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Um Novo Amor

À primeira Vista

Caio

Raquel

Sou Caio Alencar, tenho vinte e oito anos, me formei em direito e desde então trabalho no escritório do meu pai, meus irmãos Alex e Fabrício também são advogados, agora somos nós que estamos à frente do escritório. Meu pai decidiu se aposentar e está morando em Nova York com minha mãe. Somente minha irmã Beatriz que decidiu não ser advogada e é formada em medicina.

Não gostei da escolha dela, nossa família é bem conhecida por ser composta apenas por advogados e ela resolveu seguir outro rumo, meus pais a apoiaram, eles são muito dedicados a nós.

Nem sempre fomos ricos, meus irmãos e eu tivemos uma infância humilde. Meu pai trabalhava como motorista e minha mãe era professora, mas ele começou a estudar, se formou em direito e quando começou a exercer e a ganhar um pouco mais de dinheiro investiu na bolsa de valores o que muito deu certo e ele foi fazendo fortuna, assim ele conseguiu abrir o escritório e tem muitos outros negócios, inclusive ações na bolsa.

Minha infância foi bem humilde, como já falei, mas nunca nos faltou nada, meus pais sempre deram o melhor deles por nós.

Eu sou muito feliz com minha profissão, amo o que faço e não me imagino fazendo algo que não seja o que eu faço.

Além de realizado em minha profissão, também sou em minha vida amorosa, tenho uma namorada linda e que eu amo muito.

Hoje, depois de cinco anos que estamos juntos, vou pedi-la em casamento. Tive que viajar à trabalho, mas estou voltando antes do combinado para lhe fazer uma surpresa.

Estou muito ansioso, espero que ela diga sim, não há nada que eu queira mais do que tê-la como minha esposa.

Tanto ela, quanto eu temos as chaves dos apartamentos um do outro, praticamente moramos juntos, quando não estou no apartamento dela, ela está no meu.

O porteiro do prédio dela já me conhece, pois faz muitos anos que venho aqui, mas ele não se encontra na portaria, deve está ajudando algum morador.

Paro em frente a porta dela, respiro fundo e abro.

Assim que entro vejo roupas espalhadas pelo chão, Bárbara é muito bagunceira! Começo recolhendo as roupas, mas não são apenas roupas dela, há roupas de homem também e não são minhas! Meu coração começa a acelerar.

Subo as escadas lentamente e vou direto para o quarto dela, a porta está entreaberta.

Meus olhos não querem acreditar no que estão vendo, Bárbara está sem roupa em cima de ninguém mais, ninguém menos que meu melhor amigo Maurício.

Não sei nem o que fazer, meu corpo parece que está todo dormente.

— Estou atrapalhando? — pergunto e os dois se assustam, tentando se cobrir.

— Caio! O que faz aqui? — Bárbara pergunta.

— Não é óbvio?! Vim te ver, mas você está fazendo coisa melhor.

— Mas você ia chegar só amanhã?!

— Vim te fazer uma surpresa, mas quem teve a surpresa fui eu.

— Caio...eu...

— CALA A BOCA! — grito. — Nada que você diga pode mudar o fato de que você está me traindo, mas pior que sua traição, é a dele, meu melhor amigo.

— Caio, me desculpa, cara, só aconteceu, não foi nada planejado, infelizmente não temos controle dessas coisas.

— Você como meu amigo deveria ser o primeiro a me dizer que minha namorada tinha outras intenções com você, mas não! Preferiu tr*nsar com ela pelas minhas costas, você sabia meus planos Maurício.

— Desculpa, cara.

— DESCULPA É O C*ARALHO! — parto para cima dele e Bárbara grita.

Bato nele com toda força que eu tenho, estou com muita raiva, ódio, eu diria. Bato até cansar, ele fica caído no chão do quarto dela, que só sabe chorar.

— Caio me perdoa, foi um erro, mas eu amo você.

— Não me peça perdão, nem preciso dizer que está tudo acabado, não é?

— Caio, por favor?

— Desde quando vocês estão tendo isso?

— Começou quase na mesma época em que começamos a namorar. — ela diz e baixa a cabeça.

— Então faz tempo que você me faz de otário? Vocês dois?

— Eu gosto de vocês dois, Caio, o que eu posso fazer?

— Fique com ele, porque comigo já era.

— Caio... — viro as costas para ela e não olho para trás.

De hoje em diante não deixarei nenhuma outra entrar em meu coração, Bárbara conseguiu matar tudo de bom que havia em mim.

Saio do prédio dela e jogo o anel que havia comprado para ela na primeira lixeira que encontro.

Poderia ir para alguma balada e tr*nsar com alguém, mas hoje não estou afim, talvez amanhã.

Mudo de ideia no mesmo momento em que passo em frente de uma casa noturna, decido parar e entrar, não tenho nada a perder, preciso de uma bebida para me acalmar.

Apesar de que será estranho tr*nsar com outra pessoa depois de tantos anos com uma pessoa só.

Pior que a ruiva é boa de cama, boa demais eu diria, até agora ela foi a melhor que eu já tive.

Chega de pensar nela! Hoje não vou sair daqui desacompanhado.

Entro e logo de cara vejo muitas mulheres bonitas, mas o que me chama atenção é uma loirinha, muito bonita por sinal, mas deve ser muito jovem, ela está acompanhada de um grupinho, parecem todos muito jovens, devem ser universitários.

Ela é toda perfeitinha, delicada, mas tem um corpão, meus olhos descem até a b*nda dela, que b*nda bonita ela tem.

Pego uma bebida e continuo observando a loirinha de longe, dado momento ela se vira e olha para mim, ela é ainda mais linda de frente, tem um rosto lindo, tem olhos cor de mel, uma boca muito bonita.

Logo um cara chega e a agarra pela cintura e ela olha toda boba pro otário.

Muito boa Caio! Seu primeiro alvo não está disponível.

Ela olha para mim outra vez e eu levanto meu copo para ela, e ela desvia o olhar. O otário que está com ela fala algo em seu ouvido e ela sorri negando com a cabeça.

Quando ele se afasta da loirinha, peço ao garçom para oferecer um drink a ela em meu nome.

Quando o garçom entrega o drink a ela, ela olha para mim e levanto meu copo para ela, e ela nega com a cabeça.

O otário que deve ser o namorado volta e logo os dois vão embora, eles passam bem ao meu lado e meus olhos se encontram com os dela, ela tem olhos lindos.

Aceno com a cabeça para ela que disfarça e sai junto com ele.

Decido encerrar minha noite também, peço a conta ao garçom e saio.

Queria a loirinha essa noite, mas como ela não está disponível não quero mais ninguém, pelo menos não hoje.

Esses Olhos!

Passou-se alguns meses desde o meu término com Bárbara e desde então não me relacionei com mais ninguém.

Apenas me divirto nas baladas em que vou, fico com uma mulher por noite, e faço questão de sumir, não troco telefone e nem as trago para o apartamento em que eu moro, as vezes as levo para algum motel e outras as levo para o meu outro apartamento. Para mim é o melhor, não quero me envolver com ninguém, fiquei bloqueado quanto a sentimentos.

já fiquei com mulheres lindas e que pareciam ser muito boas, pelo o pouco que conversei com elas, pareciam ser honestas, mas eu não consigo sentir nada por nenhuma, é apenas desejo carnal.

Desde que terminei com Bárbara que não procuro minha família, minha mãe liga uma vez ou outra, meu pai não se dá nem ao trabalho, meus irmãos vejo rapidamente aqui no escritório e com minha irmã eu não quero nem papo.

Mesmo depois do que Bárbara fez comigo, ela ainda mantém uma amizade com ela, as duas sempre foram amigas, desde a infância, mas eu sou o irmão dela, a amiga dela me traiu e mesmo assim ela continua amiga da pessoa que me traiu. Beatriz às vezes é muito ingênua, ela tem um coração tão bom que isso a torna boba.

Hoje estou sem um pingo de paciência, novamente irão mandar um estagiário para ser meu assistente, aqui temos rodízio de estagiários, gostamos de dar oportunidade para os recém formados em advocacia, mas isso me rende muita dor de cabeça, alguns são meio lentos e preguiçosos.

Deixarei Rose cuidar de mostrar para o novo estagiário o que deve fazer e como eu gosto das coisas, não tenho paciência para ensinar ninguém a fazer seu trabalho.

— Entre. — digo quando batem na porta.

— Bom dia Doutor Caio.

— Bom dia Rose, já mostrou tudo para o novo estagiário?

— Sim, na verdade é uma estagiária doutor, Raquel, Raquel Medeiros.

— Ok, e ela já começa agora?

— Sim, já mostrei tudo para ela e ela já começou, dessa o senhor vai gostar, é muito inteligente, esforçada e prestativa.

— Acertaram dessa vez?

— Eu a entrevistei pessoalmente doutor, ela tem ótimas recomendações dos professores, muitos deles o senhor conhece.

— Ótimo.

— Gostaria de conhecê-la?

— Sim, peça a ela para me trazer um café e os processos do Ferraz.

— Sim doutor. — ela diz e sai.

— Entre. — digo quando batem na porta.

— Bom dia doutor Caio, sou Raquel Medeiros, gostaria de agradecer pela oportunidade. — a olho começando pelas pernas, até o rosto.

Esses olhos!

Reconheço esses olhos no mesmo momento em que os vejo, e lembro com clareza de onde conheço esses olhos, pois foi no mesmo dia em que Bárbara me traiu.

A loirinha da boate, passei muitos dias indo à baladas e procurando por ela, mas nunca mais a havia visto.

Que mundo pequeno e que grata surpresa tê-la aqui em minha frente.

— Ok, só faça seu trabalho bem, dispenso agradecimentos, se estar aqui é porque lhe acharam capaz e lhe escolheram.

— Sim senhor. — ela diz e abaixa a cabeça. — Aqui seu café e os processos, eu já analisei todos e separei por ordem para facilitar sua vida. — ao menos escolheram bem, ao que parece não é uma preguiçosa e é organizada.

— Ok, pode deixar aí e pode sair. — ela assente e sai.

Ela vira de costas e me dá uma visão privilegiada de sua b*nda, assim de perto é ainda mais bonita, e ela ainda usa uma saia dessas bem apertadas que marcam muito o corpo.

Pior que vai ser difícil me controlar perto dela, faz alguns meses que a vi e desde então não tiro os olhos dela da minha cabeça.

Não sei se ela ainda está com aquele otário da boate, mas casada ela não deve ser, já que não usa aliança.

Entro no sistema da empresa e procuro o currículo dela e logo que acho, vejo que ela é solteira, se tiver algum compromisso com alguém deve ser só um namoro.

Por que estou fazendo isso? Não é da minha conta se ela namora ou não!

Não posso me envolver com ela, isso pode acabar estragando nosso profissional. E como tenho casos de uma noite só, não seria boa ideia ficar com alguém que terei que ver todos os dias.

Chega uma mensagem em meu celular, Mirela mais uma vez.

Mirela é filha de um cliente importante, desde que tinha uns quinze anos que me persegue e eu sempre fugi dela, mas a menina é linda demais, se fosse mais velha com certeza já teria acontecido algo a mais entre nós. Depois que ela fez dezoito anos nós trocamos alguns beijos, mas foi só isso, não tenho coragem de encostar nela.

O pai dela me mataria se fizesse isso, eu não assumo relacionamentos com ninguém e Mirela é muito jovem e ainda é virgem, não posso roubar isso dela, já que não assumirei depois, não sou tão cretino a esse ponto.

Ela não posso, mas a loirinha eu posso, só não devo.

Maldição!

Com tantos estudantes de direito no mundo foram escolher logo ela.

Inferno!

Abro a pasta que ela trouxe e tudo está impecavelmente organizado, tudo do jeito que gosto, nenhum dos meus estagiários de antes mostraram tanta competência, organização e dedicação.

— Pode vir até minha sala Raquel? — digo ligando para o ramal dela, não espero sua resposta e logo desligo. — Entre. — digo quando ela bate na porta.

— Sim senhor, o que deseja?

— Gostaria que digitalizasse esses processos já analisados.

— Sim senhor.

Entrego a pasta para ela, e me detenho olhando para ela, ela tem traços finos, olhos bonitos, é uma mulher muito bonita, e nem vou falar do corpo, que corpo, o que eu não daria para ver o que ela esconde debaixo dessa saia apartada.

— Mas alguma coisa, doutor?

— Peça meu almoço, o número do restaurante está na agenda, peça o prato do dia.

— Sim doutor, algo mais?

— Não. — ela assente e vira para sair.

Ela ainda anda se rebolando, que b*nda!

Melhor parar de cobiçar a loirinha, vai que ela me processa por assédio, ela é estudante de direito, melhor me concentrar em meu trabalho e deixar a loirinha quieta.

O Convite

Raquel está trabalhando comigo faz alguns meses, devo confessar que além de muito bonita, ela é muito eficiente, tem facilitado muito minha vida aqui no escritório.

Tudo está transcorrendo bem, até que recebo um e-mail com o convite de casamento da minha irmã.

Abro o e-mail, analiso o convite, ela vai casar na praia.

Logo meu celular vibra em cima da mesa, e vejo a foto da linda morena de olhos verdes na tela, Beatriz.

— Oi maninho.

— Oi Bea.

— Recebeu o convite?

— Sim.

— Você vai não é? Vamos aproveitar para passar o final de semana na nossa casa na praia, nunca mais nos reunimos, você nem sei a última vez que vi.

— Eu vou.

— Deixa eu te falar uma coisa.

— Diga.

— Não fica bravo tá?

— Fale.

— Você sabe que Bárbara é minha amiga de infância e que eu queria ela comigo nesse dia, então a convidei e ela vai levar o Maurício.

— Eu não vou então!

— Caio por favor, é importante pra mim, nossos irmãos vão, por favor Caio.

— Se você prefere esses dois traidores fique com eles então.

— Caio você é meu irmão e eu amo você, gostaria que estivesse presente.

— Não sei como você ainda é amiga de alguém que fez isso com seu próprio irmão que você diz que tanto ama!

— Mas eu amo mesmo você Caio, você é meu irmão, eu já briguei com ela por isso e ela se arrependeu, e gostaria de te pedir perdão.

— Eu não quero papo com ela.

— Não fale com ela então! Mas venha, é importante pra mim, você vem?

— Não sei Beatriz, preciso desligar, estou muito ocupado. –digo e desligo.

Uma raiva toma conta de mim, Beatriz não tem noção das coisas. Como eu posso ficar no mesmo ambiente que aqueles dois traidores.

Jogo tudo da minha mesa no chão e esmurro a mesa, isso me deixa extremamente estressado.

O pior nisso tudo é que ainda tenho sentimentos pela Bárbara, e me sinto um completo idiota por isso.

— O senhor precisa de ajuda? –Raquel entra sem bater e a olho com muita raiva, ela meio que se encolhe.

Algo me ocorre quando olho para ela, tem que ser ela!

— Você! Preciso de um favor seu. –digo apontando para ela.

— Sim senhor, pode dizer. –ela é linda demais meu Deus.

— Preciso que me acompanhe em um casamento!

— Como? –ela me olha confusa.

— Isso mesmo que você ouviu!

— O senhor está bem? –sua pergunta me deixa com raiva e eu esmurro a mesa, isso a faz dar um passo para trás.

— Desculpe, estou precisando que me acompanhe, eu te pago 20 mil reais. –ela me olha surpresa.

— Senhor eu não tenho certeza, posso pensar?

Para quê pensar loirinha? Aceite de uma vez!

— Tem até amanhã, caso não me dê uma resposta será outra, pode sair e peça alguém para vir limpar aqui.

— Sim senhor. –ela diz e sai apresada.

Isso será bem interessante, finalmente ficarei perto da loirinha fora do nosso local de trabalho, o ruim vai ser me segurar perto dela.

Apesar de ter que aguentar a presença dos dois traidores, ter a loirinha por perto vai fazer tudo valer a pena.

Quero f*der essa loirinha desde o dia que a vi naquela boate há alguns meses atrás.

Ela não deve ter namorado já que está cogitando aceitar minha proposta, me sinto um pouco mais animado para ir à esse casamento.

Sem contar que faz tempo que não fico com minha família, desde o término com Bárbara me isolei de tudo e de todos.

Meu celular toca outra vez, mas agora é minha mãe.

— Oi mãe.

— Oi meu amor, como está?

— Estou bem, e a senhora?

— Bem, estou com saudade de você meu filho, nunca mais veio me ver.

— Muito trabalho mãe.

— Que nada! Seus irmãos sempre vêm me ver e também trabalham.

— Esses dois otários só enrolam, trabalhar que é bom não querem.

— Filho! Não fale assim dos seus irmãos.

— Nos vemos no casamento da Bea.

— Você vai? Ela me ligou chorando que você havia falado que não iria.

— Por isso ligou? Porque ela te ligou chorando? Ligou pra me convencer?

— Não filho, liguei para saber se está bem.

— Estou mãe, e vou a essa porcaria de casamento, mande arrumar meu quarto que vou levando alguém.

— Namorada?

— Sim. –minto.

— Que coisa boa filho, vou mandar arrumar seu quarto.

— Ok.

— Te amo meu filho.

— Também te amo mãe.

— Até mais querido.

— Até. –desligo o celular.

É loirinha, agora você terá que ser minha namorada de aluguel.

Preparo um contrato fajuto para ela assinar, para me assegurar de que ela não vai contar para ninguém dessa pequena mentira.

Deixo o contrato na gaveta da minha mesa, caso ela aceite já estará aqui para ela assinar.

Espero muito que ela aceite, quero ficar perto dela longe desse ambiente, talvez ela se sinta mais a vontade e queira dar para mim, confesso que eu iria adorar.

Droga de mulher!

Talvez essa loucura passe quando me enfiar nela, ou talvez eu queira mais vezes, mas uma coisa é certa, eu vou comer essa loirinha e não vou aceitar não como resposta.

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