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A Protetora

CAPÍTULO 18 (Nunca consegui)

Ele então se levantou e entregou a ela a lista que ela lhe pediu ela percebeu que não havia um número enorme de ex-namorados como ela pensou, havia somente nomes de alguns sócios e funcionários insatisfeitos ela não pode deixar de perguntar:

-E as suas ex-namoradas?

Ele riu e olhando para ela respondeu:

— Nunca tive namoradas!

Adriana achou que ficou com cara de boba quando ele disse isso, mas foi impossível não ficar, mesmo porque havia sinceridade em suas palavras e seus olhos, então ele completou:

-Como você bem disse são apenas "coelinhas de luxo" nunca dormi, mais que duas ou três noites como uma mulher e nunca prometi nada a elas além de uma noite de prazer, pode não parecer, mas não sou cafajeste que pensa que sou Adriana!

Ela ficou chocada com as suas palavras e quando ia perguntar-lhe mais alguma coisa, bateram na porta do escritório, era Maura dizendo que o jantar estava servido.

Eles desceram para jantar e enquanto jantavam, Diego notou que a Adriana ainda parecia um pouco chocada com tudo que ouviu, principalmente ao saber que ele nunca teve namoradas, no entanto nada comentou, depois do jantar ela resolveu andar um pouco queria pensar, mas assim que saiu percebeu que estava chovendo e rapidamente a chuva aumentou, parecia que não daria trégua durante a noite toda.

- Mas que droga como voltarei para casa! Pensou ela.

-Não precisa voltar hoje, afinal lembro-me ter dito que não trabalhará amanhã não? Disse

que estava de folga como você sabe, aqui existi muitos quartos, comentou Diogo ao ver a cara aborrecida dela.

-Sim, mas amanhã de manhã tenho um compromisso!

Disse a garota um tanto quanto impaciente, Diogo ficou aborrecido ao ouvi aquilo, não sabia quem era o seu "compromisso" tão urgente, mas ele teria que esperar por ela, afinal a divina providência estava a seu favor!

-Bem de qualquer forma você não poderá ir com essa forte chuva lá fora, vou falar para Maura providenciando um dos quartos para você! Falou ele levantando-se do sofá em que estava, para avisá-la, mas não antes de ouvir ela falar:

-Tudo bem pode avisá-la, vou ligar para ele, avisando que chegarei mais tarde que o combinado!

Ao eu ouvi aquilo Diogo sentiu como se tivesse levado um soco no estômago.

-Quem era "ele" que Adriana estava tão preocupada de decepcionar? Que droga Por que aquela mulher tinha que ser tão misteriosa? E por que demônios estava sentindo aquilo com relação a ela?

Depois que avisou Maura, ambos resolveram se recolher, em seu quarto, porém Diogo pensava ele estava para ficar louco, pois tudo que queria era entrar no quarto ao lado e sentiu o sabor daqueles belos lábios carnudos.

Mas não podia fazer aquilo, afinal a Adriana não havia dado-lhe nenhuma abertura, muito pelo contrário havia lhe deixado claro, que não desejava nenhuma aproximação dele, no entanto ele sabia que mexia com ela de alguma forma, porém ela demonstrava que lutava contra isso.

Diogo deitou mais não conseguiu pegar no sono, quando olhou seu relógio constatou ser onze horas da noite, e mais uma vez deitou e tentou dormir, porém ouviu os gritos de Adriana, Diogo correu e entrou em seu quarto ouvindo a pequena mulher falar

— Não o que aconteceu? Cadê ela! Cadê ela!

-Adriana acorda você está tendo um pesadelo!

Disse ele abraçando-a apertado, mas ao acordar ela se levantou e correu para trás da cama dizendo:

-O que faz aqui?

-Calma pequena, você estava tendo um pesadelo eu apenas acordei?

 — Nunca mais me toque novamente, tá me ouvindo?

— Não precisa ficar tão nervosa, não sou nenhum louco pervertido, apesar de desejar você como tal, jamais faria algo que não deseja!

-Não conseguiria mesmo que tentasse!

Disse ela com os olhos resolutos, mas apesar da aparência séria de Adriana, o seu jeito fofo e aparentemente frágil com aquele pijama infantil, fez com que Diogo risse do que ela falou, então pergunta-lhe

_Por que diz isso?

_Apenas nunca tente me forçar a nada, não gostaria de te machucar!

_Ora isso já é um grande avanço, saber que não gostaria de me machucar e acredito que não mesmo, afinal o seu trabalho é justamente o contrário, o seu trabalha é me proteger não? Agora por favor Adriana, venha para cá deite-se novamente em sua cama, você está descalça e o chão está frio, não gostaria que pegasse um resfriado!

Ela então sentou-se novamente em sua cama, ainda desconfiada, ele riu e perguntou:

_Quem era, "ela" a pessoa do seu sonho, que estava procurando?

_Por favor Diogo não gostaria de falar sobre esse assunto!

Disse ela com um olhar triste, mas quando levantou os olhos, notou que novamente Diogo estava sem camisa, ele usava somente uma calça moletom, seu olhar caiu sobre o seu peito másculo, ele notou isso e perguntou:

_Algum problema?

_Vo... vo...você sempre dorme assim?

-Assim como?

_Sem camisa?

_Na verdade durmo com bem menos que isso!

Disse ele rindo, ao notar o rosto dela ficando todo vermelho, ela então virando-se de costa, disse:

_Não sente frio?

_Sim costumo sentir, no entanto hoje tudo que consegui sentir foi um calor terrível!

_Calor? Mas está chovendo lá fora e baixou bastante a temperatura, com consegue sentir calor?! Perguntou ela intrigada.

Diogo estava sentado no meio da cama e ela na beirada, ele então sentou-se próximo a ela e mantendo o contato, a olhou bem no fundo dos olhos e disse:

_Porém hoje, uma linda policial com belos olhos de raposa, me fez sentir um calor terrível, de uma forma, que tive que tomar dois banhos gelados antes de dormir!

_Por favor Diogo, você não pode dizer isso para mim!

Falou ela fascinada pelo seu olhar.

_E por que não? Não estou mentindo Adriana, desde que pús os olhos em você naquela delegacia, não consigo pensar em outra coisa, senão em que sabor tem seus lindos lábios!

Ao dizer isso ele se aproximou do seu rosto e Adriana engolindo em seco disse-lhe:

— Por favor Diogo não! Eu não quero-te machucar!

_E por que você me machucaria, minha pequena raposinha!

Disse ele acariciando o seu queixo com carinho, fazendo Adriana sentir ondas de prazer por todo o seu corpo, no entanto se contraiu demonstrando pavor no olhar então respondeu-lhe novamente:

_Porque sempre faço isso com todos os homens quê tentam se aproximar de mim, eu nunca consegui isso Diogo!

— Isso o quê? O beijo, está me dizendo quê nunca beijou ninguém?!

_Ela então baixou o rosto e disse chorando:

_Eu nunca consegui deixar ninguém me tocar!

— Adriana você é virgem?!Perguntou ele assustado.

Ela balançou a cabeça em afirmativo, ele então levantou-se da cama e pegando na cabeça falou:

_Desculpa Adriana, eu não sabia, se soubesse jamais teria insistido tanto eu... me desculpe!

Disse ele saindo de lá apressadamente, deixando-a chorando, ao entrar no seu quarto Diogo falou para si mesmo:

_Mas como sou um idiota?! como não notei isso antes? É claro que ela é virgem! Seu jeito de fugir de mim e de olhar como se estivesse com medo! Droga além de idiota, quase me torno também um pervertido!

_Mas agora estou louco de tesão, e não consigo tirar ela da minha cabeça e...

_Por que ela disse aquilo? Porque disse que, nunca conseguiu deixar que alguém a tocasse?

Diogo então concluiu que talvez Adriana fosse do tipo de garota que idealiza casar-se virgem, e andando de um lado para o outro no quarto, sentou-se na cama, abriu a gaveta do cômodo e tirou de lá o celular que Adriana o entregou, discou um número e falou:

📲-Alô amigo!

CAPÍTULO 19 ("O carregamento")

📲— Alô patrão é o Alan, liguei para avisar que o "carregamento" já chegou, veio de Minas!

📱— E é um bom carregamento dessa vez?

📲— Melhor impossível patrãozinho, você precisa ver!

📱— Irei ver pessoalmente, quero comprovar se o que diz é verdade!

📲-Vai ver patrão que eu não minto!

📱-Ok daqui a pouco estou passando aí!

Adriana ficou muito tempo chorando e lamentando-se, pois, não conseguiu contar a verdade a Diogo, no entanto, ela passou a raciocinar melhor, e só depois que ele saiu foi que ela percebeu o vazio que ele deixou, notou que com o Diogo era diferente e sempre foi, tinha certeza que jamais o machucaria, como fez com os outros que tentaram se aproximar dela.

Sentiu isso desde o primeiro momento que tocou a sua mão, quando ele subia na sua moto e encostava-se no seu corpo sentia-se bem e protegida e quando ele a olhava daquela forma, sentia-se bonita e desejada, e não suja ou assustada como acontecia na maioria das vezes que algum homem a olhava do mesmo jeito, e agora a pouco quando ele lhe tocou o seu queixo, sentiu que derreteria com os movimentos suaves das suas mãos quentes.

No entanto ficou com medo dele descobrir o seu segredo e a encarar como uma pessoa anormal e doente, mas agora pensou que talvez Diogo fosse a única oportunidade dela se sentir realmente mulher, mesmo que no outro dia ele nem sequer a olhasse no seus olhos outra vez.

Decidida levantou-se e foi até o seu quarto, bateu na porta, mas ele não abriu, então o chamando mexeu no trinco e percebeu que a porta estava aberta, no entanto, ao entrar viu que ele não estava lá, imaginou que estivesse no banheiro, porém a porta do banheiro também estava aberta e ele não estava lá, saiu do seu quarto e o procurou por toda a casa, mas Diogo não estava em canto nenhum, Adriana então ficou muito preocupada se perguntando:

— Onde ele está?!

Enquanto isso bem longe dali…

-Nossa! Dessa vez vocês acharam um belo esconderijo mesmo viu?

-Sim, patrão, foi necessário desde aquele "probleminha" a quatro anos atrás!

— Ah! Nem fale aquilo foi um tremendo prejuízo que eu tive!

— Por isso achamos esse lugar aqui bem mais seguro, mas temos que admitir que nossos maiores inimigos mesmo, são os infiltrados, patrão!

— Voce tem razão não sabe como tenho raiva desses ratos, agora deixe de conversas e mostre-me o carregamento logo de uma vez , deixa eu ver se são de boa "qualidade" mesmo!

— Veja o senhor mesmo patrão!

Disse Alan abrindo o galpão, ele então olhou cada uma delas, depois disse:

— Você tem razão são muito lindas mesmo, com esse "carregamento" eu tenho certeza que vamos ganhar uma boa grana, são todas virgens?

-A maioria são senhor, por isso sempre escolhemos as mais jovens, mas o senhor sabe como são essas jovens de hoje em dia não?

Ele dando um sorriso de deboche disse:

— Sei muito bem! Mas procure descobrir se são ou não, afinal os orientais pagam mais caro se elas são virgens.

-Sei disso patrão!

— Parabéns Alan, dessa vez você fez um excelente trabalho, elas realmente valem muito a pena cada centavo, mas porque me parece que algumas estão sonolentas?

-Ah! patrão o senhor sabe, nem todas querem contribuir e ficam chorando ou gritando, por isso temos que aplicar alguns "remedinhos" nelas.

— Mas nem todas estão drogas não é?

— Não algumas ficam com medo de serem drogadas também, por isso preferem ficar quietinhas, mansinhas!Respondeu rindo o homem de aparência corpulenta.

— Ótimo então escolha uma dessas gracinhas, uma virgem de preferência, o meu amigo está vindo aí e quer comprar algumas, e pretendo "presentea-lo".Afinal quero mostrar a ele, que só trabalho com o melhor!

Disse ele rindo sadicamente, enquanto olhava para as jovens assustadas naquele galpão, sujo, algumas horas depois o comprador chega e se aproximando do homem estica a mão o cumprimentando.

— Olá amigo, desculpe o atraso estava um pouco longe daqui por isso custei a chegar!

-Oi amigo! Sem problemas mas por favor venha ver se dessa vez não temos as melhores!

Quando o homem entrou no galpão ele mostrou-lhe, as garotas que eram no total trinta e cinco.

-Eu nunca duvidei do seu bom gosto, com você sempre consigo as mais bonitas!

O homem escolheu algumas e aceitou de bom grado o "presentezinho". Depois ele perguntou para o amigo:

— Então conseguiu, localiza-ló?

— Não! Não faço ideia de onde esteja, mas meu homem irá localizar!

-Estou torcendo para conseguir, afinal quem mais se beneficiará com isso serei eu!

-Ao contrário me beneficiarei também e você sabe do que estou falando!

Depois que o homem foi embora ele se virou para o tal Alan e disse-lhe:

— Bom Alan deixo-te cuidando do nosso carregamento, mas não se preocupe as despacharemos amanhã para o oriente.

-Sim, patrão pode deixar cuidarei muito bem dessas gracinhas!

Na casa de praia...

Eram 4:13 da manhã Diogo então entrou discretamente na casa, e encaminhou-se para a escada, mas antes de chegar ate ela, o abajur que havia próximo do sofá, foi ligado revelando que a Adriana estava lá e parecia curiosa.

-Adriana!!!

Diogo assustou-se, ela então perguntou-lhe:

— Onde esteve todo esse tempo?

-Ah!... onde estive? Estava na praia?

-Na praia e por que não se molhou?

-Sai depois que a chuva a cessou!

-Depois que a chuva cessou?! Ela então levantou e aproximou dele, perguntando novamente:

— Usa sempre perfumes femininos?

— Perfu… me eu...

-Não minta para mim Diogo! fui procurar por você no seu quarto, quando a chuva ainda estava muito forte, e você já não estava lá e ninguém que vai à praia vai vestido dessa forma, e muito menos volta depois de uma chuva forte como aquela, seco e com perfume feminino doce e enjoativo como esse, onde esteve de fato?

-Tudo bem Adriana se quer a verdade lhe direi a verdade, estive em uma balada, com um amigo e esse perfume "enjoativo" foi de uma moça com quem dancei!

Aquilo foi com um verdadeiro tapa no rosto de Adriana, ela não podia acreditar que estava disposta a experimentar o prazer nos braços daquele homem, que não passava de um tremendo cretino, cafajeste, mesmo assim engoliu o seu orgulho e virou-se com o rosto para parede, para ele não ver suas lágrimas, ela disse com raiva:

-Você é louco Diogo! Não entende que sua vida ainda está em perigo? E os que estão procurando te matar sabem onde te achar?

-Quem está preocupada de fato comigo? A policial durona e sem "coração" ou a Adriana a garota pura e meiga que eu conheci hoje?

Perguntou Diogo pegando em seu rosto e a encarando, Adriana se achava uma idiota, por gostar ainda gostar de ouvir aquilo, dos lábios dele, por isso revidou-lhe com dureza:

-Não a pessoa que é paga pelo Estado, para proteger playboys idiotas e cafajestes, e tão burros que conseguem se expôs em lugares públicos, mesmo sabendo ter alguém o perseguindo, louco por sua cabeça!

-Não o me expus se essa é o sua maior preocupação, usei minha identidade falsa, lá fui apenas "Alonso" e não fiquei por muito tempo, se quer realmente saber!

-Ah não?!Então onde estava? nos braços de mais uma bonequinha de luxo, toda montada e "experiente" da qual você adora?

Diogo sorriu ao ouvir a indignação na voz da pequena mulher, sabia que ela estava com ciúmes e aquilo aquecia o seu coração, ela virou novamente de costas para ele, e estava de braços cruzados, ele então pensou:

-Como gostaria de abraçá-la minha pequena raposinha, como gostaria de sentiu seu perfume e poder beijar esse lindo pescoço delicado!

No entanto, achou melhor tirar aquilo da cabeça ou acabaria fazendo uma loucura então respondeu-lhe:

-Não Adriana, estive andando pela orla da praia sem rumo, pois precisava pensar, precisava tirar alguém da minha cabeça, alguém que me é proibida!

Respondeu ele encaminhando-se para escada.

— Quem lhe é proibida?!

Perguntou Adriana virando-se de frente e observando ele subir as escadas.

-Você! Raposinha você! respondeu ele terminando de subir a escada sem olhar para trás.

CAPÍTULO 20 (A festa de Paulo Meirelles)

Quando amanheceu Diogo procurou por Adriana no seu quarto, pois percebeu que não teria paz enquanto não, entendesse por que ela disse-lhe que não desejava machucá-lo? Na verdade, estava cheio de perguntas a fazer-lhe, porém Maura lhe disse que ela havia saído, muito cedo.

Diogo voltou para o seu quarto chutando tudo, pois estava com raiva de si mesmo, principalmente de sua covardia, havia fugido do seu quarto ontem, quando ela disse que era virgem, por medo, medo de confessar que estava apaixonado por ela, de contar esse sentimento a ela e ela não acreditar nele, ou até mesmo rejeitá-lo. Percebeu que apaixonou-se por ela desde o primeiro momento que a viu naquela delegacia.

A amava e agora estava perdido nesse sentimento, afinal nunca havia sentido nada igual, não sabia que o amor era tão intenso assim!

Era por isso que sentia crescer essa necessidade louca de estar perto dela, que se sentia tão possessivo dela, não suportava quando percebia outro homem a olhando.

E quando voltou para a casa e ouvio ela dizer que o procurou no seu quarto, o seu coração exultou, porém não lhe deu chance de falar porque o procurou, ele percebeu então que havia necessidade de esfriar a cabeça, por isso foi para a praia tomar um banho de mar, enquanto ia pensando nela.

Adriana porém chegou na loja de seu pai e foi recebida pelo efusivo tio Fernando, Rodrigo o gerente e Marina a subgerente e os demais funcionários, a ideia era fazer uma festa surpresa na área Gourmet da conveniência Meireles, Fernando pediu para ele resolver um pequeno problema na outra loja, enquanto todos eles organizavam a decoração.

Ela sabia que seu tio Fernando tinha o dom de lhe fazer sorrir, no entanto naquele momento, nem ele estava conseguindo lhe tirar do caos, que estava à sua mente, ela estava mexida até a alma, lembrando dos belos e luxuriosos olhos de Diogo, não conseguia tira-lo da mente e do coração, lembrava de cada olhar, cada toque, cada momento deles juntos.

Já não podia mais continuar mentindo para si mesmo, sabia que estava perdidamente apaixonada por Diogo, amava aquele cafajeste, sabia que se continuasse perto dele, ela poderia virar mais uma de suas amantes, por isso resolveu tentar afastar-se o máximo possível dele, embora soubesse que seria quase impossível devido ao seu trabalho.

Fernando então notou, que sua querida sobrinha estava mais triste que o comum, então perguntou-lhe:

— Querida aconteceu algo? Não parece muito empolgada!

-Não tio, são apenas alguns pequenos problemas de trabalho, disse que ela disfarçadamente.

-Tem certeza querida? Conheço esses olhares perdidos nas jovens bonitas, e geralmente esse olhar indica problemas, mas não exatamente com trabalho e sim referente ao amor, está apaixonada meu anjo?

- Acredite tio esse é um sentimento que eu não nasci para experimentar! Comentou ela.

-Ora eu sempre soube que um dia Adriana perceberia que me amava e me pediria em casamento, cadê a aliança meu amor, eu aceito?! Disse brincando Rodrigo.

Apesar de Adriana não sorrir com muita frequência, ela sempre se sentia bem quando estava com os funcionários e amigos de seu pai!

Por isso respondeu brincando para Rodrigo.

-Ora Rodrigo nem vem, sei que só deseja se casar comigo para subir de status, de gerente para "filho do dono".

— Além disso ele não vale nada, ontem mesmo estava-me pedindo em casamento, brincou Marina que era uma jovem morena e bonita.

- Então além de interesseiro ainda que virar polígamo? Riu Fernando enquanto organizava as cadeiras no salão.

— Com amigos como vocês, eu não preciso de inimigos!

Brincou também o jovem rapaz, fazendo Adriana levantar o polegar em afirmativo e os outros riram, entre aquelas pessoas especiais, ela sentia-se bem mais leve e tentou afastar temporariamente Diogo da cabeça com seu trabalho de decoração.

Para a festa ela convidou seus amigos Marcelo, Raquel Estevão e Mendes, porém Mendes e Estevão não puderam ir, pois estavam de plantão, à noite quando seu pai voltou e encontrou a loja fechada, tão cedo estranhou, porém ao ligar a luz, foi pego de surpresa por todos que o abraçaram e o parabenizaram, inclusive Beatriz sua esposa que também foi convidada a enganar ele, fingindo ter esquecido seu aniversário, ela só não pode ajudar nos preparativos por questão de trabalho.

E apesar da aversão a própria filha, jamais poderia se negar a estar na festa de seu querido esposo e a fazer aquela surpresa maravilhosa a ele por isso chegou a tempo.

Paulo abraçou a todos muito feliz e curtiu bastante sua festa, depois de um tempo, Adriana percebeu sua mãe um pouco afastada com uma taça de champanhe na mão.

Ela olhava para toda a decoração da festa, ela podia imaginava o que ela estava pensando afinal ela também pensou a mesma coisa, ela pensava o quanto Aninha iria se divertir, ao ajudar a fazer aquela festa surpresa para o seu pai.

Enquanto Beatriz observava tudo com bastante atenção, seu olhar se cruzou com o de Adriana, em seus olhos havia aversão e revolta, nos de Adriana dor e vergonha, por isso não pode manter por muito tempo o olhar nos olhos de sua mãe, então abaixando seus olhos ela pensou:

— Aí mãe não sabe o quanto eu preciso da sua orientação, o quanto preciso da sua ajuda mas…

Seus pensamentos foram interrompidos por seu pai que se aproximou falando:

-Meu amor estava com saudade de você, afinal nunca mais foi lá em casa?

— Sabe porque não fui mais!

Disse Adriana com o olhar triste para a sua mãe, que nesse instante estava distraída conversando com Fernando, ele olhou para ela também, que cruzou o olhar com ela, no entanto dessa vez quem não manteve foi ela, abaixando a cabeça e Adriana percebeu isso, ele então falou:

— A sua mãe, ainda não aceitou a nossa perda, por isso joga sobre você a sua revolta, mas já tive uma longa conversa com ela, Beatriz terá de mudar com você, ou o nosso próprio casamento dissolverá, porque jamais aceitarei que ela expulse você da nossa casa, com essa loucura de acusar-lhe de algo que você não tem culpa!

-Não pai por favor, se isso acontecer por minha causa, nunca mais terei paz, sei que vocês se amam, não podem brigar por mim, por favor não façam isso!

Falou ela em desespero.

-Filha eu te amo, não quero ver você tão afastada assim de mim, por conta das loucuras da Beatriz!

— Também te amo pai, mas por favor releve o que a minha mãe diz, é como o senhor disse é apenas a dor acumulada e se for em mim que ela tiver que jogar sua dor aceitarei!

— Mas eu não!

Falou revoltado Paulo enquanto mirava a sua esposa, que não tinha coragem de o encarar.

Adriana pegou em suas mãos e olhou em seus olhos, Paulo sabia o quanto era necessário o contato visual para a sua filha, devido ao problema dela, ela então falou:

-Pai esqueça, faça isso por mim ta bem? Agora por favor curta a sua festa, fizemos com muita carinho para você! Ele concordou com a cabeça e disse-lhe sorrindo:

- Obrigado, meu amor eu adorei a surpresa, Fernando me contou que foi você, e ele que foram os mentores do plano dessa festa, vocês são incríveis!

- Não pai você que é incrível, é por isso que não poderíamos deixar passar em branco o seu aniversário!

— Obrigada filha!

Disse seu pai emocionado abraçando-a forte, Paulo não sabia o quanto aquele abraço fazia bem a Adriana.

Ele, Beatriz e Ana Helena eram as únicas pessoas no mundo, que Adriana conseguia abraçar sem se sentir mal e naquele momento ela só contava com ele.

E como estava necessitada daquele abraço, quase cai em prantos, mas não queria estragar a festa de seu pai, por isso manteve a sua alegria.

Estava tocando umas músicas, bem legais, Marcelo e Raquel mostraram-se bons dançarinos, Rodrigo estava fascinado por Raquel, Marina falou no ouvido de Adriana apontando para ele, ambas então começaram a brincar com ele:

-Olha só Adriana se não é o nosso noivo que está babando para sua amiga?

— É verdade, que saber não quero mais casar com ele, vai ficar sem o meu dote! Falou Adriana brincando.

— Nem eu também ele é muito mulherengo, falou Marina.

-Eee... rapaz com essas duas você arrumou!

Caiu na brincadeira Paulo também, e todos riram o resto da festa passou muito bem apesar do visível incômodo de Beatriz.

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