Numa pequena cidade do interior, vive a família Camargo e dona da fazenda Novo Horizonte, influente por seu envolvimento político e social no Estado.
Os donos da fazenda Senhor José e Dona Lúcia são os pais do Miguel e do Gabriel. Bons rapazes, estudaram fora e retornaram para cuidar dos negócios da família.
Gabriel era mais expansivo e despertava a simpatia das pessoas por seu jeito alegre e carinhoso.
Miguel era mais sério, mas muito querido também por todos.
Na mansão da família trabalhava a família Souza, formada pelo casal responsável pelos cuidados com a propriedade. Eram os pais da Sabrina, que auxiliava nos trabalhos da casa, cuidava dos animais e se dedicava aos estudos na faculdade de veterinária. O seu sonho era após formada dedicar-se a tratar de animais de grande porte. Os cavalos eram os seus queridinhos, a égua verena, era sua amiga querida. Esse um belo animal de pelagem castanho e branca a acompanhava desde a infância.
Sabrina nasceu e cresceu ali em meio a natureza, o trabalho no casarão e os estudos.
Quando criança costumava ser amiga dos filhos dos patrões com quem brincava e cavalgava, juntamente com a amiga Manuela. Apesar dos meninos serem um pouco mais velhos que elas, conseguiam se divertir cavalgando, tomando banho no lago, na cachoeira, correndo pelos prados. Então eles foram estudar fora e elas permaneceram na fazenda.
Quando retornaram passados alguns anos, não eram os mesmos de antes, agora eram dois belos espécimes da raça masculina, eram os patrões. Esquecidos da infância e parte da adolescência que dividiram com tanta alegria.
Aquela tarde, após terminar as suas tarefas, tomou um banho. Vestiu-se para cavalgar e foi procurar a amiga.
— Manu, vamos cavalgar até a capela do alto?
—, Vamos ver o por do sol, mas, temos de retornar antes do anoitecer. — Concordou a amiga.
Pouco depois estavam saindo do estábulo felizes.
Eram duas molecas cheias de disposição e alegria de viver. Cavalgaram até a capela do alto e de lá ficaram a observar a linda paisagem que se descortinava diante dos seus olhos. Era muito bonito observar a plantação de longe, os animais pastando e o vento fazendo um bailado nas folhas.
— Vamos voltar que o sol está começando a se esconder atrás dos montes! — sugeriu Manu.
— Então vamos trotando e conversando. Eu bem gostaria de apostar uma corrida! — sugeriu Sabrina.
— Vamos trotando para evitar acidentes. — ponderou a manu. — olha só quem está vindo na nossa direção.
- O seu queridinho, o Gabriel. — Disse Sabrina com um sorriso sapeca.
O jovem as cumprimentou com um sorriso, mas seguiu o seu caminho. Manu ficou com o rosto totalmente ruborizado.
— Vamos até o lago e voltamos para casa, pode ser?
— Vamos logo não podemos demorar. Preciso ajudar a minha mãe! - Disse Manuela.
— Eu também não posso demorar!
Logo chegavam ao Lago onde apearam das suas montarias e correram para beira do lago onde os patinhos nadavam em fila.
— Que lindo ! Amo ver esses patinhos nadando! — gritaram felizes. E cobriram a boca com as mãos, ao lembrar estarem próximos da casa da fazenda.
- Psiuuu! Não podemos gritar aqui! — Caíram na risada ao lembrar que já haviam sido expulsas do local em outra ocasião.
— caramba! Esqueci de deixar a mesa posta para o café da tarde dos patrões.
Correram para o estábulo onde deixaram os animais e correram para suas respectivas atividades.
Sabrina entrou correndo pela porta da cozinha no momento exato em que alguém tentava sairvoela mesma porta.
— Desculpe! É que me atrasei para...
-- Porquê não olha por onde anda? Aprenda a caminhar e não andar a correr pela casa. - Disse a sacudir-a pelos braços.
- Pare de me sacudir o seu maluco! - gritou com raiva.— preciso arrumar a mesa do café da tarde.
— Garotaa, café da tarde já passou faz tempo. Não percebeu que já passa das seis da tarde?— Riu Miguel. - Melhor preparar a mesa do jantar, viu a minha doidinha.E saiu da casa a caminho de algum lugar.
Sabrina ainda podia sentir o calor das mãos dele em volta dos seus braços arrepiou sem motivo algum.
Ela se ressentia das mudanças que a vida adulta trouxe a afastar os amigos definitivamente. Agora os irmãos as tratavam com educação, mas sem a proximidade de antes. Agora eles cuidavam das suas carreiras, do trabalho e dos negócios da fazenda.
Após o jantar, arrumou a cozinha e correu para o seu quarto na pequena moradia destinada ao administrador da fazenda e dedicou-se aos estudos. Se desejava crescer de alguma forma e ganhar dinheiro suficiente para alcançar os seus sonhos, teria de estudar bastante. Um dia teria o seu próprio Haras e daria muito conforto aos pais.
A veterinária Era seu sonho desde a infância, mas agora percebia que não bastava sonhar era preciso trabalhar duro, dedicar-se e nunca esmorecer diante das dificuldades.
— Sabrina onde esteve a tarde toda? — perguntou dona Diva, sua mãe.
— Desculpe, Mãezinha! Fui cavalgar até a capela do alto com a manu! Esqueci de deixar a mesa posta.
— Percebi a tempo e deu tudo certo!
— Muito obrigado a minha maravilhosa!
— Amanhã vou à cidade, devo retornar a tarde. Quer ir comigo?
— Claro que sim, mas, já resolveu quem vai cuidar das refeições dos patrões?
— Conversei com a dona Lúcia e ela permitiu que a dona Maria cuide tudo na minha ausência. Vamos sair depois do café da manhã. Você organiza os quartos antes de sairmos, e a dona Maria fica com a incumbência de preparar o almoço e servir os patrões.
— Preciso comprar um celular novo para as minhas pesquisas, e um livro para realizar um trabalho da faculdade.
A mãe permaneceu em silêncio, mas nutria grande orgulho pelo empenho da filha em buscar melhora para o seu futuro.
Na manhã seguinte, como combinado elas deixaram a fazenda no velho carro da família com a pretensão de retornar antes do jantar.
Na cidade após a mãe passar pela consulta médica que havia marcado sem comentar com ela e o pai, elas resolveram se separar. A mãe foi visitar uma irmã que morava por perto e ela foi visitar as lojas de celulares, antes comprou o livro que precisava.
Entrou numa loja e ficou olhando os exemplares de celulares expostos, cada um mais sofisticado que o outro e mais caro que o outro.
— pegou um deles e ficou a observar sem se decidir.
— Esse aqui é o melhor para nossa região, e mais sofisticado também, oferece mais recursos.— alguém falou bem perto do seu ouvido. Ela assustou-se.
O homem que falou tão próximo do seu ouvido era exatamente o mesmo que no dia anterior a sacudiu na porta da cozinha, Miguel.
— Esse celular pode ser melhor, mas, não está ao alcance do meu bolso! Não posso comprar! O valor é alto e o meu salário é baixo.
— Claro que pode! Eu compro a vista e você me paga a prazo, pode ser?
— Não sei… então te dou o valor que tenho em mãos e você complementa, depois me diga como faço para te reembolsar.
— Tudo bem! Escolha o melhor, vai precisar!
Acabaram escolhendo juntos e saíram da loja sorridentes, ela feliz com o celular novo e ele por relembrar como eram felizes durante a infância. A menina tornou-se uma mulher encantadora, linda da cabeça aos pés, educada, forte e ele desejava-a com força. Imaginava tudo que poderiam fazer juntos, era uma potranca essa menina e estava mexendo com o seu equilíbrio emocional.
— Sabrina, você tem namorado? — indagou de repente.
— Não tenho namorado ainda, mas logo alguém vai se interessar por mim, e se eu aprovar, vou namorar.
— Entendi, não basta o interesse do cara, precisa da sua aprovação. E como seria esse teste?
— Ainda não sei, vou saber quando ele chegar!
— Huum! Uma espécie de príncipe encantado? Se está for a sua esperança, pode tirar o seu cavalo da chuva; Não existe, príncipes, agora sapo tem aos montes.
— Eu sei disso, ocasionalmente aparece algum, mas, ignoro e ele desiste. Volta pro lago!
— Então os pretendentes existem, mas você joga duro com eles até desistirem.
— Estou esperando que apareça alguém especial, não um príncipe, mas um homem que faça o meu coração disparar ao avistar ele de longe, que seja verdadeiro, que me ame de verdade!
— Então logo vai encontrar esse sujeito feliz por ter alguém como você para amar.
— Espero que venha mesmo, mas, não pode atrapalhar os meus planos. Eu abro mão de qualquer sentimento para alcançar os meus objetivos. Quero me formar e trabalhar muito como veterinária para alcançar outros sonhos.
- Tomara que os seus sonhos se realizem! Vou precisar me despedir, tenho compromisso no escritório agora.- Ele se foi em seguida.
— Tudo bem. Obrigado pela companhia e pelo celular! — Gritou da calçada e ele acenou de volta.
Então foi ao encontro da mãe na casa da tia e a conversa se estendeu. Tomaram café com bolo de milho, e pão fresquinho feito pela tia. Quando retornaram para a fazenda já era hora de preparar a mesa do jantar.
— Mãe, a tia Neuza, poderia morar com a gente. Ela vive muito só naquela casa.
—A sua tia gosta de viver no seu cantinho. Ela recebe visitas do pessoal da igreja, faz exercícios na praça, ela está feliz com o seu modo de vida.
— Em casa vou mostrar o meu celular novo de última geração. Paguei uma parte com as minhas economias e as outras vou parcelar.
— Ainda bem que chegamos a tempo. A janta já vai ser servida, vamos lá filha, mãos a obra!
Agradeceram a dona Maria pela ajuda e a mãe da Sabrina entregou um presente que trouxe para ela. A partir daí assumiram as suas tarefas.
Durante o jantar Sabrina observou que Miguel não estava a mesa. Provavelmente ainda estava a trabalhar na cidade. O Gabriel como sempre alegrava o ambiente contando histórias engraçadas e elogiando a cozinheira.
— Aquela noite, Sabrina ficou a pensar no encontro e na conversa com o Miguel. Que estranho! O Miguel a tratava educadamente, mas, não conversava como no passado, e agora ela tinha um Smartphone de última geração cujo valor era impossível para ela., graças a gentileza dele. Pagaria o valor restante até o último centavo.
Se ele soubesse que o homem que fazia o seu coração disparar era ele mesmo, como reagiria?
Provavelmente acharia engraçado, a filha do empregado apaixonada pelo patrão.
Adormeceu com a imagem dele entregando o celular nas mãos dela e a conversa que se seguiu.
Na manhã seguinte, assim que terminou de tomar o seu café, correu para o estábulo onde encontrou a amiga Manu pronta para iniciarem o trato dos animais.
— Manu tenho novidades para contar! — Anunciou com um sorriso grande.
— Conta logo que estou ficando curiosa com essa sua cara de boba! — Pediu a amiga.
Então ela descreveu toda a conversa com Miguel na cidade e a compra do celular novo.
— Amiga, ele me assustou, mas depois parecia o Miguel nosso amigo, e não o patrão. Estranhei porque ele é sempre tão sério e de poucas palavras.
- Que bom que ele voltou a te tratar como antes!
— Não sei, vamos saber a partir de hoje. Ontem eu estava na cidade e ele também. Aqui talvez volte a ser apenas o patrão.
Quando estavam a concluir a tarefa do cuidado com os cavalos, ela percebeu um ferimento na pata de um deles.
— Manu, o espoleta está com um ferimento na pata que faremos? Cuidamos ou chamamos o veterinário?
— Podemos cuidar por agora e depois avisamos ao veterinário se houver necessidade. — Decidiu.
— pobrezinho! Estava sofrendo e ninguém percebeu a sua dor! Desculpe, espoleta! Agora fica bem quietinho que nós vamos cuidar de você. Após fazer uma boa assepsia no local verificaram que seria preciso trocar a ferradura, antes, porém dedicaram-se a tratar o ferimento. Depois notificariam os patrões e o veterinário para ajudá-las.
— Menino lindo, você está na nossa enfermaria e não poderá ser montado nos próximos dias. — Disse ao animal enquanto acariciava o seu focinho e o beijava carinhosa. — Nada como ter duas mulheres te cuidando com tanto amor! — Então ouviu palmas vindo de fora.
— Bom diamoça! Costuma tratar o seu namorado assim ou esse carinho todo é apenas para os animais?
-Bom dia Miguel, como não tenho namorado, sim esse carinho é todo deles.
— Então trate de arrumar um namorado logo. Ah! que houve com esse animal?
— Apareceu um ferimento na pata, creio que causado pela ferradura ou picada de algum animal. Por hora ele está medicado, mas talvez a visita do veterinário seja necessária.
— Providencie a vinda do veterinário. Tenha um bom dia! — Era o patrão ordenando e logo afastou-se.
Os animais da fazenda eram todos vacinados periodicamente e a infestação de carrapato evitada através do cuidado diário.
- Vamos chamar o Doutor Leandro!
- Aquele homem é um pedaço de mal Caminho! - disse Manu revirando os olhos. Ambas caíram na risada.
A ordem foi dada e executada, logo o veterinário chegava para ver o animal ferido e consultar os demais. Eram todos cavalos de raça, valiam uma fortuna.
— Então meninas, vocês cuidaram muito bem da pata do Espoleto. Vou prescrever um antibiótico e os cuidados vocês já iniciaram.
— Obrigado doutor Leandro! — Agradeceu a sorrir.
— Sabrina chegou um circo na cidade. Quer ir comigo? Prometo te trazer de volta assim que terminar o espetáculo. — Convidou segurando a sua mão.
— Posso te responder mais tarde? Antes preciso da autorização da minha mãe. — Disse simpática.
— Vou te ligar por volta das cinco horas. O espetáculo começa às seis horas da noite. Se a resposta for positiva chego em meia hora.
— Tudo bem Leandro! Combinados!
O dia voou nas suas tarefas e logo chegaria a hora de responder ao convite do seu amigo. Então tomou um banho bem gostoso, perfumou-se, vestiu uma saia longa de couro, calçou as botas novas, uma blusa branca e um colete da mesma cor da saia. Olhou-se no espelho e gostou do que viu, os cabelos estavam soltos sobre os ombros, maquiagem nos olhos e batom. Pronta para sair correu até a garagem. Pretendia ir ao próprio carro, mas quando o celular tocou soube que Leandro estava na fazenda vindo a seu encontro o que não admitia uma recusa do seu convite.
— Estou pronta! Te aguardo na frente da minha casa.
— mamãe, o Leandro já está chegando. Até mais tarde!
— Juízo filha! Divirta-se!
Quando o Leandro aproximou-se e a viu ficou encantado com a bela mulher que o aguardava.
— Boa noite! moça bonita! Está muito linda!
— Obrigado! Agora vamos para não perder o início do show.
Leandro abriu a porta do carro para ela e beijou a sua mão. Era um gesto simples, mas a encantou.
No momento em que o Dr. Leandro beijou a sua mão e ela entrou no carro alguém a estava a observar de longe, e sem motivo aparente ficou furioso.
— Esse cretino está levando a Sabrina para aonde?
— Vamos nos divertir muito essa noite! — Leandro prometeu.
— Adoro circo! Pena que a Manu não vai com a gente!
— Poderia ter convidado a sua amiga. Se ela for rápida podemos pegar a sessão das seis ainda.
Então foram até a casa da Manuela convida-la. Logo os três deixavam a fazenda rumo a cidade.
O espetáculo circense como sempre os deixou bastante alegres.
— Amo os trapezistas! Que coragem! — Sabrina disse empolgada.
— Eu amo os palhaços e os malabares! -Manu
— Meninas, vamos jantar antes de voltar para casa? Sei que comeram uma tonelada de pipocas, mas um jantarzinho faz bem.
— Então vamos, além das pipocas ainda cabe um jantarzinho! — Disseram.
No restaurante as moças chamaram a atenção de outros jovens mas ignoraram todos, até que os olhos da Sabrina encontrou os do Miguel que estava acompanhado de uma bela mulher loira, mas, a olhou com raiva.
Então ela percebeu estar de mãos dadas com o Leandro. Não retirou a mão até que se sentaram a uma mesa. A Manuela encontrou um amigo da faculdade e foi juntar-se ao grupo por alguns minutos. Logo retornou com o rosto afogueado, ofegante.
- Que houve Manu? Encontrou alguém interessante naquele grupo?
— Não! Encontrei alguém que muito me interessa fora do grupo. — Então olhou na direção da porta onde o Gabriel estava se divertindo num grupo onde ele era o centro das atenções femininas.
— Entendi! O seu queridinho também veio se divertir na cidade. — brincou Sabrina.
— Então a Manu, está apaixonada pelo Gabriel? E ele já sabe disso? — perguntou Leandro.
— Se não percebeu ainda deve ser cego ou muito tonto. Ela fica assim toda a vez que ele aparece.- Disse Sabrina mostrando a face rubra da amiga.
O jantar transcorreu animado, falaram sobre o circo, e sobre a faculdade de veterinária que as meninas estavam cursando. Quando terminou o jantar saíram rumo a fazenda. foram cantando pelo caminho e o Leandro na despedida tascou um beijo na boca da Sabrina que correspondeu embora não esperasse por isso.
Na manhã seguinte ela estava abrindo as cortinas do quarto do Miguel quando a porta bateu se fechando e ele apareceu.
- Desculpe, pensei que estivesse na empresa então...
- Então veio arrumar o quarto.- Ele concluiu
- Ontem não gostei nada de te ver com o veterinário da fazenda. Então, ele te parece um príncipe ou um sapo?
- Nem um príncipe e nem um sapo, não estou interessada nele como homem.
- Então porquê permitiu que a beijasse? Eu entenderia como um sinal verde para as minhas pretensões!
- Como sabe que ele me beijou?
- Eu estava chegando na hora e pude apreciar a cena de longe.
— o Leandro é um sujeito muito legal, bonitão, mas não tenho interesse em levar adiante essa história.
— E essa história levaria adiante? — perguntou a tomando nos braços e beijando-a ardorosamente.
A princípio ela tentou reagir, mas depois correspondeu ao beijo com o coração disparado. Quando ele a soltou ela estava sem fôlego. E sem saber o que fazer. A porta estava fechada e ele sorria do nervosismo dela.
— Calma, não vou te tomar a força. Quero conversar com você sobre o Leandro.
— E o que tem a ver o Leandro com o que aconteceu agora? — indagou nervosa.
— Não quero que continue a sair com ele. Ontem fiquei furioso ao ver como ele estava feliz a seu lado. — Disse tranquilo.
— Não entendo como isso pode te afetar de alguma forma?
— Então vou ser mais claro ainda. Te quero para mim, e não gosto de dividir o que me pertence.
— Eu não te pertenço, nem a ninguém! — revidou.
— Ainda não, mas vai-me pertencer e essa cama vai ser testemunha do quanto você vai implorar para que não a deixe ir.
— Cara, muito pretensioso! Se acha a última bolacha do pacote! Abre essa porta que eu quero sair. E quero saber como vou pagar as parcelas do Celular.
— Foi um presente para uma amiga de infância. Não se preocupe com isso.
— Vou abrir a porta, mas espero que tenha entendido exatamente o que espero ter com você.
— Não estou interessada no que você quer. Sei exatamente o que eu quero e isso não inclui essa cama. — Disse ao lado da porta.
Então ele se aproximou, e no momento seguinte ela estava com os braços presos e corpo prensado na parede enquanto ele a beijava com paixão.
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