Ali estava aquele homem acorrentado no meio daquela cela fria, onde a umidade invadia o lugar, tampouco sentia pena de si mesmo, somente estava como os demais o olhavam, como um animal, um Kur kan, um ser que tinha aparência humana, mas que compartilhava sangue com bestas. Os Kur kan provêm do reino Zahora ou melhor conhecido como o reino das bestas, um reino ao qual nenhum humano podia entrar. Para todos, estas pessoas eram bestas, com traços específicos, pele morena, olhos amarelos e cabelo negro e uns caninos que se destacavam de seus brancos dentes.
Sabia que morreria nas mãos de seu maior inimigo, o marquês Saul Evans, não importava, conseguiu incomodar esse idiota, pensava em si mesmo, mas de repente o silêncio foi interrompido por uns passos de salto, um cheiro particular invadiu essa fria cela, um cheiro a jasmins, levantou a vista, ali uma aparição, uma mulher, seu cabelo loiro como ouro, sua pele branca como a neve, seus belos olhos, ela caminhou enquanto seu vestido rosa elegantemente vestido se contorcia com seus passos, tudo nela era elegância, era Ravena, a esposa do marquês, a mulher de seu inimigo.
Ela se aproximou dele mantendo sua distância. Sabe quem sou? disse com sua voz serena.
_Quem não conhece a Marquesa Ravena, a mulher do marquês, mm, mas o que faz aqui? Não é um lugar para você, senhora.
Ravena_ vim fazer-te uma proposta.
_Uma proposta hahaha você a mim, mas o que poderia propor-me?
Ravena_ sabes que vais morrer, mas antes vão te torturar, meu esposo te odeia, mas eu posso salvar tua vida.
_Salvar minha vida, mm, não tenho medo de morrer, e você, salvar a vida de uma besta, que paradoxo.
Ravena_ mais que salvar tua vida, te darei a oportunidade de vingar-te, minha família matou teu amigo como se fosse um animal, e logo exibiram sua cabeça como um troféu, uma grande festa e lhe cuspiram.
Ao escutar aquilo, apertou forte suas correntes, mas eram especiais, não as podia romper.
_Que deseja, que jogo é este?
Ravena_ nenhum jogo, eu os odeio tanto como tu, e por isso te ajudarei a destruí-lo junto com o maldito do meu esposo.
_É uma armadilha.
Ravena_ para quê, para matar-te? Só olha para ti, já estarias morto se assim o desejasse.
_Bem, solte-me e os matarei.
Ravena_ não os mataremos primeiro de outra forma, a pior para eles, a morte moral e para isso só há uma forma.
_Qual?
Ravena_ sendo meu amante, meu marido e dando-te um filho.
_O que dizes, é uma puta brincadeira.
Ravena se aproximou dele, com sua mão levantou sua cabeça, e seus olhos azuis se encontraram com os amarelos de Kur kan _, não é uma puta brincadeira, quero que te tornes meu amante e me faças um filho.
Essas palavras com a determinação em seu olhar o fizeram tremer, pois se deu conta que ela falava muito sério, o qual lhe provocava satisfação e temor ao mesmo tempo.
Dois meses antes
Uma bela jovem se olhava no espelho vestida de noiva enquanto sua dama lhe colocava o belo véu. Seu nome é Ravena, a marquesa Ravena Vandesh, e se casará com o marquês Saul Evans. Uma jovem castanha entrou no quarto.
_ Você está linda, irmã.
Ravena_ Obrigada, Delia. Um dia você também estará assim, e eu estarei ao seu lado, muito feliz por você.
Delia_ Irmã, me sinto triste, você sabe que eu te amo, mas...
Ravena_ Mas o quê?
Delia_ Vou sentir muito a sua falta. Não quero ficar sozinha com meus tios. Eu os amo, mas não quero ficar sem você. Sei que sou egoísta.
Ravena_ Claro que não é. Eu também vou sentir a sua falta, na verdade. Falei com Saul e ele acha que seria bom você morar conosco uma temporada e assim me ajudar com os preparativos da casa, sempre que você aceitar.
Delia_ Irmãzinha, claro que sim!
Ambas saíram do quarto. Delia ajudou sua irmã com o vestido de noiva. No final da escadaria, sua família esperava, suas tias e seus primos Oscar e Elsa. A tia se aproximou dela, segurando suas mãos.
_ Filha, você está linda, estou feliz por você. Te garanto que você vai ser muito feliz.
Ravena_ Obrigada, tia. Saul é o melhor homem do mundo.
Seu tio também se aproximou dela_ Lamento que meu irmão não esteja aqui, porque estaria feliz. Fico feliz em ter a honra de entregá-la no altar.
Ravena_ Obrigada, tio. Você tem sido como um pai para mim, te amo muito, disse abraçando-o.
Assim, todos saíram da mansão rumo ao templo. Ravena ia em um coche com sua tia, irmã e prima, enquanto seu tio e primo iam em outro. Mas, de repente, a carruagem parou. Estavam no templo. Ravena desceu com a ajuda de seu tio, enquanto sua irmã e prima entravam no templo. Ia justo colocar seu véu quando, de repente, um cavalo relinchou perto dela. Ao virar, viu um homem. Era de pele morena, olhos amarelos, cabelo preto. Seu olhar lhe causou calafrios, mas o homem seguiu seu caminho.
_ Malditos Kur kan, bestas asquerosas, logo serão expulsos deste reino_ disse seu tio com desdém.
Ravena_ Vamos, tio, disse com um sorriso.
Ambos entraram no templo. Todos estavam encantados. Ravena parecia um anjo, era tão bela, parecia um anjo, ela era a beleza em pessoa, qualquer homem morreria por ela, era tão bela. Frente ao altar estava o amor de sua vida, Saul, que tomou sua mão. Assim, a cerimônia deu começo, onde ambos fizeram seu juramento, e assinaram sua certidão de casamento, fechando a união com um belo beijo, e todos aplaudiram. Eram marido e mulher. Depois que seu casamento fosse consumado, estariam unidos para sempre.
Depois da cerimônia, todos foram ao marquesado, onde seria realizada a festa. Tudo era lindo, mas o melhor de tudo foi que o rei se apresentou à festa, onde se aproximou de Ravena. Ela fez uma reverência.
_ Bela Ravena, seu pai foi meu grande amigo, e seu avô foi o de meu pai. Você é como uma filha para mim, desejo que você seja feliz, e lembre-se que sempre pode contar comigo.
Ravena_ Obrigada, majestade, sou feliz e serei junto ao meu esposo.
Mas esta noite seria o princípio do fim da bela e encantadora Ravena.
A festa seguia no seu auge, tudo era felicidade. Ravena dançava com o seu esposo, sentindo-se um pouco nervosa pela consumação do matrimônio, até que Saul se aproximou dela.
Saul_ Meu amor, já quero fazer você minha.
Ravena_ Saul, vão nos escutar.
Saul_ Não importa, você é minha esposa.
Ravena_ Eu te amo, disse beijando os seus lábios. Assim, a festa continuou até que Raúl foi falar com uns amigos, enquanto ela conversava com umas amigas. Haviam passado duas horas quando sua tia se aproximou dela.
_Querida, não encontro a sua irmã há uma hora.
Ravena_ Tia, seguramente está conversando com as amigas.
_Não, já a procurei por toda a festa.
Ravena Está bem, tia. Procuraram por ela na festa, mas não a encontraram. Da mesma forma, Saul também estava desaparecido. Começaram a perguntar aos convidados do casamento. Isso começou a preocupá-los ao perceberem o que acontecia. Decidiram ajudá-la até que sua prima se aproximou deles chorando. O que acontece, Elsa?
Elsa_ Não sei como te dizer, prima.
O que sucede, filha? perguntou Marta.
Elsa_ É Saul, e Delia estão juntos na cama, eles tiveram relações.
Nesse momento, o mundo de Ravena se destroçou naquele instante. Não podia acreditar no que ouvia, sua irmã e seu esposo juntos.
Marta_ Que estupidez você está dizendo.
Elsa_ Não minto, fui revisar o quarto para a consumação e os vi.
Nesse momento, Ravena levantou seu vestido e caminhou até o quarto. Sua tia e outros convidados tentaram detê-la, mas nada serviu. Ela seguiu até o quarto, e quando entrou, viu sua irmã e seu esposo dormindo, nus na cama, cobertos com o lençol. Viu as marcas no corpo de sua irmã. Ravena sentiu como seu coração se rompia e caiu no chão. As outras pessoas estavam em silêncio.
A tia de Ravena foi para cima dos dois _Malditos descarados, como fizeram algo assim, Delia indecente, disse chorando, mas ambos não despertavam, só abriam os olhos, se miravam desorientados, até que seu tio se aproximou.
Espera disse aproximando-se e os revisou Não pode ser, estão drogados. Chamem o médico, gritou Nesse momento, Ravena reagiu, porque um pouco de calma voltava ao se inteirar da situação. O rei mandou chamar seu médico. Em duas horas, o médico chegou e os revisou. Também chegou um sacerdote do templo.
Ravena_ Diga-me, eles estão bem?
_Marquesa, sua irmã e seu esposo estão drogados com um poderoso afrodisíaco e outras substâncias.
Ravena_ Não, não pode ser, disse chorando.
Eu confirmo o que foi dito pelo doutor, disse o sacerdote do templo_
Ravena_ Alguém fez isto, vou descobrir e pagará.
_Lamentavelmente, o dano é irreversível, disse o médico.
Ravena_ Eles morrerão?
_Não, mas sua irmã perdeu a sua virtude, ela e o marquês tiveram relações sexuais.
_Minha pobre sobrinha, sua reputação foi manchada por culpa de um maldito que a drogou. Já ninguém a quererá, ai Ravena, sua irmãzinha, disse chorando a sua tia.
Todos os convidados sentiam pena pela pobre Delia e também por Ravena. O rei ordenou uma investigação para encontrar quem havia feito tal maldade. Ravena estava destroçada. O dia mais feliz da sua vida, a noite mais importante da sua vida, havia se convertido na mais amarga. Sua irmã era a mulher de seu marido, sua irmã, sua pequena irmã, sofreria ao despertar. Ela sempre sonhou em se casar, ela estava apaixonada pelo filho do barão Antúnez.
Chorou toda essa noite, mas devia ser forte para suportar o que viria, especialmente para apoiar sua irmã e seu esposo. Eles eram inocentes.
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