...Adam...
Em três meses terei finalmente 18 anos. Mal estou me aguentando de ansiedade, meu pai e meus tios me treinaram muito para esse momento, se tudo der certo serei o novo linha de frente do Grupo Willard, serei o terror dos computadores quebrados. E no futuro serei o grande CEO, tão competente quanto o meu pai.
— Adam Teles Willard! — Minha mãe entrou no meu quarto chamando o meu nome completo e com o meu boletim na mão. Merda!
— Mãe, eu... — O que eu posso dizer nesse momento?
— Garoto! É o seu último ano no colegial, ano de vestibular. — Ela respirou fundo e tentou se acalmar. — Você entende o quanto é importante que você se forme, estude e assuma os negócios da família? — Ela se sentou e me puxou para sentar ao lado dela. — Meu amor, você não é um funcionário dessa empresa, você é o Willard, não pode apenas consertar computadores (disfarce para matar pessoas ruins), você precisa liderar a equipe inteira. Você precisa ser responsável e estudar.
— Me perdoa mãe, eu vou me esforçar para o vestibular, eu prometo. — Ela estava certa. Já era hora de crescer.
Na escola eu era o maioral, capitão do time de futebol da Codrinal High School. Eu não achava que precisava estudar, mas agora não era mais hora de brincar, a escola estava acabando, eu já iria fazer 18 anos e finalmente assumiria meu cargo no Grupo Willard, coisa que eu escolhi.
Meus pais me perguntaram se eu queria ser advogado como a minha mãe, a grande e temida Madú Teles, ou se seguiria os passos do meu pai Aaron Willard. Eu nem pestanejei, quero ser o maior assassino que esse país já teve.
— Seus primos Daniel e Dandara estão vindo para cá amanhã, eles vão morar conosco e estudar na mesma escola que você. — Minha mãe anunciou e me fez gelar na hora. Maldito Daniel. — Daniel é excelente na escola e vai te dar aulas particulares.
— O que? — Me levantei incrédulo. — Eu não vou ter aulas com aquele merdinha. Já disse que vou me dedicar.
— Você diz isso todos os anos, e não muda. Vai ter aulas com o Daniel e ponto final. — Ela se levanta e sai.
Droga!
Eu odeio o Daniel. Ele não é meu primo, é um idiota. Ele foi adotado pelo tio Lú e seu marido Didi. Lú e minha mãe são amigos de infância e se consideram irmãos. Eu adoro o tio Lú, ele trabalha como Drag Queen e o show dele sempre foi o melhor de Brésalen, e o tio Didi trabalha como linha de frente para o meu pai.
Eles adotaram um casal de gêmeos, o imbecil do Daniel e a Dandara, ela sim é muito legal. Mas o Daniel não, ele sempre quis ser o meu amigo, mas ele me irrita, é sempre certinho, educadinho, perfeitinho, enquanto eu era o problemático da família. Sempre me comparam a ele.
Temos outros primos.
O Beto, é meu primo de sangue, filho da tia Sofia e do falecido irmão da minha mãe, o Júnior. Eu adoro o Beto, ele é legal e divertido, e ninguém fica me comparando a ele, como fazem com o Daniel.
— Qual foi dessa cara amarrada aí? — Lavínia entrou no meu quarto.
— Minha mãe apareceu aqui com o meu boletim e me disse que teria aulas com o Daniel. — Falei emburrado.
— Eita! Bem feito. — Lavínia começou a rir. Idiota!
Lavínia é a minha melhor amiga, a considero uma prima também. Ela é filha do Benj e da Bruna, melhores amigos e funcionários dos meus pais.
Benj é o melhor linha de frente da Willard, enquanto a Bruna é secretária no escritório de advocacia da mamãe.
— Eu odeio o Daniel!
— Não sei porque o odeia tanto. — Lavínia se jogou na minha cama. — Ele é legal. E é inteligente, ele vai te ajudar a arrancar essa burrice da sua cabeça.
— Vai a merda Lavínia. — Me levantei. — Bora sair, tenho que aproveitar o meu último dia de paz. Amanhã o imbecil vai estar aqui na minha casa.
— Lembra que vamos morar juntos em Camp State.
Sim, ainda tinha isso. Meu pai ordenou que fizéssemos o vestibular para a Universidade de Camp State, pois ele tinha negócios importantes por lá, e eu assumiria a liderança.
Então vamos todos morar na mansão de Camp State, estudar e trabalhar juntos. Eu, Daniel, Dandara, Lavínia, Beto e o Cássio. Os primos unidos e felizes, só que não.
— É, ainda tem esse inferno. Quatro anos em Camp State. — Falei revirando os olhos.
— Para mim vai ser ótimo, vai ver tipo um prelúdio do meu futuro casamento com o Cássio. — Lavínia falava apaixonada e revirei os olhos outra vez.
Ela namorava o Cássio desde a infância. Cássio é o filho caçula de Hernando e Mercedes. Não simpatizo muito com ele, mas é um primo, e tá doido para ser linha de frente na Willard.
— Não entendo essa lógica de namorar, ter compromisso sério. Somos jovens, temos muito para viver ainda. — Falei pegando a minha jaqueta.
— Isso é porque você nunca se apaixonou. — Ela falou se levantando.
— E não vou, pelo menos não tão cedo. — Peguei ela pelo braço. — Vem, vamos curtir!
Saímos andando por Codrinal. Eu amo essa cidade, sempre tem o que fazer para se divertir por aqui. Vou sentir falta disso quando estiver em Camp State.
No dia seguinte, acordei cedo e desci para o meu café da manhã.
— Bom dia, meu garoto! — Tio Lú veio me dar um abraço. Eu estava com saudade dele.
— Bom dia tio, que bom te ver!
— Olha só como ele está, um homem! — Tio Didi me abraçou em seguida.
— E aí primo! — A Dandara me abraçou também. Ela é muito linda e divertida. Sempre gostei dela.
— Saudade de você prima. Tá cada dia mais bonita. — Sorri para ela.
— E aí cara! — Daniel me estendeu a mão. Apertei a mão dele rapidamente. Odeio esse cara!
— Eu amo quando vocês estão aqui, a casa fica mais divertida. — Mamãe falava empolgada.
— Vamos embora amanhã de manhã, ainda tem muita coisa para resolver em Brésalen. Mas estamos deixando nossos amores aqui aos seus cuidados. — Tio Didi falou fazendo drama.
— Não se preocupem, cuidaremos muito bem deles dois. — Meu pai garantiu.
Tomamos café juntos e segui para o colégio com meus dois primos. Eu sabia que a chegada deles mudaria muita coisa na minha vida, só que não imaginava que seria tanto assim.
...Daniel...
Eu nunca gostei de morar em Brésalen, apesar de ter nascido lá, mas morar em Codrinal com o imbecil do Adam definitivamente não estava nos meus planos. Já bastava que moraremos juntos em Camp State, se ele passar no vestibular, é claro.
— E aí, animado para morar aqui na cidade maravilhosa! — Dandara entrou no meu quarto toda sorridente.
Minha irmã gêmea é também a minha melhor amiga. Sempre fizemos tudo juntos, sou muito grato aos meus pais por ter adotado nós dois.
— Tá toda animada porquê? Antes de vir pra cá estava chorando de saudade do Beto. — Resmunguei.
— Estou animada porque lembrei que hoje a noite é a festa de aposentadoria do Hernando e da Mercedes e o Beto vem pra cá. — Ela falou batendo palminhas. — E ele me disse que vai ficar até o próximo fim de semana.
Dandara e Beto namoram faz dois anos. Nunca vi a minha irmã tão apaixonada. E o Beto tem se mostrado um namorado incrível.
— No próximo fim de semana será o nosso grande momento. — Falei empolgado.
No fim de semana eu e Dandara completaremos 18 anos e poderemos começar nosso trabalho na Willard. A Dandara quer trabalhar com a Madú no escritório, então ela vai fazer a faculdade de advocacia em Camp State. Já eu serei um linha de frente. Eu serei o maior assassino que esse país já viu.
— Sim, pra você então hein. — Ela segurou meu ombro. — Se conseguir realizar um bom serviço, vai ser linha de frente na Willard.
— Eu vou conseguir. Vou ser o maior.
Estava já me imaginando realizando o serviço, quando a Lavínia entrou no meu quarto.
— Como assim vocês chegaram e não me disseram nada?
— Lavínia, que saudade de você. — Ela e Dandara são bem próximas.
— Vem cá me dar um abraço também. — Puxei a Lavínia para um abraço apertado.
— Amanhã vamos fazer uma reunião dos primos, aproveitando que todo mundo vai estar em Codrinal para a festa de hoje a noite. — Lavínia anunciou e fiquei animado, eu adorava esses momentos. A única pessoa que eu não curtia nem um pouco era merdinha do Adam.
Conversamos um pouco até elas saíram para se arrumar para a festa.
Como era algo importante, vesti um terno azul escuro, camisa branca e sapato preto social. Eu estava bem bonito e elegante.
Desci e encontrei a Dandara na escada. Minha irmã estava lindíssima num vestido longo vermelho.
— Noooossa! O Beto não vai resistir a isso! — Brinquei.
A segurei pelo braço e descemos até o salão.
A festa estava bonita e bastante animada. Todo o Grupo Willard estava presente, era bom ver todo mundo assim, reunido. Fiquei conversando com a Dandara e Lavínia até que o Beto chegou e automaticamente a Dandara esqueceu que eu existia e foi babar o namorado.
A Lavínia ficou ao meu lado até que Hernando e a Mercedes chegaram acompanhados dos seus filhos César e Cássio. A Lavínia correu pra ver o namorado. E fiquei só. Até que de repente ele apareceu, o merdinha do Adam.
Ele usava um terno marrom escuro, e camisa bege, estava até bonito para um babaca.
— E aí! — Ele me cumprimentou a contra gosto.
— E aí! — Respondi no mesmo tom. Ficamos calados por alguns minutos até que resolvi brincar com ele. — Então depois de amanhã começamos com as aulas particulares. — Ele revirou os olhos. — Não se preocupe, sou um excelente professor.
— Vai a merda, você e essas aulas. — Ele resmungou e dei risada.
— Mas sério cara, é bom você se dedicar, porque sabe que tem um papel importante na família e na empresa. — Falei sério dessa vez. — Você precisa passar em Camp State.
Eu não gostava do Adam, por causa do jeito que ele me tratava. Mas eu amo essa família e amo a Willard, e sei que ele é o futuro disso tudo. Então por mais que não goste dele, eu o respeito pelo que ele representa e sempre estarei ao lado dele. Principalmente quando ele for o chefe.
— Eu sei. — Ele respirou fundo e me olhou sério. — Não vou vacilar, a brincadeira acabou.
— É assim que se fala! — Sorri para ele, que me olhou torto e se afastou. Idiota!
— Atenção! — Aaron se colocou no centro do salão para iniciar o seu discurso. — Hoje eu estou numa mistura de alegria, orgulho e tristeza. Hernando e a Mercedes são meus grandes amigos, e os profissionais mais competentes que a Willard já teve. Trabalharam arduamente por longos anos, foram centenas de computadores consertados e um trabalho de limpeza impecável. Além de nos presentearem com dois filhos maravilhosos e tão competentes quanto os pais. Eu agradeço por tudo! — Todos aplaudiram.
— Minha família Willard, saibam que estamos apenas nos despedindo do trabalho, não de vocês. — Mercedes gritou. Nos fazendo rir. — Nós os amamos muito e vamos continuar perturbando suas vidas, fora que vamos acompanhar o desenvolvimento dos nossos filhos na empresa, e eu não abro mão de acompanhar o Cássio na sua primeira missão como linha de frente. No mais, obrigada por tudo.
— Bom, quero aproveitar a presença de todos para anunciar que a nossa doce Marcélia, que a propósito é noiva do César, estará assumindo a liderança do setor de limpeza, ocupando assim o lugar que era do Hernando. — Aaron anunciou e mais uma vez aplaudimos.
A Marcélia é filha de um dos funcionários da limpeza e trabalha nisso desde os seus 18 anos. Ela e o César noivaram no ano passado. O César liderando o setor administrativo da Willard, o que chamamos de cuidar da papelada.
Dos antigos funcionários, restavam apenas o Benj e o Heitor, filho do Oto. Oto havia se aposentado há cerca de 5 anos e o Pedro faleceu numa missão. E agora Hernando e a Mercedes também estavam deixando os negócios. Era uma nova era para a Willard.
...Adam...
No dia seguinte à festa de aposentadoria do Hernando e da Mercedes, a Lavínia inventou de fazer a tal reunião dos primos.
Fomos então para o sítio do meu pai, eu amo demais esse lugar, e estar com os primos realmente era divertido.
Enxergamos a Willard como uma grande família, então nos consideramos primos, tios, sobrinhos, irmãos, enfim, família.
— Ai eu amo esse ar do campo! — Lavínia falava empolgada. — Olha essa casa linda.
— É, esse lugar me lembra muito da Marisol. — Falei triste.
A Marisol era governanta da mansão Willard em Codrinal, ela ajudou a me criar, sempre vínhamos aqui por que ela insistia. Ela faleceu ano passado, e hoje a sobrinha dela assumiu a função de governanta.
— É, ela amava essa casa! — Lavínia deitou a cabeça no meu ombro. — Eu sei que onde quer que esteja, ela está super feliz em nos ver aqui no lugar que ela amava.
— Com certeza. — Sorri.
— E aí vamos andar a cavalo? — Cássio chegou puxando a Lavínia que foi toda empolgada atrás do namorado.
— Você não vem, Adam? — Dandara e Beto me chamaram e logo atrás vieram o César e a Marcélia.
— Não, vou descansar um pouco, vejo vocês no almoço. — Subi para o meu quarto.
Eu ainda estava chateado com a conversa que tive com a minha mãe e pra variar ainda tive que ouvir conselhos do imbecil do Daniel. Agora só faltava o sermão que com certeza o meu pai estava preparando.
— E aí, cara! — Daniel apareceu no meu quarto, já que a porta tava aberta. — Cadê todo mundo?
— Foram andar a cavalo. Onde você estava? — Falei com rispidez.
— Eu tava no quarto conversando com a Sophie no telefone. — Ele respondeu tão ríspido quanto eu.
A Sophie era a namorada dele. Uma metidinha, líder de torcida, se acha a melhor garota do mundo. Bem, o tipo do Daniel, eram o casal perfeitamente ridículo.
— Foda-se! Agora sai e fecha a porta! — Falei me jogando na cama.
— Porque você não gosta de mim? — Ele se aproximou da minha cama e me fez a pergunta mais idiota de todos os tempos.
— É sério isso? — Me sentei.
— Cara, eu nunca te fiz nenhum mal. Então qual é o seu problema? — Ele parecia indignado.
— Eu não apenas, não gosto de você. — Me levantei e parei de frente para ele. — Eu te odeio! Odeio esse seu cabelo loiro arrumadinho, essa sua pose de garoto exemplar, odeio quando me comparam a você. Enfim, eu odeio tudo que você representa. Agora sai do meu quarto! — Empurrei ele para fora, mas ele se desviou e voltou para dentro.
— Eu também não gosto de você, te acho um merdinha revoltado. — Ele falava com muita raiva. — Mas eu te respeito, por ser quem você é, e serei fiel a você, pela Willard. Então só tenta me aturar ao menos. Vamos fazer essa parceria dar certo.
Merda de parceria. Mas ele estava certo. Eu preciso melhorar as minhas notas, preciso passar no vestibular, e preciso ser bom o suficiente para liderar a Willard. E só saber lutar e atirar não era suficiente.
— Eu... — Respirei fundo. — Nunca seremos amigos. Mas estaremos juntos pela Willard, e só por isso vou aceitar a sua ajuda. — Agora eu estava com ódio de mim, por saber que precisava desse idiota.
— Ok! — Ele se virou e finalmente saiu do meu quarto.
Corri e fechei a porta. Merda!
Depois do almoço ficamos na piscina jogando conversa fora. E aí sim eu consegui relaxar um pouco e rir com os meus amigos.
O mais legal de ficar com eles era não ter que esconder quem éramos de verdade. Na escola temos que criar um personagem, eu sou o capitão do futebol, mulherengo, a Lavínia é a CDF descolada, a Dandara é a garota séria, tímida e inteligente, o Cássio é um gammer, e o Daniel é o senhor perfeição, bonzinho e educado.
Ninguém pode nem imaginar que na real, somos mercenários, lutamos contra bandidos que maltratam pessoas boas, principalmente mulheres e crianças. Nossa missão é lutar contra a impunidade.
Só aqui juntos, podemos ser reais.
À noite fizemos um lual na fogueira. E jogamos conversa fora.
— Que tipo de linha de frente vocês querem ser? — A Dandara fez a pergunta, chamando a nossa atenção. — Tipo, qual o estilo de vocês?
— Eu quero seguir o estilo da minha mãe. — Cássio respondeu. — Limpo, organizado, porém com emoção.
— Eu gosto de seguir o estilo do Heitor, que é o que ele aprendeu com o Oto. — Beto falou, e prestamos atenção, pois o Beto era o único entre nós que já havia realizado conserto de computadores.
O Beto é um ano mais velho que eu, e realizou o seu primeiro trabalho no ano passado. Ele foi com o meu pai, e fez um trabalho perfeito. Desde então ele tem realizado trabalhos importantes para o meu pai.
— O estilo do Heitor é bem misterioso, dizem que ele parece uma fumaça. — Lavínia falava como se estivesse contando uma história de terror.
— É, a ideia é essa. Fazer um serviço rápido e limpo. O computador nem sabe quem o atingiu. E some tão rápido que nem deve sentir dor. — Beto falava orgulhoso.
— Quantos Computadores você já consertou? — Daniel perguntou ao Beto.
— Até então, foram 10 computadores. Isso porque acabei consertando três numa única noite. — Beto tinha muito orgulho do trabalho que fazia.
— Eu gosto do estilo do meu pai, somado ao estilo do Aaron. — Lavínia levantou empolgada.
— Tô contigo Laví. — Daniel também se levantou. — Semana que vem farei o meu primeiro serviço, e não vou ser que nem fumaça. Vai ter gritaria, choro, quero ver eles implorarem pela vida.
— Sim, explosivos, sangue pra todo lado! — Lavínia chega estava suando de empolgação.
— E eu no meio, acabando com geral! — Eles gritaram juntos.
Era engraçado, o Daniel era o senhor certinho na sociedade, mas com a gente ele era quase um psicopata maluco.
— E você Adam? — Dandara me olhou intrigada.
— Eu também gosto do estilo do Heitor. — Apontei para o Beto. — Mas eu não quero ser como uma fumaça, eu quero que saibam que fui eu quem acabou com a vida deles. Quero olhar em seus olhos e ver a vida se esvaindo. Mas sem banho de sangue ou explosões. — Olhei diretamente para o Daniel que me encarava surpreso.
— Acho que eu não teria coragem de consertar um computador. — Dandara falou reflexiva.
— Nem eu, por isso, trabalho na papelada. — César respondeu abraçando a Marcélia que concordou com ele.
— É, não dá pra fazer isso, se não tem a coragem necessária. — Falei. — Meu pai diz que não é um trabalho honrado, ou coisa parecida, é um trabalho ruim, porém necessário. E não se pode nem deve pensar em nada.
— Se pensar no bezerro, ou na vaca, você não mata o boi. Porém se o boi fica vivo, você não alimenta quem necessita. — Beto falou sorrindo. — O Aaron me disse isso quando fiz o meu primeiro conserto.
Ficamos ali conversando por horas, até que fomos dormir e no dia seguinte voltamos para a mansão em Codrinal.
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