NovelToon NovelToon

A Busca Por Justiça.

Capítulo 01

Era um dia cinzento na prisão, e as paredes frias e úmidas refletiam a atmosfera de desespero que permeia o ambiente. No centro dessa tristeza, encontrava-se Serena, uma mulher cujo coração estava repleto de amargura. Sentada em sua cela, ela olhava para as grades que a separavam do mundo exterior, sentindo-se ainda mais aprisionada pelas memórias dolorosas que a assombravam.

A única fonte de luz é uma pequena janela com grades de ferro, através da qual apenas um fiapo de sol consegue penetrar, iluminando fracamente o ambiente. O ar está impregnado com o cheiro de desinfetante e desesperança.

Serena está sentada em um colchão fino e desgastado no canto da cela. Seus olhos estão inchados e vermelhos de tanto chorar, e seu rosto exibe marcas de tristeza e desilusão. Seus cabelos desgrenhados caem sobre seus ombros, evidenciando o descuido e a falta de esperança que a envolvem.

Enquanto o silêncio opressor da prisão envolve a cela, Serena se entrega a um turbilhão de pensamentos. Ela lembra com amargura as pessoas que ela considerava sua família, aqueles que a enganaram e a usaram sem remorso algum. A traição e a decepção corroem seu coração, alimentando a chama ardente da raiva dentro dela.

Os momentos de ingenuidade e confiança cegamente depositados em seus entes queridos se desdobram diante de seus olhos. Ela se culpa por ter sido tão vulnerável, por ter se permitido ser manipulada e ludibriada por aqueles que deveriam protegê-la.

Enquanto o tempo passa lentamente na prisão, ela se enche de ressentimento, lamentando o fato de ter que passar seu aniversário atrás das grades. Ela nunca foi alguém que celebrava essa data, mas agora a liberdade que antes ela nem percebia ter é sentida como uma ausência dolorosa.

Serena sente uma mistura de dor, raiva e tristeza se entrelaçando dentro de si. No entanto, em meio à escuridão e ao desespero, uma determinação feroz começa a surgir. Ela promete a si mesma que não permanecerá aprisionada, nem fisicamente nem emocionalmente. A cela pode ser seu confinamento atual, mas ela sabe que há uma força dentro de si que pode superar as adversidades.

Com os punhos cerrados e os olhos fitando o horizonte além das grades, Serena se enche de uma nova resiliência. Ela está determinada a encontrar um caminho para a liberdade, não apenas das paredes físicas da prisão, mas também da amargura que a consome.

Serena é retirada de seus pensamentos uma voz forte chamou seu nome. Uma guarda prisional foi avisá-la que ela tinha uma visita.

Serena foi levada até uma pequena sala com uma mesa de metal que separava duas cadeiras, lá estava Helena a empregada da família em que a Serena cresceu.

Serena _ Tia Helena você veio me visitar.

Helena _ Me desculpe por não ter vindo antes, mas você sabe como são os patrões.

Serena _ Agora eu sei.

Helena _ E sem contar que hoje é um dia especial, o seu aniversário, eu não podia deixar de vir aqui, pena que não posso abraçar você.

Serena _ Não tem nada de especial hoje, mas eu fico feliz pela sua visita.

Helena _ O pessoal mandou beijos e abraços para você.

Serena _ Eles acreditam na minha inocência?

Helena _ Sim filha, todos sabem que você seria incapaz de fazer alguma coisa errada.

Serena _ Vocês que sempre me consideraram família, falar em família, me conta como era a minha mãe, e você sabe quem é o meu pai.

Helena _ Eu já disse para você, que quando fui trabalhar naquela casa sua mãe já tinha morrido e ela nunca falou para ninguém quem era o seu pai.

De fato a Helena já tinha contado essa história antes, mas a Serena acha que ela esconde algo.

Serena _ Ela deve ter morrido porque talvez não teve tempo para descansar depois do parto, alguém tem que parar eles, ou eles vão continuar destruindo vidas.

Helena _ Não fale assim menina, você sempre foi uma boa moça, conseguiu fazer uma ótima faculdade, você deve esquecer eles e quando sair daqui, recomeçar bem longe.

Serena _ Eu só vou conseguir recomeçar quando a justiça for feita, eu vou fazer eles pagarem por todo mal que me fizeram.

Helena _ O padre Bento não vai gostar de ouvir você falar assim, com tanto rancor.

Serena _ Eu sempre fiz tudo para agradar a eles, e o que eles fizeram comigo, acha que eles não merecem uma lição?

Helena _ Eles são pessoas poderosas, o que você pode fazer contra eles?

Serena _ Eu não sei, mas eu tenho bastante tempo livre para pensar, eu vou acabar com eles, escuta o que estou dizendo.

Helena _ O padre Bento mandou uns livros e umas frutas, ele não veio porque está doente.

Serena _ O que ele tem? É muito grave?

Helena _ Não, é apenas um resfriado não se preocupe, eu estou cuidando daquele velho teimoso, ele disse que assim que melhorar, vem visitar você.

Serena _ Agradece os presentes por mim, e diz que estou com muita saudades dele e que é para ele se cuidar, se não eu vou puxar a orelha dele quando sair daqui.

Helena _ Eu digo sim, filha, agora eu tenho que ir, você sabe que não posso atrasar a hora das refeições que a patroa me deixa sem jantar.

Serena _ E quando ela fazia isso comigo achava que eu merecia, que aquele castigo era para eu aprender, mas agora eu vejo que ela fazia isso por pura maldade.

Helena _ Um dia ela vai ser castigada por todas as maldades que faz. Agora eu tenho que ir, se cuide menina.

Serena _ Obrigada tia Helena, por tudo que a senhora fez por mim, um dia eu liberto todos vocês daquela casa.

Helena _ Esquece isso, cuide da sua vida, siga seu caminho e seja feliz.

Serena _ Eu só vou ser feliz, depois que conseguir fazer justiça, dar uma lição neles, e limpar o meu nome.

A Helena balança a cabeça e sai, pois sabe que ninguém vai fazer a Serena mudar de idéia.

O que a Serena faria se soubesse o que eu sei, eu deveria ter contato toda a verdade para ela não é justo ela ser enganada assim.

Capítulo 02

Enquanto isso, em uma cidade bem longe.

Em um escritório luxuoso, onde os móveis são elegantes e refinados, com mesas de madeira nobre e detalhes em metal polido. As paredes são revestidas com painéis de carvalho escuro, destacando obras de arte cuidadosamente selecionadas. A iluminação suave, proveniente de lustres de cristal que espalhavam um brilho suave pelo ambiente.

Lucca estava sentado em uma imponente poltrona de couro, com um copo de whisky na mão. Seu olhar estava perdido, mergulhado em pensamentos profundos. A atmosfera elegante do ambiente contrastava com a expressão séria em seu rosto.

Lucca, com sua impecável vestimenta sob medida, contrastava com a atmosfera tensa e sombria que pairava no ar. Ele é um homem de porte altivo, com traços marcantes e olhos penetrantes. O copo de whisky em sua mão, meio vazio, simbolizava sua inquietação interior

Nesse momento, Stefano, seu irmão, entra no escritório segurando alguns papéis cuidadosamente organizados. Ele se aproxima de Lucca e entrega os documentos com serenidade. Lucca, despertando de seus devaneios, fita os papéis sobre a mesa e questiona, com desconfiança, o conteúdo que ali está.

Stefano, mantendo a calma, responde com uma voz tranquila que são as fichas das candidatas a esposa de Lucca. O impacto da revelação é evidente no rosto de Lucca, que o encara com um olhar feroz, carregado de indignação. A ideia de um casamento arranjado parece desafiar seus princípios e liberdade pessoal. Embora ele saiba que na sua posição isso é normal.

Em resposta aos olhares de Lucca, Stefano tenta justificar a situação, argumentando que o conselho familiar está exercendo pressão para que ele se case o mais rápido possível. 

Enquanto Lucca examinava as fichas das candidatas a esposa, a tensão aumentava ainda mais. O silêncio no escritório era quebrado apenas pelo som dos relógios de parede, marcando o passar implacável do tempo. O olhar mortal de Lucca transmitia uma mistura de raiva e descontentamento diante da pressão imposta pela família.

Stefano, determinado a justificar a situação, mantinha-se firme em sua postura, argumentando que o casamento era uma exigência do conselho familiar. Ele tentava encontrar uma solução que conciliasse os desejos de Lucca e as expectativas da família, sabendo que a decisão final estava nas mãos de seu irmão.

Lucca _ Mais que merda, como aquele bando de velho ousa tentar decidir a minha vida. Está tudo desabando sobre a minha cabeça, como querem que eu me case agora?

Stefano _ O tio Max convenceu eles a esperar mais um pouco, por causa da saúde da nossa irmã, mas ele não vai conseguir segurar o conselho por mais tempo, você vai ter que escolher uma dessas garotas para ser a sua esposa.

Lucca _ Eles deveriam está procurando saber quem foram os responsáveis pela morte de nossos pais, e também quem está nos atacando.

Stefano _ Eles estão preocupados e acham que esse casamento pode fortalecer a organização. Todas as candidatas que foram selecionadas cresceram em um ambiente onde a cultura da máfia é valorizada e compreende as normas e tradições associadas. Sem contar que esse casamento irá fortalecer alianças importantes nesse momento, esses ataques que estamos sofrendo estão nos enfraquecendo, as outras máfias estão de olho em nosso território.

Lucca _ Eu sei disso, mas agora eu não consigo pensar em nada que não seja a saúde da Giulia.

Stefano _  Eu te entendo. E a nossa irmã como está?

Lucca _ O médico não deu muita esperança, se ela não receber o transplante ele não vai poder fazer nada. É nessas horas que a gente percebe que o dinheiro não vale nada, nem para ajudar nossa irmãzinha.

Stefano _ Ela piorou depois que nossos pais morreram naquela emboscada.

Lucca _ Temos um traidor entre nós, eles atacaram justo quando você estava em outra missão e eu estava cuidando da nossa irmã Giulia. 

Stefano _ O tio Max interrogou um dos soldados que atacaram o nosso cassino ontem.

Lucca _ E o que ele descobriu?

Stefano _ Nada, o tio Max não tem paciência e atirou no meio da testa dele.

Os dois continuam conversando quando são interrompidos pela entrada súbita de Dimitri no escritório, ele estava com aparência de quem não descansava a muito tempo.

Dimitri _ Lucca, encontrarmos ela.

O Luca levantou imediatamente da cadeira.

Luca _ E onde ela está?

Dimitri _ É um pouco complicado, vamos precisar fazer um resgate.

Luca _ E o que vocês estão esperando, eu disse que isso era prioridade. E que você só poderia descansar depois que tivesse encontrado essa pessoa.

Dimitri _ Eu já chamei os melhores soldados, só queria saber se você vai participar desse resgate.

Luca _ É claro que vou. Stefano, você cuida de tudo por aqui.

Stefano _ Certo irmão.

De volta à prisão.

Depois de falar com a Helena, Serena ficou um pouco mais animada, desde que ela foi presa, é a primeira vez que alguém foi visitá-la. Ela dividia a cela com mais duas detentas, Marina uma garota doce e gentil e Giovanna que gostava de implicar com as duas. Ao retornar para a cela, a Giovanna estava batendo na Marina e a Serena tentou ajudar, mas acabou apanhando junto. A Serena é magra e possui uma estrutura frágil devido à má alimentação que ela enfrentou na casa onde morava. Infelizmente, a dona costumava castigar os empregados, privando-os de uma das refeições diárias. Além disso, a alimentação dos empregados era diferente daquela fornecida aos patrões. Essas condições adversas tiveram um impacto significativo na saúde e no bem-estar da Serena, resultando em sua aparência magra e fragilizada. 

Sem muito o que fazer, as duas ficaram abraçadas, acuadas em um canto, enquanto Giovanna ria das duas.

Giovanna _ Vocês são duas idiotas, por isso estão aqui, e vão ficar por muito tempo, ao contrário de mim que logo serei salva desse lugar imundo.

Serena _ Então porque você não nos deixa em paz.

Giovanna _ Enquanto não sair daqui, vocês serão meu saco de pancada. Eu preciso manter a minha forma. Kkkkkkk.

A Giovanna sentia prazer em torturar as duas, que não tinham força para revidar e a única alternativa era suportar aquelas humilhações e rezar para que a turma dela fosse resgatá-la de vez.

Capítulo 03

Naquele mesmo dia.

A noite estava escura e fria. Serena estava encolhida em um canto da cela, tentando ignorar os gritos e os tiros que vinham de fora. Ela sabia que algo terrível estava acontecendo, mas não tinha ideia do que se tratava. Ela só queria que tudo acabasse logo.

De repente, a porta da cela foi arrombada com muita violência. Vários homens armados entraram, vestindo roupas pretas. Um deles era Lucca.

Lucca _ Olá. Chegou a hora de dá o fora desse lugar, venha comigo. 

Ele pegou no braço dela.

Serena sentiu um calafrio percorrer seu corpo. Ela tentou se soltar, mas ele a segurou com força.

Serena _ Me solta! Me solta! Você está me machucando! - Ela gritou, em pânico.

Lucca _ Calma, calma. Não precisa ter medo. Eu vou te levar para um lugar melhor. - Ele disse, com gentileza.

Serena olhou ao redor, procurando uma saída.

Por outro lado Giovanna, estava toda animada, como se estivesse indo para uma festa.

Giovanna _ Eu sabia, o meu docinho mandou me resgatar, eu só não sabia que o resgate seria tão grandioso. Eles vieram me buscar! Eles vieram me salvar! Eu vou sair daqui! Eu vou ser livre de novo.

Ela disse, sem parar de falar.

Serena ficou confusa. Se eles vieram resgatar a Giovanna, porque era ela que estava sendo arrastada.

Giovanna _ Espera, larguem ela, sou eu que vocês vieram buscar.

Serena _ Ela tem razão, não sou eu a pessoa que vocês estão atrás.

A Marina não parava de tremer e chorar, ela assim como a Serena estava muito assustada com toda aquela confusão.

Marina _ Não pode ser, eles me acharam.

Luvca olhou para Giovanna com desprezo. Ele estava irritado com a sua tagarelice. Ele olhou para um dos soldados, que compreendeu o que ele queria, o soldado deu uma coronhada na cabeça de Giovanna, fazendo-a desmaiar.

Soldado _ Isso é para você aprender a ficar quieta. 

Ele disse, jogando-a no chão.

Serena ficou horrorizada. Ela viu o sangue escorrer pelo rosto de Giovanna. Ela sentiu uma dor no peito. Ela sabia que seria a próxima.

Serena _ Por favor, não! Por favor, não! Vocês estão pegando a pessoa errada! Eu sou a Serena! Eu sou a Serena.

Ela gritou, desesperada.

Certa de que estava sendo confundida com a Giovanna, a Serena não parava de repetir seu nome na esperança deles a deixarem em paz, mas foi inútil. Eles não a deixaram em paz.

A Serena olhou para a Marina, que estava em choque, vendo a amiga sendo levada por aqueles homens. Sem poder fazer nada.

O resgate foi rápido e antes do reforço chegar eles já estavam longe.

Serena _ Quem são vocês? Para onde estão me levando? 

Ninguém respondia nada, e ela continuava chorando dizendo que eles tinham resgatado a pessoa errada.

Lucca _ O que tem de errado com as mulheres que não conseguem ficar caladas um minuto, porque gostam de falar tanto.

Soldado _ Eu posso fazer ela dormir também.

Ao ver o soldado com uma arma, ela lembrou do que ele fez com a Geovanna e ficou em silêncio imediatamente. E rezava mentalmente para quando eles descobrirem que se enganaram, não fizessem nem um mal a ela.

O Lucca respira aliviado com o silêncio, e assim foi o restante da viagem, todos em silêncio.

Ao chegar em casa, Lucca deu ordens aos soldados para levarem ela para o quarto e trancar a porta. Eles acataram as ordens imediatamente, e a levaram para o quarto que tinha sido preparado para ela.

Serena encontrou-se em um quarto deslumbrante, que emanava opulência e grandiosidade. Seus olhos percorreram cada detalhe, absorvendo a magnitude do luxo que lhe rodeava. O espaço era vasto, bem além das proporções do quarto modesto em que ela costumava viver. Os móveis eram imponentes e elegantes, refletindo um requinte que ela nunca havia experimentado. Mas foi a cama que a deixou verdadeiramente cativada: uma estrutura majestosa, tão grande e macia que parecia um convite irresistível ao descanso.

Apesar de seu fascínio momentâneo, Serena logo foi tomada por uma onda de preocupação. Por mais deslumbrante que fosse aquele ambiente, ela não conseguia entender por que havia sido levada para aquele lugar estranho. Enquanto a perplexidade a envolvia, sua única ação possível foi recorrer à oração. Com fervor, ela se entregou à prece, buscando solução para a situação desconcertante em que se encontrava. Cada palavra proferida carregava consigo a esperança de que tudo se resolvesse da melhor forma possível.

Enquanto a preocupação persistia, Serena sentiu uma fraqueza se apoderar de seu corpo. O cansaço acumulado e o peso emocional da situação a levaram a buscar refúgio na imensa cama. Ali, deitada em posição fetal, ela encontrou um breve alívio. Aconchegada entre lençóis macios, seu corpo exausto cedeu ao sono reparador. Naquele momento, os sonhos se misturaram com a incerteza que a atormentava, e Serena mergulhou em um sono profundo, na esperança de que, ao despertar, encontrasse respostas para as perguntas que a assombravam.

Enquanto isso, no escritório Lucca tomava seu whisky. O seu irmão Stefano acabou de chegar de uma missão e foi falar com ele.

Stefano _ E aí, conseguiram resgatar a moça?

Lucca _ É claro, sem nenhuma morte, tudo limpo.

Stefano _ Onde ela está? Você já falou com ela?

Lucca _ Está no quarto de hóspede, deixei ela descansar, ela está muito nervosa.

Stefano _ E como ela é? É bonita?

Lucca _ Eu não prestei atenção, mas o que importa se ela é bonita ou não?

Stefano _ Só fiquei curioso.

Já estava quase amanhecendo, o Lucca foi ao quarto onde Serena estava e viu ela toda encolhida dormindo, ele fechou a porta com cuidado para não acordá-la, ele foi para o quarto dele, tomou banho e deitou na cama pelado, e conseguiu dormir por duas horas, ele acordou assustado. Por causa das responsabilidades assumidas com a morte dos pais, ele não consegue dormir direito. E ainda tem a irmã que está doente. Ele levanta e vai se exercitar, depois toma banho e vai até o quarto da Serena, ela está acordada, olhando pela janela, ela está tão distraída que não ouviu quando ele entrou no quarto, e quase caí quando ele falou com a voz rouca bem atrás dela.

Para mais, baixe o APP de MangaToon!

novel PDF download
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!