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OPERAÇÃO NO MORRO

Observações autorais

Copyright © 2023 Natasha Taylor

Revisão e diagramação: Talita Lorrayne

Capa: G. Amorim (@jinx_covers)

Esta

é uma obra de ficção. Nomes, personagens,

lugares e acontecimentos descritos são produtos da imaginação

da autora. Qualquer semelhança com nomes,

datas e acontecimentos reais é mera coincidência.

Esta obra segue as regras da Nova Ortografia da Língua Portuguesa.

Todos os direitos reservados.

É

proibido o armazenamento e/ou a reprodução de qualquer

parte desta obra, através de quaisquer meios (tangível

ou intangível) sem o consentimento escrito da autora.

A violação dos direitos autorais é crime estabelecido

na lei nº. 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.2018.

Agradeço a Deus por todos os caminhos abertos e por cada um dos leitores e amigos que ele tem colocado em minha vida

Prólogo

Nos aproximamos e começamos a conversar com o indivíduo

do carro, no meio da entrevista para nossa surpresa ele engata a marcha e sai

em disparada.

Imediatamente dou um tiro no pneu,

contudo ele consegue fugir, corremos até a viatura que está parada a ponto de sair,

estamos eu e Rafael, meu melhor amigo e companheiro de trabalho.

Quando eu escolhi a polícia para minha

vida ele veio me acompanhar, esse não era exatamente o sonho dele, porém são

muitos anos de amizade e muita história pelo caminho, ele acabou sendo

influenciado por meus planos.

— Vamos pegar ele! — Rafael fala correndo

animado na direção da viatura.

Entramos no veículo e percorremos em

alta velocidade atrás do indivíduo que corta os transeuntes da via sem observar

nenhum parâmetro de segurança.

— Cuidado com os outros carros! —

alerto.

A perseguição se estende e com a alta

velocidade o pneu estourado vai se desfazendo pelo caminho, deixando vários

fragmentos pelo ar.

— Atenção Rafael, ele pode fugir por uma

estrada alternativa— Observo, enquanto peço reforço à polícia rodoviária.

— Esse já é nosso, dúvida? — Rafael

praticamente grita de tanta euforia, ele adora essas perseguições.

O fugitivo mesmo sem um pneu, continua e

se esforça para manter o carro em linha reta, tenta ultrapassar alguns

caminhões e não consegue devido ao fluxo intenso, ele joga o automóvel para o

acostamento e então começa a costurar.

O suspeito muda de pista, nos fecha

dificultando a nossa parte, mas o Rafael é bom no volante e ele alcança esse

desgraçado, tenho até dó quando pôr a mão nesse maldito.

— Atira no outro pneu! — Ele fala

apontando o pneu do meu lado.

— Ainda não, espera passar esses carros…

olha ali na frente está limpo. — Aponto logo após a curva.

Esse é um momento de muita emoção e a

adrenalina nos impede de pensar direito, contudo em uma operação primeiro

pensamos na nossa segurança e na população que está próxima para então agir

contra o indivíduo.

Uma perseguição envolve muita coisa e

não podemos colocar tudo a perder, principalmente quando tenho certeza de que

esse já é nosso.

Esse carro passaria tranquilamente em

qualquer lugar, salvo uma informação que recebemos de que está trazendo um

carregamento de armas e drogas para a dona do Morro Sombra.

— Atira Romero, atira! Ele vai escapar…

— Rafael grita em êxtase apontando o carro.

Miro e efetuando o disparo, o pneu é

atingido. Missão executada com segurança, o carro perde o controle e bate no

barranco na contramão da via.

Descemos com as armas em punho, o

motorista desce correndo e tenta empreender fuga a pé, Rafael continua a

perseguição enquanto eu dou cobertura.

— Pro chão, para o chão! — Rafael ordena

e é ignorado.

Acho que estou ficando velho para essas

perseguições, meu fôlego já está ofegante e minhas pernas ameaçam vacilar, paro

ao ouvir dois disparos e um grito de dor.

— Filho da puta arrombado! — Rafael fala

se aproximando do suspeito que agora tem o pé ferido.

O rapaz algemado tem uma boa aparência,

provavelmente não tem sequer vinte e um anos, que tem uma Retornamos ao carro,

e como informado o carro estava carregado de droga e com duas pistolas de uso

restrito.

— De quem é esse carregamento? —

Pergunto puxando-o pela camisa.

— Não sei, isso foi plantado aí… — Ele

começa a falar, mas eu soco seu estômago.

— Vai falar por bem ou prefere por mal?

Eu vou como você quiser! — o Rafael pergunta sem paciência.

Nesse momento, o apoio cerca a avenida e

toda a equipe começam a trabalhar, a PRF organiza o trânsito, embora a minha

vontade seja acabar com a raça desse maldito, há muitas testemunhas então o

melhor é seguir o protocolo.

Conduzimos o indivíduo até a delegacia e

agora sim, longe dos holofotes, a festinha vai começar, ele só sai daqui com um

bom depoimento sobre o dono dessa mercadoria toda.

Rafael o coloca no "quartinho do

diálogo" e tapa sua boca, ele nos olha com desespero e começa a negação

com a cabeça.

— Vai cooperar? — Rafael pergunta

enquanto estala os dedos.

— Pega leve, Rafa, ele ainda vai para a

perícia, não pode estar machucado— comento com deboche — ah, o médico é meu

irmão.

O meliante começa a se debater e indica

que vai falar, esse é dos bons nem precisa de massagem para fazer o certo.

— É da Naty, da Naty, senhor! — Ele fala

assim que Rafael destampa sua boca.

— Morro da Sombra? — Ele pergunta com um

sorriso satisfatório.

— Sim senhor, mas por favor não coloca

isso no papel, a Naty me mata assim que eu entrar na cadeia — Ele pede, e eu

gosto da ideia de bandidos se matando.

— E de onde está vindo tudo isso? —

Pergunto me sentando em uma mesa frente a ele.

Rafael puxa a cadeira e se senta também,

extraímos o máximo de informações possíveis e por fim decidimos que liberar o

rapaz, é mais vantajoso que prendê-lo.

— Não senhor, não faz isso! Me mata

então, ou me prende, se eu sair daqui livre, sem processo e sem nada eu vou ser

morto pelo crime, o senhor sabe como funciona — Ele praticamente implora e na

realidade eu não me importo.

—Rafael solta ele lá no pé do Morro,

esse já está liberado, eu vou registrar o B.O e quando você voltar a gente vai

tomar aquele chopp— Digo sem realmente me importar, na verdade até prefiro que

eles mesmos se eliminem.

— Te encontro por lá então, não vou nem

voltar aqui! — Ele fala e puxa o pivete pela camisa.

— Senhor! Oh senhor, por favor não faça

isso não. — Ouço os gritos pedindo mais uma vez, e ignoro fechando a salinha e

indo até a minha sala para fazer o meu trabalho.

Capítulo 01

Romero

Sou um delegado de polícia que busca ser correto e cumprir leis, entrei para fazer a diferença e eu vou fazer, meu nome será lembrado em cada morro dessa cidade.

Fui transferido para o Norte, como uma punição por ter batido de frente com o próprio sistema, no entanto não vou me render, e para mim quem é conivente com o crime é criminoso também.

Não quero saber se o bacana usa farda, ou se ele anda por aí sem camisa portando fuzil no meio da rua, se cruzar as linhas da lei, certamente entrará na minha mira e modéstia a parte eu nunca erro um alvo.

— Essa é a sua nova sala, senhor Romero, espero que se adapte e que possa ficar conosco. — Amadeu fala mostrando o último ponto da delegacia.

— Obrigado Amadeu, eu também espero muito continuar por aqui! — Agradeço e ele me deixa só.

Hoje é meu primeiro dia na delegacia, a cerimônia de apresentação parecia infindável, embora o relógio marcasse pouquíssimo tempo, folheei algumas pastas que estavam sob a mesa, ouço batidas na porta e é o Rafael, meu melhor amigo e um dos investigadores desta unidade.

— Bom dia meu amigo, o que precisa? — Pergunto indicando que ele se sente.

— Chegou uma denúncia de que um carro está em rota com carregamento de drogas e armas — Ele fala e aguarda que eu diga algo, mas apenas indico que continue — meia tonelada e duas pistolas, o que me diz?

— Vamos buscar! Inaugurar meu novo posto com chave de ouro. — Respondo feliz.

A maioria dos delegados evitam o trabalho de campo, eu por outro lado, gosto bastante. Saímos para aguardar esse carro na estrada, tudo bem que foge um pouco a normalidade, contudo é uma investigação.

— O senhor está de saída, senhor? — Amadeu pergunta assim que pego a chave na recepção.

—Sim, vou averiguar uma denúncia, fique atento, qualquer coisa solicito o reforço. —Respondo e simulo uma continência saindo.

Entro no carro e Rafael é quem dirige, abro algumas mensagens no telefone, meus pensamentos estão longes.

— A droga é da Naty, você já começou a verificar as investigações que foram abertas sobre ela? — Rafael pergunta, me trazendo de volta a realidade.

— É, eu olhei por cima, a mulher é fera! Ao que vi ainda não conseguiram nenhuma foto que mostre o rosto dela, ou ela é esperta ou a inteligência não está fazendo o seu trabalho — Falo e volto meus pensamentos para as pilhas de arquivos que li.

— Ela é boa, mas você é muito melhor! Aposto que na primeira operação você vai derrubar a casinha dessa vagabunda. — Rafael fala animado.

Eu vim para mostrar que não é uma transferência que vai me parar e eu vou pegar essa mulher ou eu não me chamo Romero de Albuquerque.

— Calma, eu ainda nem puxei a "capivara" dela, tenho que conseguir imagens, nome verdadeiro, espero que esse fudido que vamos segurar hoje tenha muitas informações. — Falo olhando fixamente para o asfalto.

— Eu também! — Ele fala parando em um ponto estratégico.

Nem conheço essa mulher e já tenho sede de pôr as mãos nela, vou fazê-la se arrepender do dia que em que decidiu se tornar uma criminosa.

Pelos dados que possuímos dela, nunca foi presa, não há nenhuma imagem que mostre ela de frente, para falar a verdade a única identificação que tenho é um vulgo e uma foto da mão dela, onde há uma tatuagem de uma cruz na lateral do dedo mindinho.

Não posso sair enquadrando todo mundo que tenha uma tatuagem igual, porém na operação que estamos organizando, se eu encontrar qualquer mulher dentro daquele morro que tenha uma cruz na mão eu vou tratar como culpada.

— O informante disse que o carro já está próximo, 10 km e já é nosso— Rafael fala e eu me coloco em posição.

— Positivo! Estou no aguardo. — Respondo e fixo meu olhar na estrada que está relativamente movimentada.

Começo a colocar alguns cones na pista e filtrar a passagem dos carros, tudo para simular uma abordagem normal visando garantir a segurança do nosso informe.

— Vai prender? Passar? Ou liberar? — Rafael pergunta para saber como vamos abordar.

— Esse não dá para "pular", quero ter uma conversa mais intensa, depois a gente solta… deixa que eles mesmo fazem essa limpeza. — Respondo indiferente.

Eu sei todo discurso de ódio que minha atitude poderia gerar, mas é só lavrar um boletim de ocorrência conciso que ninguém vai questionar, a realidade é que a população super apoia quando matamos um vagabundo desses, o problema são os outros vagabundos que vem atrapalhar nosso trabalho.

Hoje em dia eu evito eliminar, é só colher todas as informações e depois devolver para a comunidade, o próprio crime limpa… solta uma reportagem narrando uma colaboração e pronto, está feito.

— Está se aproximando! —Alerto Rafael.

— Em posição! — Ele responde e segura sua arma em punho.

Dou sinal de para ao suspeito que reduz a velocidade e faz menção de estacionar conforme indicado, porém o filho de uma mãe me mostra dedo engata a marcha e sai em disparada.

Ah seu desgraçado, se suas chances já não eram boas, você acabou de ferrar com tudo. Eu vou fuder o seu lado de uma forma tão fudida que de forma alguma você sairá vivo disso.

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