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Minha Alada

Capítulo 01 : "Onde Estou?"

Certo dia, a família decidiu explorar um vale desconhecido em busca de alimento. Os animais ao redor de sua casa já haviam sido caçados ou fugido para longe, escapando do frio implacável que tomava conta das montanhas de Airen. As montanhas, antes prósperas, agora eram um deserto gelado e desolado. Outros moradores da região já tinham partido, deixando para trás apenas casas vazias e memórias.

O pai, um homem forte e determinado, apesar das cicatrizes em seu corpo que contavam histórias de batalhas passadas, liderava o grupo. Ele sabia que os recursos estavam se esgotando e que era necessário arriscar para encontrar algo que pudesse alimentar sua família. A mãe, mesmo com os ossos frágeis e doloridos pela falta de comida, mantinha a esperança viva, cuidando dos dois filhos com carinho e responsabilidade. O irmão mais velho, obediente e sério, seguia de perto o pai, tentando aprender tudo o que podia sobre a caça e a sobrevivência. Kiay, por outro lado, era o oposto do irmão: travessa, curiosa e sempre desobediente, mas com um coração bondoso e valente, herdado de seus pais.

Enquanto caminhavam pelo desfiladeiro íngreme, Kiay não conseguia conter sua curiosidade. As paredes de rocha ao seu redor eram imponentes, e o vento gelado soprava entre as fendas, criando sons que pareciam sussurros de um mundo antigo e esquecido. A menina se afastou do grupo, atraída por uma formação rochosa que brilhava sob a luz fraca do sol. Era uma camada de pedras finas que se estendia como uma ponte natural sobre um abismo escuro. "Kiay, volte aqui agora!" gritou sua mãe, percebendo o perigo. Mas a menina, encantada com a descoberta, deu um passo em falso.

O chão sob seus pés cedeu com um estalo alto, e Kiay soltou um grito agudo enquanto sentia o mundo desmoronar ao seu redor. Seu corpo foi puxado para baixo, caindo em direção ao abismo. Mas enquanto caía, algo extraordinário aconteceu. A menina atravessou uma barreira invisível, um portal que estava escondido sob a fina camada de pedras. Era como se o ar ao redor dela se tornasse líquido, puxando-a para uma correnteza desconhecida. A sensação era assustadora, mas ao mesmo tempo fascinante. Kiay sentiu seu corpo ser envolvido por uma energia estranha, como se estivesse sendo transportada para um lugar além do mundo que conhecia.

Quando finalmente emergiu da queda, Kiay aterrissou com um impacto suave em um chão coberto de musgo. Ela estava em uma caverna escura, onde o silêncio era interrompido apenas pelo gotejar ocasional de água que caía das estalactites. A menina ficou deitada por um momento, ofegante, tentando entender o que havia acontecido. A caverna era imensa, suas paredes eram irregulares e cobertas de líquenes luminescentes que brilhavam suavemente, proporcionando uma iluminação fraca, mas suficiente para que Kiay pudesse ver ao seu redor.

"Pai? Mãe? Onde estão vocês?" A voz de Kiay ecoou pelas paredes da caverna, mas não houve resposta. Apenas o vazio. Sozinha e assustada, ela se levantou lentamente, sentindo cada parte do seu corpo dolorido pela queda. Com passos hesitantes, começou a explorar o lugar. Cada sombra parecia esconder perigos, e o medo crescia em seu coração.

Ela se lembrou das histórias que seu pai contava sobre criaturas que habitavam as profundezas da terra, monstros famintos que espreitavam na escuridão, esperando por presas inocentes. Kiay tentou não pensar nisso, mas seus pensamentos foram interrompidos por um som estranho. Era um rosnado, baixo e ameaçador, vindo de algum lugar nas sombras. Ela parou, o coração disparado, tentando localizar a origem do som.

Antes que pudesse reagir, os rosnados se intensificaram, e Kiay percebeu que não estava sozinha. Criaturas famintas, atraídas por seus gritos e pelo cheiro de medo, estavam se aproximando. Ela não conseguia vê-las claramente, mas podia sentir seus olhos brilhando na escuridão, fixos nela.

Desesperada, Kiay começou a correr, buscando uma saída, qualquer lugar que pudesse oferecer segurança. Ela correu sem direção, apenas seguindo uma luz distante que parecia prometer um refúgio. Mas à medida que se aproximava, a luz revelou algo ainda mais terrível: uma gigantesca ave alada, de penas azuladas que brilhavam como estrelas na escuridão. A ave estava dormindo em um ninho feito de galhos e musgo, seu corpo iluminava suavemente a caverna.

Kiay parou de repente, o medo e a fascinação lutando dentro dela. A ave era magnífica, mas também assustadora em sua grandiosidade. "O que eu faço?!" pensou a menina, seu coração batendo como um tambor em seu peito. Mas antes que pudesse decidir, a ave abriu seus olhos, que brilharam com uma luz intensa, fixando-se diretamente em Kiay. A menina congelou, incapaz de se mover.

A ave, porém, não demonstrou agressividade. Seus olhos refletiam uma curiosidade calma, como se estivesse tentando entender o que era aquela pequena criatura humana à sua frente. Mas o momento de calmaria foi interrompido pelos rosnados cada vez mais próximos. Kiay olhou para trás e viu o motivo de seu pavor: dois cães enormes, um deles com características mais próximas a um lobo, com olhos vermelhos e brilhantes, emergiram das sombras, prontos para atacar.

Em um impulso desesperado, Kiay correu para debaixo da asa da ave, buscando proteção. Surpreendentemente, a ave permitiu que ela se escondesse ali, como se entendesse o perigo que a menina enfrentava. Os cães rosnaram, mostrando os dentes afiados, mas a ave ergueu a cabeça e soltou um grito poderoso, que ecoou pela caverna. O som foi tão forte que os cães recuaram momentaneamente, mas não desistiram.

Eles estavam famintos, e a presença da ave não os intimidava o suficiente para afastá-los. A ave alada, percebendo que os cães não recuariam, estendeu suas asas imensas e avançou sobre os invasores. Kiay, encolhida e tremendo, assistiu à batalha com os olhos arregalados, lembrando-se de sua mãe, que sempre a protegera com a mesma ferocidade.

A luta foi brutal. A ave golpeou um dos cães com suas garras afiadas, cortando-o profundamente. O outro cão tentou atacar a pequena Kiay, mas a ave foi mais rápida, usando suas asas para empurrá-lo e, em seguida, perfurar o olho da criatura com seu bico. O cão ferido soltou um uivo de dor e fugiu, deixando um rastro de sangue pelo chão da caverna. O outro cão, já gravemente ferido, não demorou a sucumbir, caindo sem vida aos pés da ave.

Exausta e ofegante, a ave voltou ao ninho, suas asas ainda abertas, mas agora cobrindo Kiay como uma manta protetora. A menina, que antes estava em pânico, sentiu uma onda de alívio e segurança ao ser envolvida pelo calor da ave. Seus olhos começaram a se fechar, o cansaço e o alívio tomando conta de seu pequeno corpo.

Antes de adormecer, Kiay olhou para a ave e sussurrou, "Obrigada... por me proteger..." A ave, como se entendesse, inclinou a cabeça e tocou suavemente a testa da menina com seu bico, transmitindo uma sensação de conforto e segurança. Kiay finalmente fechou os olhos e adormeceu, sentindo-se segura pela primeira vez desde que havia caído no buraco.

Ela não sabia que havia sido transportada para um mundo diferente, um lugar onde a magia e o mistério se entrelaçavam com a realidade. Tudo o que sabia era que, por enquanto, estava segura na companhia de sua nova protetora, a majestosa ave alada de penas azuladas, que agora guardava seu sono.

Fim do Primeiro Capítulo.

Capítulo 02: "A Grande Ave."

"Na essência da verdadeira amizade, não importa a forma ou a origem, o que conta é a conexão que transcende as palavras e a confiança que cresce no silêncio compartilhado."

A jovem menina estava prestes a ser consumida pelo medo, envolvida em pesadelos antes de dormir, quando de repente, abriu os olhos e percebeu que o ambiente ao seu redor era agradavelmente quente e confortável. Ela finalmente despertara em um lugar desconhecido e, ao focar sua visão, viu uma ave azulada a encarando com seus olhos azuis que brilhavam intensamente, como o céu ao amanhecer.

Todo o corpo da ave resplandecia em sincronia com suas respirações calmas. O brilho azulado pulsava como um coração tranquilo, e as respirações soavam como as de alguém que, exausto, finalmente encontrou descanso. A ave abriu seus olhos, observando a pequena humana à sua frente com curiosidade. Não havia agressividade nos olhos da criatura, apenas uma profunda serenidade, como se pudesse comunicar, apenas com o olhar, uma mensagem de conforto: "Está tudo bem, pequena."

A ave parecia dizer também: "Fique tranquila, eu vou protegê-la. Não precisa ter medo." A menina, admirada com a majestosa criatura à sua frente, tentou se mover, mas seu corpo, ainda fraco, não respondeu. Embora estivesse livre da dor, uma sensação de extrema fraqueza a dominava. As feridas estavam curadas, mas seu corpo ainda se recuperava das batalhas que quase a levaram à morte.

Ela se lembrou de quando a ave encostou nela, fazendo-a sentir um sono profundo que a levou a dormir instantaneamente. Agora, mais desperta e curiosa, Kiay se aproximou da ave e, com uma voz suave, perguntou: "Qual é o seu nome, grande? O meu nome é Kiay, da tribo de Dwiam!" Mas, sem obter resposta, ela repetiu com entusiasmo: "Qual é o seu nome? O meu é Kiay! Oi?!"

A ave, sem entender as palavras, inclinou a cabeça para observar a menina, curiosa com a pequena criatura que tentava se comunicar com ela. "Você não tem nome?" Kiay perguntou, aproximando-se ainda mais e abraçando o pescoço da ave com felicidade.

A alada respondeu com um leve grito, quase como se estivesse tentando imitar a menina. Embora Kiay não entendesse o som, notou que a criatura acenou com a cabeça antes de abrir suas enormes asas. Em seguida, a ave começou a bater suas asas, preparando-se para voar e partir.

"EI, ESPERA! NÃO ME DEIXE AQUI!!" Kiay gritou, tentando alcançar a ave, mas suas pernas ainda fracas não puderam competir com a força e velocidade da criatura. A ave soltou um último grito e desapareceu por um grande buraco à frente. Desolada, Kiay caiu no chão, sentando-se enquanto as lágrimas escorriam pelo seu rosto. Ela pensou que sua nova amiga a havia abandonado, talvez por algo que fez ou disse.

"Não me deixe... Eu preciso de você para voltar para casa, para minha mãe, para minha família..." Kiay murmurou entre lágrimas, enquanto se aproximava de um terraço natural próximo ao ninho. Ao olhar para baixo, viu uma vasta floresta com folhas roxas e negras que se estendiam além do horizonte, um espetáculo impressionante, mas que a deixou ainda mais solitária. Tentando se acalmar, ela decidiu voltar ao ninho, onde se sentia segura, embora o medo de que algum animal selvagem aparecesse a atormentar.

O ninho estava localizado em uma grande caverna esculpida em uma montanha íngreme e elevada, cercada por outras montanhas majestosas. A entrada da caverna era ampla, como se a ave a tivesse moldado com suas próprias forças. As paredes da caverna exibiam marcas evidentes das garras e dos cortes das asas da ave, indicando o imenso trabalho que teve para criar aquele abrigo. A sensação de grandiosidade e poder da ave era palpável em cada detalhe do ninho.

No meio das penas espalhadas pelo ninho, Kiay notou um ovo quebrado. Com um nó na garganta, ela compreendeu que a ave estava triste quando a encontrou porque havia perdido seu filhote, talvez atacado por um daqueles cães ferozes. "Faz sentido ela ter atacado aquele cão com tanta raiva..." Kiay pensou.

Exausta, a menina acabou adormecendo novamente. Horas depois, um grande barulho a despertou. Era a ave azulada retornando, trazendo em sua garra direita uma fruta enorme, semelhante a uma maçã gigante, e na esquerda, um pedaço de carne que lembrava uma coxa de frango gigante. Ela colocou a comida à frente de Kiay, como se estivesse cuidando de um filho.

A menina se aproximou devagar, sentindo o calor materno da ave, e a abraçou com força. "Obrigada por não me abandonar e por trazer comida..." murmurou com gratidão. A ave se inclinou suavemente, encostando o bico na cabeça de Kiay, como se dissesse: "Está tudo bem, eu voltei... Pequenina."

Foi então que Kiay notou uma pequena ferida na asa direita da ave, que sangrou levemente. Com um cuidado que desmentia sua pouca idade, a menina recolheu penas e mato, criando um curativo improvisado que amarrou sobre o ferimento. Depois, lavou a ferida com água e aplicou uma pasta feita de musgo amassado com folhas, como vira sua mãe fazer tantas vezes.

Embora fosse apenas uma criança, Kiay demonstrava coragem e determinação em seu pequeno coração. A ave, percebendo o valor da pequena, sentiu-se grata pelo cuidado recebido. Após a refeição, adormeceram lado a lado.

Ao amanhecer, Kiay se aproximou do buraco que mais parecia uma janela. A vista era majestosa: uma floresta com folhas roxas e negras, um rio serpenteando entre as rochas, uma montanha íngreme cercada por outras montanhas e, no centro, uma grande árvore azulada carregada de frutos gigantescos, semelhantes a maçãs ou peras. Ao redor, criaturas de todos os tipos habitavam o local: cobras, lobos, ursos, e até sapos gigantes.

Ela passou o dia todo admirando aquela vista incrível, até o sol se pôr em um espetáculo de cores que parecia eterno. A ave, percebendo a fascinação da menina, se aproximava, observando-a com ternura. Kiay imaginava o quanto gostaria que sua mãe, seu pai e até seu irmão, com quem tantas vezes brigavam, pudessem ver aquela paisagem.

A ave, percebendo a nostalgia de Kiay, pousou sua cabeça suavemente sobre a menina, como para confortá-la, protegendo-a com uma de suas asas. "Você agora está segura", parecia dizer silenciosamente.

Em suas explorações pelo ninho, Kiay começou a nomear tudo o que via, já que não havia ninguém para ensinar-lhe os nomes corretos. "Já sei! O seu nome será Alada, porque você é uma linda ave de luz!" proclamou, apontando para a grande ave com seu novo nome.

Alada apenas olhou para Kiay, sem entender as palavras, mas compreendendo o que a menina queria expressar. Para a ave, aquele nome agora carregava um significado especial, um laço único com a pequena humana que ela decidiu proteger.

Fim Do Capítulo Dois.

Capítulo 03: "O Mundo."

A jovem menina, longe de saber onde se encontrava, com dúvidas, medos e receios em seu pequeno coração infantil, sabia de alguma forma que tudo daria certo de um jeito ou de outro. Ela entendia que deveria manter suas esperanças pelo seu próprio bem, e por estar viva e ter sido salva pela aliada e amiga... Alada. (Notas do autor: crianças, tenham esperança :)

Ela ficou surpresa ao acordar e perceber que seus machucados e dores do dia anterior haviam passado. Não tinha cortes e nem uma gota de sangue em suas roupas, apenas leves marcas quase invisíveis, nem parecia que ela tinha sido gravemente ferida.

Ao olhar ao redor, Kiay admirou o ninho da grande ave à sua frente. O ninho estava situado em uma caverna em uma montanha alta e íngreme, cercada por outras montanhas. A entrada da caverna era grande, como se Alada tivesse usado suas próprias forças para escavá-la, com marcas visíveis de garras e cortes nas pedras. A grande ave azulada parecia pulsar a cada respiração, como se fosse uma luz suave, quase como um coração pulsante.

A menina levantou-se e abraçou Alada, fazendo-a acordar. A ave lambeu seus cabelos, e Kiay riu com isso. Alada se encaminhou para a entrada da caverna, que parecia uma longa janela de pedras robustas.

Finalmente, Kiay conseguiu ver a paisagem diante dela. Havia árvores com pétalas vermelhas, pedras esverdeadas e três montanhas não muito distantes. Um rio fino e alto serpenteava ao redor, e inúmeras criaturas que ela nunca havia imaginado povoavam aquele lugar.

Ela se encantou ao ver um grande gato com cores vermelhas e pintas brancas, um cão grande correndo atrás de cervos com cinco pequenos chifres em sua cabeça, e árvores gigantescas com frutos azuis, vermelhos e amarelos. Era um novo mundo que ela queria explorar. Kiay desejava que sua família estivesse lá, vivendo nessas terras, que pareciam de sonhos. No entanto, ela sabia que, por mais belo e incrível que fosse o lugar, não era um paraíso.

A jovem menina queria acreditar que estava sonhando ou que havia morrido naquela longa queda. Era como sua mãe sempre dizia: "Há um mundo bonito que nossos ancestrais mencionavam, chamado paraíso, um lugar de descanso, um lugar bonito e próspero. Filha, esse lugar só se alcança após a morte."

Sim, ela acreditava que estava morta e começou a planejar o que fazer. Desejava que sua família vivesse muito, que sua mãe continuasse viva, que seu irmão crescesse e que seu pai os protegesse de tudo e qualquer perigo.

Alada voltou, trazendo uma grande fruta azulada, semelhante a uma maçã gigante, e uma criatura humanoide em uma das garras, com uma cobra que acabara de devorar no bico. O sangue esverdeado escorria da cobra pelo bico de Alada.

A criatura, uma raposa humanoide, estava morrendo de medo de ser a próxima refeição. Tremia e chorava, com o corpo encolhido.

Kiay se aproximou da raposa humanoide e disse: "Oi, chamo-me Kiay, e ela chama-se Alada. Qual é o seu nome?" Estava muito curiosa com a criatura.

A raposa, tremendo, respondeu: "Eu chamo-me Rimei. Sou do Povoado Rampar... Vocês vão me matar?" Ela continuava a tremer e chorar.

Kiay se aproximou de Rimei, com um sorriso leve, e olhou nos seus olhos: "Não vou fazer nada com você, nem a minha amiga é má. Ela não vai te machucar. É bom ter alguém para conversar. E se fosse para te matar, já teria feito. Olhe a cobra no bico dela. Seria você, entendeu?"

"Sim, senhora Kiay. O que deseja de mim? Faço qualquer coisa, apenas não me machuque, por favor," Rimei tremia de medo.

Kiay acariciou a cabeça de Rimei: "Onde ela te encontrou e o que aconteceu?"

Rimei respondeu: "Ela me encontrou quando estava sendo caçada por aquela serpente apor, que me encurralava. Ela estava quase me devorando."

Kiay, com um tom irônico: "Ela te salvou?"

Rimei, de cabeça baixa: "Sim, isso mesmo."

Kiay, com uma expressão surpresa: "Então, por que pensou que ela te mataria depois de te salvar?"

Rimei: "Estava com medo... Com muito medo."

Kiay: "Então, por que seu povo não te salvou?" (Não faria sentido ela estar sozinha, ainda mais parecendo uma criança ou adolescente.)

Rimei: "Porque eu fui contra a ideia do ancião de sacrificar minha mãe como oferta ao Deus da floresta. Não consegui aceitar essa decisão. Se eles querem sacrificar alguém, por que não vão eles mesmos?!"

(Notas do autor: Ela tem um ponto bem preciso.)

Kiay: "Deus da floresta? O que ele é?"

Rimei: "ELE?!... É uma ave vermelha que sempre renasce das cinzas. Ele consome as vidas de todos que ficam próximos a ele ou o desafiam... Ele é parecido com sua amiga..."

Kiay: "Com a Alada?!" (Olha para Alada, uma ave gigante e assustadora.)

Rimei: "Sim, porém ele é muito maior..."

Kiay: "Eu também ficaria contra quem quisesse matar minha mãe. Olha, já que eles devem estar pensando que você morreu para a cobra?"

Rimei: "Eles me jogaram perto da serpente, perto do ninho dela. Eles sabiam onde ficava o ninho e me jogaram lá. Eu consegui evitar entrar no ninho me segurando. Eles nem olharam para trás. Que bom que sua amiga me salvou. Ela chegou na hora certa." Ela começou a chorar e seu estômago começou a roncar.

Kiay: "Tudo bem, sua mãe vai ficar bem... E já que está morrendo de fome, quer comer essa fruta comigo? É muito para eu comer sozinha." Ela começou a empurrar a maçã gigante para Rimei.

Rimei apenas acenou e começou a usar suas garras para fatiar e cortar a grande maçã azul. Como suas garras eram pequenas demais, ela a colocou em cima de umas pedras e usou uma pequena faca que tinha para cortar com facilidade a fruta, servindo-se junto com Kiay e um pouco para Alada.

Ambas se encheram com a fruta, e Rimei dormiu encolhida como um gato. Kiay então começou a encarar Alada e olhou nos seus olhos: "Você é uma deusa, Alada?"

Alada olhou para ela com um olhar de dúvida e apenas se aproximou de Kiay.

Fim do Capítulo Três.

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