''Voce não passa de uma nerd idiota!''
Mais uma vez desperto atordoada pelo mesmo pesadelo, as memórias da minha infância e o bullying dos meus irmãos sempre retornavam para me atormentar.
Levanto-me da cama sem muitas opções, coloco comida para a minha gata e faço carinho nela enquanto ela ronrona. Sento-me e ligo o computador para me distrair com uma história. Desde pequena, sempre amei ler; era o meu passatempo favorito. Durante toda a minha infância, fui ignorado pela minha família por ser tão desastrada e diferente dos meus irmãos. Meu único refúgio era a leitura.
Embora eu seja muito solitária, sem tempo para encontros ou relacionamentos amorosos, minha única companhia era a minha gata de estimação, Mia, e os meus bons e velhos livros. Morava sozinha em um apartamento no centro da cidade e raramente saía de casa, sempre a mesma rotina. A minha única felicidade era escapar para o mundo dos livros. Considerada antissocial desde a escola primária, nada me fazia tão feliz como fugir da minha realidade através da leitura, podia passar horas a fio imerso nesse mundo.
Como um verdadeira fã, passava madrugadas inteiras mergulhado em histórias, ansiosa para descobrir o final. No entanto, de todos os livros que já li, o meu favorito, sem dúvida, era "Como Conquistar o Imperador", um romance de época onde duas irmãs, que se odiavam muito, compartilhavam o amor pelo mesmo homem, o príncipe herdeiro, futuro imperador. Adorava como a história se desenrolava com maestria; identificava-me muito com a vilã, pois ela me lembrava muito a mim mesmo, sempre injustiçado e limitada.
Como todo livro de romance, este também tinha um final feliz: a protagonista da novela, Elizabeth, casa com o príncipe, seu primeiro e único amor, tornando-se assim a imperatriz do império. No entanto, nem todos os personagens têm um final feliz. Após muito caos e tentativas de assassinato, a vilã, sua irmã, é condenada à guilhotina, um final como outro qualquer para uma simples vilã, e entre lágrimas quentes, Lina dava o seu último suspiro.
Sentada à minha escrivaninha, relendo o último capítulo pela 12ª vez, comento no perfil do escritor: "Acho que Lina também poderia ter tido o seu final feliz". Digito no computador entediada, e após alguns minutos, vejo que recebi uma notificação na minha caixa de entrada. Fico surpresa, pois sempre fui um leitor fantasma e nunca havia recebido esse tipo de notificação.
Aproximo-me do computador e abro a mensagem. Era uma resposta da autor ao meu comentário. Fico impressionada; não consigo acreditar que meu escritor favorito de todos os tempos tenha me respondido. Havia escrito apenas os meus pensamentos, que certamente nunca seriam respondidos, já que havia milhares de comentários perdidos junto ao meu, naquele site.
Clico na mensagem e leio em voz alta: "Sério? Por que não tenta fazer você mesmo?". Enruguei a testa, sem entender absolutamente nada. Normalmente, ele sempre foi gentil com aqueles a quem respondia; podia considerar uma dádiva chamar a sua atenção. Mia, a gata siamesa que resgatei das ruas e que estava agora no meu colo, arrepia-se e sai correndo. Olho confusa para trás em relação ao seu desespero e volto a olhar para o computador, que estava completamente preto, com a palavra "erro" escrita bem grande na tela. De repente, sinto que estou sendo sugada para dentro do computador.
ELINA
Acordei assustada e com dificuldade para enxergar. Esfreguei os olhos e, finalmente, quando consegui enxergar, percebi que não estava em meu quarto habitual. "Onde estou?" Sem dúvida, aquele não era o meu quarto. Era muito luxuoso, até o teto era pintado como se fosse uma obra de arte. Percebi alguém se aproximando de mim, até que finalmente pude ver com clareza, havia uma garota da minha idade usando uniforme de empregada, parando em frente a mim.
*** — Senhorita Lina, já está acordada? Peço desculpas, geralmente a jovem mestre acorda depois das 10 da manhã — disse ela cautelosamente, como se estivesse com medo da minha reação.
— Desculpe, mas você me chamou como??? — Era impressão minha ou ela me chamou de Lina?
Levantei abruptamente, olhando para a garota parada à minha frente. Observei-a atentamente, tudo estava tão confuso. Talvez eu estivesse morta, mas não, meu coração batia rápido, constatando que estava muito viva.
*** — Chamei de primeira, senhorita Lina, seu nome.
Procurei rapidamente por um espelho e, com sorte, encontrei um bem grande. Minhas suspeitas foram confirmadas: eu estava no corpo de "Elina Woods", a vilã do meu romance favorito, uma mulher considerada um demônio. Atônita, observo meus olhos vermelhos como sangue. Não podia acreditar que reencarnei como a vilã destinada a morrer pelas mãos da pessoa que mais amou.
Não importa para onde olhasse, eu reencarnei no web romance "Como conquistar o Imperador". E o personagem em questão era a notória vilã, a irmã do protagonista e a grande vilã do meu livro favorito. Comecei a entrar em pânico. O destino de Lina não era nada bom. Ela ficou meses presa na prisão até que seu primeiro amor a mandou para a guilhotina. Era óbvio o tipo de fim que me aguardava.
Elina, por outro lado, era uma maga poderosa, a segunda mais habilidosa, atrás apenas de Edward Millaner, o grão-duque o segundo protagonista . Ela herdou os cabelos pretos e volumosos de sua mãe, que iam até a cintura, e os olhos vermelhos de seu pai. Havia um boato que corria por todo o império de que essa cor era de mau presságio, enquanto sua irmã era loira, como seu pai, e tinha olhos azuis, como sua mãe.
*** — Primeira senhorita! A senhorita está bem? Quer que eu chame o médico imperial? — perguntou, percebendo meu desespero.
— Qual é o seu nome? — Perguntei à criada, pois se eu realmente estava dentro do livro, ela deveria ser a empregada pessoal de Lina, que a serviu desde pequena.
*** — Não está me reconhecendo, jovem mestre? Sou eu, Madeline — Colocou a mão na minha testa, verificando se eu estava com febre — Primeira senhorita Lina, acho que está com febre, vou chamar o médico real — eu a detive.
— Não precisa, Madeline, não é nada. Só preciso de um pouco de ar fresco. Poderia me ajudar a me vestir?
O rosto dela relaxou e ela começou a me ajudar. Minha mente estava a mil. O livro em que eu estava não era apenas simplesmente um livro de romance. Havia muita guerra e sangue, além de política envolvida e também uma guilhotina me esperando. Resumindo, era um romance para maiores de 18 anos. Se agora eu tinha uma segunda chance de viver, poucas opções eu tinha. Então, só uma coisa me restava fazer: romper o noivado e me afastar a todo custo do príncipe herdeiro.
Após Madeline me vestir, me vi com um lindo vestido preto com renda branca, exatamente como o livro descrevia o estilo de Lina. Passava uma sensação sombria e sexy, mas isso iria mudar assim que colocasse meu plano em ação, já que eu não queria que minha cabeça fosse separada de meu pescoço. Na minha vida anterior, nunca tive uma vida própria, nem o direito de fazer minhas próprias escolhas, mas agora seria diferente.
Chegando ao jardim, percebi que Elizabeth tomava chá com Jennie, a segunda princesa do império. Sentei-me com elas e percebi que o olhar delas mudou. Era assim que Lina deixava as pessoas, desconfortáveis.
Beth — Primeira irmã, que surpresa tê-la aqui. Costuma evitar o sol à tarde, sempre reclama de como sua pele fica queimada. — Forçou um sorriso diante da princesa.
— Estou tentando mudar, Beth. Quero aproveitar as coisas boas da vida — falei calmamente, enquanto me sirvo um pedaço de bolo de morango — Além disso, um pouco de luz solar não me fará mal, apenas deixará minhas bochechas um pouco rosadas.
Jennie — Bem, eu vim aqui convidá-las para meu aniversário que farei amanhã no palácio imperial. Desejo que as duas estejam lá sem falta amanhã. — Entregou o convite, sorrindo. Mas eu sabia que a segunda princesa nunca gostou de Lina, nem sequer de Elizabeth. Achava as duas caipiras que não sabiam se comportar e não mereciam a atenção que seu irmão mais velho depositava na irmã mais nova da família Woods.
— Agradeço o convite, segunda princesa. Estarei lá sem falta. Às vezes, poderia ser uma carta na manga ser uma leitora, pois sabia exatamente o que iria acontecer.
Elizabeth — Faço minhas as palavras de minha irmã, Jennie. Estarei esperando ansiosamente. — Segurou meus ombros, enquanto nos levantamos para caminhar pelo jardim.
No enredo original do livro, a festa da segunda princesa foi um desastre, já que o príncipe herdeiro apareceu especialmente para ver Elizabeth e, por ciúmes, Lina empurrou sua irmã no lago e o príncipe a salvou.
Essa seria uma oportunidade de encontrar com Edward, o grão-duque do império. A única maneira de me manter viva nesse jogo de política era me unir a ele, já que, além de ser o herói de guerra, era também o comandante do exército, um combo perfeito para o que eu precisava. Teria oportunidade suficiente para terminar o noivado com o herdeiro do trono.
A noite chegou, e a princesa foi embora. Elizabeth continuou me ignorando, como se minha presença não existisse. Sem ligar para o comportamento da protagonista, restou-me fazer um plano para permanecer viva nesse lugar. Assim que subi as escadas, fui puxada violentamente e caí no chão. Sem entender nada, levantei a cabeça e vi a senhora da casa aos berros.
Ophélia — Como você pode fazer isso com sua irmã! — Gritava, puxando meu cabelo.
Elizabeth — Mãe, pare com isso, por favor! — Tentava segurar o pulso de sua mãe, que continuava me esbofeteando.
Tinha esquecido por um momento o porquê de Lina ser tão cruel e odiar sua irmã. O favoritismo de sua mãe corroía sua alma, já que sempre o centro das atenções tinha que ser sua irmã mais nova. Para ela, sempre faltou afeto materno, apesar de seu pai amá-la e ter carinho por ela. O duque Woods passava a maioria do tempo ocupado, já que tinha os melhores cavaleiros do império, o que tornava seu tempo escasso.
Mas, como todo bom pai, sempre que tinha tempo livre, mimava sua primogênita. Seu pai nunca soube o que sua mãe fazia com Lina. Ela tinha medo de que o pai um dia acreditasse nas mentiras de sua mãe e perdesse o único carinho que lhe restava.
— O que fiz para despertar tanto ódio? — Comuniquei, colocando a mão no lugar onde ardia como brasa.
Ofélia — O que fez? Ora, não tente bancar a desmemoriada. A roupa de sua irmã para o aniversário da princesa está completamente rasgada. Acha que eu não sei que foi você?
Elizabeth — Por favor, mamãe, deixe isso para lá. Eu vou com outra.
Ophélia — Ah, meus nervos, essa maldita vai me matar! — Fingiu um desmaio, e vi a oportunidade de correr para o quarto.
Senti lágrimas quentes descendo. Era assim que Lina deveria se sentir. Rejeitada por sua própria mãe, tendo que esconder suas habilidades para que sua irmã sobressaísse.
Mas acho que o destino me deu uma segunda oportunidade. A Lina original havia desaparecido, e eu assumi o seu lugar. Essa seria uma versão mais inteligente e astuta. As emoções não me dominariam, apenas o racional iria funcionar a partir de agora.
ELINA
Abanava meu leque sobre meu pescoço, o dia estava ensolarado, a carruagem apesar de ser grande não era bem ventilada. Elizabeth evitava olhar para mim, não me importava muito com isso, apesar de ser a protagonista, ela, no fundo, não se esquecia das maldades que outrora a irmã a fez.
Como sempre, Ophélia havia investido muito na filha caçula com um vestido tomara que caia, muito extravagante, cheio de babados no tom azul bebê, assim combinado com seus olhos. Enquanto a mim, permitia ser um vestido que não desonrasse o sobrenome Woods, nada que ofuscasse o brilho da filha mais nova.
Assim que passei pelo jardim do palácio procurei atentamente um cabelo platinado, o único homem que possuía essa característica era o grã-duque. A cor se destacava muito na multidão, mas antes de continuar minha busca, sinto alguém atrás de mim e me viro, curiosa.
— Saudações ao pequeno sol do império — o saudo com um tom apaixonado, não podia levantar suspeitas, pois desde a infância ela o venerava.
Adam — Espero que não cause problemas na festa da minha irmã — O príncipe aparece com minha irmã, seus cabelos ruivos anunciavam o sangue real, apenas os herdeiros da coroa tinham essa coloração.
— Certamente não irei, Vossa Majestade — me curvei fazendo reverência, o que é de costume na etiqueta dessa época.
Elizabeth — Irmã, tem algum problema em eu ser acompanhante de Vossa Alteza hoje? — mostra seus lindos dentes brancos em um sorriso cínico, me aproximo deles.
Adam — Não ouse tocar um fio de cabelo de Elizabeth! — fala, pois a Elina que ele conhecia era barraqueira — Ela não tem culpa de nosso noivado ser só de fachada.
— Só para deixar claro, se você gosta do príncipe, pode ficar com ele, irmã — cruzo os braços e logo em seguida um murmúrio surge — Ah! E falando nisso, a partir de agora estou rompendo nosso compromisso!
Adam se surpreende com as palavras, mas não demonstra ao sentir o peso delas. Elizabeth, por outro lado, ficou confusa com a atitude de sua irmã que, outrora, morria de paixão pelo príncipe. Todos os presentes ficaram imóveis, presenciando a filha mais velha do duque Woods terminar seu noivado. Era uma verdadeira grande fofoca, a capital falaria disso por semanas.
Sem mais, caminho para perto da mesa de doces quando vejo um homem de capuz andar pela multidão. Parecia que ninguém tinha percebido a sua presença, mas o vento deixou umas mechas saírem da roupa, esvoaçando assim, alguns fios prateados.
Resolvi seguir aquele homem e vejo ele entrar no palácio em direção ao calabouço. Sem deixar suspeitas, começo a me locomover. A princípio percebi que não havia nenhum funcionário ou guarda na porta, mas continuei a minha perseguição, usando meu poder para destrancar a fechadura da grande grade de ferro.
Acabo me perdendo naquele lugar e entro na primeira sala que encontro, escuto vozes se aproximando e me escondo atrás da cortina. Era uma cena pesada, um prisioneiro sendo carregado por dois guardas e o duque os acompanhando, os guardas jogam o homem acorrentado no chão e foi aí que percebi que era uma sala de interrogação.
Edward — Vou perguntar uma última vez, quem está por trás da tentativa de envenenamento do Imperador?
***— Ah, nunca vou falar!!! — o homem tira rapidamente do bolso um pó e coloca na boca e começa a espumar e acaba morrendo.
Edward — Levem o corpo daqui e garantam que ninguém saiba até a investigação ser concluída! — os guardas acenam com a cabeça e levam o corpo.
Vejo o duque passar as mãos pelos cabelos em sinal de frustração, se esparrama em uma poltrona. Sua blusa estava aberta, mostrando seu abdômen, seus músculos eram muito bem definidos, o livro descrevia o grão-duque como um bárbaro, mas estava mais para um pecado capital, era a personificação da palavra "beleza".
Apesar de estar sentado, pude perceber que era alto, talvez um metro e oitenta. Seu corpo era musculoso e havia algumas cicatrizes pelo seu braço e costas, com certeza, presentes que as guerras lhe deram. Atrás da cortina começo a sentir meu nariz coçar e uma vontade enorme de espirrar vem, não consigo segurar e acabo soltando um espirro estridente.
Edward — Quem está aí? Apareça ou irei matá-lo! — levanta a espada e puxa a cortina — Você? O que está fazendo aqui?
— Posso explicar — Levanto a mão em sinal de redenção — Por favor, abaixe a sua espada.
Edward — Pode começar, sou todo ouvidos — abaixa a arma fazendo cara de entediado.
— Bem, eu queria falar com vossa graça, apenas te seguir, porém, me escondi aqui para não ser descoberta. Mas eu juro que não tenho nada a ver com os acontecimentos de hoje, só queria te fazer uma proposta — Digo olhando fixamente para seus olhos, percebendo que eram castanhos escuros.
Edward — Que proposta seria essa? — senta novamente e cruza os braços.
— Quero me casar com você! — digo o mais firme possível.
Eduardo — O quê? — seu riso ecoa pela sala — Até algum tempo atrás você era louca pelo príncipe herdeiro e agora que ser casar comigo? — se aproxima de mim — Quero lembrá-la que não gosto de ser um brinquedo para tentar fazer Adam ter ciúmes de você.
— Isso é passado, já superei a paixão que tinha por ele — ele me olha parecendo não acreditar nas minhas palavras — Não se preocupe, não ousaria jogar com você, sei que se brincar com sua graça, quem seria o brinquedo nessa situação seria eu.
Edward — Você disse casamento? — coloca a mão no queixo pensando.
— Sim, eu disse, basicamente quero fazer um contrato de casamento com você.
Edward — E, por que eu deveria aceitar? — começa a me encarar seriamente — O que eu ganharia com isso?
— Existem muitas coisas que seriam vantajosas para o grão-duque — nessa hora usei todos os argumentos que ensaiei na noite passada — Primeiro de tudo, seria bom para você fortalecer seu exército, já que minha família tem os melhores cavaleiros da região. Além disso, eu sei o seu segredo — cruzo os braços.
Edward — Que segredo é esse? — me desafia.
— Eu sei que você é um filho bastardo do imperador, também sei que pretende dar um golpe de estado, tomando o lugar do trono.
Edward — Como você sabe disso? Quem é seu espião? — me prende contra a parede.
— Pense bem, seu exército pode se fortalecer com a minha ajuda, a única coisa que peço é que faça um contrato de três anos comigo, no final poderá se divorciar de mim.
Edward — E o que você ganha com isso? — pergunta ainda perto da minha boca, me causando arrepios.
— Quero apenas me proteger, você sabe muito bem como é difícil ter habilidades mágicas — Levanto a mão e faço fogo sair pelas minhas mãos.
— Então, o que me diz? — antes que ele pudesse responder, um guarda chega.
*** — Senhor, o Imperador solicita sua presença neste momento — anuncia. O duque olha para mim e pede que o acompanhe.
Voltamos para o jardim, e o homem de cabelos brancos vai ao encontro do Sol do império. Fico na beira do rio admirando como esse mundo poderia ser bonito, diferente da cidade onde morava, este lugar era mais colorido, com muita natureza, sem concreto e buzinas irritantes de carros toda hora.
Na festa todos falavam sobre o rompimento do noivado, a aniversariante, a segunda princesa que deveria ser o centro das atenções passava despercebida diante do assunto. Estava inquieta, a resposta do duque fazia com que meu coração aguardasse ansiosamente. Ouço sapatos pisando na grama quando vejo minha irmã chegar muito irritada, não me lembrava que a protagonista era assim.
Elizabeth — Sempre você tem que estragar tudo, Lina! — começa a chorar e se joga no chão como se eu tivesse a empurrado.
— Mas eu não fiz nada, nem sequer aqui eu estava... — foi quando percebi que estava sendo manipulada, o príncipe herdeiro chega na hora pensando que eu a tinha empurrado no chão.
Adam — Eu te avisei que não era para causar problemas — olha para mim com extrema raiva — Peça desculpas agora para senhora Elizabeth.
— Não vou me desculpar por algo que eu não fiz — cruzo os braços, faria ao contrário de tudo que a Lina original faria, não me rebaixaria dessa maneira.
Adam — Como pode negar, acabei de ver você a jogar no chão — vai até minha irmã verificando se nada estava quebrado — Peça desculpas ou vai morrer — aponta sua espada para mim.
— Ai, que medinho, um pedaço de metal não me fará medo — uso minha magia e jogo sua espada para longe.
Adam — Sua..... — avança para cima pegando meu braço, mas o duque chega e o segura.
Edward — Acho melhor você soltá-la ou pode perder um braço, Vossa Majestade — Faz cara de poucos amigos, como li no meu livro favorito várias vezes, sabia que os dois, no fundo, não se suportavam, apenas toleravam a presença de ambos. O duque só fingia naturalidade, pois tinha um plano de vingança contra a família imperial.
O grão-duque era filho da concubina favorita do imperador, entretanto, ela foi assassinada pela imperatriz atual por ciúmes, ninguém sabia que antes de morrer ela tinha dado à luz ao menino de cabelos brancos. Tudo não passava de uma vingança fria e meticulosamente calculada pelo grã-duque, apesar de o imperador saber de sua existência. Ele escondeu de todos que ele era seu filho, para salvá-lo das mãos da imperatriz, assim o deu o título de grã-duque.
Adam — E, por que está defendendo essa mulher? — lança um olhar matador para mim.
Edward — Porque ela é minha noiva.
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