Laura Navarro, 22 anos, estudante de direito, solteira... Uma jovem cheia de sonhos, entre eles o de ser delegada da polícia federal, por isso cursa direito... uma mulher forte, determinada, muito gentil e educada mas também firme quando necessário
Seus pais, Vicente Navarro e Helen Navarro... ele 55 anos e ela 52, casados a 30 anos, tiveram dois filhos, a Laura e o mais novo.
Lorenzo Navarro, 12 anos, irmão de Laura o amor dela, ambos são como carne e unha, inseparáveis.
NO VALORIO DE VICENTE...
HELEN: Oh meu querido, porque partiu tão cedo? (falo ao lado do caixão acariciando seu rosto)
LAURA: Mamãe, já vão levá-lo para o cemitério
LORENZO: Não o veremos mais não é Laura?
LAURA: Não meu amor, mas ele sempre estará presente em nossos corações (o abraço)
Logo se aproximam os moços da funerária, fecham o caixão e o coloca no carro, seguimos para o cemitério e lá é que a ficha cai... meu paizinho, ele se foi e nunca mais ouvirei suas risadas e suas piadas.
HELEN: Eu não aguento isso (chora ao ver o caixão sendo colocado na cova)
LORENZO: Papai... eu juro que cuidarei das nossas lindas mulheres, prometo ser igual ao senhor, um grande homem (choro)
LAURA: Meu paizinho... quando o médico me disse que você não tinha resistido aquele infarto eu pensei que tinha sido outra de suas pegadinhas, acredita que fiquei lá em pé te olhando pra ver se você ia fazer como da outra vez? que pulou da cama me fazendo cócegas...Mas dessa vez você não teve tempo de fazer uma piada (choro lançando uma flor)
NA PORTA DO CEMITÉRIO...
Paulo Gonçalves, 55 anos, gerente do banco atual. Ana Gonçalves, 50 anos, sua esposa e ex-professora...
ANA: Sinto muito queridos, a Bia mandou os pêsames, ela não conseguiu um voou pra hoje, mas ela disse que mais tarde te liga. (os abraço)
PAULO: Laura querida, Helen, Lorenzo... eu sinto muito, Vicente era um grande amigo
LAURA: Ele adorava o senhor (sorrio fraco)
HELEN: Meu irmão Paulo, ele dizia
LORENZO: Dizia que eu ia casar com a Bianca (rindo)
Bianca Gonçalves, 10 anos, filha mais nova de Paulo e Ana...
PAULO: Eu deveria ter fechado um contrato com ele pra esse casamento sair quando vocês estiverem adultos (sorrio)
BIANCA: Vou sentir saudade do tio Vicente (falo triste)
ANA: Vamos indo, se cuidem (partimos)
NA CASA DE LAURA...
LAURA: Mãe, chegamos (pago o táxi e descemos)
HELEN: Essa casa é a cara dele, o carro... ele lutou tanto pra conquistar esse lar pra o nosso conforto (choro)
LORENZO: O papai se foi mas nos deixou amparados na medida do que pôde (entramos)
LAURA: Verdade, só preciso conseguir um emprego agora pra nos manter (sentamos no sofá)
LORENZO: Eu posso trabalhar também, sei lá, fazer alguma coisa
LAURA: Você vai estudar pirralho (bagunça seu cabelo)
HELEN: O maior presente que ele me deixou foi vocês (sorrio os observando e eles me abraçam)
LORENZO: Eu sou o homem da casa agora, preciso ajudar vocês Laura, mãe, fala pra ela
LAURA: Vamos fazer o seguinte, eu sou só uma, então não posso trabalhar, estudar e cuidar da mamãe, você sabe que ela não pode ficar sozinha... então você cuida dela e eu trabalho
LORENZO: E quando eu estiver na escola, ela ficará só?
HELEN: Eu fico dormindo, sonhando com seu pai (pisco e sorrio)
LORENZO: Tá bom, mas só até eu fazer o 18, depois vou trabalhar
LAURA: Até lá eu serei delegada então você só irá estudar (pisco)
Jantamos, nos organizamos e fomos dormir, no vazio daquela casa sem o meu pai fazendo bagunça antes de dormir.
QUARTO HELEN E VICENTE
QUARTO LAURA
QUARTO LORENZO
UMA SEMANA DEPOIS...
LAURA: Seu Paulo? Bom dia (abro a porta e ele entra)
PAULA:Bom dia Laura, me desculpe mas me fizeram vir te buscar
LAURA: O quê? Quem?
PAULO: Os clientes do seu pai... não aceitam ser atendidos por outra pessoa, querem você... eles disseram que prometeram ao seu pai que quando ele não estivesse seria você a atendê-los, nem com os funcionários eles querem tirar. Tem idoso até passando mal com a notícia da morte do seu pai
LAURA: Realmente meu pai sempre dizia a eles que quando não pudesse ir mais, eu ficaria, só que eu achei que isso não seria possível
PAULO: O gerente daquele banco sou eu Laura, assim como autorizei seu pai também autorizo você, volte ao trabalho, sei que você precisa do dinheiro que ganha lá pra manter sua família e pagar sua faculdade
LAURA: Eu procuro emprego a dias, mas nada aparece
PAULO: Então, vamos trabalhar... se eu chegar lá sem você Laura, aqueles idosos me matam (sorrio)
HELEN: Vá minha filha, será bom pra nós, se o Paulo autoriza então está tudo certo
LORENZO: Eu posso ir te ajudar
LAURA: Você vai cuidar da mamãe tá? Talvez, sua presença possa ser prejudicial ao seu Paulo, não vamos explorar (pisco)
PAULO: Então podemos ir?
LAURA: Me arrumo em dez minutos e partimos tá? (vou pro quarto) Me arrumo e sigo pra o banco no carro do meu pai que agora é meu e seu Paulo volta no dele
NO BANCO...
IDOSA1: Menina, porque ia nos abandonar?
IDOSO2: Nós precisamos de você
IDOSO3: Prometemos ao seu pai que nunca iamos deixar vocês
IDOSA4: Eu sinto muito querida, estou sentindo uma profunda dor pela morte do rapaz Vicente, eu o tinha como um filho
TODOS: E nós também (se emocionam)
LAURA: Muito obrigada e me desculpem, eu achei que não poderia continuar sem ele (choro e logo sinto um abraço coletivo pelos mais de 10 idosos que estavam naquela fila me esperando)
PAULO: A Laura está entregue pessoal, posso ir?
IDOSO: Se ela sumir de novo a gente te pega (todos riem)
LAURA: Bom, vamos ao trabalho, sei que todos querem dinheiro não é mesmo? (sorrio enxugando as lágrimas)
TODOS: Sim (comemoram)
Laura começa a atendê-los e assim se passa aquela manhã tranquilamente, todos aumentam as gorjetas para ajudar Laura nas despesas do enterro de Vicente, com isso ela arrecada uma boa quantia passa na funerária e quita toda a pendência que ficou e ainda sobra bastante, ela continua trabalhando como seu pai trabalhava e ainda faz mais novos clientes, com isso ela mantém as despesas de casa e paga a outra metade da sua faculdade já que ela tem uma bolsa de 50%, também mantém os remédios de sua mãe que sofre de pressão, coração e labirintite.
Laura trabalha das 6h da manhã que é a hora que o caixa eletrônico do banco liga e os idosos adoram receber o seu dinheiro cedinho, ela fica até umas 12h, almoça e vai pra faculdade, estuda a tarde pra a noite estar livre com a sua família como sempre foi. Ela não é de festas, amizades e namoro, apenas trabalha, estuda e curte a família, tem uma vida tranquila e pra honrar os ensinamentos dos seus pais ainda se mantém pura para o casamento, como foi com a sua mãe.
UM ANO DEPOIS...
PAULO: Laura, preciso falar com você, vá a minha sala antes de ir embora por favor
LAURA: Sim senhor, só faltam esses três aqui e eu vou lá (atendo os três e vou até o seu Paulo)
PAULO: Entre querida, preciso lhe dar duas notícias, uma boa e uma ruim... E preciso começar pela ruim pra você entender
LAURA: Estou ouvindo
PAULO: Está rede bancária foi vendida em leilão semana passada, os donos e sócios não querem mais continuar com os negócios e venderam tudo para outra rede bancária, e eu não irei continuar trabalhando com eles, pois estou me aposentando
LAURA: E a boa?
PAULO: A boa é que o gerente do outro banco pra o qual este será transferido é amigo de infância meu e da minha esposa, então eu posso falar de você pra ele e conseguir uma autorização
LAURA: Isso não lhe traria problemas?
PAULO: De jeito nenhum, farei o possível, não posso deixar vocês desamparados, prometo marcar uma reunião com Felipe pra te apresentar a ele, Felipe é um homem bom tenho certeza que não irá se opor já que eu estarei me responsabilizando por você, já o filho dele Gabriel é um pouco difícil. Na agência deles já foram presas diversas pessoas roubando os idosos fazendo justamente o que você faz, então o Gabriel não confia em ninguém.
LAURA: Meu Deus, vejo que não será fácil, mas eu preciso, ainda tenho 2 anos de faculdade, inventei de descansar e entrei atrasada.
PAULO: Mas não se preocupe, dará tudo certo, o Gabriel é difícil, mas quem manda ainda é Felipe, então, a autorização dele basta, marcarei a reunião e te aviso
LAURA: Eu agradeço muito seu Paulo (sigo pra faculdade)
NA FACULDADE...
Beatriz Gonçalves, 23 anos, filha de Paulo e Ana e única amiga de Laura, cresceram juntas e estudam juntas no mesmo curso... Beatriz teve um namorado aos 20 anos que foi o seu primeiro, mas foi traída pela própria prima dentro da própria casa isso a fez se fechar para o amor. Ela também quer ser delegada junto com a Laura.
LAURA: Oi princesinha
BEATRIZ: Já quer apanhar logo cedo?
LAURA: Olhe, você é rica, tem que ter classe como uma filha de gerente bancário
BEATRIZ: Sua insuportável (lhe dou um tapa) a Laura adora fazer bullying comigo me chamando de princesinha e patricinha, mas é só brincadeira, apesar da minha posição social eu nunca deixei de ser descente e humilde como meus pais sempre me ensinaram.
LAURA: Vamos estudar né?
BEATRIZ: Espera (seguro sua mão) Meu pai já falou com você?
LAURA: Sim
BEATRIZ: Ele vai te ajudar né?
LAURA: Vai sim, não se preocupe
BEATRIZ: Ele te falou do Gabriel?
LAURA: Também falou
BEATRIZ: Amiga, o Gabriel é muito gente boa, mas quando se trata disso ele transforma-se, porque o pai dele Felipe já foi parar no hospital de um enfarto quando uma mulher roubou um idoso no banco depois dele pedir ajuda a ela, isso gerou um problemão foi uma loucura, e depois aconteceu mais vezes, então tenta ter paciência com ele... é mais um trauma que ele tem sabe?
LAURA: Eu entendo o lado dele amiga, realmente eles precisam prezar pelo bem estar dos clientes e preservar a imagem do banco e do trabalho deles. Eu serei paciente, você sabe como eu sou tranquila
BEATRIZ: Mas as vezes é explosiva (rindo)
LAURA: Só as vezes... (seguimos pra sala) a aula segue normalmente e quando saio vou direto pra casa, janto e converso com a minha mãe sobre tudo, logo o seu Paulo me liga confirmando a reunião pra amanhã às 12h antes da faculdade. Seja o que Deus quiser (durmo)
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