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Nas Garras do Mafioso

Capítulo 1

Luka olhou para ele, desdenhoso. Ainda se lembrava da voz daquele homem que, até aquele momento, não sabia o nome. O rosto de Leandro era complicado quando o viu. Luka sabia porque seu olhar era tão reprovador, afinal, graças a ele, um negócio não havia se concretizado, e embora tivesse sido há meses, ele ainda guardava rancor. No entanto, não se arrependeu da decisão que tomou naquela noite. Ele não iria se vender ou dormir com alguém pelo bem económico de outra pessoa.

Com os documentos em mãos, aproximou-se e colocou-os sobre a mesa. Agora ele não era nada mais do que um simples secretário. Os beijos ocasionais e flertes, assim como os toques intencionais, haviam terminado. Lembrando-se das palavras de Leandro, certamente o interesse dele por ele havia passado. Claro, ele não estava decepcionado ou surpreso, ele conhecia a vida que ele levava, e, se em algum momento ele ficasse surpreso, seria porque Leandro deixou seus amantes e se concentrou em uma única pessoa. Mas isso seria como pedir peras ao olmo.

Depois de ver os papéis, Leandro assinou-os e os entregou de volta. Eles não conversavam muito naqueles dias e ele estava grato por isso. Ele estava focado em seus estudos para poder entrar na universidade. Ele nem tinha tempo para pensar naqueles sentimentos estúpidos que ele tinha.

Leandro tinha voltado a ser como antes. Ele saía quase todas as noites com uma pessoa diferente, claro, era ele quem tinha que marcar esses encontros.

—Luka. —Leandro chamou da soleira da porta. Luka, que tinha uma mesa ao lado daquele escritório, ergueu os olhos e olhou para ele. —Ligue para o Dylan, nos encontraremos no mesmo lugar esta noite.

Luka assentiu, sem nenhum traço de tristeza em seu rosto. Dylan Maxwell era um garoto americano que Leandro conheceu enquanto estava em uma viagem de negócios. Ele era loiro com olhos verdes escuros, com pequenas sardas adornando seu rosto e cílios encaracolados. Sem dúvida, alguém bonito de se admirar.

Leandro não falava muito sobre seus amantes, para ele, eles eram simplesmente passageiros, no entanto, quando ele se reencontrou com Dylan Maxwell, ele parecia ter mudado. Talvez, mesmo entre os amantes, houvesse níveis. Luka não entendia muito sobre isso, mas ele também não queria. Ele percebeu que, na verdade, ele era uma pessoa cem por cento monogâmica, e nunca poderia ir de um lado para o outro com qualquer um. Mas essa regra não se aplicava ao seu chefe.

Ele ouviu, da boca do próprio Leandro, que ele já conhecia Dylan há anos. Depois de deixar o país americano, ele não teve mais contato com ele até que o encontrou em um bar, algumas semanas atrás. Eles tinham se encontrado, e ele pensou que iria terminar aí. Para sua surpresa, hoje ele pediu uma nova reunião.

Leandro ficou lá, esperando por notícias de Dylan. Luka, com o olhar de seu chefe sobre ele, discou o número e esperou um pouco antes de atender. Ao dizer seu nome e cargo, bem como o motivo da ligação, do outro lado, um grito de emoção o ensurdeceu, até mesmo fazendo com que ele afastasse o celular do ouvido por alguns segundos. Então a ligação terminou.

—E então? —Leandro inclinou a cabeça, enquanto esperava por uma resposta.

—Ele vai. —Ele disse. —Ele parece muito animado. —Luka respondeu.

O mafioso ficou um minuto olhando para o garoto. Luka só conseguia fingir um sorriso, desejando que ele fosse embora. Quem sabe o que ele estava esperando, mas depois de mais meio minuto, Leandro se virou e bufou de frustração antes de entrar em seu escritório. Só então Luka pôde murmurar maldições contra ele.

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Luka olhou para o enorme edifício que se erguia diante de seus olhos. Era o hotel cinco estrelas mais famoso da cidade. Ele havia reservado a suíte com piscina de hidromassagem e jacuzzi. Ele encomendou o melhor champanhe, mandou colocar pétalas de girassol por toda parte (eram as favoritas de Dylan).

—Impressionado? —A voz de Leandro o fez tremer. Ele se moveu alguns passos para longe dele. Ele o estava evitando há dias, e parecia que Leandro não tinha mais as mesmas intenções com ele, embora de vez em quando, o homem se aproximasse mais do que o normal.

—Um pouco. —Ele respondeu.

Leandro examinou-o com aqueles olhos penetrantes que Luka tanto gostava. Seu olhar percorreu o menino da cabeça aos pés, mas ele não conseguia ver nada de estranho nele. Depois de observá-lo por meio minuto, seus olhos pousaram em seus lábios rosados. Da largura perfeita e uma figura invejável. O desejo de beijá-los e mordê-los até sangrarem, reacendeu como uma pequena chama que crescia quanto mais ele observava. Ele teve que desviar o olhar, ou no segundo seguinte ele já estaria beijando-o.

Sem dizer uma palavra, ele começou a caminhar em direção ao imponente hotel. Luka o seguiu a uma distância segura, a última coisa que ele queria causar era um mal-entendido entre Dylan Maxwell e Leandro.

Ele ainda conseguia se lembrar da dor em sua bochecha na primeira vez que eles se conheceram.

Naquela época (que foi logo após o reencontro entre seu chefe e o americano), Luka estava organizando alguns papéis na casa de Leandro. Ele, como secretário pessoal, tinha a obrigação de ir quando solicitado. Naquele dia, como em muitos outros, Leandro pediu-lhe que fosse rever algumas coisas de seus negócios. Luka chegou cedo e começou a verificar as contas do cassino, aparentemente o gerente estava desviando fundos.

Ele passou meio dia com os olhos fixos no computador e em folhas com filas intermináveis de números. Sua cabeça estava doendo e seus olhos estavam cansados. Mesmo os óculos eram inúteis para ele. Ele sentiu que a qualquer momento ele jogaria tudo fora e sairia correndo dali.

—E então? —Leandro sentou-se ao lado dele e pegou uma das folhas. Luka recostou-se sobre os joelhos e soltou um longo e pesado suspiro.

—Isso é uma bagunça. —Ele disse, levantou-se e pegou o computador e começou a deslizar o dedo para mostrar-lhe as contas. —Há quanto tempo você não supervisiona isso?

—Eu não sei. Eu tenho tantos negócios e dinheiro envolvido que não posso fazer tudo sozinho. —Luka não sabia se ele estava reclamando ou se gabando. Ele revirou os olhos e continuou a mostrar-lhe as contas. Embora ele não tivesse um diploma universitário, ele sempre foi bom na escola, e muito mais em matemática.

Desde que ele começou a trabalhar com David, ele começou a aprender sobre administração e contabilidade, o que tornou seu trabalho mais fácil. Ele continuou trabalhando sob o olhar atento de Leandro. Embora ele não se importasse muito depois, ele ainda se sentia desconfortável. Ele decidiu se concentrar nos números e ignorar o olhar não tão sutil de seu chefe.

—Você está com fome? Você está trabalhando há mais de meio dia. —Leandro se levantou e pegou seu celular. —Vou pedir alguma coisa, o que você quer?

—Qualquer coisa está bem. —Ele respondeu sem tirar os olhos do computador.

Leandro sorriu. A luz azul do computador refletia nos olhos de Luka e os óculos lhe davam uma aparência bonita. Era uma pena que ele não pudesse mais se aproximar dele.

Meia hora se passou e a campainha do apartamento tocou duas vezes. Luka olhou de relance para seu chefe, Leandro estava longe em uma ligação. A campainha tocou novamente e ele teve que se levantar. Ele caminhou relutantemente até a porta, mas não encontrou o entregador.

—Quem é você? —A voz arrogante do garoto e seu olhar desdenhoso o fizeram franzir a testa.

—É o que eu ia perguntar, você não é um entregador. —Luka cruzou os braços e dobrou um joelho.

—O que você está fazendo aqui? Este é o apartamento do meu namorado, Leandro Bernocchi. —Luka sentiu um gosto amargo em sua boca. Ele conheceu inúmeras amantes de Leandro. Ele tinha uma lista de todas e cada uma das pessoas que passavam pela cama de seu chefe, uma para cada dia do ano, mas nenhuma jamais ousou ir lá.

—Namorado? —Luka quase riu. —Todos os amantes de Leandro são apenas isso, amantes de cama, uma ou duas noites, você não vai passar disso. Você é como todo mundo.

Ele nem o viu ir, mas, quando ele percebeu, a palma da mão do garoto estava estampada em seu rosto. O tapa foi tão forte que tirou um fio de sangue. Luka cerrou os punhos e, quando estava prestes a revidar, sua mão foi agarrada por trás.

—Me solta! —Ele gritou, furioso. Seus olhos estavam vermelhos de raiva, mas isso não importava para Leandro.

—Vá embora, Luka. —Sua voz fria gelou o sangue dele.

—Mas ele...

—Eu disse para você ir. —Leandro o interrompeu instantaneamente. Ainda com a mão no pulso de Luka, ele o arrastou para pegar suas coisas e então o levou para fora, sem esperar que Luka dissesse qualquer coisa, ele fechou a porta na cara dele.

Só de pensar nisso, os pelos do seu corpo se arrepiaram. Dylan parecia ser muito importante para Leandro, era melhor manter distância daquele idiota, ou ele acabaria quebrando a cara dele.

Capítulo 2

— Você está bem? — Leandro parou e se virou para ele. Luka, que estava distraído, esbarrou em seu peito. As mãos de Leandro estavam em sua cintura, um pouco apertadas. Luka deu três passos para trás.

— Sim, estou bem. — Disse ele. Ele pigarreou e apontou para o elevador. — Melhor subir, ele está esperando por você. — Leandro levantou uma sobrancelha e assentiu. — Estarei aqui, para qualquer coisa.

Luka esperou as portas do elevador se fecharem antes de voltar para o saguão.

Uma hora se passou e ele estava entediado. Ele olhou para o celular, mas não havia muitas novidades. Ele olhou suas redes sociais e encontrou uma fotografia de Andrea, com um cara que ele nunca tinha visto. Ele parecia feliz, com um sorriso que iluminava qualquer canto do bar onde eles estavam. No entanto, a outra pessoa não parecia tão sorridente e feliz quanto seu amigo, mas tinha um olhar muito perigoso de que ele não gostou nem um pouco, então decidiu ligar para ele.

— Ei, como você está? — Ele disse, assim que a ligação se conectou com Andrea. Andrea disse algumas palavras, porém, pelo barulho que havia, ele não ouviu nada. — Vá para um lugar privado. — Demorou alguns segundos até que ele finalmente pudesse ouvir sua voz claramente.

[Você me ouve agora? — O grito de Andrea quase o deixou surdo.]

— Sim, sim, fale baixo.

[Ótimo, agora sim, você estava me dizendo algo?]

— Como você está?, vi sua foto na internet, quem é ele? — Luka se recostou no encosto do sofá para ficar mais confortável.

[Ninguém importante. Nós nos conhecemos no bar há uma semana, nos demos bem e nada, não o vejo desde então, por quê? — A voz de Andrea soava feliz, parecia que ele estava pensando sobre as coisas mais profundamente.]

— Eu queria um tópico de conversa, mas você já o matou. — Ele disse com um sorriso nos lábios. Ele não pensava em dizer a ele que estava preocupado com ele, ou Andrea iria zombar dele pelo resto do ano.

[Algo está acontecendo?, você está bem? — Ele perguntou, preocupado.]

— Sim, sim, estou bem, ligo para você depois. — Luka desligou a ligação e guardou o celular no bolso da calça e se aproximou do garoto que estava caído no chão. — Você está bem?

— Meus óculos. — Disse ele, ajoelhando-se no chão e começando a tatear com as mãos.

— Ah, sim, sim. — Luka começou a olhar ao redor. Ele procurou os óculos com o olhar até vê-los debaixo de uma poltrona. — Aqui estão.

— Muito obrigado. — O garoto colocou os óculos, depois pegou a mochila e se levantou.

— Nem me fale, você caiu por minha culpa. — Ele disse um pouco envergonhado.

— Não, não, é que eu não estava prestando atenção para onde estava indo. — O garoto parecia um pouco envergonhado. Quando ele o olhou mais de perto, Luka percebeu que, embora ele tivesse um corpo grande, ele tinha um olhar inocente. Ele tinha cabelo penteado para baixo e olhos brilhantes cor de mel, ele o lembrava de seu novo amigo.

— Bem, você está bem?, algo está doendo? — Luka olhou para ele da cabeça aos pés para verificar sua saúde física.

— Sim, sim, estou bem, você está bem?, eu não pisei em você?, eu sou um pouco pesado. — O garoto deu um passo em direção a Luka, mas suas pernas eram longas e ele ficou muito perto.

— Sim, bem. — Ele disse, gaguejando um pouco. — Você precisa de alguma coisa?

— Oh, não, não, nada... apenas que...

— Algo está acontecendo? — A voz de Leandro fez com que os dois voltassem o olhar para trás.

— Não está acontecendo nada. — Luka respondeu. Leandro franziu a testa ao ver o quão perto eles estavam, no entanto, Luka o interrompeu antes que ele pudesse dizer qualquer coisa. — Você terminou?, onde está o jovem Dylan?

— Ele já vem. — Leandro fixou o olhar frio no jovem. — E você?, você não vai?

— Sim, sim, com licença. — Ele lançou um último olhar para Luka e então foi embora.

— Quem era aquele? — Leandro olhou seriamente para Luka. — Eu não gosto que você fale com estranhos.

— O que eu não falei com estranhos?, vá se ferrar, sim?, aí vem seu namorado, estou esperando por vocês no carro.

— Luka, Luka — Leandro falava cada vez mais alto, mas Luka nem olhou para trás. — Vá se ferrar, Luka!, venha aqui!

— Ei, ei!, o que está acontecendo? — Dylan, que havia chegado ao seu lado, olhou para ele com a testa franzida. — Vocês estão brigando?, ele fez algo errado em seu trabalho?

— Não, não, nada disso. — Leandro voltou o olhar para ele e o agarrou pela cintura, colando-o ao seu corpo. — Querido, que tal se você voltar para casa e preparar a banheira? — Ele tirou as chaves do bolso e as colocou na mão de Dylan. — Aqui, vá e descanse por hoje.

— De acordo. — Dylan guardou a chave no bolso e beijou a bochecha de Leandro. — Converse com ele, ele é um funcionário, ele deve se comportar como tal.

Depois de falar, ele se virou e saiu. Leandro franziu a testa e saiu pela saída oposta.

Luka estava parado do lado de fora do carro, abriu a porta traseira assim que viu seu chefe indo em sua direção.

— E o jovem Dylan? — Ele perguntou, olhando atrás de Leandro.

— Ele foi para minha casa. — Ele disse. — Luka, você está dentro do horário de trabalho, você não pode estar flertando com garotos.

— De acordo. — Luka tinha um sorriso forçado no rosto. Era inútil tentar explicar qualquer coisa a ele. Leandro era uma daquelas pessoas que, uma vez que tinham algo em mente, era impossível tirá-lo de lá, mesmo que estivesse errado.

— De acordo? — Leandro deu um passo em sua direção e o encurralou contra o Mercedes preto. — Isso é tudo que você tem a dizer?, você nem vai negar?

— Não, eu não vou negar. Senhor Leandro, minha vida pessoal, com quem eu saio ou tento sair, é problema meu, não seu, ok? — Luka deu-lhe alguns tapinhas no ombro. — E minhas desculpas por flertar com aquele garoto, não vai acontecer de novo.

— Você não vai negar? — As sobrancelhas de Leandro se uniram mais no centro de sua testa. Seus olhos astutos analisaram o rosto de Luka, porém, não havia nenhum traço de mentira.

— Por que eu negaria algo que é real? — Luka questionou, levantando uma sobrancelha e sorrindo sarcasticamente. As veias nas têmporas de Leandro saltaram. Sua mandíbula se contraiu, mas ele não disse nada sobre isso.

— Então esse é o seu tipo de homem, um garoto que provavelmente nem tem dinheiro, que gosto de merda. — Seu tom de zombaria fez o sorriso sarcástico no rosto de Luka se alargar ainda mais.

— Eu te disse, há muito tempo, que eu não gosto de pessoas mais velhas. Ele tem um bom corpo e um rosto atraente, além disso, ele é um jovem universitário com um futuro pela frente, quem se importa se ele não tem dinheiro agora?, isso não quer dizer que ele não terá uma fortuna no futuro.

Luka parecia muito confiante em suas palavras e seus olhos não mentiam, ele realmente gostava daquele garoto.

— Você realmente sairia com um universitário? — Leandro abaixou a cabeça, ficando a apenas alguns centímetros do rosto perfeito de Luka. Luka, que sabia perfeitamente como seu chefe jogava, colocou as duas mãos no rosto de Leandro. — Você tem um homem com dinheiro bem na sua frente, por que você o escolheria?

— Senhor Leandro, você é muito velho para mim, eu prefiro homens mais jovens. — Luka acariciou a barba espessa de Leandro. — Não me leve a mal, mas eu não gosto de pelos no rosto. — Luka abaixou as mãos e cruzou os braços. — Eu vi o garoto recentemente, nem um fio de cabelo no rosto, é assim que eu gosto. — Luka deu um tapinha no peito dele. — Então, pare de interferir na minha vida pessoal, eu não interfiro na sua.

Luka saiu do canto onde estava e entrou no carro. Leonardo engoliu suas palavras e entrou na parte de trás do carro.

— Para seu apartamento? — Leandro olhou para ele pelo retrovisor.

— Não, vamos para minha casa, Dylan está me esperando.

Luka assentiu e começou a dirigir. Leandro queria ver algum sinal de qualquer coisa que lhe dissesse que Luka ainda estava interessado nele, mas ele só conseguia ver um rosto frio e inexpressivo.

Capítulo 3

— Dylan fará aniversário em breve. — Disse Leandro de repente, quebrando o silêncio que se formara. Luka não disse nada. — Sabe de alguma coisa que eu possa dar a ele?

— Não, senhor. — Ele respondeu. — O Sr. Dylan é seu parceiro, se o senhor não sabe, muito menos eu.

Leandro olhou para ele, frustrado. O rosto de Luka não mostrou nenhuma flutuação. Ele estalou a língua, irritado. — Você tem razão.

Leandro olhou para o lado. Ele olhou através do vidro para a cidade movimentada. Ele olhou, de soslaio, para o reflexo de Luka no espelho retrovisor. Aqueles olhos azuis estavam lindamente iluminados pelas luzes dos carros e prédios. Era um brilho lindo que eles tinham. Ele se lembrou daquela noite. Luka parecia estar disposto a ficar com ele. Seus beijos eram intensos e suas mãos acariciavam suas costas, mas ele foi um idiota e quis fazer um ménage com um de seus sócios.

Na verdade, não era isso que ele queria. O homem tinha reparado em Luka, mas ele sabia que Luka nunca tinha estado com ninguém, então um ménage foi sua solução. Claro, ele estava um pouco relutante em compartilhá-lo com alguém. Luka era uma pessoa que ele queria guardar para si. Mesmo que ele continuasse vendo outras pessoas, ele queria que, para Luka, ele fosse o único que existisse.

Mas o negócio era muito lucrativo para desperdiçar. Seria inútil perder milhões em lucros para proteger a castidade de uma pessoa. Ele não estava disposto a perder tanto dinheiro, mas em sua estupidez, ele havia perdido qualquer chance de fazer sexo com Luka.

Seu negócio e Luka, ambos foram para o inferno.

— Que merda está acontecendo com você? — Leandro agarrou sua bochecha, que estava queimando e latejando. Luka havia se aproximado em segundos e o havia esbofeteado diretamente no rosto.

— Que seja a última vez que você tenta me prostituir, ou eu te mato. — Luka disse, com ódio refletido em seus olhos. Leandro mal conseguia abrir os lábios, mas não disse nada, pois quando percebeu o que havia acontecido, Luka já havia ido embora.

Ele se lembrava daquele tapa como se fosse no dia anterior. A partir daquele momento, Luka havia traçado uma linha entre eles. Ele estava ciente de sua má decisão, então decidiu não insistir mais, afinal, Luka não era diferente dos outros amantes que ele tinha. Ele ainda poderia encontrar outra pessoa para substituí-lo. Portanto, quando ele encontrou Dylan novamente, e se lembrou dos bons momentos nos Estados Unidos, ele decidiu torná-lo seu amante no momento.

Dylan, em seu tempo, o fez ter o mesmo desejo de posse que sentira por Luka. Naquela época, ele ficou com ele por vários meses até que seu pai, um poderoso mafioso daquele país, interveio em seu relacionamento. Depois disso, ele teve que voltar para casa em silêncio e não contatou mais a pessoa. Mas Dylan estava de volta e, segundo ele, seu pai havia morrido de câncer há um ano. Nada mais poderia separá-los.

Dylan era valioso, e não apenas pelo bom sexo que ele lhe dava, mas também porque com ele, seus negócios nas Américas poderiam decolar. Agora que os Mancini e os Di Marco estavam unidos, eles estavam perdendo terreno e, portanto, perdendo dinheiro. Alessandro não queria brigar com essas duas famílias (por respeito ao afeto que tinha por Elio), e embora estivesse descontente, respeitou a decisão de seu irmão. Foi por isso que ele começou a se expandir muito mais no exterior, e Dylan era um trampolim perfeito.

— Senhor, chegamos. — Luka o tirou de seus pensamentos. Leandro viu a casa à sua frente. A estrutura era moderna, em tons de cinza e branco. Uma casa que denotava elegância por toda parte. Ele olhou para o quarto principal; as luzes fracas estavam acesas, Dylan devia estar lá.

— Vejo você amanhã. — Leandro disse, em um tom baixo, o que fez Luka se sentir estranho. Ele nunca se despedia, muito menos com aquele tom de voz. Era como se ele estivesse sentindo alguma tristeza.

Luka o viu entrar e voltou para sua própria casa.

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Leandro entrou, o som da porta se fechando atrás dele ecoando pelo corredor solitário. Os detalhes da casa eram escuros e elegantes; com pé-direito duplo e paredes revestidas em granito.

— Leandro. — A doce voz de Dylan, com aquele estranho sotaque americano, foi ouvida da escada.

— Estou lá embaixo. — Ele respondeu, sem muito entusiasmo. Os passos de Dylan podiam ser ouvidos se aproximando. Leandro foi até a escada e esperou o garoto descer. Dylan, a dois degraus de distância, se jogou nele.

— Achei que você demoraria mais, — ele disse, em um tom um tanto meloso. Ele beijou a bochecha de Leandro e então baixou os pés. — Você despediu aquele bastardo desrespeitoso? — As sobrancelhas de Leandro se uniram ao ouvir essas palavras.

— Dylan, Luka é meu funcionário, eu o proíbo de chamá-lo de bastardo, certo? — Ele nem lhe deu tempo de responder, pois quando Dylan ia dizer algo, Leandro já estava indo para o bar que eles tinham no porão.

Dylan bufou e foi atrás dele. Ele não era estúpido, ele viu o jeito que Leandro olhava para aquele secretário, e vice-versa. Leandro não tinha lhe dito nada, mas ele sabia que havia ou tinha havido algo entre eles. Ele não estava disposto a perder para alguém tão insignificante como Luka.

— Você está com raiva? — Dylan o abraçou por trás e apoiou o queixo em seu ombro forte. Ele sentiu as mãos de Leandro nas suas, acariciando-as gentilmente. — Desculpe, eu não quis ofendê-lo, eu não sabia que aquele empregado era tão importante para você.

— Ele não é importante. — Leandro se virou para olhá-lo, pegou-o pela cintura e o ergueu no balcão do bar. Ele beijou seu pescoço e mordeu sua clavícula. Luka não era uma pessoa importante. Ele era um garoto que ele poderia substituir a qualquer momento.

— Sério? Seu rosto mudou quando eu o chamei de bastardo. — No entanto, Dylan não acreditou em suas palavras, e ele também não estava disposto a deixar o assunto de lado. Ele conhecia Leandro e se continuasse pressionando, ele despediria Luka, apenas para mostrar o quão insignificante ele era para ele, mesmo que não fosse.

— Luka é um funcionário valioso, mas apenas isso, já não mostrei isso? — Ele questionou, passando as mãos sob a camisa de seda azul que Dylan estava vestindo. — Se ele fosse uma pessoa importante, eu o teria defendido no dia em que você o esbofeteou.

Dylan ficou em silêncio por um momento. Ele olhou nos olhos do outro, procurando por qualquer indício de que ele estava mentindo, infelizmente, Leandro sempre foi bom em mentir.

— É verdade. — Dylan lhe deu um beijo rápido e desceu do balcão. — Vamos dormir.

Os dois subiram para o quarto principal para descansar. Leandro tomou um banho antes de ir para a cama. Dylan, que não estava dormindo, o abraçou assim que se deitou. Leandro o puxou para perto e passou a mão por suas costas.

— Descanse. — Dylan sussurrou antes de cair em um sono profundo. Leandro não respondeu, ele apenas beijou sua testa.

Meia hora se passou, mas ele não conseguia dormir nem um pouco. Sua mente, como se fosse uma piada de mau gosto, insistia em lembrá-lo da imagem de Luka, conversando com aquele estudante universitário. Suas palavras também ecoaram em sua mente ocupada. Consciente ou inconscientemente, ele tocou a barba espessa e bem aparada em seu rosto.

Ele não tinha mais de trinta e oito anos, embora seu rosto parecesse. E embora Luka também não fosse particularmente jovem, ele parecia muito mais jovem. Ele tinha um rosto jovem e claro, qualquer um se sentiria atraído por ele. Luka gostava de pessoas mais jovens, não havia nada que o impedisse de ser solteiro, e ele não podia impedi-lo de ter um relacionamento, mas se ele pudesse pelo menos ter uma noite de sexo com ele, depois disso ele poderia ir com quem quisesse.

Na manhã seguinte, antes mesmo de Dylan se levantar, Leandro havia terminado de fazer a barba. A barba preta o fazia parecer quatro ou cinco anos mais velho do que realmente era, uma vez que ele se livrou dela, ele podia ver seu rosto um pouco mais jovem. Até ele ficou surpreso.

— Bom dia senhor, eu trouxe o café da manhã. Eu não sei do que o jovem Dylan gosta, então...

As palavras de Luka ficaram presas em sua garganta. Desde que Leandro abriu a porta, ele manteve a cabeça baixa, verificando se o café não havia derramado, uma vez que seus lindos olhos encontraram o rosto sem barba de Leandro, eles se arregalaram de surpresa. A mudança em Leandro foi extrema. Sem barba, além dos anos mais jovem que parecia, ele podia até ver traços de gentileza nele.

Ele era, definitivamente, uma pessoa diferente.

Ele abriu e fechou a boca algumas vezes. As palavras não saíam, embora ele quisesse dizer algo. No final, ele fechou os lábios e entrou. Leandro viu seu rosto surpreso e sorriu. A expressão de Luka foi tão genuína e divertida, que ele gostaria de ter tirado uma foto.

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