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Você É O Meu Abrigo

Capítulo 1: Personagens

Apresentação dos Personagens:

Flora Silva…

Meu nome é Flora Silva, tenho 24 anos, brasileira, sou professora e moro na cidade de Canela, no Rio Grande do Sul. Atuo nas escolas de ensino fundamental, amo ensinar crianças no primeiro ano. Nessa fase, é o começo da jornada de aprendizagem. Onde acontece o seu primeiro encontro com um mundo cheio de descobertas, aprendizagem, que ajudarão no seu desenvolvimento. E é gratificante fazer parte desse início na vida delas.

Sou uma mulher gentil, educada, amorosa, doce, forte e determinada com o que quero, mesmo errando em alguns aspectos, pois ninguém é perfeito, me orgulho da mulher que me tornei.

Meus pais, são grandes exemplos para mim de amor e bondade.

Como disse, também errei muito e meu maior erro, foi me casar com Rubens. No início ele era um homem carinhoso, mas depois se tornou obsessivo, frio, violento e infiel.

Assim que nos separamos, descobri que estava grávida, meus pais me acolheram, até que reformasse a casa ao lado da deles. Era a casa da minha avó materna, com a ajuda do meu pai, reformamos e ficou do jeito que eu sempre sonhei, com um lindo jardim.

               

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Augusto Baker…

Meu nome é Augusto Baker, brasileiro, 28 anos, sou médico especializado em cardiologia. Tenho um 1,90 de altura, cabelos e olhos castanhos, tipo físico atlético, músculos definidos.

Sou um homem gentil, educado, mas introvertido.

Fui obrigado a amadurecer, devido à ganância e malícia de algumas pessoas sem escrúpulos. Não me orgulho do que aconteceu, alguns teriam orgulho disso, mas eu não. Foi traumático para mim, deixou marcas que sempre irei me recordar.

E com a morte da minha mãe, tudo ficou mais difícil.

Atualmente solteiro, não sou muito de sair, mas quando saio, sempre acontece de transar com alguma mulher, mas nada sério. Não durmo com elas, o negócio é apenas transar.

Nenhuma mulher me compreende, todas são fúteis nesse meio em que estamos.

Eu e meu irmão gêmeo Teodoro, somos melhores amigos.

Além da nossa amizade, temos uma ligação forte de gêmeos, nossos pais sempre nos ajudaram a ter um equilíbrio. A nossa mãe, era uma mulher doce, protetora, que nos amava incondicionalmente, nunca em toda a minha vida, conheci uma pessoa como ela, bondosa, gentil, doce. Eramos uma família perfeita, até ela adoecer e vir há óbito. Tínhamos apenas quinze anos quando ela faleceu e nossa irmã, Lavínia, tinha apenas nove.

Eu e Teodoro, compartilhamos hobbys, fazemos academia juntos aqui na nossa casa e amamos jogar basquete. Quando não estamos legais, saímos para jogar basquete e conversar. Também temos uma quadra de basquete.

                         

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Teodoro Beker…

Meu nome é Teodoro Baker, brasileiro, tenho 28 anos, solteiro, formado em medicina e gestão hospitalar, sou dono e diretor técnico do hospital da minha família. Tenho 1,90 de altura, cabelos e olhos castanhos, tipo físico atlético.

Sou um homem educado, extrovertido, comunicativo e sei muito bem como lidar sobre as pressões que meu cargo oferece. No entanto, confesso que sou um homem que gosta de diversão, procuro prazer e diversão todas as noites, a minha vida social é muito intensa.

Não vou negar, que isso já me trouxe sérios problemas, que tive que pagar um preço bem alto. Era um jovem apaixonado e inconsequente, acabei cometendo um grave erro, que custou minha tranquilidade e isso me atormente todas as noites, quando deito a minha cabeça no travesseiro. Augusto é o único que sabe da minha história, pois sei que posso contar com ele em todos os momentos, até mesmo em meus erros ele está aqui para puxar minha orelha, me aconselhar e também para apoiar.

Na época em que tudo aconteceu, eu namorava Naomi, uma garota linda, mas fútil, mimada e superficial, ela nunca se importou com o próximo, tudo o que aconteceu não significou nada para ela, por esse motivo não pude prosseguir com esse namoro. Mesmo sendo apaixonado por ela na época, percebi que não era esse tipo de pessoa que queria ao meu lado.

Quando erramos, não precisamos de pessoas o tempo todo apontando o dedo e nos criticando, precisamos de pessoas leais, verdadeiras, nas quais estarão ali ao nosso lado, nos apoiando e aconselhando, para não cometer novamente os mesmos erros. Acredito que isso, faz toda a diferença na nossa relação de irmãos.

Eu e Augusto, somos irmãos gêmeos e melhores amigos, sou o único que o entende, enquanto ele é o único que me entende.

Somos os donos do hospital, eu assumi como diretor enquanto meu irmão atua na área em que se especializou, ele nunca quis estar acima de ninguém, enquanto eu nasci para liderar. Não porque gosto de estar acima dos outros, ou porque sou melhor, mas sim, porque sou excelente em planejamentos estratégicos, tenho uma visão ampla de melhorias, sou maleável para adaptar-se em diversas situações, especialmente naquelas que parecem não ter uma saída. Desde que assumi, o hospital se tornou o mais procurado em nossa cidade, moramos em Porto Alegre.

Além de contarmos com várias especialidades, criei um programa onde atendemos pessoas carentes e outro em que damos oportunidade a quem está começando em diversas áreas hospitalares.

               

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Olivia Rosa…

Meu nome é Olivia Rosa, tenho 23 anos, sou formada em gastronomia, amo a arte da culinária, porém o que mais gosto é arte da panificação e confeitaria.

Sou uma garota determinada, sonhadora, doce, gentil e educada. No entanto, por ser boa demais, acabo aceitando tudo o que meus pais decidem para a minha vida.

Meu sonho era apenas cursar panificação e confeitaria, e futuramente, abrir minha própria confeitaria, porém, meus pais queriam que eu fosse uma grande chefe e os ajudasse a expandir o restaurante da família.

Meus pais, são pessoas boas, mas muito conservadores e religiosos. A religiosidade deles chega a um ponto extremo de querer ser perfeitos. Acredito que focaram tanto em serem perfeitos, que isso os deixou neuróticos. Sempre me protegeram tanto, que me sinto sufocada às vezes.

Nunca me deixaram sair sozinha, trabalhar em locais que não fosse o restaurante e nem usar roupas que mostrassem o meu corpo.

Na faculdade, comecei a ser alvo de gozação, devido às roupas cobertas demais e cabelos longos, sem vida. Foi quando conheci Lavínia, uma garota espontânea e divertida, ela me fez perceber que tudo isso era um exagero dos meus pais. Podia, sim, usar cabelos longos, mas podia cortar as pontas dos cabelos, como forma de cuidado e também usar roupas confortáveis sem ser vulgar. No entanto, só usava essas roupas na faculdade, ou eventos com meus colegas.

Sempre fui uma filha obediente e temente, não tenho coragem de enfrentá-los, não por medo, mas por respeito.

A última deles, foi arranjar um namoro com um rapaz da igreja. Ele é um rapaz bonito, educado, mas não sinto nada, e sei que ele também não sente nada por mim. Somos reféns das ideias malucas de nossos pais.

Estou juntando dinheiro há algum tempo, em breve, irei montar minha própria confeitaria. Só preciso ter coragem de enfrentá-los.

Capítulo 2: Flora

***Flora***…

Após uma semana cansativa, com meus pequenos na escola e uma luta exaustiva com meu ex na justiça, por não querer me dar o divórcio, hoje finalmente é sábado.

Rubens, ficou obsessivo ao saber que estou grávida, quer a todo custo reatar, mas tanto eu como meu pai, não aceitamos ele nem chegar perto da nossa casa.

Acordo bem cedo, pois hoje quero ir até o orfanato criança feliz, de uma velha amiga da família. Sempre os visito quando posso, levo presentes e algumas guloseimas.

Após preparar o café e fazer uma refeição bem reforçada, inicio uma rápida faxina em casa. Como moro sozinha, é fácil manter tudo em ordem. Minha casa tem uma cozinha americana com sala e no andar de cima quatro quartos, apenas o meu tem banheiro. E outro banheiro fica no final do corredor. Tenho uma varanda na frente da casa e nos fundos fica a área de serviço. Também tenho um lindo jardim nos fundos, amo a natureza e tenho variedades de flores plantadas aqui.

Como estou juntando dinheiro para montar o quarto do meu bebê e me manter alguns meses com ele após seu nascimento, tenho trabalhado os dois períodos na escola, cobrindo licenças no período da tarde.

Logo que termino a faxina, tomo um banho, coloco um vestido confortável todo florido, com uma jaqueta, uma sapatilha e deixo meus cabelos soltos.

No caminho, passo na casa dos meus pais, dou-lhes um beijo e prossigo para o orfanato. Passo em um supermercado, compro diversos doces e finalmente vou para o orfanato.

Assim que chego, a diretora vem ao meu encontro, nos cumprimentamos com um beijo e um abraço apertado.

— Como está minha querida? — pergunta a mulher docemente.

— Estou ótima e a senhora?

— Também estou bem! Só um pouco cansada, já estou na idade de me aposentar!

— Que isso, ainda é muito jovem!

— Gentileza da sua parte, minha querida! Espero que esteja pensando com carinho na proposta que fiz!

Jurema, é uma mulher muito bondosa, dedicou toda a sua vida, a cuidar das crianças do orfanato, após perder seu filho para o mundo das drogas.

Ele foi morto pela polícia, num confronto entre traficantes. Estava no lugar errado, na hora errada. Sua história é muito triste, e me lembra a história do meu irmão que era policial e desapareceu, após uma missão. Era jovem, estava apenas começando a sua tão sonhada carreira.

Rubens diz que ele foi negligente e fraco, mas não acredito, pois sempre foi um homem muito cuidadoso e perfeccionista. Como não encontraram o corpo, foi dado como morto, pois já se passaram muitos anos.

— Estou pensando, sim! Mas não sei tenho competência para assumir a diretoria do orfanato, é algo muito grande, que exige muita responsabilidade e amor!

— Todas as suas características! Sei o quanto ama cada criança que abrigamos aqui e o quanto tem um coração bondoso!

— Isso é verdade, se pudesse adotaria todas elas!

— Venha, quero que conheça a menina que chegou!

Ela me leva até o pátio, onde todas as crianças brincavam.

Assim que me veem, todos vem correndo me abraçar, são crianças carentes, mas muito amorosas.

Após cumprimentar todos com beijos e abraços, eles voltam a brincar.

Jurema aponta para uma pequena e linda garotinha, que está sentada sozinha em um banco de pedra.

Meu coração acelera e queima constantemente, uma certa emoção invade meu ser, não compreendo o que sinto, quando vejo aquela linda criança.

— Qual o nome dela? — pergunto sem desviar o olhar do dela.

— Iris, tem quatro anos!

— Por que está sozinha?

— Ela não conversou com ninguém desde que chegou aqui, faz o que mandamos e nada mais!

— O que aconteceu com os pais?

— Morreram num acidente de carro! Ela foi a única sobrevivente, sua avó também estava no veículo, mas infelizmente ninguém resistiu!

— Ela deve estar traumatizada!

— Sim! Todas as noites acorda chorando, a psicóloga tem tentado falar com ela, mas está muito difícil!

— Posso tentar?

— Claro, fique a vontade! Vou cuidar de levar essas guloseimas para a cozinha!

Vou para perto da menina, a cada passo meu coração bate mais rápido.

— Oi, princesa! Posso me sentar com você?

A menina olha para mim com curiosidade, apenas dá de ombros.

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(Iris, 4 anos)

Sento-me ao seu lado, em suas pequenas mãozinhas, segura firmemente um brinquedo em formato de flor.

— Gosta de flores, Iris? Sabia que eu tenho um lindo jardim, repleto de flores?

A menina nada responde, porém, pega uma boneca que está ao seu lado e me entrega, pega em minha mão e me puxa para o lado de dentro do orfanato até chegarmos na brinquedoteca.

Nos sentamos no chão.

— Eu vi você! — diz ela docemente.

— Claro que sim, estou aqui! — digo com um sorriso estampado no rosto, por ter conseguido que ela falasse comigo.

— Sonhei com você!

Olho espantada e com curiosidade para a menina.

Ela pega um desenho na mesinha e me entrega. Meu coração dispara assim que observo o que tem naquele papel, a menina fez um desenho de uma mulher rodeada de muitas flores.

— Minha mãe disse que você iria cuidar de mim, que eu não precisava ter medo!

Meus olhos enchem-se de lágrimas, mas tento segurá-las para que a menina não perceba.

— O que mais ela disse?!

— Que seria a minha mamãe, que me protegeria e...

— E? — pergunto curiosa.

Ela nega com a cabeça.

— Não posso falar, mais nada! Mamãe disse que é segredo!

Começamos a brincar e logo ela se solta comigo, Iris além de linda é muito especial e mexe comigo de uma forma diferente e muito forte. Parece ter uma ligação entre nós, algo inexplicável.

Passo o dia todo no orfanato com as crianças, brinco com todas e Iris fica o tempo todo grudada comigo.

Nas refeições, pediu para que eu a ajudasse e na hora do banho, que eu desse banho nela. Tanto Jurema como as cuidadoras, ficaram surpresas de como a menina se apegou a mim em tão pouco tempo.

No final da tarde, quando disse que iria embora, a menina chorou, fiquei com meu coração apertado e acabei ficando até o anoitecer.

Assim que ela dorme, me despeço de todos e vou embora, mas não foi fácil deixar Iris aqui, por mais que sei que está sendo bem cuidada. Tenho um sentimento diferente com essa menina, de cuidar e protegê-la.

Capítulo 3: Flora

Flora…

Assim que saio do orfanato, o táxi que pedi já me aguardava.

Entro e no caminho para casa, minha mãe manda mensagem preocupada, aviso que já estou a caminho de casa.

Durante todo o trajeto de casa, fico pensando em Iris, meu coração fica apertado, só de imaginar aqueles olhinhos.

Assim que chegamos, pago o táxi e vou até a casa dos meus pais.

Minha mãe já me aguardava na porta.

— Estava preocupada, filha!

— Desculpe não ter avisado, mãe! Chegou uma menina nova no orfanato…

Entro contando-lhe como tudo sucedeu-se, assim que entro sou recebida por meu pai com um abraço e beijo na testa. Os dois ficam sensibilizados com história de Iris, mostro-lhes uma foto que tirei e sentem algo diferente também pela menina.

(Renato e Clarice)

Jantamos juntos, depois me despeço deles, meu pai se chama Renato, é caminhoneiro e minha mãe Clarice, é uma professora aposentada, admiro muito o amor, companheirismo e cuidado deles um para com o outro.

Ao chegar em minha casa, tomo um banho, coloco meu pijama, sento-me em minha cama e tento ler um livro, mas a pequena Iris, não saí dos meus pensamentos. Vencida pelo cansaço, coloco o livro na comoda e adormeço.

Durante a noite, tenho vários sonhos, neles todos Iris está sozinha, chorando, sinto que sou a única pessoa que pode protegê-la.

Foi um amor a primeira vista, o sentimento que tive foi como se ela estivesse nascendo de mim naquele momento.

Ao amanhecer…

Acordo de manhã com o telefone tocando. Olho na tela e ainda são seis da manhã. É Jurema, a diretora do orfanato. Ela disse que a menina acordou de madrugada chorando, pedindo por mim, e que, desde então, não parou de chorar. Digo que já estou indo.

Rapidamente me levanto, faço a minha higiene pessoal, me troco e vou para o orfanato em meu carro, eu gosto de caminhar e só uso o carro para ir ao trabalho, resolver assuntos rápidos, fazer compras ou em emergências.

Assim que chego no orfanato, Jurema vem ao meu encontro, entramos juntas no orfanato, mal entro no quarto e Iris corre para os meus braços, a pequena soluçava, de tanto chorar. Levo ela para fora, balançando em meu colo, acariciando suas costas em movimentos circulares.

— Calma, princesa… calma, estou aqui!

Ela acaba adormecendo, a levo novamente para o quarto, quando tento deitá-la, acorda e segura firme em minha roupa.

— Estou aqui e não vou embora, princesa! Se acalme…, vou deitar aqui com você!

— Pomete?

— Prometo!

Deito com ela e a menina adormece.

Jurema se aproxima.

— Impressionante a ligação das duas! Ela encontrou em você, uma certa proteção!

— Também senti muita necessidade de cuidar e protegê-la, como se fosse a minha filha, mas o que fazer agora?

— Pensou na possibilidade de adotá-la?

— Sim, mas como farei isso, na situação que estou? Com essa briga na justiça com Rubens… não sei o que fazer!

— Se realmente quiser fazer isso, serei a primeira a te recomendar, além de ter uma renda e endereço fixo, todos na cidade te conhecem! Se assim quiser, eu mesma posso ir falar com o juiz!

— Me sinto mal, pelas outras crianças, afinal estão aqui há tanto tempo e nunca foram adotadas!

— Essas coisas são assim mesmo, Flora! Não somos nós que escolhemos, somos escolhidos! Iris te escolheu e o seu coração a escolheu!

— Tem razão! — digo sorrindo admirando a pequena que dormia lindamente. — Se puder me ajudar, vou sim entrar com pedido de adoção, amanhã mesmo vou procurar o meu advogado para cuidar de tudo para mim! Iris me escolheu, ela precisa de mim…

Acaricio o rosto da pequena, com uma emoção em meu peito.

Passei o dia todo no orfanato, com as crianças, organizei brincadeiras, fiz uma leitura divertida com elas, os fazendo fingir serem personagens, ambas se divertiam muito, foi um dia muito agradável.

Ao cair da tarde, precisava voltar para casa e Iris chorou muito quando disse que iria embora. A levo para a sala de brinquedos, a sento em meu colo e tento explicar a situação.

— Iris, eu preciso ir para a minha casa, agora! Amanhã tenho que ir trabalhar e preciso descansar!

— Porque não me leva, mamãe?! — diz secando as lágrimas que caíam de seus pequenos olhos.

Ao me chamar de mãe, meu coração queimou igual brasa, ali tive a certeza de que essa pequena garotinha, seria a minha filha. Desde o início tivemos uma ligação de mãe e filha.

— Ainda tem todo um processo, para que eu possa te levar para casa! Mas aqui todos vão cuidar de você, até que eu possa vir te ver novamente e possa te levar para a minha casa! Só preciso que tenha paciência, minha princesa! Logo poderei te levar para casa…, posso confiar de que vai esperar sendo uma boa menina?

— Pomete que vai me levar para morar com você?

— Claro que sim, é o que mais quero!

— Vou ser uma boa menina, até que possa vir me buscar!

Dou banho nela, acabo ficando para o jantar, ajudo ela com sua refeição e depois, mesmo com uma vontade imensa de chorar, me despeço e vou embora. Não sei como será daqui para frente, mas vou cuidar para que tudo dê certo.

Ao chegar em casa, meus pais me esperavam, havia esquecido de que os convidei para jantar, mas como tem a chave, ela adiantou o jantar.

Peço desculpas, subo e tomo um banho rápido e volto para ajudá-la a terminar. Meu pai estava sentado na banqueta do balcão, enquanto nós terminávamos o preparo do jantar, conto-lhes a minha decisão e como sempre me apoiam.

— Te conhecemos muito bem, filha! Se essa é a sua decisão, estaremos aqui para te apoiar e ajuda-lá no que for necessário! — diz mamãe.

— Como sempre te disse, o coração nunca se engana! Se ela te escolheu como mãe, temos mais é que dar muito amor e carinho, para nossa neta primogênita! — diz papai me emocionando.

— Já disse que são os melhores pais do mundo, e que os amo com todo o meu coração! — digo segurando a mão deles.

— Também te amamos, minha princesa! — diz papai depositando um beijo em minha mão.

O jantar foi agradável, conte-lhes tudo sobre Iris, ficaram tão animados quanto eu para a adoção.

Após o jantar me despeço deles, meu pai saí de viagem pela madrugada, toda vez eu e minha mãe ficamos apreensivas, queríamos que parasse de trabalhar tanto, correndo perigo por essas estradas. Contudo, diz que quer guardar mais um pouco de dinheiro, para quando se aposentar, ter sempre uma renda extra.

Logo que, vão embora, subo para o meu quarto, organizo meu material para amanhã e vou dormir.

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