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Perdidos No Natal

A surpresa de natal

Olá, me chamo Jéssica Alves, tenho 28 anos, sou assistente administrativa e estou namorando o Carlos Alcântara a 2 anos , nos conhecemos trabalhando juntos aqui no Brasil .

Ele mora em Jackson Hole Mountain, Wyoming , uma cidade pequena nos Estados Unidos e umas 3 vezes por ano ele vem trabalhar aqui na filial do Brasil em uma dessas viagens nos conhecemos e estamos juntos há 2 anos

Eu que sou apaixonada pelo Natal todo ano me fantasio , adoro me fantasiar de Elfa do papai Noel e entrar no espírito do Natal .

Comprei uma passagem e resolvi fazer uma surpresa pra ele. Já fui vestida a caráter , cheia de presentes , super feliz e animada com a data .Peguei o endereço dele na empresa, com a desculpa que iria enviar um presente de natal .

Essa sou eu e esse é exatamente o look que eu estava de Elfa de natal .

Sim, é exatamente nesse nível que eu amo o natal .

Usei esse look e só coloquei um casaco vermelho por cima .

Coloquei esse casaco vermelho pois lá nessa época do ano estava muito frio e neva muito , bem diferente aqui do Brasil .

Assim que eu saí do aeroporto, peguei um táxi e fui diretamente pra casa dele .

Levei só uma mala bem pequena, pois fui só pra passar a virada de natal e já voltaria pra casa . Seriam no máximo 2 dias.

Ao chegar, toquei a campainha e um menino de uns 6 anos atende a porta e diz :

- Oi, você é a Elfa do papai Noel ?

Antes de eu responder , aparece uma mulher grávida com a barriga enorme , parecia que já estava com 7 ou 8 meses .

- Pois não quem é você ?

Eu digo :

- Perdão, devo ter batido na casa errada .

E assim que eu acabo de falar ele aparece dizendo ;

- Amor, quem é?

Quando ele me ver fica branco com medo de eu entregar ele .

Eu fico sem reação e a mulher dele diz :

- Você conhece essa moça?

- Ela é do trabalho, Jéssica, você veio trazer uns presentes, não é mesmo ?

E eu como se eu não tivesse controle sobre meu corpo, dei um tapão na cara dele bem forte e sai correndo sem dizer nada .

Chego lá no local onde pegamos um trem pra ir até o aeroporto e estava vazio e eu comecei a brigar comigo mesma;

- Todos os homens são os canalhas, eu odeio os homens . ( e jogo o Cel com tudo no chão , descontando minha frustração nele)

E quando eu olho , sentado lá longe , estava um cara triste com uma caixa de alianças na mão , olhando pra elas tristes . Que com o meu escândalo ficou me encarando e eu olho pra ele e falo ;

- Desculpe, eu não estou falando de você.

E ele me responde super desanimado:

- Está tudo bem .

Eu estava tão furiosa que eu quebrei o meu celular, quando joguei com força, que ótimo , não posso nem chamar um carro de aplicativo.

Sento em um banco para esperar o trem 🚂, mas o cara ao meu lado me fala triste ;

- Eu acho que com a neve , não vem mais trem hoje pra cá . Estou esperando há 2 horas .

Eu olho no meu relógio são 16 hrs da tarde do dia 23 de dezembro e tudo o que eu quero é voltar pra minha casa e passar o natal com a minha família , já que eu amo o natal .

Eu olho para o estranho ao meu lado e ele está pior do que eu , fico pensando o que pode ter acontecido com ele , que foi pior do que comigo ?

- Prazer me chamo Jéssica Alves, qual o seu nome ?

- Prazer me chamo Paul Taylor.

Eu escuto e percebo um sotaque inglês britânico e falo com meu inglês meia boca.

- Você é britânico neh ?

Ele me responde;

- Sim, e você ? Tem um sotaque diferente daqui é da onde ?

- Sou Brasileira

,- Ah

Ele me responde sem emoção .

Eu falo ;

- Você tem onde ficar aqui ?

Ele me responde;

- Não

Eu digo ;

- Que tal juntarmos forças pra ir embora , ninguém merece passar o natal sozinho .

- E qual seu plano?

- Que tal a gente chamar um táxi para nos levar ao aeroporto?

Ele só balança o ombro , concordando mais sem ânimo pra nada e eu falo ;

- Me empresta seu celular? O meu eu quebrei agora pouco no meu rompante de ódio , prometo não quebrar o seu .

Ele me empresta , ligo para uma empresa que me diz que devido ao mau tempo e ao gelo e a neve caindo , nenhum carro está indo por aquele caminho . Podendo correr o risco de ficar preso na neve .

E desligou .

Paul me fala ;

- E agora o que fazemos ?

Eu tive uma ideia . E disse:

- Vem comigo .

Fomos andando até a casa do salafrário do Carlos que era próximo , entrei de fininho e ouvi que ele estava em um quarto discutindo com sua esposa grávida, roubei as chaves do carro , que ele deixava sempre no mesmo lugar , quando ia para minha casa também .

E sai sem ninguém me ver .

Entrei no carro e peguei o Paul no caminho e disse para ele entrar.

Paul entrou e disse ;

- Se você tinha um carro à sua disposição porque queria pegar um táxi ?

Eu falo ;

- Peguei do meu ex . lembra que eu estava falando que os homens não prestam, eu estava falando dele .

- Mas se ele te emprestou o carro ele não deve ser tão ruim assim ?

- Na verdade ele não emprestou, eu quem peguei .

- O quê? Você roubou o carro ? Você está me transformando em seu cúmplice.

Eu começo a ter um ataque de fúria , enquanto dirijo ;

- Ele merece, ele adora esse carro pelo o que ele fez comigo, ele merece isso e muito mais aquele infeliz.

E aparece um animal na nossa frente e o Paul grita ;

- Para o carro, vai atropelar o animal . Calma, você está descontrolada, quer que eu dirija ?

Eu paro ,respiro fundo e falo;

- Desculpa, eu estou bem, eu vou continuar dirigindo .

Paul já fora de si começa a falar ;

- Eu não acredito que você roubou um carro e agora me fez seu complice.

E quando ele fala isso , vem um carro de polícia e para eles .

Presos na neve

O carro que eles estavam dirigindo era aqueles antigos que chamam a atenção mas não aguentam nada .

Um conversível antigo preto.

Foi isso que chamou atenção do policial ele parou em frente ao carro sem nem sair do dele :

- Moça carro bonito esse seu , não é muito comum aqui pela região , principalmente em um tempo como esse .

Eu falo ;

- Aí é achei que fosse bem comum.

O Paul entre em desespero e começa a falar lá do banco do passageiro;

- Desculpa policial foi ideia dela , eu não tenho nada a ver com isso .

O polícia disse;

- Do que ele tá falando , ideia do que?

- É que ele queria pegar o jipe e eu quem insisti em pegar esse carro .

O policial falou ;

- Entendi , pra onde vocês estão indo ?

Eu falo ;

- Aeroporto

O policial;

- Vocês são corajosos, tá tudo fechado as estradas estão cheias de neve e gelo , vão acabar ficando presos .

Eu teimosa , não querendo ficar nessa cidade mais nem um segundo falo ;

- Obrigado policial, mas nós vamos arriscar .

- Por sua conta e risco .

O policial continuou seu caminho e eu continuei dirigindo . Até que o carro atolou em um poço de gelo .

O Paul já estava irritado ;

- Tá vendo o que dar ser teimosa , o policial falou que não dava pra continuar e você continuou mesmo assim .

E ao sair do carro eu falei ;

- Olha tem uma aldeia lá embaixo tá vendo , vamos lá pedir abrigo e ajuda pra guinchar nosso carro .

Paul nervoso fala :

- Até parece que esse aldeias tem guincho .

- Que seja melhor ir lá ver logo se não vamos ficar presos no carro e iremos congelar, não tem nem aquecedor aí dentro .

- Eu peguei minha pequena mala e minhas sacolas de presentes nas mãos e fui .

- É necessário isso ?

- Sim é ( eu digo )

Paul fala :

- Vamos logo , antes que anoiteça .

- Sim

Conforme ia andando a neve ia ficando pior e nós nos perdemos, eu falo ;

- Paul estamos perdidos, não faço ideia pra onde ir .

- Bom quanto a isso eu posso ajudar , meu relógio tem uma bússola 🧭.

Eu olho o relógio e falo ;

- Que relógio chique .

- Ganhei agora pouco de natal .

Paul fala com uma tristeza sobre isso . Olha o relógio e diz que é naquela direção .

Eu que sou perdidinha olho pra ele e falo ;

- Tem certeza

Ele pra me zuar, repete as mesmas palavras que eu disse , antes de nos perder e atolar o carro no gelo .

- Confie em mim , eu sei o que eu estou fazendo .

Eu olho pra ele e falo ;

- Essas palavras não me tranquilizam .

Ele me olha cheio de sarcasmo e fala :

- Agora você sabe como eu me sinto .

E para relaxar o ambiente , enquanto andamos eu pergunto pra ele :

- Até agora você não me contou a sua história , deve ser bem triste .

Ele me responde e diz ;

- Você também não me contou a sua .

Fico quieta e paro de falar, então ele completa ;

- Está vendo você também não se sente a vontade de contar sua história não é mesmo ?

Não respondo nada e ele completa;

- Eu também não me sinto à vontade pra falar minha história.

-Ok eu respeito seu espaço , quando você quiser falar eu estou aqui pra escutar .

E começamos a andar em direção a pequena vila , quando estava escurecendo , conseguindo chegar em um pequeno hotel e ao entrar tinha vários senhores conversando ao nos ver fala ;

- Vocês estão perdidos ?

Paul diz não e eu respondo por cima ;

- Estamos sim .

- Em que posso ajudar ? ( falou o senhor simpático dono da pequena pensão ) .

- Nosso carro atolou , teria um reboque para nos ajudar ?

- Sim tem uma pequena oficina logo ali .

- O senhor pode nos dar o número. ( perguntou Paul )

- Claro que sim mas ele só vai funcionar o próximo dia útil . ( o dono do pequeno hotel fala) .

Paul fala ;

- Pegamos qualquer valor a minha amiga aqui precisa muito ir embora .

- Filho não tem a ver com dinheiro , mas a neve mesmo , prendeu a porta da oficina e o arado está do lado errado , vai ser necessário esperar ela derreter .

Eu falo ;

- Tudo bem , já que não tem jeito seria loucura querer ir pra casa agora , o senhor teria algum quarto ?

O senhor responde ;

- Vocês estão com sorte, eu tenho o último quarto aqui .

Paul olhou pra mim e eu olhei pra ele e disse ;

- Tudo bem , vamos ficar com esse quarto .

Não fazia o menor cabimento, ficar escolhendo , estávamos presos na neve e tínhamos que dar graças a Deus por ter um quarto pra gente dormir , quentinho e seguros .

Porém o Paul não estava se sentindo à vontade com isso ele disse ;

- Você fica com o quarto e eu durmo na recepção.

O senhor disse ;

- É contra normas da empresa senhor , ninguém pode dormir na recepção.

Eu falo :

- Tem duas camas, senhor ?

O senhor responde ;

- Não apenas uma .

Paul fica mais desconfortável ainda e eu falo ;

- Paul a gente coloca travesseiros e não se preocupe, eu não tenho chulé

Sinceramente eu estava começando a ficar ofendida com essa recusa dele ,estava com medo do quê? De eu agarrar ele , tá certo que ele era lindo e as brasileiras tem uma certa fama , mas ele estava começando a me irritar.

Até que ele viu que não tinha jeito mesmo o dono disse , preciso de um cartão e eu disse ;

- Deixa que eu pago .

Paul não permitiu, ele disse ;

- Você cuidou do carro e eu cuido do quarto . Me olhando com ódio no olhar e eu falo .

- Ok , você tem razão , espero que esse cartão seja seu . ( o provoquei)

E então ele deu seu cartão e subimos ao quarto com nossas malas .

Eu com aquela roupa de Elfa deve ter parecido que eu era louca mesmo .

Os dois subiram até o quarto deixando o dono do pequeno hotel e uns velhos que eram todos amigos .

Ao subirem ele falou ;

- 20 libras que transam antes da meia noite de natal e todos apostaram .

Lidando com a tristeza

Ao subir no quarto estávamos já discutindo, qual lado era o quarto ,direito ou esquerdo , qual era a direção certa ele nervoso com outra pessoa e descontando em mim e tentando manter a minha compostura e não chorar.

Ao entrar no quarto era triste , tudo sem cor eu disse ;

- Nada como uma árvore e uma boa decoração natalina para alegrar esse quarto .

O Paul grosso já me deu um fora ;

- Claro, claro,eu vou lá derrubar um pinheiro pra você e trago.

Eu olhei pra ele frustrada e não disse nada .

Ele falou;

- Você dorme na cama e eu durmo aqui .

E apontou para uma cadeira velha e dura .

Eu pra não discutir, só fui ao banheiro tomei um banho relaxante e me troquei . Assim que sai do chuveiro falei pro Paul :

- Vai tomar um banho também , troca de roupa essa tá todo molhado

Ele virou pra mim e disse ;

- Não tenho nada , não trouxe nada .

Eu olhei para minhas sacolas de presentes e tirei um pacote , um presente que eu iria dar para o Carlos , um conjunto de roupa e dei pra o Paul e falei :

- Agora tem um feliz natal .

- Mas esse era um presente .

- Era mas não é mais a pessoa não merece, pode fazer bom uso.

Paul então vai ao banheiro tomar banho e enquanto ele entra eu grito ;

- Depois, podemos descer pra tomar um whisky e nos aquecer . Para disfarçar nossa dor .

Ele sem nem me escutar só entrou no chuveiro e quando ele entrou eu desabei a chorar no quarto e sei que ele deve ter chorado no chuveiro também .

Depois de um tempo , quando provavelmente nem água devia ter em seus olhos mais ele saiu com o look que eu comprei pra o Carlos, como eu sou louca pelo Natal comprei aqueles looks de casal para o natal .

Blusas de frio com desenhos do Natal .

E ele saiu com essa blusa que ficou excelente nele , parece que foi comprado pra ele e ficamos com blusas de casal , era o que tinha pra hoje .

Ao sair ele deixou cair o anel de casamento, eu o peguei e o devolvi, mas ficou um clima estranho, pedi desculpa e depois ele me chamou pra descer e beber .

Ao descermos quando chegamos ao bar , um clima de velório não tinha quase ninguém , eu tentando manter meu bom humor por fora , mesmo que por dentro eu estivesse destruída e disse :

- Feliz Natal!

A todos no bar .

Alguém lá no fundo bem desanimado respondeu , depois de um longo silêncio constrangedor , talvez para não ficar chato .

- Feliz Natal .

Paul me olha e diz ;

- Grande natal!

- Pois não podemos nos deixar abater não é mesmo. ( eu digo , tentando desesperadamente acreditar em minhas próprias palavras) .

 E fomos para uma mesa, o que não foi difícil de encontrar já que o bar estava vazio com várias mesas disponíveis.

Sentamos e ficamos olhando o cardápio que já estava na mesa , para fazer nossos pedidos.

Fizemos nossos pedidos , enquanto aguardavamos chegar .

Começou a tocar música ao vivo no bar .

Eu logo chamei o Paul para dançar .

- Vamos !

E ele falando .

- Espere o que estamos fazendo?

- Só vamos Paul.

E puxei ele comigo e começamos a dançar ,eram músicas alegres , animadas , tudo o que eu estavamos precisando nesse momento .

Comecei a dançar e o Paul sem graça , nem se mexia e eu falei , tocando nele ;

- Vamos Paul , quem dança os seus males espanta e nós temos muitos males para espantar.

- Mas eu não sou muito de dançar . ( Ele falou )

Eu disse ;

- Que se dane , fora com o mal dentro com o bem .

Falei isso deixando ele pra trás com o pensamento e fui nas outras mesas .

E no bar que tinha poucas pessoas eu fui em cada mesa peguei cada pessoa e coloquei elas pra dançar na pista com a gente . Inclusive os velhinhos que estavam na entrada do hotel , conversando quando chegamos .

Quando vi que todos estavam na pista dançando, eram umas 6 pessoas no máximo , eu voltei pra continuar dançando com o Paul .

E disse ;

- Paul eu sei que você está sofrendo e eu também estou . Mas vamos esquecer todas as nossas dores só enquanto estamos aqui presos nessa bola de neve .

- Mas não é assim que funciona?

- É sim , vamos esquecer todo o mundo , todo o resto e vamos aproveitar nosso natal , como se não houvesse amanhã nem ontem somente o hoje . E depois das festas , Box in day ( é assim que eles chamam lá , quando acabam os feriados ) , voltamos as nossas vidas , o que você acha ?

Paul , está com a cara melhor e ele estava rindo , coisa que ele não fez a viagem inteira era a primeira vez que ele ria então ele disse ;

- Você tem razão , vamos fingir que não existe vida lá fora e estamos presos nessa bolha gelada e vamos curtir e as consequências lidamos depois do Box in day .

- Exatamente esse é o espírito.

E voltamos a dançar , só que dessa vez com vontade , sem vergonha , sem amarras .

Depois de dançar muito , começou uma música lenta e começamos a dançar e do nada começou a ficar um clima estranho entre a gente onde nossos corpos estavam muito colados e nossas cabeças muito inclinadas e quase nos beijamos , quando o Paul caiu em si e interrompeu a conexão e disse;

- Desculpa, eu não posso.

E saí correndo lá pra fora .

Eu esperei um tempo para entender o que estava acontecendo, fui até o banheiro, joguei um pouco de água no meu rosto , meu corpo estava quente demais apesar da neve e do frio .

Seco o rosto e depois , vou lá fora procurar o Paul com uma garrafa de whisky na mão e 2 copos.

E ele está se esforçando para acender um cigarro , já que lá fora está muito frio , eu chego perto dele e falo ;

- Você não tinha parado ?

Ele me responde;

- Mas eu acho que a única coisa que eu consigo controlar hoje é isso .

Eu falo ;

- Porque você não larga esse cigarro que faz muito mal e usa algo menos pior tipo isso .

E aponto a garrafa de whisky pra ele .

Ele me olha e dar uma risadinha e fala ;

- Por que não?

Então eu sirvo ele e brindamos ;

- Vamos brindar a 2 estranhos se encontrando ?

- Sim, 2 corações dilacerados . ( ele responde )

Eu falo ;

- Faz você pensar, não é mesmo ?

Paul me responde ;

- Sim , depois de tantos anos , porque ela me rejeitou , será que existe amor verdadeiro no mundo , será que eu vou encontrar o amor?

E eu digo ;

- E se perdemos o que tínhamos porque estávamos vivendo uma mentira , ninguém deveria ficar sozinho no Natal .

Ele me olha com os olhos sorrindo e me diz ;

- Você é o Natal .

E eu dou uma risadinha . E aquele clima que tivemos na pista de dança , retorna nossos olhos se olham novamente e começamos a ir em direção ao outro lentamente , como se fossemos ou tivéssemos hipnotizados , e quando nossos lábios estavam quase encostando , o telefone do Paul tocou . Eu vejo pela foto na tela que é uma mulher provavelmente sua namorada ou ex noiva sei lá , porque eu ainda não sei a história dele , eu não faço ideia do que aconteceu com ele , e eu me toco que somos apenas dois estranhos vivendo uma dor em comum .

Ele olha a tela e antes dele pensar , se vai ou não atender eu só levanto e falo :

- Está muito frio aqui fora, eu vou entrar , não estou pensando direito . Eu acho que vou pra cama .

Atende seu telefonema .

E saiu sem saber se ele atendeu ou não . Apenas vou .

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