomei a decisão de te mandar pra fazenda do vilarejo goitacazes, tá mais que na hora de vc aprender a como administrar as fazendas e nossas fábricas também.

PEDRO: pro Brasil? eu não vou meu pai, isso tá fora de questão.

JOÃO: vc só que tá de vagabundagem Pedro, então a partir de agora sua mesada tá cortada por tempo indeterminado.

João vira as costas e sai andando.

PEDRO: o senhor não pode fazer isso comigo meu pai .

JOÃO: não só posso, como já estou fazendo, ah e outra coisa, as chaves dos automóveis ficarão comigo a partir de agora.

PEDRO: o senhor ta blefando, não pode vc isso comigo, não sou mais um menino para receber castigos.

JOÃO: então se comporte como o homem que vc é .

PEDRO: paiii

João dá de ombros e sai

PEDRO: drogaa! era só o que me faltava mesmo. como vou fazer pra jogar e sair com as mundanas? E o pior como vou a pé? passo a noite pensando no que posso fazer pra fazer meu pai desistir dessa idéia. Jah sei! ( fala consigo) eu vou pras fazendas, passo um tempo lá, só pra fazer o gosto de meu pai, e depois volto; tomara que isso não demore muito, odeio fazendas, odeio mato e odeio as matutas que moram no mato, perdido em pensamentos adormeço.

1 SEMANA DEPOIS

PEDRO: hj é o grande dia que começa meu martírio, já levanto desanimado, faço minhas higienes, pego minha mala e desço pra sala.

MARTA: que bom que já desceu meu filho, achei que vc ia perder o trem por dormir demais.

PEDRO: quanto tempo de trem, essa viagem demora minha mãe?

MARTA: de dois a três dias meu amor

PEDRO: suspiro desanimado, odeio essa ideia do meu pai.

JOÃO: bom dia! então filho, tá pronto?

PEDRO: pronto pra me enfurnar no meio do mato? falo com ironia.

JOÃO: agora vc ta reclamando , mas vc vai gostar de lá, além do mais o seu tio José, é o padre da paróquia lá, vc não vai se sentir sozinho. já enviei uma carta pra ele a uns dias atrás , a essa altura ele já deve ter recebido.

PEDRO: já que não tem jeito, vamos logo.

PEDRO se despede de sua mãe, e segue com seu pai para a estação de trem, Pedro como sempre tá muito bem arrumado, vestido em seu terno azul e seu chapéu na cabeça, que lhe dava um charme a mais.

capítulo 3

CLARICE: tô na igreja ajudando meu padrinho com os afazeres, a dona Lurdes entra e entrega uma carta para o padre.

dona Lurdes é uma senhora muito prestativa e beata também, mas muito querida por todos.

PADRE JOSÉ: Obrigada Lurdes

CLARICE: então padrinho, quem escreveu pro senhor?

PADRE JOSÉ: foi meu irmão; meu sobrinho vem passar uns tempos na fazenda, pra aprender a cuidar dos negócios do pai, então meu irmão mandou me avisar que no mais tardar amanhã o Pedro chega e se eu poderia ir ao seu encontro na estação.

CLARICE: e como ele é padrinho?

PADRE JOSÉ: a última vez que o vi ele era ainda um menino, ele aprontava todas(fala sorrindo)

deve tá homem feito na casa dos 20 e poucos anos.

CLARICE: eu já vou indo padrinho, preciso ajudar as irmãs com o jantar.

PADRE JOSÉ: tudo bem mais amanhã cedinho vou pedir pro Inácio te buscar pra vc ir comigo na estação de trem.

CLARICE: tá bom padrinho, falou animada..

O sol tava se pondo no horizonte quando Clarice saiu da casa paroquial, ela ficou observando o pôr do sol 🌞 entre as pequenas e poucas casas que tinham ali.mostrando ainda mais a grandiosidade do astro.

CLARICE: sigo meu caminho e logo chego ao convento.

LAURA: e aí como foi com seu padrinho?

CLARICE: o padrinho vai receber visita.

LAURA: juraa? quem?

CLARICE: um sobrinho que ele não vê a muito tempo.

LAURA: sobrinho é? fala curiosa, seta que ele é bonito? ou será um velho barrigudo?

CLARICE: Laura só vc mesmo; como ele é eu não sei, mas não é um velho não, tem por volta de 25 anos.o padrinho me falou.

LAURA: deve ser um rapaz muito bonito.

CLARICE: vc sabe que não podemos pensar essas coisas.

LAURA: vc nunca teve curiosidade de conhecer um homem Clarice?

CLARICE: já conhecemos alguns não é?

LAURA: eu falo conhecer intimamente, como será beijar um homem, estar em seu braços fortes hein?

CLARICE: Laura que pensamentos são esses?

LAURA: ai amiga, uma vez meu colega de escola me beijou na boca, quer dizer não foi um beeijo, daqueles que põe a língua nem nada, apenas encostamos os nossos lábios, mas foi o suficiente pra fazer meu corpo esquentar.

CLARICE: que conversa é essa amiga, meu Deus vc precisa rezar mais.

LAURA: posso te confiar um segredo?

CLARICE: claro, afinal somos amigas neh?

LAURA: eu nunca quis ser freira, foi idéia do meu pai, éramos em 5 irmãos, de uma família pobre, aí já sabe neh, uma boca a menos.( fala desanimada)

CLARICE: mas agora vc já tá aqui neh, só precisa se acostumar, vai vamos servir o jantar, lhe dou um abraço.

LAURA: DROGAA! perdão eu não quis dizer isso.

CLARICE: só vc mesmo Laura.

servimos o jantar; jantamos, fizemos nossas orações e seguimos pro quarto.

aqui cada quarto tem 4 camas, a Laura e eu dormimos no mesmo quarto.

aqui a vida é bem pacata e bem rigorosa também.

logo adormeço.

DIA SEGUINTE

logi cedo sr Inácio chega pra buscar Clarice.

padre José: sairemos as 8:00 horas, ele deve chegar às 14:00 horas mais ou menos, vc sabe que aquela estradinha de chão batido não ajuda muito.

CLARICE: tudo bem padrinho, só vou lá em cima me refrescar um pouco, e já volto.

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