NovelToon NovelToon

Sophia A Princesa Da Máfia

Capítulo 1 - Prólogo

...Dia do aniversário de um ano do Gael...

Eu escolhi um vestido vermelho de alcinhas, com um decote profundo e com um corte em V, coloco as luvas vermelhas que vão até o cotovelo, uma pulseira dourada que ganhei do meu pai, o colar que ganhei da minha mãe, uma sandália de salto fino dourada, combinando com meus acessórios, uma bolsa pequena preta e um casaco preto por cima. Depois de pronta eu vou para casa dos meus pais.

As festas da nossa família são sempre eventos grandes e icônicos, com muitas pessoas pela nossa posição sempre nesse tipo de festas nós convidamos todos os capocione, independente de qual país eles sejam, as famílias do conselho e a nossa família que já é gigante por si só.

Mas uma das coisas que também acontece muito nessas festas são negociações, alguns querem ajuda, outros querem poder falar que são próximos a nossa família, alguns trazem informações para serem recompensados, essas reuniões não são rastreadas, então muita coisa acontece debaixo dos panos.

Eu chego na casa dos meus pais e assim que eu entro no jardim onde está acontecendo a festa, eu vejo meus primos de longe e vou direto para onde eles estão, depois do Zac sair da chefia e virar parte do conselho, as coisas estão calmas assim cada um está seguindo seu caminho.

– Meu Deus você está maravilhosa. – O Dimi fala me abraçando.

– Obrigada! – Eu ajeito o terno dele. – Você está maravilhoso também, um completo galã.

– Elogios exagerados. – Ele fala sorrindo.

– Nada de exagero, você está um gato mesmo. – A Anto fala se aproximando. – Mas você está espetacular mana, o vermelho fica perfeito em você, sério. – Eu a abraço.

– As duas estão maravilhosas. – O Théo fala. 

– Quem vê vocês nem parece que brigam vinte e seis horas por dia. – A Eliza fala abraçando o irmão por trás.

Nós sorrimos, eu amo esses momentos com a minha família, eu cumprimento todos os demais e conversamos animadamente. Depois de algum tempo a Cami se aproxima e sussurra me avisando para circular um pouco, hora de interagir, eu tenho que cumprir com o meu dever, então eu vou de mesa em mesa cumprimentando todos os capocione que estão presente na festa de hoje.

Isso é tão cansativo as vezes, eu saio um pouco da vista de todo mundo e me afasto, um garçom passa e eu pego um copo de uísque me afastando do barulho e da bagunça eu vou tomar um ar sozinha aproveitando meu sossego momentâneo.

– Meu Deus, acho que encontrei uma princesa perdida. – É uma voz desconhecida vinda do escuro, eu coloco a mão na arma que está na minha perna, até que a pessoa se aproxima um pouco mais.

É o Sekani, o filho mais velho da família Kaneirugaba, o próximo capocione da Máfia Africana muito provavelmente. Ele é alto, deve ter quase 1,90m de altura, musculoso, tem voz rouca e fria, uma barba raspada. Muito, mas muito gato, eu fiquei impressionada quando o conheci e continuo impressionada achando ele lindo e perfeito.

– Cuidado, se aproximar assim pode ser perigoso Sekani. – Eu falo e ele me mostra seu lindo sorriso.

– Pelo menos eu iria morrer feliz, só por ter te visto.– Ele fala se aproximando com uma garrafa de uísque na mão, ele completa meu copo. – Porque está aqui sozinha? – Ele fala se aproximando ficando ao meu lado. 

– Estou pegando um fôlego, às vezes eu preciso de um pouco de espaço. 

– Confesso… – Ele me encara fixamente. – Que eu adoraria ver você sem folego. – Sorrindo ele leva o copo e toma um longo gole do uísque, em seguida morde o lábio. – Mas não aqui, claro. – Eu sorrio e também tomo um gole da minha bebida.

– Você é muito galante. 

– Sinceramente Sophia, você é a primeira pessoa que me diz isso. 

– Então você está andando com as pessoas erradas meu amigo. - Eu dou algumas batidinhas no peito dele, através do pano da para sentir seus músculos firmes.

Nós ficamos um tempo em silêncio apenas tomando nossa bebida, ele suspirou.

– É bonito aqui. 

– Minha mãe ama rosas e gastou rios de dinheiro para fazer esse jardim. – Eu o olho para ele e seus olhos estão fixos em mim. – Por algum motivo ela queria um labirinto e colocou essas rosas no começo e no meio do jardim. – Essa parte do jardim tem apenas rosas vermelhas.

– Você gosta de rosas? 

– Acho que todas as mulheres gostam.

– Você não é como todas as mulheres Sophia. – Ele coloca a garrafa e o copo no chão, se aproximando de mim até ficarmos cara a cara. – Eu nunca conheci uma mulher como você. – Ele fala baixo, nossos lábios estão tão próximos que eu consigo sentir a respiração dele. 

Ele coloca a mão na minha entrelaçando nossos dedos sem tirar os olhos dos meus, eu sinto aquele comichão no pé da barriga, eu quero me aproximar, eu quero beijá-lo, mas não faço. Ele solta minha mão e sobe com os dedos passando pelos meus braços até meu pescoço, e todo o meu corpo se arrepia com a outra mão ele coloca na minha nuca e o aperto suave nos meu cabelos fez com que eu aproximasse meu corpo ainda mais do dele, sentindo todo o calor e ele duro na minha barriga, meu Deus ele é grande em todos os sentidos.

Então vem um pigarreio da entrada do jardim, cortando totalmente o clima e o momento que estávamos compartilhando.

– Estou atrapalhando? – A voz do Harry eu reconheceria em qualquer ocasião, a voz que tira meu sossego, ainda que tenhamos decidido ser apenas amigos, meu coração ainda não entende isso e palpita acelerado como o grande idiota que ele é.

– Talvez. – O Sekani diz direto. Ambos se encaram e começam uma guerra fria de olhares.

– Estava me procurando Harry? – Eu falo indo em direção a garrafa que o Sekani colocou no chão, encho meu copo e ambos me encaram.

Ele não mudou nada, a barba cerrada como se tivesse dias sem fazer mas toda desenhada mostrando que foi recém cortada, os olhos penetrantes com um brilho intenso, o cabelo arrumadinho, mostrando seu belo toque de realeza. Encarar ele me trás muitas lembranças, muitas das quais eu quero esquecer, eu dou um longo gole na minha bebida.

– Eu preciso falar com você…– Ele fala sério e encara o Sekani. – Em particular, claro. 

– Claro, vamos até o escritório do meu pai. – Eu me aproximo do Sekani e dou um beijo em sua bochecha. – Nos vemos por aí, eu espero. – Eu sorrio para ele que acaricia minha bochecha.

– Com certeza vamos, e mais breve do que você imagina. – Ele responde e eu vou em direção a casa dos meus pais.

Quando entramos em casa ele passa na minha frente e vai andando e eu começo a seguir ele, mas antes um pouco antes de chegar no escritório do meu pai, ele abre uma porta e me puxa para dentro, assim que eu passo por ela, ele rapidamente fecha a porta me prensando contra ela, eu fico sem ar com a surpresa e a proximidade, eu ameaço chuta-lo, mas ele prevê meu movimento e segura minha perna e  com a mão livre ele segura meus braços acima da minha cabeça. 

– Vai gritar? – Ele sussurra em meus lábios. – Eu gosto de te ouvir gritando. – Ele não me deixa pensar, antes de tomar meus lábios e me beijar. Eu correspondo intensificando ainda mais o nosso beijo, mas ele para o beijo bruscamente e coloca a testa no meu ombro.

– Me solta Harry. – Eu falo mas continuamos na mesma posição.

– Para que? Para você correr para os braços daquele cara? – Ele fala com a voz carregada de emoções, eu fico com um ponto de interrogação na testa e confusa para caralho.

– Foi você quem disse que deveríamos ser apenas amigos, agora você está com ciúmes? – Ele aperta minha coxa. – Você não é mais criança Harry.

– Merda Sophia. – Ele me solta e se afasta. – Você mexe comigo e você sabe disso, você foi até aquele lugar com aquele cara só para me provocar? Só para me ver perder a cabeça?

– Isso é tudo o que você tem para falar? – Eu falo e ajeito meu vestido. – Você está agindo como uma criança e achando que eu sou uma criança como você, pelo jeito você só queria me distanciar do Sekani. – Ele não fala nada confirmando minha hipótese. 

– Me desculpa, eu não devia ter feito isso. 

– Não devia mesmo, mas ja fez. – Então eu me aproximo e dessa vez sou eu quem o pressiona contra a porta. – Eu odeio esse tipo de coisa, odeio joguinhos, odeio pessoas confusas e indecisas, se você não quer nada comigo, só me deixa seguir em frente, eu não sou um dos seus brinquedos e nem essas mulheres com o qual você está acostumado. - Eu falo com o rosto bem próximo ao dele.

– Você me tira da casinha Sophia, tudo relacionado a você me tira do sério…

Antes que ele termine de falar, eu o beijo, eu levo minhas mãos até o cabelo dele e aperto, que saudade eu estava desses lábios, ele leva as mãos até a minha bunda e aperta me fazendo soltar um gemido baixo.

Eu pressiono meu corpo no dele, eu sinto ele duro e soltei outro gemido, o beijo vai se intensificando, nossas línguas se chocam, brigam por controle, até que eu cedo e ele domina explorando minha boca, me levando a loucura. Esse homem é a definição de perfeição, é a definição de pecado. Ele coloca a mão na minha coxa pela fenda do meu vestido e vai com a mão até a minha calcinha, mas antes que ele possa chegar na minha intimidade eu me afasto.

Demoro alguns minutos para recuperar o fôlego, mas ele não me diz nada, apenas me encara. Eu ajeito meu cabelo e meu vestido.

– Isso. – Eu falo apontando para nós dois – Tem que acabar. 

– Sim. – Ele responde e eu mordo meu lábio nervosa, não sei porque eu esperava outra resposta ou porque eu não quero que isso acabe, mas eu não vou forçar ninguém a fazer algo que não queira. 

– Estão te esperando no escritório do seu pai. – Ele fala e abre a porta do banheiro. E eu saio como um furacão, indo direto para o escritório.

Ele é um idiota… um completo idiota, não sei porque eu não consigo tirar ele da minha cabeça, eu suspiro parada na porta do escritório tentando recobrar meus sentidos e minha confiança, o pior de tudo isso é meu coração palhaço ficar balançado por esse idiota. Quando eu entro no escritório do meu pai, a Família dos Baricelli está me aguardando, junto com meu pai e meu irmão.

– Boa noite, estou aqui, o que está acontecendo? – Eu falo com o sorriso mais forçado que consigo.

– Está tudo bem? – A Cami sussurra próxima a mim. 

– Não, mas vai ficar. – Eu pisco para ela que continua ao meu lado.

– Então já que você chegou, vamos ao que interessa. – Meu pai fala apontando para que o Henry possa falar.

Já começamos como? Pegando fogo né amores.

Sekani - Chefe da Máfia Africana - 28 anos

Estou no Instagram como @alehs_books. Instale o aplicativo para seguir lá eu aviso sobre quando o capítulo vai ser postado e também rola um spoiler às vezes. 

Capítulo 2

...Três meses depois…...

Meu despertador toca e eu não quero levantar, meus dias de dormir até às 09h acabaram, o sol ainda nem saiu e eu já estou me arrumando, eu tenho toda uma rotina de cuidados, eu começo cedo porque eu demoro. Eu desço para tomar meu café.

Depois que eu me tornei capo, eu passei a morar sozinha na casa que nos foi dada pelo meu pai, a nossa família tem uma grande vila onde cada um dos meus irmão tem sua própria casa, no fim nossos pais nos mantém sempre próximo, por mais que cada um com seu próprio dinheiro tenha seus bens.

Eu entro na cozinha e vejo a Nana terminando de bater meu suco, é claro que eu ia me mudar e trazer minha babá favorita comigo, meus pais que lutem. 

– Bom dia Nana. – Eu falo e dou um beijo na testa dela. 

– Bom dia filha, seu suco já está pronto e já vou deixar seu café preparado para quando você voltar do seu treino. – Ela sabe tudo da minha rotina.

– Eu te amo Nana, você me conhece até mais que a minha mãe.

– Se a senhora ouvir isso ela me despede. – Ela fala rindo.

– Ela já sabe boba. – Eu falo terminando de tomar meu suco. – A Cami e a Silk devem chegar logo, manda elas direto para lá direto, não vou esperar dessa vez.

– O Sr. Marco já está esperando. – Eu aceno e vou para academia.

Marco é um dos nossos soldados de primeira linha, eu treino com ele desde que éramos pequenos, o pai dele treinava nós dois e depois ele começou a me treinar quando subiu para soldado. Eu entro na academia e ele está pendurado nas barras se levantando pelos braços. E que braços puta a merda, ele é sempre sério e muito respeitoso, nunca passou dos limites comigo, na verdade nós somos mais amigos do que qualquer outra coisa, mas nada me impede de admirá-lo não é mesmo. O que é bonito é para se olhar.

– Bom dia Marco. – Eu falo e ele solta a barra.

– Bom dia Princesinha. – Ele se aproxima e me abraça todo suado, só para me irritar. 

– Você está grudando, que horas você chegou aqui? – Eu falo e ele sorri.

– A algumas horas. – Ele fala levantando meus braços para me alongar. – Alongamento rápido, te espero no ringue.

– Bom dia. – A voz doce da Cami chega em nossos ouvidos.

Eu me aproximei muito da Cami nesse último ano, ela estava ficando na casa do meu irmão, mas assim que o Gabriel arrumou uma casa eles foram morar juntos, ela ficava na casa da tia Elle como empregada, mas quando ela decidiu fazer faculdade de direito, eu já tirei ela da minha tia e coloquei ela para trabalhar comigo, agora ela é minha secretária pessoal enquanto eu a ajudo nos estudos.

– Bom dia. – Eu e o Marco falamos juntos, eu continuo me alongando e o Marco vai ajudá-la.

– Vem treinar comigo hoje, vamos ver se você está melhorando. – Eu falo e o sorriso dela se ilumina. 

A Cami é um livro aberto, suas expressões entregam tudo o que ela está sentindo, e eu acho isso lindo nela, fora que ela parece ser frágil, mas ela é muito mais forte do que aparenta. Eu gosto de ver a força e a garra que ela tem, e eu vou fazer o possível para ajudá-la sempre que eu puder.

– Desculpa o atraso – A voz animada da Silk chega aos nossos ouvidos. – Eu tive uma noite longa. – Ela suspira e eu e a Cami sorrimos.

– Isso tem algo haver com um tal integrante de uma banda que chegou ontem, será? – Eu falo e ela fica toda corada, a Silk é sempre extrovertida, aberta, carismática, ver ela envergonhada é quase uma honra.

– Vamos pular esse pequeno detalhe. – Ela fala colocando as mãos para cobrir o rosto. – Eu estou toda quebrada, pega leve comigo Marco, por favor. – Todos damos altas risadas dela.

Eu volto a me alongar e depois vou para o ringue esperar a Cami, e a Silk vai se alongar e treinar com o Marco. as horas passam voando. E eu me jogo no chão do ringue cansada e a Cami faz o mesmo. 

– Você melhorou muito, tenho que admitir. – Eu falo e ela se levanta para pegar duas garrafas de água e joga uma para mim.

– Finalmente né, demorou bastante para eu conseguir te acompanhar. – Ela fala se sentando no ringue ao meu lado. 

– Eu treino desde que tinha meus dez anos de idade. – Eu falo e ela encara a garrafa. – Para chegar a fazer o que eu faço ainda vai levar um tempo.

– Deve ser difícil, ter que começar tão nova. 

– Com o tempo o corpo acostuma e não foi assim só comigo, todos nós começamos desde de pequeno, o cuidado vem sempre em primeiro lugar, já que nossa vida está sob ameaça sempre, para os meninos é ainda pior, porque eles começam ainda mais cedo ainda, a maioria com seis anos, se o corpo for saudável.

– O Dimi também começou a treinar com essa idade? – Ela pergunta e toda vez que ela fala no Dimi seus olhos brilham.

– Sim, todos os meninos.

Eu já percebi que ela sente algo pelo Dimi, mas eu tento não dar mais entusiasmo para isso, meu primo mudou muito depois de ser sequestrado e torturado, eu não tenho ideia do que ele passou, mas seja o que for mudou ele por completo e a Cami também passou por muita coisa, ser criada na prostituição não é facil. Ambos têm experiências assustadoras, pesadas e difíceis, não consigo ver eles juntos. Eu me levanto e ajudo ela a se levantar.

– Agora vamos trabalhar, temos muitas coisas para o dia de hoje. – Eu olho para Silk que está em um dos aparelhos. – Estou indo nessa Sisi.

– Eu vou terminar meus exercícios e vou também… – Ela me encara. – Você não vai me falar porque eu tenho que ir na reunião do conselho? 

– Sisi, provavelmente eu vou ficar sabendo hoje também. – Eu e a Cami saímos da academia e vamos em direção a sala.

– Você tem a reunião com seu pai agora na parte da manhã e depois no período da tarde tem a reunião com o  conselho. – Ela faz uma pausa breve. – O Sekani avisou que está chegando hoje. – Eu olho para ela, perguntando porque eu tenho que saber disso, sim… ela entende meus olhares, totalmente perfeita. – O problema com o tráfico de humanos, ele parece ter bastante informações. 

–o que ele tem haver com isso? Bom ele vai me procurar quando chegar. – Eu começo a subir as escadas mas paro no meio do caminho. – Hoje a sua faculdade volta com as aulas, certo? – Eu pergunto e ela suspira.

– Sim… – Ela faz uma pausa breve. – A tia Eleanor acha melhor eu ficar na cidade enquanto estou na faculdade para evitar fazer o caminho a noite que pode ser perigoso. – Ela fala meio duvidosa.

– Eu concordo com ela, a La Sapienza tem ótimos dormitórios, vou conseguir um para você lá. 

– A tia já fez isso.

– Perfeito, assim nós ficamos mais tranquilos, não iremos treinar todos os dias de manhã, então continue com sua rotina de treinos, é preciso no nosso meio, ainda mais se você pretende virar mulher de um mafioso.

– Eu irei… – Ela faz outra pausa. – E não decidi nada ainda. 

– Se não decidiu não deveria ter aceito. – Eu volto, paro na frente e coloco as mãos nos ombros dela obrigando-a que me encare. – Esses compromissos são coisa séria no nosso mundo, meu pai lutou muito para conseguir mudar um pouco essas coisas, mas os compromissos marcados ainda são muito importante, ainda que o meu pai foi um idiota em te perguntar na frente dos Baricelli, a maior parte da culpa é dele. Mas se você não gosta do Henry, você poderia ter falado que não, eu estava lá eu iria te proteger. 

– Talvez tenha sido o melhor a se fazer. – Ela fala e a confusão em seu rosto me deixa com ainda mais raiva do pai, por colocar ela nessa situação.

– Tem certeza? É isso que você quer? Aqui nós não forçamos ninguém a se casar Cami.

– Vou ter isso em mente, por enquanto é melhor deixar as coisas como estão.

– Você quem sabe. – Eu desisto de tentar convencê-la.

Eu tenho quase certeza que ela só aceitou isso pela obrigação, meu pai pegou eu e ela de surpresa, e para piorar não pude fazer nada. Ainda que eu seja a chefe, nós não desrespeitamos os mais velhos, imagina tirar a autoridade do meu pai na frente de outras pessoas. Mas se ela decidir e não quiser se casar, eu vou apoiá-la até o fim, precisamos de aliados, mas as coisas não precisam ser feita dessa maneira.

Depois do banho, eu tomo meu café e vou para casa do meu pai, essa reunião de hoje é importante por muitas razões.  Quando eu chego no escritório, está meu pai, Zac, Dimi, Ian. Com a saída do meu irmão o Théo está responsável pelas empresas, o Dimi está como meu subchefe e o Ian como consigliere.

– Bom dia meninos. – Eu falo e eles estão conversando animadamente, mas param para me cumprimentar.

– Bom dia princesa. – Eles falam todos juntos e eu sorrio, para mim ainda é engraçado ser chamada assim, estou pagando o carma de ter ficado provocando o Harry.

– Onde a Cami está? – Eu pergunto já que ela sempre chega primeiro que eu.

– Ainda não chegou filha. 

– Temos que esperar? – O Dimi pergunta e seu tom me deixa curiosa. 

– O pretendente dela está com ela na minha casa e ela passou lá antes de vir. – Meu irmão fala e o Dimi revira os olhos, acho que estou perdendo alguma coisa entre esses dois.

– Papa eu ainda não entendo porque você concordou com esse compromisso.

– Filha, você pode discordar agora, mas é uma boa oportunidade para ela, os Baricelli são uma boa família, quais são as chances de um Capo bom querer casar com ela, no máximo ela se casaria com um soldado e teria uma vida simples por aqui, eu quero que ela tenha mais e seja bem sucedida e ela não foi contra isso.

– Ela não foi contra porque você pediu, como ela ia dizer que não aos seus benfeitores, nós somos as pessoas que ajudamos ela, como ela ia negar algum pedido nosso, ela foi pressionada a aceitar... – Três batidinhas na porta, acompanhada da voz doce perguntando se pode entrar, me faz calar a boca e suspirar fundo.

– Entre querida. – Meu pai fala e pelo semblante dela eu sei que ela escutou tudo, ou pelo menos tudo que eu disse. Ela sorri incomodada e se senta ao meu lado.

– Então vamos ao que interessa. – O Ian toma a frente. – Quem está vendendo a droga por fora, é o filho mais velho de um dos capocione do méxico. Mas a alguns meses atrás, mais especificamente quando a Sophia assumiu o controle, o filho dele foi assassinado, a venda parou por alguns meses, coincidência? com certeza não! – Ele faz uma pausa breve. – Há mais ou menos duas semanas a droga voltou a ser comercializada no México, na América do Norte e no Brasil. 

– Locais que não tem capocione definidos, já que no México era a Maria que agora está presa, a América do norte ainda não foi passada totalmente para os Baricelli e o Brasil está sem ninguém com a morte do Gambino.  – Eu falo.

– Exatamente, alguns lotes foram enviados para o norte da França e para o sul africano. – Ele vira o computador para mim. – Eu rastreei e a esposa dele, é ela quem continua com as vendas. 

– Ela só deixou a poeira baixar para continuar com as vendas por fora. – Meu irmão concluiu. – O mais provável é que o marido dela ainda esteja vivo, e eles forjaram a morte dele para acabar com as desconfianças.

– Não ele está realmente morto, eu pedi a exumação do corpo. – O Ian fala

– Pelos documentos que você me mandou, eles aumentaram a produção já que a quantidade que é enviada para nós não foi alterada. – Eu afirmo.

– Sim, ela não está trabalhando sozinha isso é óbvio, tem algum capocione por trás dela. – Ele pega o computador e coloca no mapa de uma ilha com três X marcado em vermelho. – Eles estão produzindo na Isla Holbox, uma ilha a duas horas de cancun, então ela faz a viagem para cidade turística e de lá para ilha, por ser uma ilha de pescadores e pacata, ela está conseguindo transportar toda a droga “extra” por avião, sem qualquer tipo de rastreio. – Ele digita alguma coisa no computador e depois faz uma careta. – Ela está na ilha e volta para casa dela hoje de madrugada.

– Cami prepara o avião e dois dos meus primos. – Eu falo e ela anota na agenda

– Eu posso ir. – O Dimi fala.

– Perfeito, eu quero pegar ela de surpresa na casa dela, ainda hoje.

A reunião termina e ainda tem algumas horas até a reunião do conselho, então eu saio do escritório e vou procurar a minha mãe. 

Estou no Instagram como @alehs_books. Instale o aplicativo para seguir lá eu aviso sobre quando o capítulo vai ser postado e também rola um spoiler às vezes.

Capítulo 3

Depois do almoço eu vou para o prédio onde vai ser a reunião conselho a reunião começa em meia hora, eu vejo algumas pessoas na varanda que estão esperando, não consigo reconhecer pela distância, eu estaciono, pego minha bolsa para renovar meu batom, nesse tipo de reunião eu gosto de parecer ainda mais imponente do que nos dias normais e nada melhor do que um batom vermelho para aumentar qualquer autoestima e ego.

A minha porta é aberta, eu olho para a mesma é o Sekani, ele sorri para mim com os olhos fixados em meus lábios que agora estão vermelho sangue. Eu sorrio para ele descendo do carro e o abraço.

– Bem vindo chefe. 

– Obrigada princesa. – Ele me abraça ainda mais forte. – Estava com vontade de te ver novamente.

– O grande chefe Sekani assumindo que está com saudade, estou me sentindo honrada, vou gravar esse dia no meu calendário. – Eu falo e ambos damos gargalhadas, mas ele ainda me mantém em seus braços. – Veio para a reunião do conselho, imagino. – Eu afirmo, me afastando dele um pouco e fechando meu carro.

– Sim, parece que tem algo grande acontecendo. – Ele se aproxima. – Fora a parte que o vovô vai se aposentar. – Ele sussurra e depois se afasta. – Mas eu não te contei nada hein. – Ele fala sorrindo. 

– Você sabe que eu sou boa em guardar segredos. – Eu falo o encarando fixamente.

– Finalmente você chegou, já estava ficando preocupada. – A voz doce da Cami, nos tira do jogo de encarar.

– Oi minha linda, cheguei, novidades?

– Nada ainda foi falado, seu pai e seu irmão são túmulos, eles não soltaram nada para ninguém. – Ela fala e suspira. – Não consegui descobrir nada. 

– Bom então vamos, a reunião está para começar já. – O Sekani fala e coloca a mão no meio da minha costas me direcionando, eu sorrio para ele e andamos em direção ao prédio.

Eu ainda fico surpresa com os detalhes que ele tem comigo, eu já percebi que ele tem interesse em algo a mais, desde que nos conhecemos ele não negou nem para mim e nem para ninguém que está tentando me conquistar, mas ele me trata muito bem, tão bem que eu estou gostando disso.

 

Assim que eu chego nas escadas da varanda eu vejo nossos amigos brasileiros e sorrindo vou na direção deles, saudades desse povo, já que os vejo muito pouco.

– Quem é vivo sempre aparece! – Eu falo quando me aproximo deles.

– Oi flor.  – A Tetty fala e me abraça.

– Oi princesinha. – O Liam fala e nos abraçamos. 

– Que bom ver vocês por aqui, pelo visto vamos ter bastante novidades na reunião de hoje. – Eu falo sorrindo.

– Vamos sim irmã. – O Zac aparece atrás de mim. 

– Vocês vão ficar por algum tempo? As crianças também vieram? – Eu questiono.

– Sim e sim, seu irmão pediu para ficarmos alguns dias, nós estamos hospedados na casa dele e as crianças também estão aqui, no momento estão com a Gigi e suas tias. – Tetty responde e eu sorrio. 

–Irei até lá para ver eles mais tarde.. 

– Estão prontos? Está na hora. – Meu pai fala na porta do prédio. 

– Sim chefe. – Eu falo sorrindo para o meu pai.

Todos entramos juntos, meu pai toma seu lugar no topo da mesa e os demais vão se sentando. Depois que a vovó se aposentou, ele se tornou o novo chefe do conselho enquanto meu irmão assumiu o lugar dele como integrante do conselho, por isso ele não trabalha mais comigo. Não é bom ter tantas pessoas da mesma família no conselho, mas nenhum dos integrantes mais antigos se indispôs com os cargos recém distribuídos, aparentemente eles ficaram ainda mais tranquilo com isso, o meu pai mudou muita coisa quando era capo e depois que se tornou membro também, meu pai construiu novas regras, modificou algumas antigas, e manteve a nossa máfia ainda mais forte e ela cresceu muito sob o comando dele.

Do lado direito do meu pai está a Família dos Kaneirugaba, o vovô do Sekani, ao lado o pai dele e ele sentado atrás dos dois, do lado esquerdo está a família dos Shinobu apenas ele e a esposa, do lado dele está o chefe da família Baricelli, seguido pela Silk, de frente para ela está a Estefany e o Liam, eu estou sentada na outra ponta com do Dimi e o Ian ao meu lado e a Cami atrás de mim com sua agenda anotando tudo.

Meu pai inicia a reunião com os avisos, onde ele fala que o Kaneiruga vai se aposentar e seu filho mais velho vai ficar em seu lugar, então agora o Sekani é oficialmente o líder da Máfia Africana, já que o pai dele agora é parte do conselho, ele olha para mim, sorri e dá uma piscadela, eu sorrio de volta mas logo eu fico séria novamente, encarando meu pai que me olha com os olhos semicerrados, acho que ele percebeu algo, provavelmente vai ficar pensando que tem algo entre eu e o Sekani. Como ninguém se opõe com a entrada do pai do Sekani no conselho, meu pai começa a falar sobre o próximo assunto.

– O próximo assunto. – Meu pai fala e encara a Silk. – É sobre a Máfia Russa e o Bratva. – A Silk se ajeita na cadeira sob o olhar do meu pai, nós já falamos sobre isso uma vez, ela não tem intenção nenhuma de assumir esse lugar, mas parece que ela não vai ter muita opção. – O Orlov perdeu  todo o direito de fazer parte de qualquer coisa relacionada a nós, mas como os mais velhos sabem, ele apenas estava como líder por ter se casado com a filha dos Stravinsky, ela não pode estar presente por motivos pessoais, mas ela deixou claro que não pretende ser líder e passou todos os direitos aos seus filhos. Silk, Ryan e Rick. – Ele faz uma pausa enquanto o secretário entregou alguns papéis para nós. – Como vocês podem ver, ela passou o lugar dela para a filha mais velha que está aqui presente, Silk. 

– Alejandro, eu… – Durante a reunião nós usamos termos formais, nada de pai, mãe ou tio aqui. – Eu não fui avisada sobre a decisão da minha mãe, mas assim como ela. – Ela faz uma pausa breve. – Eu não tenho nenhuma intenção de assumir o nome da família.

– Você pretende passar essa responsabilidade para o seu irmão mais novo? – Meu pai pergunta e ela o encara, ele sabe que ela não deixaria o irmão assumir a máfia russa.

Todos nós sabem que a máfia russa é a pior para lidar, um menino da idade do Ryan seria engolido naquele covil de cobras, os lideres russos, se matam por poder e eles iriam se juntar para destruir o Ryan e ele ainda teria que lidar com o Bratva, que é uma organização independente e totalmente escrota eles não respeitam ninguém, o fato de lidarmos com ele é porque não tem como destrui-los, os cara tem a porra de robos protegendo suas bundas sujas, além de ter acesso a armas poderosas e bombas nucleares, não é bom se juntar a eles mas ter eles como inimigos pode ser ainda pior. 

– Não é uma boa ideia colocar alguém tão novo, no poder de uma das máfias mais influentes para nós. – A família Kaneirugaba é a primeira a se pronunciar.

– Eu acho que não é lugar nem para uma mulher. – O chefe da família Shinobu abre a boca e defeca por ela como sempre. 

Eu entendo que no país dele a cultura é diferente, mas ele não tem que vir defecar aqui, eu respiro fundo, vamos respeitar o mais velho e idiota.

– Não estamos nos tempos medievais, uma mulher pode comandar e até melhor que muitos velhos por aí. – É por isso que eu amo meu irmão. – Mas realmente não dá para colocar o pequeno Ryan como chefe. Ele não foi treinado e nem criado entre nós. Você realmente seria a melhor opção Silk, ou teríamos que considerar outras casas ou até mesmo o líder do Bratva. – Meu irmão conclui.

Colocar uma outra família já seria péssimo, perderíamos totalmente o controle sobre a máfia russa e colocar o Bratva seria duplamente ruim, primeiro porque não temos controle sobre eles e segundo eles simplesmente vão ter muito poder em mãos.

– Eu concordo com Isaac, a nossa melhor opção seria a Silk assumir. – Eu falo e ela me encara com pesar nos olhos, já deixa subentendido que eu a magoei, ela provavelmente contava comigo para ficar ao seu lado.

– Então Silk, a decisão é sua, não vamos te obrigar a assumir tal responsabilidade. – Meu pai fala mas é redundante, “não vamos te obrigar, mas você não tem outra opção a não ser aceitar.” 

– Acho que não tenho muitas escolhas. – Ela fala e suspira fundo. – Mesmo que fosse a única opção, eu também não colocaria nenhum dos meus irmãos nesse posto, mas se eu vou ter que assumir a máfia russa, eu quero escolher meu pessoal, além de escolher quais casas eu quero abaixo de mim lá. 

– São pedidos cabíveis, alguém discorda? – Meu pai pergunta, como ninguém diz nada é sinal que todos estão de acordo. – Vamos para o próximo assunto. Se pronuncie Isaac, o secretário entrega outro papel. 

– Com a morte do Gambino nós precisamos de alguém para comandar as Américas. – Meu irmão começa a falar mas a porta do escritório se abre e o Henry entra, ele está ofegante e seu rosto todo vermelho. O pai dele o encara com raiva e ele se senta atrás do mesmo, quieto. 

Se ele não estivesse em um compromisso com a Cami, eu diria que ele acabou de foder alguém, mas me abstenho do comentário, não é local para isso, o Henry é um bom garoto, mas uma galinha, sempre será uma galinha.

– A Família Baricelli vem comandando bem o Canadá e indico eles para comandar a América do Norte e a América Central e do Sul eu indico a Família Guzmán, aqui representados pelo Liam e a Estefany. – Meu irmão conclui, enquanto meu pai e os demais ficam quietos por tempo demais.

– É uma boa decisão, já que vamos ter a Família Baricelli no conselho, quanto aos Guzmán, eu conheci o antigo chefe da família e como mostra aqui, a neta deles e seu esposo foram treinados por nós e são nossos aliados. Eu estou de acordo. – O chefe da família Shinobu é o primeiro a se pronunciar, pela primeira vez no dia falando algo inteligente.

– Eu não posso votar em mim, mas quanto a família Guzmán eu também estou de acordo. – Os Baricelli, não discordariam de maneira nenhuma, já que o pedido deles foi comandar a América do norte e meu irmão só aceitou com essa condição, eu acho caro por um sim, mas o apoio deles pode vir muito a calhar.

– Eu também estou de acordo. – A família Kaneirugaba.

– Tem algo a dizer Sophia? – Meu pai fala.

– Eu trabalhei nisso com o Isaac, então minha opinião sempre foi a favor de ambos. – Eu respondo.

– Bom, com isso temos todos os assuntos resolvidos ou alguém tem algo mais a propor? – Meu pai fala, como ninguém fala nada ele continua. – Sem mais pronunciamentos, dou por encerrada essa reunião. – Ele finaliza.

Assim que somos liberados a Silk sai praticamente correndo da reunião, eu penso em ir atrás dela, mas eu vou esperar um pouco, não acredito que seja o melhor momento.

Estou no Instagram como @alehs_books. Instale o aplicativo para seguir lá eu aviso sobre quando o capítulo vai ser postado e também rola um spoiler às vezes.

Para mais, baixe o APP de MangaToon!

novel PDF download
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!