Nassau — Bahamas
Moro em Nassau minha vida inteira, aqui nasci, cresci e permaneço até hoje e não tenho vontade de mudar isso, aqui é onde me encontro, aqui é tudo pra mim.
Me chamo Aurora Constancio, tenho 22 anos e moro em Nassau com minha família, com isso quero dizer que moro com a companhia de minha mãe e minhas duas irmãs mais velhas.
Meu pai faleceu quando eu tinha 2 anos, não me lembro de sua aparência ou algo do tipo, minhas irmãs eram um pouco grandinhas, Valentina tinha 4 anos e Maittê tinha 5, desde em tão minha mãe, Dona Fernanda Constancio, nunca mais teve sequer um namorado, ela vem se dedicando somente à nós, suas filhas, sua única família.
A minha mãe trabalha como terapeuta de casais, as vezes ela não sabe conciliar isso com a sua vida como mãe, não que seja uma coisa ruim ter uma mãe terapeuta, porém ela sempre acha que temos que nos abrir com ela e as vezes coloca coisa na cabeça dela que nunca aconteceu. Moramos em um casa grande, tem piscina e tudo mais, nós vivemos bem, mas não somos "ricas" só temos uma condição até que favorável. A minha irmã Valentina, acaba de se formar em administração e está trabalhando em uma empresa muito rica por sinal, já Maittê, se formou em gastronomia, fez um curso de confeitaria e está trabalhando em sua própria empresa e eu me orgulho muito, claro. Eu por outro lado sou completamente diferente das minhas irmãs, estou cursando psicologia, não sei bem o que eu queria, mas minha mãe me deu algumas dicas e eu até gosto de ouvir as histórias que minha mãe nos conta sobre seus pacientes e isso me atraiu para escolher a psicologia. Eu amo minha família, eu amo como ter elas me faz tão bem, eu amo viver com todos aqui, me faz tão feliz.
— Aurora? — Alguém bate na porta. É a minha mãe. levanto-me e vou até à porta para abri-la. — Tem visita para você.
Me alegro ao ouvir isso, pois sei muito bem quem pode ser. Desço às escadas rapidamente correndo e quando chego ao último degrau vejo um homem alto, moreno, forte, vestindo um terno tradicional e com um buquê lindíssimo de rosas.
— Lorenzo! — Grito correndo em direção a ele. Lorenzo me abraça forte e beija os meus lábios gentilmente. — Quando chegou? Poderia ter me avisado, eu estava estudando e nem me arrumei para te receber.
— Você sabe que está linda como sempre. Cheguei tem algumas horas e como não deixava de pensar na saudade que eu estava de você, resolvi passar numa floricultura antes de vir e comprei isso para você. Receba como sinônimo do meu amor e toda a saudade que senti nessas semanas longe. — Pego as flores da sua mão, sinto o seu aroma delicado e agradeço à Lorenzo com um beijo.
— Rosas... as minhas favoritas. Obrigada meu amor, dois presentes maravilhosos, você voltar e o buquê.
— O que acha de irmos almoçar? Estou faminto e quero jantar com o amor da minha vida.
— Ah amor...eu estou estudando...é semana de provas e....— Ele interrompe-me
— Não vou aceitar um "não" como resposta. É só um almoço com o seu namorado, prometo te deixar em paz depois. Prometo. Vai por favor....por favor.— Diz fazendo biquinho com a boca. Era impossível resistir aquilo.
Após aceitar seu convite inegável para almoçar fora, subo para meu quarto e me arrumo, depois Lorenzo me leva ao restaurante em que nos conhecemos, " Ilha Atlantis" . Ao fazer nosso pedido, percebo Lorenzo um pouco diferente, estava nervoso e quase não olhava para mim.
— Está tudo bem? — Seguro sua mão. Ele a aperta e a beija.
— Está sim, estou na companhia do amor da minha vida. Como não estar bem? — Ele sorri com o sorriso mais doce que já vi.
Lorenzo adora pilotar avião, essa é sua profissão, piloto de avião, por isso sempre vive viajando e isso acaba nos deixando dias, semanas, até meses sem nos ver. Para nós, chega a ser uma espécie de tortura. Ele havia saído a trabalho por uma semana e voltou apenas hoje, morri de saudades a semana toda, por mais que fique feliz que ele esteja feliz com a sua profissão, isso me deixa triste, é ruim ficarmos tão distantes as vezes.
— Eu tenho uma coisa para te contar.— Ele dispara.
— O que?
— Durante a viagem eu pensei muito sobre nossa relação,Aurora. — Olho para ele assustada, sem entender o que ele está dizendo.
— Eu...— Ele me interrompe.
— Eu percebi muitas coisas, entre elas essa distância entre a gente, essas minhas viagens nos atrapalha muito, sei que não é justo para você e sei que pode até acontecer de você se apaixonar por outro.
— O que? Não...Lorenzo...eu nunca faria isso. Lorenzo, eu te amo.
— Eu sei, Aurora. E por isso que eu acho melhor para nós dois...— Interrompo ele. Meu coração palpitava com medo das suas próximas palavras.
— Você não vai fazer isso...não pode...eu não entendo...
— Aurora, eu sei que é difícil eu estar falando isso do nada e até porque eu acabei de chegar de uma longa viagem, mas é por isso que tomei essa decisão, espero que você aceite...
— Lorenzo...não...
— Aurora, é irreversível! Será que você não percebe? Olha para mim, Aurora! Eu te amo demais e é por isso que eu não posso mais adiar o inevitável, para o nosso bem...
Fecho meus olhos esperando o pior de suas palavras, meu coração doía profundamente só de pensar na possibilidade de um possível término, mas estávamos tão bem...eu não entendo.
—....eu não consigo viver sem você, não posso viver sem você, para o nosso bem é melhor que...você se torne minha esposa. — Suas palavras são rápidas, meu coração dispara e eu levanto o meu olhar para ele já quase chorando.
— O que...? — Digo com a voz estremecida.
— Eu te amo, Aurora. Quero me casar com você, quero que se torne minha para sempre...quer casar comigo? Aceita ser minha esposa? — Pergunta ao por a caixinha com as alianças em cima da mesa. Eu olho para elas com o olhar cheio de lágrimas. Olho para ele e quase sem conseguir falar sem chorar mais ainda ou gaguejar e respondo.
— SIM! É claro que eu aceito meu amor. — Ele parecia aliviando com a minha resposta e se levanta vindo para meu lado e pegando a minha mão. Ele coloca a aliança no meu dedo e beija a minha mão chorando também. Abraço ele fortemente e beijo a sua boca agradecendo por me fazer a mulher mais feliz naquele momento. Lorenzo era o homem da minha vida e é claro que eu aceito estar ao lado dele para sempre como sua esposa.
— Eu te amo, Aurora. Eu te amo como nunca amei alguém na vida.
— Eu te amo ainda mais. Obrigada por me fazer tão bem...prometo ser uma esposa à sua altura. — Digo brincando para descontrair e pararmos de chorar como bebês.
— Você já é a mulher perfeita como namorada, como esposa tenho certeza que não vai ter erro algum.
Ao chegar em casa me deparo com uma comemoração surpresa, ja estavam todos sabendo do noivado e bom....estava tudo perfeito.
— Então quer dizer que minha irmãzinha irá se casar. Espero que cuide dela muito bem, Senhor Lorenzo, Aurora é nossa mascotinha. — Valentina diz nos abraçando. Ela sempre me chamou assim, " Nossa mascotinha " eu achava isso ridiculamente fofo.
— Olha, prometo não desapontar vocês. A irmã de vocês é o amor da minha vida, a mulher que eu sonhei, prometo cuidar dela. — Lorenzo diz olhando em meus olhos. Lucas, namorado da Valentina levanta sua taça de champanhe e pede um novo brinde.
— Viva aos noivos! Viva toda a felicidade que estar por vim.
Nós brindamos uma, duas, três vezes e mais, todos nós estávamos felizes, eu nem precisava dizer uma palavra, o meu rosto dizia o quanto eu estava feliz ao lado desse homem. Eu tenho toda a certeza que quero Lorenzo para todo o sempre.
— Sei que quando vocês começaram a namorar eu não fui muito a favor, mas vendo você assim, minha filha...vejo o quanto Lozendo te faz bem e se te faz feliz eu estou feliz o dobro. Parabéns, espero que sejam felizes e olha...cuida da minha princesa, ela é minha preciosidade. — A minha mãe diz com os olhos brilhando com as lágrimas.
— Dona Fernanda, a felicidade da sua filha é a minha felicidade. Prometo cuidar dela até o última dia da minha vida. Eu amo ela de verdade.
— Eu sei....eu sei. — Ela sorri gentilmente e nos deixa sozinhos, todos já estavam indo embora.
Deito minha cabeça no ombro de Lorenzo que acariciava minha mão e olhava para aliança de noivado.
— Eu tenho que te contar uma coisa. — Lorenzo diz.
Levanto minha cabeça e olho em seus olhos e elw desvia para frente. — Samuel está na cidade.
— Seu irmão?
— Sim. Ele mesmo.
— Que maravilhoso, meu amor. Sei que faz um tempo que não se veem. Que bom que ele vai poder estar presente em nosso casamento.
— Aurora...ele não veio para o nosso casamento. Tem um motivo maior.
— E o que pode ser tão importante para trazer seu irmão até Nassau?
— Ele quer que eu vá com ele para Londres. — Ele diz sem olhar para mim.
— Londres? Mas...noivamos agora. — Ele se vira para mim e segura meu rosto.
— Ele precisa de mim, parece que ocorreu algum erro na empresa do papai. É nossa obrigação cuidar do bem mais precioso do nosso pai, Aurora.
— Por quanto tempo?
— Eu não sei, alguns meses.
— Mas e o seu trabalho? E nosso casamento? E nós?
— Ei, vai ficar tudo bem com a gente e sobre nosso casamento, eu pensei em nos casarmos antes da nossa viagem, depois que eu voltar podemos ir para nossa lua de mel, posso te levar para onde quiser e pelo tempo que quiser. Será nosso momento de casal.
Tiro suas mãos do meu rosto e me levanto fixando meu olhar para fora da janela, sinto ele vir atrás de mim e me abraçar por trás, beijando meu ombro e fixando seu queiro nele.
— Eu não planejava que nosso casamento fosse assim. Sabe o quanto eu espero por esse dia, Lorenzo.
— Eu sei que não estou sendo justo com você, mas é meu irmão... Amor, tenta entender. — Me viro para ele e lhe dou um abraço apertado.
— Eu entendo. Eu admiro isso em você, não deixa a família de lado. Eu vou esperar você para nossa lua de mel e para começarmos nossa vida como casados. O tempo que for, eu te amo.
— Obrigado, meu amor. Eu te amo. Não vai se arrepender. — Ele me envolve em seu abraço e ficamos ali por alguns instantes. Até que ele foi para sua casa, me deixando com meus pensamentos.
Continua...
...Personagens:...
Aurora Constancio
22 anos.
Valentina Constancio
24 anos
Maittê Constancio
25 anos.
Fernanda Constancio
49 anos
Samuel Monteiro
24 anos.
Lorenzo Monteiro
24 anos.
Lucas Evans
27 anos.
* Outros personagens serão revelados ao decorrer da história. "
Residência Monteiro
Semanas depois...
Eu amo a Aurora e estou decidido a estar com ela para o resto das nossas vidas, pedir ela em casamento foi o primeiro passo e agora iremos tornar isso realidade.
Logo depois do casamento terei que viajar com o meu irmão para resolver alguns assuntos relacionados à nossa empresa que o nosso pai nos deixou de herança, quando decidi vir para Nassau, Samuel decidiu tomar de conta de tudo que envolve a empresa e as vezes me comunica sobre como estão as coisas por lá, última vez que vi meu irmão foi no aniversário de Aurora, fizemos uma surpresa para ela e convidei ele, para minha surpresa ele realmente veio e foi tudo perfeito.
— Está pronto? Posso entrar ou vou ver uma réplica minha pelada? — Samuel diz ao bater na porta entreaberta.
— Ah que bom, trouxe seu humor também. — Digo retribuindo a piada. Abro a porta e ele entra me olhando de cima abaixo me assistindo pôr a gravata.
— Quer uma ajudinha garanhão? Tanto tempo usando uma gravata e não sabe colocar uma. Depois diz que eu sou o "ignorante". — Diz arrumando minha gravata. Ele me dá dois tapinhas após terminar e eu me viro para o espelho para ver como estou.
— Meu Deus, não pensei no nervosismo quando pedi Aurora em casamento.
— O bom é que não vai se arrepender no altar. Aurora é uma boa moça, fico feliz por vocês.
— Tem razão, fiz uma ótima escolha. Agora falta você levar alguém ao altar. — Samuel faz que " não " com a cabeça e coloca suas mãos em meus ombros por trás enquanto ainda me vejo no espelho.
— Hoje é seu casamento, nada de falar de mim. Vamos logo que quem se atrasa é a noiva não o noivo. Vamos Lorenzo! — Diz me puxando para fora do quarto. Eu estava tão nervoso, eu sinceramente tinha me esquecido do frio na barriga na hora que pedi Aurora em casamento.
.........
Residência Constancio
O nervoso não para, eu vou me casar hoje, eu não nem consegui dormir a noite pensando no vestido, no sapato, no buquê, alianças e a cerimônia e principalmente se o noivo iria aparecer. Minhas irmãs disse que eu está a ficando louca, que Lorenzo me amava e jamais faria isso, mas pensa comigo, e se de repente assim...ele simplesmente desiste...
— Terra chamando Aurora!? Aurora!? — Acordo do meu transe quando ouço Maittê gritar no meu ouvido.
— Estou ouvindo Maittê, não precisa gritar! — Digo indo até a cama.
— Você parecia estar dormindo acordada. Mas anda, vamos arrumar seu cabelo e fazer sua maquiagem, Lorenzo já deve ter chegado na cerimônia. — Maittê diz me levantando e me levanto para a penteadeira e me sentando na cadeira enfrente ao espelho.
— Lembra que não quero algo muito avassalador, quero algo simples e gracioso.
— Claro. Relaxa e deixe comigo, irá ficar um arraso.
— Cheguei! E olha o que trouxe! — Valentina diz ao entrar pela porta correndo. Olho para ela vendo o meu vestido em suas mãos.
— Ah meu Deus...é o meu...
— Seu vestido! Vou deixar ele aqui pendurado e vocês duas terminem logo com isso, a noiva pode se atrasar mas nem tanto. Vou ver como está o buffet da festa. — Diz saindo.
Após Maittê terminar de arrumar meu cabelo e fazer minha maquiagem, vou até o vestido e fico olhando ele, me imaginando no altar ao lado do amor da minha vida.
— Você vai ficar linda com ele. — Maittê diz apoiando suas mãos em meus ombros. — Vou te ajudar à colocar.
— Não precisa, você ainda tem que se arrumar. Você já fez muito por mim hoje Maittê, obrigada. Agora vai lá e fica linda pois você é a irmã da noiva.
— Com certeza. Eu volto para ver como você ficou. — Assim ela sai do quarto. Fico olhando o vestido mais um pouco, admirando cada detalhe antes de vê-lo em mim.
.........
— Aurora, meu amor. Já está pron...ta. — Minha mãe paralisa ao entrar no quarto e me ver no vestido. — Minha filha...você está esplêndida. A mais linda das noivas.
— Não fala isso mamãe, ainda tem duas filhas para casar ainda...Uau, você está linda maninha. — Valentina diz ao entrar junto com Maittê, as duas vestiam um vestido azul água, estavam lindas.
— Mamãe tinha razão, você é a noiva mais linda que já pisou em Nassau. Eu acho que vou chorar...— Maittê diz fazendo cara de choro.
— Se vocês chorarem eu choro também e vou borrar tudo de novo. — Falo já emocionada tentando não derramar nenhuma lágrima.
— E borrar minha obra de arte? Nem pensar Senhorita. Está pronta? — Maittê diz pegando o buquê. Olho para as três e tentando conter as lágrimas respondo pegando o buquê.
— Sempre estive pronta.
.........
— Nervoso, Maninho? — Samuel diz se aproximando.
— Está tão nítido assim? — Digo arrumando a gravata que parecia me sufocar.
— Não, você só está tremendo. — Diz fazendo mais uma de suas piadas.
— A noiva chegou! Todos em seus lugares! Todos em seus lugares! — Uma moça grita me fazendo ficar mais nervoso ainda. Todos se sentam em seus lugares, o juiz vai para seu lugar e eu fico olhando a porta do carro de abrir e dele sair a mulher mais linda desse mundo. Aurora estava graciosa naquele vestido, Fernanda segurava seu braço e elas caminhavam até ao altar. Ela sorria para todos e quando me olhava eu sentia um arrepio, era uma sensação boa.
Ao chegar no altar pego sua mão e a beijo. Fernanda me abraça e me olha emocionada, dá um beijo na testa da filha e vai se sentar.
— Você está linda. — Susurro baixinho para Aurora que sorri.
— Estamos aqui reunidos nessa cerimônia, para celebrar a união de dois jovens, dois corações, dois destinos. Dois jovens que se estão aqui hoje, sabem de uma única coisa, que querem passar o resto de suas vidas ao lado de seu amado e sua amada. Hoje começa um novo ciclo, dois destinos são traçados em uma única aliança, o amor vão uni-los em um só coração. Dito isso, eu pergunto: Lorenzo Monteiro, você aceita como sua legítima esposa, Aurora Constancio e promete amá-la, respeitá-la, cuidar e honrar até que a morte os separe?
— Eu, Lorenzo Monteiro, aceito você, Aurora Constancio como minha esposa e prometo amá-la, respeitá-la, cuidar e honrar até que a morte nos separe.
— Aurora Constancio, você aceita como seu legítimo esposo Lorenzo Monteiro e promete amá-lo, respeitá-lo, cuidar e honrar até que a morte os separe?
— Eu, Aurora Constancio, aceito você, Lorenzo Monteiro, como meu marido e prometo amá-lo, respeitá-lo, cuidar e honrar até que a morte nos separe.
— Agora, testemunhas venham até aqui. — Valentina, Maittê, Samuel e Lucas sobem até o altar. — Assinem aqui, por favor. — Eles assinam e nos cumprimentam com abraços e logo depois voltam para seus lugares. — Os noivos agora. — Aurora assina e logo depois eu assino. O Juiz retira os papéis. — Perante à todos, os declaro Marido e Mulher. Lorenzo, pode beijar a noiva. — Assim que o juiz fala, não espero 1 minuto a mais e beijo Aurora, agora como minha esposa.
.........
Depois da cerimônia todos nós fomos para a festa que aconteceria na casa de Aurora. Todos parabenizavam os noivos.
— Espero que cuide bem da minha filha, Lorenzo. — Fernanda diz com uma taça de champanhe.
— Pode deixar, Fernanda, prometo cuidar sempre da nossa princesa. — Beijo Aurora que não parava de sorrir por um instante.
— Eu sou oficialmente a encalhada da família, brinde! — Maittê diz propondo o brinde.
— Não se preocupe Maittê, você não está perdendo nada. — Lucas diz brincando. Valentina dá uma cotovelada nele brincando. — Ai....quer dizer...estar em um relacionamento é incrível. — Todos riem, Lucas é sempre descontraído, nunca perde a chance de fazer um piada. Valentina e ele formam um belo casal.
— E você Samuel, gostando de alguém? Será que o próximo casamento que iremos será o seu? — Aurora diz. Samuel dá um gole em sua bebida sem jeito.
— Prefiro deixar os casamentos para o meu irmão. Até porque não se encontra a pessoa certa duas vezes. — Diz olhando nos olhos de Aurora que fica um pouco sem jeito.
— Samuel está fugindo de compromisso depois da última. Ariela o nome dela. — Lorenzo diz.
— Vamos mudar o foco dessa conversa, quem são os noivos são vocês. Vou pegar mais champanhe. — Samuel diz saindo.
.........
— Fico feliz em te ver de novo. A última vez você foi embora tão rápido. — Fernanda diz se aproximando.
— Desculpa, eu tinha uns negócios para resolver e acabei não aproveitando o aniversário da sua filha. Mas é bom ver a senhora outra vez e agora sou oficialmente o irmão do seu genro.— Fernanda rir e eles brindam.
— Você não me parece muito alegre para quem veio celebrar o casamento do irmão.— Diz percebendo algo em seus olhos, fixos para longe da festa. — Não está feliz por seu irmão?
— Meu irmão ama sua filha e agora eles oficialmente estão casados, ele está feliz ao lado dela e não posso pensar em outro lugar melhor para ele estar. Então sim, estou feliz pelos dois. — Assim que ele termina de falar, Fernanda sorri gentilmente para ele e coloca sua mão sobre a dela.
— Fico feliz que esteja aqui. — Samuel vê Fernanda se distanciar e volta para a festa também.
...
Já era noite, festejamos o dia inteiro e finalmente chegou a hora de irmos ficar a sós como marido e mulher pela primeira vez.
— Cuida bem dela. — Fernanda diz se despedindo da filha.
— Aproveitem essa noite bastante. — Lucas diz me abraçando.
Aurora se despede das irmãs e da mãe, todas muito emocionadas.
— Felicidade para vocês. Aproveite muito seu marido, pois vou ter que roubar ele por um mês. — Samuel diz se aproximando. Aurora abraça Samuel que também retribui.
— Obrigada por ter vindo. — Aurora diz e ele apenas assente com a cabeça.
...
Nós vamos para uma pousada aqui mesmo na cidade, só para aproveitar nossa primeira noite de casados.
Ao chegar no quarto que eu aluguei por uma noite, vejo todo arrumado, tinha pétalas de rosas no chão, nenhuma luz acesa, apenas algumas velas que davam um clima mais romântico. Tinha comida e champanhe também.
Fomos tomar um banho juntos primeiro, para tirar aquela roupa de casamento apertada. Eu queria aproveitar cada minuto com ela.
— Eu não acredito que vou ter que ficar longe de você por um mês. Isso é um pesadelo. — Aurora diz deitada com sua cabeça em meu peito.
— Combinamos que não iriamos falar sobre isso hoje. Somos recém casados, temos que fazer coisas de recém casados. Por exemplo ver como vou fazer para tirar essa lingerie. — Digo acariciando seu corpo.
— Bom...Só vai descobrir se começar a tentar.
— É uma proposta tentadora Senhora Monteiro.
— É?
— E eu não vou poder recusar...
Pousada "Pôr do Sol"
Acordo com uma claridade vindo da janela, já amanhecera, coloco a minha mão ao lado para ver se Aurora ainda estava dormindo e não sinto ela na cama, assim que me viro vejo que não tem nada ao meu lado.
— Aurora? Meu amor? — Me levanto para procurar ela e a vejo na varanda olhando o para sol que acabara de se pôr. — Acordou cedo.
Seguro a sua cintura e coloco meu rosto por cima de seu ombro direito, ela não dizia nada, sua respiração estava calma,mas seu olhar estava longe. — Está tudo bem? Me parece longe...
— Eu não queria que fosse embora. — Ela diz sem olhar para mim. Sua voz era calma,mas estava um pouco estremecida.
— Eu não vou embora, meu amor. Volto em um mês, vai ver que vai ser rápido, sabe que para mim é horrível estar sem você.
— Então fica. Fica comigo aqui. — Diz ao se virar para mim e segurar minhas mãos. Olho em seus olhos avermelhados e beijo os seus lábios e abraço apertando o seu corpo ao meu. Dava para sentir o seu coração acelerando e a sua respiração começava a ficar pesada, ela chorou, por isso os olhos estavam vermelhos.
— Amor, está tudo bem, eu estou aqui com você e vou ficar por muitos anos, não gosto de me ver longe de você, principalmente agora que estamos casados, mas entende que preciso ir com o meu irmão. — Digo, ainda abraçando ela.
— Eu sei...eu não sei o que me deu, estou sensível por causa do casamento. — ela diz dando uma pausa. — Tenho medo que não volte para mim.
— Ei, não pense isso. Quantas vezes eu sai a trabalho por semanas e sempre voltei para você? — Seguro o seu rosto e olho em seus olhos ainda vermelhos.
— Muitas vezes.
— Então meu amor, isso não vai mudar. Nós vamos comemorar nossas bodas de ouro ainda. — Digo rindo para descontrair. Ela ri e deita sua cabeça em meu peito novamente.
— Eu te amo tanto.
— Eu também te amo ,Senhora Monteiro, mas agora chega disso e vamos tomar café, estou faminto. — Pego a sua mão e levo para fora onde já tinham servido o nosso café da manhã.
Depois de tomar café fomos caminhar um pouco, depois fomos na praia e ficamos por lá um longo tempo admirando o sol ir embora. Aurora estava sentindo muito minha partida para Londres, por isso queria aproveitar bastante esse restinho de tempo que ainda tínhamos para estar juntos.
Quando anoiteceu fui para casa terminar de arrumar as malas, depois encontro Samuel no aeroporto, junto estavam Fernanda, Valentina e Maittê, chamei elas para ficar com Aurora pois sei que ela vai precisar delas quando eu ir.
— Não era mais fácil vocês comprarem as passagens e ir em um avião normal? — Fernanda pergunta.
— Eu disse isso para ele, mas quem disse que ele me ouve. — Samuel diz subindo para pôr as malas dentro no avião.
— Eu piloto avião a anos, vocês ainda não confiam em mim?
— Você é um ótimo piloto, não temos dúvidas disso....mas — Aurora interrompe Fernanda.
— Nós só não queremos que você me torne uma viúva logo após nosso casamento.
— Não vai, eu prometo voltar para você me aturar por muitos anos. Até porque quem vai ensinar nossos filhos a pilotarem como o pai?
— Eles não vão subir nessa coisa. Não quero sofrer mais com preocupação. — Ela pendura seus braços em meus ombros e eu seguro em sua cintura. — Toma cuidado....os dois. — Ela olha para o lado e vejo Samuel nos olhando. Ele assente com a cabeça.
— Já podemos decolar, Senhores, o avião está com o tanque cheio.
— Obrigado Roger. — Olho para Aurora e beijo ela uma última vez. — Cuidem da minha esposa, quando eu voltar roubarei ela de vocês.
— Vamos sim, agora se cuidem meninos. Mandem notícias. — Fernanda diz ao lado de Aurora. Assenti com a cabeça e vou para o avião.
— Samuel! — Aurora fala. Samuel para de andar e olha para ela, vendo ela ir até ele e abraçando ele. — Se cuida. Por favor. — Ela se afasta dele e sem dizer nada ele apenas sorri e caminha até o avião.
.........
— Pronto para decolar? — Pergunto
— Você tem certeza disso? — Ele suspira fundo.
— Eu piloto à anos, Samuel. Eu sei o que estou fazendo.
— Não estou falando do avião. A Aurora precisa de você aqui.
— Eu vou voltar para a Aurora, mas precisamos resolver isso primeiro. Você é meu irmão, aquela é a nossa empresa. Eu amo a Aurora, ela continua sendo minha melhor escolha. — Começo a descolagem. Samuel me olha com um semblante um pouco abalado e então volta o seu olhar para frente e assim em alguns minutos o avião decola e não vejo mais Aurora.
.........
Vejo o avião de Lorenzo após pouco decolar e quando ele finalmente está indo embora no ar, eu simplesmente desabo. Sinto uma mão em meu ombro.
— Está tudo bem? — Maittê pergunta me vendo chorar.
— Não, não esta nada bem. Não queria que ele fosse...— Maittê me abraça e diz que vai ficar tudo bem, as mesmas palavras repetidamente.
— Ele vai voltar logo e vocês vão ter a lua de mel que tanto queriam. Ele te ama e tenho certeza que odeia ter que ficar longe assim como você.
— Você não entende... eu sinto aqui...— Falo com a mão no peito. — Eu sinto aqui que algo está prestes à acontecer. É um aperto e uma sensação muito ruim...Eu estou com medo.
— Contou isso para ele? — Valentina pergunta.
— Eu não consegui...achava que iria passar....mas não passa...— Abraço Maittê.
— Melhor levar ela para casa...vamos acalmar ela. — Maittê diz.
— Sim, vamos meninas. — Minha mãe diz e vamos para o carro. Mas a sensação não passava.
.........
Algumas horas se passaram, Samuel estava bastante calado, tinha algo nele que estava estranho.
— Se continuar nesse silêncio eu juro que pulo desse avião.—Digo quebrando o silêncio.
— Nem pense nisso, sabe que não sei pilotar como você.
— Você sempre odiou aviões. — Ele ri
— Mas isso não serviu para nada, você virou um piloto e agora eu estou em um avião.
— Encare como uma boa oportunidade para vencer o seu medo, como uma aventura.
— Isso não serve para mim, Lorenzo. O irmão aventureiro é você.
— Um de nós tinha que ser o mais legal. E é claro que sou eu.
— Claro, então está me chamando de chato? Deixe me lembrar que eu sou o piadista solteirão aqui.
— Por sua escolha.
— Ser piadista é legal.
— Não estou falando disso, estou falando sobre seu péssimo status de relacionamento.
— Ah vai começar. Não tem nada de errado em ser solteiro.
— Qual é Sam. Você terminou com a Ariela à tempos, você amava ela, vai me dizer que você não querer nada mais com ela não tem haver com outra garota?
— Melhor você olhar por onde anda...voa ou sei lá. — Diz mudando de assunto.
— Samuel, sou seu irmão, te conheço a vida inteira, não é porquê moramos em cidades diferentes que eu não me interesso mais por sua vida. Anda, me diz quem é ela.
Ele suspira fundo e olhando pela janela diz.
— Não importa. Ela é proibida para mim e eu acho que é melhor assim.
— Ninguém é proibido para alguém, basta abrir um caminho no momento certo e se não for para ser, assim como eu encontrei a mulher perfeita, você vai encontrar a sua. — Olho para ele ,mas ele desvia o olhar para a janela novamente. — Ok, vamos mudar de assunto então.
— Obrigado.
...
— Aqui, fiz um chá para você ficar mais calma. — Valentina diz me entregando a xícara quente.
— Obrigada...onde foram a mamãe e a Maittê?
— Mamãe foi para o consultório, tem novos pacientes. Maittê teve um emprevisto na empresa, parece que um cliente reclamou que o bolo encomendado tinha amendoim mas ela é alérgica e quer indenização.
— Nossa...
— É....mas como você está? A sensação ruim foi embora?
— Estou mais calma, obrigada. Acho que vou deitar um pouco, o que tinha nesse chá?
— Essência de maracujá. Agora descansa e quando Lorenzo ligar falando que chegou eu te aviso.
— Obrigada. — Deito na cama e Maittê me cobre com o cobertor. E a última coisa que escuto é a porta se fechando e depois não ouço mais nada...
...
Já havia anoitecido, a viagem estava calma, sem turbulências ou qualquer coisa, eu estava um pouco cansado , mas tentava ficar acordado ao máximo.
— Droga, não trouxe nenhum agasalho. — Samuel diz.
— Eu tenho uma blusa de frio aí atrás, pode pegar se quiser.
Samuel pega a blusa e a veste, coloca as mãos no bolso e pega algo.
— Sua identidade, onde coloco?
— Deixe no bolso mesmo, chegamos amanhã de manhã mesmo.
Ele coloca então aonde achou e encosta sua cabeça no banco e fecha os olhos. Volto à olhar para frente e de repente tinha muita neblina no céu, acho que chegamos nos EUA.
...05:30 AM...
Meus olhos pesavam cada vez mais, nunca tinha sentido tanto sono enquanto eu pilotava antes, parecia que tinha terra em meus olhos, estava cada vez mais difícil mantê-los abertos.
— Calma Lorenzo...se mantenha firme! Abra os olhos Lorenzo! — Digo a mim mesmo batendo em meu rosto para acordar. E por um segundo eu fecho meus olhos e quase perco o equilíbrio. Samuel acorda assustado.
— o-o que aconteceu....? — Ele pergunta assustado.
— Não foi nada, só muita neblina e pássaros. Desculpa de te acordei...
— LORENZO OLHA PRA SUA FRENT–.....
O avião perde o equilíbrio quando não consigo desviar dos pássaros e sem querer, eu perco o controle...
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